“Quando a gente começa a estudar para concursos, parece algo quase impossível passar em um. E a gente fica achando isso até que de repente a gente chegue muito perto de passar, e começa a ver que esse sonho é alcançável […]“

Confira nossa entrevista com Flavio Rodrigues de Queiroz Macedo, aprovado em 2° lugar no CNU (Bloco 3 – MGI) para o cargo de Analista de Infraestrutura/Geociências:

Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?

Flavio Rodrigues de Queiroz Macedo: Boa tarde, meu nome é Flávio Rodrigues de Queiroz Macedo, tenho 37 anos, nascido em Brasília-DF onde moro atualmente também, junto com minha filha mais velha e minha mulher, sou formado em geografia pela UnB, e tenho especialização em Gestão Urbana e Sustentabilidade.

Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?

Flavio: Desde os 18 anos minha mãe me estimulava bastante a estudar e participar de vários concursos, os quais não levei muito a sério até os 22 anos, mas ao menos frequentei as aulas de disciplinas que sempre caem em concurso, como Direito Administrativo, Direito Constitucional e Redação, que de certa forma construíram uma base de conhecimento. A partir dos 22 anos decidi que não iria fazer mais todo e qualquer concurso, como sempre defendeu minha mãe, me dedicando apenas aos concursos de área ambiental, biológicas, agrárias e engenharias. Comecei a melhorar aos poucos, mas foi o nascimento da minha primeira filha, quando eu tinha 24 anos, que acendeu o sinal de alerta de que eu não poderia mais levar os estudos pra concurso meio a sério, ou era por completo, ou era melhor tentar outra coisa. Na minha cabeça, a partir daquele momento, se eu morresse de fome, se eu passasse necessidade no futuro, não seria só eu o prejudicado, e desde então todo concurso que eu prestasse eu deveria me dedicar como se fosse a coisa mais importante da minha vida. 

Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava? 

Flavio: Enquanto estudava estava trabalhando de 8h às 17h. Para esse último concurso do CNU, e para os últimos concursos que fiz desde 2014 a estratégia foi a mesma, e difere um pouco do que prega a maioria dos especialistas, mas funciona pra mim. Usualmente vejo vídeos de especialistas em estudos recomendando o estudo constante, de longo prazo, e bem antes da publicação do edital, se dedicando ao estudo 1h ou 2h por dia. No entanto, eu não consigo me encaixar nesse método, pois fico entediado, desmotivado e com receio de o concurso nunca acontecer, ou acontecer mas o conteúdo programático ser completamente diferente do edital lançado. Para mim o edital foi lançado, e a data da prova funciona com um super estímulo, e eu mudo completamente meus hábitos. Minha noite de sono de 7h passa a ser de 4h, paro de ir na academia todos os dias e passo a ir apenas em 1 ou 2 dias na semana. O futebol de toda segunda-feira só volta depois da prova, deixo de sair todos os fins de semana e passo a sair talvez 1 vez no mês. O hábito de cozinhar fim de semana para o restante da semana passa a ser um descanso mental, e mesmo assim ainda o faço assistindo aulas mais “leves” que não precisam de tanta atenção. Logicamente minha filha e minha mulher acabam não curtindo esse meu momento, mas elas são super parceiras. Resumidamente, minha rotina após a divulgação do edital era acordar às 6h, levar minha filha na escola às 7h, trabalhar das 8h às 17h, buscar minha filha na escola, jantar e conversar com a família entre 18h e 20h, e depois estudar entre as 20h e 2h da madrugada, quando então eu iria dormir. Por ser uma rotina pesada, apesar de funcionar pra mim, só consigo mantê-la por no máximo 2 ou 3 meses. Como a prova do CNU foi adiada às vésperas de acontecer, eu não consegui mais manter essa rotina, voltei à minha rotina normal, parei de estudar e apenas relaxei nos meses seguintes até a nova data de realização da prova. 

Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?

