Aprovado em 4° lugar no CNU (Bloco 7 - MJSP) para o cargo de Analista Técnico-Administrativo
Concursos Públicos“Aos iniciantes, tenham paciência e perseverança. Parece algo meio clichê, mas é a pura verdade: Concurso público é um projeto de médio a longo prazo, raros são os casos de pessoas que são aprovadas no primeiro concurso […]”
Confira a nossa entrevista com Patric Aparecido Pereira Mendes, aprovado em 4° lugar no CNU (Bloco 7 – MJSP) para o cargo de Analista Técnico-Administrativo:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Patric Aparecido Pereira Mendes: O meu nome é Patric, tenho 29 anos e sou natural de Arinos – MG. Sou formado em Administração pela Universidade de Brasília (UnB) e, atualmente, curso Direito também na Universidade de Brasília (UnB).
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Patric: A decisão de começar a estudar para concursos, surgiu quando eu estagiava em uma autarquia pública no ano de 2015, em que o meu supervisor começou a me incentivar a estudar me mostrando o contracheque dele e disse que era pra eu estudar para passar a receber o que ele recebia à época.
Porém, essa decisão foi amadurecendo com o tempo, ainda mais quando eu passei a buscar oportunidades na iniciativa privada e, nessas idas, eu nunca conseguia uma oportunidade. Eu tenho uma teoria em relação a isso, por ser uma pessoa que gagueja, as empresas muitas vezes ainda há essa cultura do preconceito em relação às pessoas que possuem alguma limitação, sendo considerada uma deficiência ou não. E, foi nesse momento, em que o desejo pelo concurso público se aflorou. Vi na seleção, uma maneira de conseguir me inserir no mercado de trabalho por esforço meu sem ter, muitas das vezes, a minha capacidade reduzida apenas pelo fato de ser gago.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Patric: Antes de 2023, eu estagiava e fazia faculdade e, nesse período, conciliando o tempo livre e finais de semana com os estudos. Sempre estudei e estagiei no período da faculdade.
Após uma nomeação no Conselho Regional de Odontologia de São Paulo, o qual eu fiz a prova em 2020 (se não me engano), me mudei para São Paulo e lá tive que me adaptar a uma nova rotina, mas, da mesma forma, trabalhando e estudando nos momentos que conseguia, principalmente aos fins de semana.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Patric: Eu fui aprovado em alguns, porém, a tão sonhada nomeação só veio em 2023, no Conselho Federal de Odontologia de São Paulo.
Como citei anteriormente, comecei a estudar para concursos lá em meados de 2015. Nesse período, fui aprovado no concurso do INSS em 2016, que foi a primeira aprovação e que me fez enxergar que era possível.
Após isso, veio a aprovação em 2020 ou 2021 para o concurso do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo, em que fiquei em 11º para o cargo de Assistente Administrativo.
Depois, vieram as aprovações mais recentes: TRF em 82º para o cargo de Técnico Judiciário e 32º para o Cargo de Oficial de Justiça. No TRE-DF, fiquei em 15º para o cargo de Técnico Judiciário e em 39º para o cargo de Analista Administrativo – Área Administrativa, esse ainda é o resultado extraoficial, pois ainda não há resultado definitivo.
Atualmente, eu sou empregado público na EBSERH, fui aprovado em 6º lugar no último concurso e tomei posse no início de março.
E também aprovado no primeiro CNU, em 4º lugar para o cargo de Analista Técnico-Administrativo, este tendo notícias de que a nomeação sairá daqui a pouco.
Há outras aprovações ainda como no Conselho Federal de Odontologia, no Instituto Federal de Brasília e no Conselho Federal de Odontologia, esse ainda em fase recursal, mas já com classificação provisória.
Sim, eu pretendo continuar estudando. Não sei ainda quando irei parar, não tenho ideia de quando chegarei em um cargo e direi: Acho que já deu, vou aposentar a caneta preta, porém, agora quero focar nas áreas de bachareis em Direito, fazer concursos para AJAJ e afins.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Patric: Não fui adepto à rotina radical, em abdicar de tudo apenas para estudar. Primeiro, porque eu precisava estudar e estagiar para ajudar em casa. E, segundo, porque eu acredito no equilíbrio, em que eu precisava de momentos de distrações e lazer para eu manter a constância nos estudos e, principalmente, manter a perseverança.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Patric: A minha família e os meus amigos (Hélio e Gustavo) foram os meus maiores apoiadores nessa caminhada. Sempre que eu desanimava, eles me davam ânimo para continuar estudando e mantendo o foco no propósito.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Patric: A história do CNU é um pouco engraçada e um pouco de milagre (eu acredito). Eu estudei para o CNU até dias antes do adiamento, depois que houve o adiamento eu mudei o foco e fui estudar para o concurso do TRF 1 e, confesso que depois desse adiamento, eu não estudei mais especificamente para o CNU e foquei minhas forças no TR 1, em que já havia edital e minha vontade era voltar para Brasília, pois nesse momento de preparação eu morava em São Paulo (SP).
