Aprovada em 2° lugar para o cargo de Enfermeiro no concurso ALEMA
Concursos Públicos“Clareza sobre qual área quer seguir, obter bons materiais de estudo (invista em você com inteligência), trabalhar os bons hábitos e se priorizar são os principais critérios para iniciar essa jornada […]”
Confira nossa entrevista com Adriana Heleny Borralho De Araújo, aprovada em 2° lugar no concurso ALEMA para o cargo de Técnico de Gestão Administrativa – Enfermeiro:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-la. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Adriana Heleny Borralho De Araújo: Sou Enfermeira, graduada pela Universidade Federal do Maranhão desde 2011. Tenho 36 anos. Sou de São Luís – MA.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Adriana: Tenho uma irmã mais velha que se formou em Enfermagem quando eu estava na metade do meu curso. Ela teve muita dificuldade de conseguir um emprego e isso fez com que eu decidisse ser concursada para que não dependesse de favor de ninguém. No início do último período eu fiz meu primeiro concurso, pois queria começar a me testar e conhecer esse mundo. Para minha felicidade, eu passei e tive que colar grau especial para assumir. Minha turma formou normalmente em agosto de 2011 e eu me formei em junho, na sala da coordenação, sozinha com meus pais e minhas irmãs. Em julho de 2011 eu assumi meu primeiro concurso público.
Estratégia: Você trabalhava e estudava?
Adriana: Sim. Depois do meu primeiro concurso, fiz residência, fiz EBSERH e vários outros concursos Brasil afora, sempre estudando e trabalhando. Com esse também não foi diferente.
Planejamento e escolha das prioridades são os principais fatores para que se consiga conciliar. Temos de 16 a 18 horas por dia (tirando o sono que é importante), é preciso saber exatamente quais são as prioridades das horas que temos disponíveis quando não estamos trabalhando e fazer um bom planejamento com organização.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada?
Adriana: Minha trajetória é longa. A princípio, não penso em fazer outro concurso. ALEMA era um sonho desde 2013 quando eu soube que tinha vaga para Enfermagem, mas a prova já havia acontecido na época.
Fui aprovada nos dois primeiros concursos que fiz: Santa Helena (5º lugar de 13 vagas) e Pirapemas (11º lugar), ambos em 2011 (municípios do meu Estado). Santa Helena foi o concurso que assumi depois de colar grau especial e fiquei trabalhando por 2 anos.
Depois decidi fazer a prova da residência multiprofissional. Fui aprovada para a área de UTI, com apenas uma vaga. Pedi exoneração do concurso e durante os 2 anos que fiquei na residência eu fiz várias provas pelo Brasil.
Fui aprovada na Câmara de Recife (meu primeiro contato com a banca FGV), em 11º lugar.
Passei no cadastro de reservas no Hospital da Fundação Getúlio Vargas, em Sapucaia do Sul-RS e fui convocada ao final da residência (morei quase 6 meses no RS, trabalhando na UTI).
Passei no concurso da polícia militar de MG e na EBSERH de Fortaleza, mas logo depois passei na EBSERH de Recife, por isso não continuei os processos da entrega de títulos.
Depois da aprovação na EBSERH de Recife (em 2014) não estudei mais para concursos. Comecei a trabalhar na EBSERH em setembro de 2015 e em janeiro de 2016 fiz a prova para o mestrado de Gestão e Economia da Saúde na Universidade Federal de Pernambuco, sendo aprovada em 3º lugar.
Em 2017 eu voltei para São Luís devido problemas familiares. Cheguei a dar aula no Alfacon em 2021.
Como citei no início, a Assembleia era um sonho antigo, mas engavetado. Eu não tinha estímulo para estudar, pois não tinha certeza se iria ter vagas para Enfermagem. Só recomecei os estudos quando saiu o primeiro edital (da prova do ano passado que foi anulada). Estava sem estudar para concurso público há 8 anos.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos?
Adriana: Sim. Eu sempre tive meus momentos de lazer e divertimento, com equilíbrio, claro.
Eu deixava a vida social de lado por completo quando as provas se aproximavam. Geralmente, eu me isolava faltando de 15 dias a 1 mês para a prova (período de revisões intensas).
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseira?
Adriana: Sim. Sempre tive o apoio, principalmente, da minha família. Meus pais faziam questão de ajudar financeiramente como podiam, comprando livros, cursos e ajudando a custear as viagens. Minhas irmãs também sempre foram grandes incentivadoras.