Flavio: 2008 participei de 27 concursos. Tenho anotado em planilha a colocação nota e resultado de todos eles. Aprovação veio em alguns, mas ser convocado para assumir  o cargo efetivo foram 3 deles. Em 2014 tomei posse como Especialista em Meio Ambiente e Recursos Hídricos no Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado da Bahia – INEMA/BA, fiquei em 2º lugar na especialidade Meio Ambiente e Sociedade. Em 2020 tomei posse como Gestor em Políticas Públicas e Gestão Governamental (PPGG) no Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal – SLU/DF, fiquei em 4º lugar na especialidade Modernização de Gestão das Atividades de Resíduos Sólidos. E agora, em janeiro de 2025, tomei posse como Auditor Fiscal de Atividades Urbanas no Instituto Brasília Ambiental – IBRAM/DF, concurso em que fiquei na 28ª colocação na especialidade Controle Ambiental. 

Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?

Flavio: Fora do período de edital publicado tenho vida social bastante frequente, costumo sair sexta, sábado e domingo, e às vezes quinta, jogo futebol com amigos 1 a 2 vezes na semana, gosto de um churrasco no fim de semana, gastar horas na feira do sábado, tomar uma cervejinha com os amigos, feijoada com a família, um samba, etc… A partida da publicação do edital, me limito a um jantar fora com a família, ou uma passada de 30 minutos no almoço de domingo na casa da sogra. Como é por 2 ou 3 meses, consigo fazer isso, mas como a data da prova do CNU foi adiada nas vésperas de acontecer, não consegui mais continuar essa rotina, e passei o período entre a primeira e a segunda data de realização da prova seguindo minha vida normal e socializando com a frequência usual. 

Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?

Flavio: Já houve momentos de stress por conta da minha rotina de estudo, mas no geral minha filha e minha mulher, que estão mais próximas de mim, entendem bem, e hoje em dia me ajudam bastante na rotina desses “sprints”. Os familiares mais distantes e os amigos às vezes não entendem bem o motivo do “desaparecimento”, mas depois de 3 meses tudo volta ao normal.

Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?

Flavio: Estudei por 3 meses, por 4 a 6h por dia. Logicamente que por conta do histórico de estudo para outros concursos, já tenho uma base de conhecimento formada, de forma que não foram só os 3 meses de estudo que foram responsáveis pela aprovação. 

Para manter a disciplina eu faço um “edital verticalizado” e colo na frente da minha área de estudo em casa, Coloco nesse documento o nome do cargo, a data da prova, a remuneração e o conteúdo da prova, de forma que vou estudando e riscando no papel o conteúdo estudado. Só de ver essa lista sendo riscada já dá uma sensação boa de dever sendo cumprido. às vezes quando penso em desistir, ou quando estou meio cansado, me forçou a olhar para a remuneração, que coloco escrita em negrito e em cor diferente do restante do texto, geralmente isso me ajuda a dar aquele último gás do dia. 

Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação? 

Flavio: Meu material principal são as videoaulas. Quando as aulas têm slides baixáveis, eu os baixo para fazer anotações em cima do arquivo de slide, isso ajuda bastante na minha memória visual em revisões. Quando não há slides baixáveis, baixo um pdf do assunto mesmo, e vou fazendo anotações nele enquanto assisto a videoaula. Utilizo um notebook para assistir as videoaulas, e um tablet onde faço as anotações das aulas. Além disso, tenho cadernos de resumos antigos que fiz para outros concursos, e que de vez em quando acesso eles de novo. 

Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos? 

Flavio: Vou ser sincero, descobri o Estratégia por meio de uma colega. Eu já tinha assinatura de outro curso para concurso, mas ao passear pelo portal do Estratégia, percebi que, no que diz respeito a conteúdos de áreas específicas, como é a área de ambientais, agrárias e biológicas, o Estratégia costuma ser mais completo e subir as aulas mais rápido, dando mais tempo de estudo para o candidato.

Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente? 

Flavio: Sim. Outro cursinho me parece bom nas áreas de conteúdo geral na área de administração pública, direito administrativo, constitucional etc.. mas tem uma grande dificuldade de oferecer bons cursos, com bons professores, e em tempo razoável quando os concursos tem conteúdos específicos nas áreas de ambientais, agrárias, biológicas e engenharias. 

Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia? 

Flavio: Continuei usando as videoaulas como material principal, porém agora com mais tempo pois quase todas as aulas estavam disponíveis em poucas semanas após o lançamento do edital. 

Estratégia: Como montou seu plano de estudos? 