Não sei precisar quanto tempo eu estudei, mas estudei até o dia do primeiro adiamento da prova e depois disso só fui mesmo fazer a prova.
Eu era daqueles concurseiros “desesperados” que atiravam para todo lado. Hoje, eu passei a direcionar melhor os meus estudos e as provas que irei fazer.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Patric: Eu utilizei muito mais os PDFs completos, eu tinha/tenho medo de cair algo na prova que eu não tenha visto e, por isso, eu focava nos PDFs completos. E sempre resolvi as questões que vinham ao final para poder fixar o conteúdo.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Patric: O Estratégia eu conheci através de propagandas na internet e decidi assinar para estudar.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Patric: Com o Estratégia e seus PDF, eu realmente aprendi a estudar lendo, antes eu não sabia estudar com livros, apenas estudava por videoaulas e pela didática dos PDFs do Estratégia em melhorei meu modo de leitura e aprendi a fixar o conteúdo lendo.
Quando eu tinha as Trilhas Estratégicas na minha assinatura, eu usava elas como direcionamento, depois que passei a utilizar a Assinatura Básica, comecei a utilizar os ensinamentos que aprendi com a Trilha e passei a estudar por ciclos de estudos.
As questões dos PDFs foram fundamentais para fixação do conteúdo, há PDFs com centenas de questões e isso me ajudou a praticar bastante os conteúdos.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Patric: Não costumava a calcular horas líquidas para não me pressionar e não aumentar minha ansiedade, porque a gente se compara muito com os outros e quando via alguém dizendo que estudava 6h líquidas ou mais por dia, isso me dava a sensação de que a aprovação nunca viria e, por esse motivo, não calculava as minhas horas.
Dessa forma, eu estava todas as matérias do edital cada uma por 2h ou 2h30 e depois seguia para a próxima disciplina do ciclo e quando terminava, focava em questões para manter sempre a matéria fresca na cabeça.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Patric: As minhas revisões eram focadas, exclusivamente, em ler os PDFs novamente, do zero e fazer questões. Não usei resumos e nenhum outro tipo de anotação.
Havia finais de semana em que eu fazia os simulados, mas o foco basicamente era em ler novamente o PDF e fazer questões. Quando eu estava com um nível de cansaço eu assistia às videoaulas como forma de revisão para não ficar sem estudar.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Patric: Vou citar o exemplo do concurso do TSE Unificado, nas minhas contas de planilha (sim sou meio atrasado ainda) eu havia feito mais 2 mil questões.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Patric: Ainda tenho. O meu calcanhar de aquiles é Português, eu vejo muito as aulas da professora Adriana Figueiredo e melhorei bastante nas provas com as aulas dela. E continuo assistindo para melhorar cada vez mais, pois a didática dela é incrível.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Patric: Na semana de prova, a minha rotina não mudou nada, continuei fazendo o que eu fazia todos os dias, estudando normalmente. E, aos sábados que antecederam as provas,eu sempre procurei relaxar, fazer algo diferente que não era estudar para tentar diminuir a ansiedade.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Patric: Os meus principais erros no começo, foram não levar tão a sério o estudo para concursos, acredito que isso tenha feito com que eu demorasse tanto para ser aprovado em algo e também não fazer muitos exercícios, antes eu raramente focava nos exercícios, hoje, eles são o meu principal método de revisão.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Patric: Todos os dias, estudar pra concurso é algo doloroso e incerto e cada reprovação que eu tinha, que foram milhares, eu me desanimava, mas algo que eu sempre dizia para as pessoas que ser servidor/empregado público era o plano A, B, C,…,Z. Era concurso ou nada! E como eu tinha quase certeza de que não conseguiria emprego na iniciativa privada, por conta do preconceito com a gagueira, eu não via outra opção e continuava estudando. Sem falar no apoio que sempre tive da minha família e amigos.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Patric: Quero deixar essa mensagem, principalmente, para as pessoas que têm alguma limitação (sendo pessoa com deficiência ou não) e que querem em busca de um oportunidade de vida e sem serem julgados por algo que não puderam escolher que enxerguem no concurso público um meio de que é possível ser valorizado e de que com esforço é mudar mudar a nossa história e de quem vive ao nosso redor.
Aos iniciantes, tenham paciência e perseverança. Parece algo meio clichê, mas é a pura verdade: Concurso público é um projeto de médio a longo prazo, raros são os casos de pessoas que são aprovadas no primeiro concurso. A questão central é não desistir, ter muita fé, estudar e fazer milhares de questões, porque um dia você chega lá!