
“Para quem está começando, e até mesmo para os que já têm alguns anos de jornada e não obtiveram resultados, minha primeira dica seria: estude corretamente. Foque nas disciplinas e nos temas que tendem a ser mais cobrados – sem, logicamente, abrir mão dos menos cobrados […]”
Confira nossa entrevista com Lucas Henrique Morais Ferreira, Aprovado em 99° lugar para Escriturário no concurso BRB:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Lucas Henrique Morais Ferreira: Olá, estrategistas! Tenho 33 anos de idade e nasci em Brasília. Sou formado em Engenharia Florestal pela UnB.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Lucas: Desde a época de faculdade eu já tinha em mente a possibilidade de fazer provas de concursos, mas só comecei a estudar mesmo em 2015, um ano depois de me formar. Creio que o fato de morar em Brasília nos direciona fortemente a tentar seguir uma carreira no serviço público, mesmo que não ofertem vagas que tenham a ver com nosso curso na faculdade.
Estratégia: Você trabalhava e estudava?
Lucas: Durante o período de estudos para concursos, não cheguei a trabalhar, nem mesmo enviei currículo. Porém, isso foi uma decisão minha e uma possibilidade que eu tinha, graças ao apoio familiar. Sei que não é a realidade de muitos.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado?
Lucas: Tive, sim, aprovações em concursos anteriores. Fiquei na posição 258 na PMDF (2017) para Praça; em 4º lugar na Codhab-DF (2017) para Agente Administrativo; na posição 344 no ranking geral para Escrivão da PCDF (2019); na posição 147 no ranking da Fundação UnB (2019); entre os 100 primeiros no Seagri (2023), dentro do cadastro reserva; e na posição 99 no ranking geral do BRB (2022). Nos concursos para polícia, não tive êxito em algumas etapas. No entanto, mesmo diante das adversidades, continuei estudando, e ainda pretendo estudar mais, mesmo depois da felicidade de passar no BRB.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos?
Lucas: No primeiro momento de estudos para concurso, eu abri mão da vida social e em família. Ficava o dia inteiro dentro do quarto estudando. Porém, com o passar do tempo, observei que essa rotina não era sustentável e o estudo não era eficiente, já que eu me distraía constantemente e ficava bem cansado. Além disso, essa rotina não me entregava resultados. Não obtive bom desempenho em várias provas antes de começar a ser aprovado em alguma. Num segundo momento, comecei a ter uma vida social mais aberta. Comecei um namoro, passei a ficar mais tempo com a família e ia para a igreja. Também passei a fazer exercícios físicos regularmente, o que me ajudou a lidar com o estresse. Coincidência ou não, comecei a ser aprovado em concursos somente nesse segundo período.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro?
Lucas: Nesse sentido, eu me considero privilegiado, pois meus pais, que são professores aposentados pela Secretaria de Educação do DF, sempre me deram todo o apoio necessário e acreditaram no meu potencial. Eles também tinham noção da importância de ser aprovado em um concurso. Minhas duas irmãs, namorada e amigos também acreditaram bastante em mim, mesmo após algumas decepções em provas anteriores.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso?
Lucas: Estudei direcionado para o BRB durante 3 meses, ou seja, praticamente no pós-edital. Como era meu primeiro concurso para a área bancária, foi um desafio muito grande. Para manter a disciplina, eu sempre colocava na minha cabeça: “são só mais 3 meses de dedicação; depois disso, é só alegria”.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Lucas: Para me preparar para o concurso do BRB, utilizei várias ferramentas disponibilizadas pelo Estratégia. Assisti a videoaulas de matérias que eu nunca tinha estudado na vida. Posso citar as aulas do professor Celso Natale, de Conhecimentos Bancários, do professor Stefan Fantini, de Qualidade do Atendimento, do professor Paulo Sousa, de Defesa do Consumidor, e do professor Leandro Signori, de Plano Distrital de Políticas para Mulheres. Essas aulas me ajudaram bastante. Utilizei também vários PDFs do Estratégia e os mapas mentais que eles disponibilizam, muito bonitos visualmente, tão organizados que até estimulam a estudar mais. Geralmente, depois de adquirir uma certa familiaridade com a matéria, acho mais vantajoso partir para um estudo mais ativo, por meio da leitura de PDFs e da resolução de várias questões.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Lucas: A primeira vez que ouvi falar no Estratégia foi em 2015 ou 2016, quando uma das minhas irmãs comentou que um amigo havia passado em um concurso para Auditor do TCDF utilizando o material deles. Como o rapaz havia elogiado muito o material, aquilo me impactou bastante num primeiro momento. Depois de um tempo, assinei com o Estratégia.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos?