Flavio: Não costumo estudar várias matérias ao mesmo tempo. Vou seguindo a sequência dos vídeos apresentados, sendo que quando estou mais cansado costumo assistir aulas que imagino que terei mais facilidade. Ao final dos estudos de um conteúdo, faço 20 questões relacionadas e passo para o próximo. Se acertar mais de 70 a 80% das questões eu não volto mais a vê-lo. Se acertei menos de 70% a 80% das questões, eu vejo que especificamente estou tendo dificuldade e assisto aquelas aulas de novo. Se ainda assim não estiver tendo bom rendimento neste conteúdo eu marco um sinal na frente dele no edital verticalizado e sigo para o próximo conteúdo e se der tempo lá nos últimos dias pré prova volto a estudá-lo. Costumo estudar de 20h às 2h da madrugada mas nunca calculei horas líquidas, imagino que deva dar umas 4 horas. 

Estratégia: Como fazia suas revisões? 

Flavio: Pego os slides da aula e faço anotações sobre ele. Nos últimos dias antes da prova dou uma “passada de olho” neste material. Costumo fazer um simulado logo quando sai o edital e depois mais 2 ou 3 durante o período de estudo. 

Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?

Flavio: A resolução de exercícios é uma das partes mais importantes na minha opinião. Ela baliza se vou estudar ou não um conteúdo quando se publica  o edital, e se depois de estudado preciso estudá-lo de novo ou não. Além disso, há uma pratica que adquiri que fez total diferença nos meus estudos para concursos. Depois que sai o gabarito de uma prova, costumo pegá-la novamente e entender cada questão que errei, tenho a impressão de que antes de assumir esta prática eu errava questões muito semelhantes, prova após prova.

Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?

Flavio: Dificuldade eu tenho com vários conteúdos, português, direito administrativo e constitucional  são matérias que estudo há 15 anos e erro muito até hoje, sempre estou aprendendo algo novo, mas não estudo nenhum conteúdo pra gabaritar, dou meu máximo durante os meses de estudo, e se não tiver dominando alguma coisa está tudo bem, vou fazer a prova com a tranquilidade de que mesmo não entendendo de tudo tenho a certeza que fiz o melhor que pude. 

Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?

Flavio: Não estudei nos últimos 2 meses antes da prova do CNU por conta do adiamento. Mas geralmente em outros concursos a última semana é só de revisão e o dia antes da prova de relaxamento, ver um filme, jantar com a família, etc.. No sábado antes da prova do CNU eu fiz a feira pela manhã, cozinhei a comida da semana, saí para procurar apartamento para alugar com minha mulher e no final do dia saímos eu, ela e minha filha pra jantar um cachorro quente. Nesse dia dormi cedo. 

Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?

Flavio: Já fiz um bom curso de redação presencial há uns 15 anos, com duração de 4 meses, e desde então trato apenas de saber detalhes específicos sobre a banca organizadora. No caso do CNU, na última semana antes da prova vi alguns vídeos no Youtube , de diversos autores, dando dicas de como fazer a prova  discursiva da cesgranrio e de como ela é corrigida. Não me considero excelente em redação e por conta disso não sei se posso recomendar algo, mas um bom curso de redação com certeza faz diferença. 

Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?

Flavio: Acho que meu principal acerto foi dar atenção ao período pós-prova. Após criar a prática de resolver os exercícios que errei após a prova, percebi que parei de errar as mesmas coisas sempre e comecei a ter uma melhora contínua e permanente do meu rendimento em concursos públicos. 

Meu principal erro foi justamente não ter visto a importância deste período desde cedo, pois eu poderia ser ainda mais eficiente.

Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?

Flavio: Em relação ao CNU, quando a data de realização da prova foi adiada, eu literalmente desisti de continuar estudando. 

Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!

Flavio: Quando a gente começa a estudar para concursos, parece algo quase impossível passar em um. E a gente fica achando isso até que de repente a gente chegue muito perto de passar, e começa a ver que esse sonho é alcançável. Com o tempo a gente vai estudando mais e mais, passa em alguns concursos e não é chamado, daqui a pouco passa dentro das vagas e essa passa a ser uma realidade normalizada. Se você acha que é impossível passar em um concurso, começa a levar a sério os estudos, assuma a estratégia que dá certo pra você, e vai comparando suas notas com as notas anteriores. É quase certo que você vai notar evolução.