Na época da EBSERH tive amigas que me ajudaram emprestando o apartamento para eu estudar com mais tranquilidade. Alguns amigos não entendem, cobram a presença, às vezes dizem que estamos exagerando, mas faz parte do processo.
Nesse último concurso da ALEMA, eu tive muito mais apoio do que críticas.
Hoje, casada, meu marido foi um grande companheiro e incentivador. No último mês eu me isolei em uma cabine de estudos e ele sempre me apoiou. Tomava conta das coisas da casa, levava comida para mim, fazia massagens nos dias que eu estava muito cansada e sempre me colocava para cima.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso?
Adriana: Bom, iniciei os estudos quando saiu o primeiro edital (da CEPERJ) em dezembro de 2021. Estudei bastante, no entanto, devido ao fato de a CEPERJ ser uma banca menos conhecida, não dava para ser um estudo bem direcionado. Depois que foi anulado eu praticamente parei os estudos, retornando quando saiu o edital pela FGV, em fevereiro de 2023. Ao todo, estudei cerca de 10 meses.
O mais importante para conseguir manter a disciplina é organizar os estudos, saber quais disciplinas serão estudadas no dia, quantas questões serão respondidas, ect. Quanto mais organizado e detalhado o planejamento e o cronograma, mais fácil será seguir os estudos.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Adriana: Eu costumo dizer que hoje só não se estuda quem não quer. Comprei vários cursos, mas também aproveitei muitos materiais gratuitos no Youtube. Eu utilizei todos os materiais possíveis. Fiz revisão de véspera presencial, utilizei livros, videoaulas, PDFs, plataformas de questões. As videoaulas são melhores porque você pode repetir a aula, voltar, pausar. Por isso, só opto pela presencial quando é de véspera para fazer a revisão. Na prova da ALEMA fez bastante diferença, me ajudou muito. Os livros são mais densos e gerais, então não acho que seja a melhor opção quando se tem pouco tempo de estudo.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Adriana: Em 2013 quando resolvi me preparar para a EBSERH.
Não cheguei a fazer a prova da EBSERH do HUUFMA, pois na época eu realmente gostaria de morar fora. Em dezembro de 2013 eu resolvi me preparar para os concursos da EBSERH e optei pelo Estratégia Concursos.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos?
Adriana: Em 2013 eu realmente não me recordo. Para o concurso da ALEMA, comprei um curso específico de informática e de enfermagem. O que mais me incomodou foram os materiais em PDF que não achei muito bons.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material?
Adriana: Não. Apenas a primeira prova da ALEMA. Fiquei na posição 50ª.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação?
Adriana: Sim. Quando conheci o Estratégia, ainda foi em uma época que tinha bastante cursinho presencial, lembro que senti uma diferença muito grande por estudar em casa e por videoaulas.
Nesse último concurso da ALEMA, optei pelo Estratégia por conta de alguns professores e dos materiais direcionados à banca FGV. A reta final com todas as disciplinas e as aulas voltadas para a banca FGV (especialmente da professora Adriana Figueiredo) foram essenciais para minha aprovação.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Adriana: Planejei de acordo com as dificuldades que eu tinha, com os pesos das disciplinas e com os assuntos mais cobrados pela banca.
Como para a prova da FGV não tinha pontuação maior em alguma disciplina, foquei especialmente em português e enfermagem por terem mais questões.
A prova de Português da FGV é diferenciada, então, eu tive um foco especial nessa disciplina. Até abril de 2023 eu estudava 2 dias só a disciplina de português com assuntos variados (2 a 3 assuntos) e 2 dias de enfermagem também com assuntos variados, 1 dia legislação e 1 dia informática. Às vezes fazia revisões com questões no final de semana. Após abril, eu revezava as semanas. Uma semana eu estudava 2 dias de informática e 1 dia de legislação e na outra, 2 dias de legislação e 1 de informática, utilizando, principalmente, o estudo reverso.
Eu segui a seguinte estratégia: foquei em Legislação e Informática no início do ano, fiz meus cadernos de resumos e a partir de abril eu só respondia questões e revisava essas disciplinas. Eu estudava, em média, de 20 a 30 horas por semana. Por dia, estudava cerca de 3 a 4 horas líquidas.
Eu fiz curso de redação para a primeira prova da CEPERJ, então, dessa vez eu só treinei redação nos dois últimos meses.