Lucas: Já utilizei outros materiais, sim. Alguns foram bons, mas outros não possuem a qualidade do Estratégia. Em outros preparatórios, já aconteceu de chegar quase na véspera de uma prova e o material ainda não estar disponível na plataforma. Em outra ocasião, não disponibilizaram os materiais mesmo depois da prova. Isso jamais aconteceu comigo no Estratégia. Sempre confiei no profissionalismo de vocês.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material?
Lucas: Como minha trajetória em concurso tem alguns anos, já utilizei vários outros materiais, tanto em plataformas online quanto em aulas presenciais. Cheguei a ser aprovado em alguns concursos com esses materiais, mas também obtive um desempenho insatisfatório em vários.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação?
Lucas: Acredito que o diferencial do Estratégia é o fato de oferecer uma ótima preparação tanto no pré-edital quanto no pós-edital. Se, por exemplo, você tiver acesso à plataforma e decidir começar a estudar hoje para algum concurso da área fiscal que não esteja com o edital aberto, vai encontrar diversos materiais para te auxiliarem desde já na preparação, até chegar o dia da prova. Outros aspectos que sempre me chamaram atenção são a qualidade dos materiais, a organização, a disponibilização de materiais em um tempo bom e o profissionalismo da empresa.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Lucas: Acredito que um plano de estudos ideal varia muito de pessoa para pessoa. No meu caso, para o concurso do BRB, eu tentava sempre encaixar duas matérias por dia, porque isso funcionava mais para mim (funcionaria também para pessoas que não têm muito tempo disponível). Nas primeiras semanas, lembro-me de priorizar, na grade horária, as matérias de Conhecimentos Bancários, Matemática, Inovação e Governança. Eu revezava entre videoaulas (no caso das matérias que eu nunca tinha estudado), leitura de PDF e resolução de questões. Passei a estudar outras matérias apenas depois de ter um bom conhecimento nessas primeiras. No caso de matérias como Raciocínio Lógico, Informática e Português, com as quais eu já tinha certa experiência, pratiquei apenas resolução de questões. Estudei por volta de 2 horas e meia líquidas, por dia, para o concurso do BRB. Em alguns dias, eu estudei um pouco mais que isso.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Lucas: Muitos candidatos fazem seus próprios resumos e anotações, mas, no meu caso, isso nunca funcionou muito, porque eu sempre perdia muito tempo com esse processo. Quando eu lia PDFs, apenas grifava as partes mais importantes para depois reler. Hoje existem várias ferramentas para isso. Acho esse procedimento mais rápido e simples. Além dos grifos, eu lia os resumos de algumas aulas, elaborados pelo Estratégia, e os mapas mentais. Também revia os prints que tirava das aulas. Todo dia eu tirava um tempo dos estudos para a revisão, o que considero essencial.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Lucas: A resolução de exercícios é fundamental para a preparação. Existem conteúdos de Direito Administrativo, por exemplo, que estudei há muitos anos e não esqueço mais, por causa da prática de resolver exercícios. Particularmente, acho a plataforma de questões do Estratégia excelente, pois, além de fornecer questões elaboradas pelas bancas, ainda fornece questões feitas pelos próprios professores, e isso é importante para disciplinas sobre as quais ainda não existe uma grande quantidade de questões elaboradas por bancas. No concurso do BRB, a quantidade de questões que eu fazia dependia da matéria que estava estudando no dia. Quando era Matemática, eu fazia umas 10 ou 15 questões, porque demandavam mais tempo. Em alguns dias, eu fazia 50 questões de outras matérias; em outros, mais de 100 questões. Ou seja, a quantidade de exercícios resolvidos por dia não foi tão regular. Realmente dependia da matéria.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Lucas: Na preparação para o BRB, lembro que “apanhei” no início com a parte de Conhecimentos Bancários, porque nunca havia estudado para concursos da área bancária e muitas coisas eram novas para mim. Havia vários produtos bancários para conhecer e alguns conceitos também. Então aceitei o desafio, foquei e estudei bastante.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Lucas: Na semana que antecedeu a prova do BRB, priorizei a resolução de muitas questões e a revisão de matérias importantes, como Conhecimentos Bancários e Matemática Financeira. Em todos os concursos que faço, eu tiro o sábado, véspera da prova, para descansar. Isso me deixa muito mais disposto e inteiro para o dia seguinte.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame?