Faltando 15 dias para a prova, eu tirei férias, então aumentei o tempo de estudo. Estudava cerca de 6 a 8 horas por dia e focava mais em questões, estudando os assuntos a partir delas.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Adriana: Resumos, questões, flash cards e simulados.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios?
Adriana: Nossa! Não tenho ideia de quantas questões eu resolvi. A resolução de questões com o estudo direcionado a partir delas, é, sem dúvida, uma das melhores estratégias a se utilizar.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade?
Adriana: Sem dúvidas nenhuma, informática. Português da FGV é sempre um desafio, mas informática eu realmente não sabia absolutamente nada e não gostava de estudar. A superação aconteceu com o pensamento e a consciência de que eu precisava dela para a minha aprovação, então a partir daquele momento eu teria que vê-la como uma coisa boa. Mudei minha mentalidade, todos os dias eu tentava internalizar que era uma disciplina boa de estudar, que eu tinha total capacidade de aprender e mergulhei de cabeça. Alguns momentos são difíceis, a gente começa a errar muitas questões, acha que não vai conseguir, mas é preciso confiar, trabalhar a mente para não se deixar abater.
E posso dizer que uma das minhas maiores vitórias com esse concurso foi ter fechado a prova de informática, pois eu provei a mim mesma que é possível se superar!
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Adriana: Entrega total. Acordava às 6 da manhã e dormia às 22 ou 23h. Focava especialmente nas revisões com questões.
Eu tive alguns eventos importantes que deixei de ir. Praticamente não saía da cabine de estudos.
Foi uma semana de estudo intenso, mas sempre com minhas pequenas pausas. Sempre priorizei as pausas para relaxar a mente.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame?
Adriana: Eu treinei bastante redação em 2022, quando teve a prova pela banca CEPERJ, pois apesar de gostar muito de redação, eu não já não fazia há muito tempo. Fiz um curso só de redação na época e toda semana eu treinava uma. Fiz 8 redações. Como já havia me preparado bem ano passado, esse ano eu deixei para treinar mais perto da prova. Ainda treinei 4 redações.
Bom, eu indico a seguinte estratégia: buscar ler sobre assuntos gerais (ex.: meio ambiente; direitos das minorias; uso de tecnologias etc.); escrever, no mínimo, uma redação de 15 em 15 dias (escrever de 5 a 10 redações antes da prova) e treinar o tempo com simulados. Se possível, pagar pelo menos para um professor corrigir a redação.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Adriana: Considero meus principais erros: comecei a estudar após publicação do edital (no caso para a primeira prova – da CEPERJ – que eu fiquei na posição 50ª); foquei muito em teoria em alguns assuntos, e acabei perdendo um pouco mais de tempo e no momento da prova, troquei alternativas no momento do gabarito (fizeram muita diferença no resultado final).
Principais acertos: diversifiquei meus materiais de estudo; respondi muitas questões comentadas e direcionadas para a banca; foquei em Português de forma direcionada para a FGV (a professora Adriana foi essencial com as aulas das “novas perspectivas da FGV”); treinei bastante redação; fiz simulados e fiz exercícios para aliviar a ansiedade.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir?
Adriana: Em desistir especificamente, não. Posso dizer que teve um momento em que eu cansei e dei uma relaxada nos estudos.
Em um dia que eu estava em um plantão super conturbado no hospital, eu cheguei em casa pensando no tanto que eu já tinha estudado para o concurso da ALEMA, como eu queria sair dessa vida de plantão em hospital e que eu não ia entregar os pontos naquele momento. Já havia gastado muita energia para “morrer na praia” assim.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Adriana: Clareza sobre qual área quer seguir, obter bons materiais de estudo (invista em você com inteligência), trabalhar os bons hábitos e se priorizar são os principais critérios para iniciar essa jornada.
A primeira coisa que a pessoa tem que se perguntar é se está disposta realmente a viver esse processo. Como tudo na vida, os concursos mais difíceis exigem da gente dedicação, resiliência e fé, mas eu sempre digo que só não chega lá aquele que para no meio do caminho. A diferença de quem conseguiu para que não conseguiu, foi que o primeiro não desistiu.
Eu não sou melhor que ninguém, pelo contrário, sou uma pessoa mediana que fez as escolhas certas, estudou, acreditou (inclusive quando muitas pessoas desacreditaram), não se abateu diante das dificuldades e deu o seu melhor.
Faça a sua parte, viva o processo, tenha fé que a vitória certamente chegará.