Lucas: Toda banca tem um jeito particular de avaliar as provas discursivas. No concurso do BRB, a banca foi o Iades. Eu já tinha certa experiência de como eles cobravam, mas, mesmo assim, fui atrás de videoaulas para me lembrar de alguns aspectos que eles levam em conta. Recomendo aos concurseiros sempre fazerem isso durante a preparação. Além disso, é sempre bom praticar a escrita tomando por base o que o edital vai cobrar em termos de assunto. Outra coisa que fiz foi tentar diminuir um pouco a minha letra, para conseguir colocar mais conteúdos no texto. Quando a letra é muito grande, você tende a inserir pouco conteúdo e a redação fica mais pobre.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Lucas: Meu principal erro foi renunciar à vida social no primeiro momento. Fazer isso me deixou mais cansado, ansioso e triste. As horas de estudo não eram tão eficientes e eu não obtinha resultados. O segundo grande erro foi priorizar a quantidade em detrimento da qualidade. No início, quando saía um edital, eu queria estudar todas as matérias de uma vez em poucos dias. Não adianta. É melhor saber bem as matérias que mais caem e ter paciência. Por outro lado, meu maior acerto foi aperfeiçoar minha rotina, não somente estudando, mas tendo uma vida social, saindo, tirando um tempo para rezar e para praticar atividades físicas. Meu outro acerto foi focar mais em resolução de questões. Isso faz toda a diferença na preparação.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Lucas: Mesmo após algumas frustrações em concursos, nunca passou pela minha cabeça desistir. Em alguns casos, depois de não me sair tão bem na prova, eu tirei um tempo para descansar e esfriar a cabeça. Mas sempre tive a mentalidade de prosseguir. Sempre acreditei que um dia passaria em um concurso, pois meu desempenho foi melhorando ao longo dos anos, e isso me motivou a continuar estudando.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Lucas: Para quem está começando, e até mesmo para os que já têm alguns anos de jornada e não obtiveram resultados, minha primeira dica seria: estude corretamente. Foque nas disciplinas e nos temas que tendem a ser mais cobrados – sem, logicamente, abrir mão dos menos cobrados. Por exemplo, em Português, é impressionante o número de questões que as bancas elaboram sobre substituição de uma conjunção pela outra. Eu tinha uma folha escrita com várias conjunções e tentei decorar aquilo até a exaustão. Hoje eu acerto todas as questões sobre o assunto, e o Estratégia possui excelentes professores que podem te ajudar. Segunda dica: mantenha a disciplina, independentemente do seu estado emocional ou físico do dia. Em alguns dias, você vai dormir mal, em outros vai estar mais irritado ou mais cansado, mas mantenha sempre a constância e a paciência. Isso também pode ser praticado. Terceira dica: foque apenas em uma prova, ou, no máximo, em duas, quando os editais são bem parecidos.