Aprovado em 1° lugar (CR) no concurso STJ para Analista Judiciário - Contadoria
Tribunais
“Acho que a constância é o principal fator para concurso, alinhada com uma autocrítica constante sobre o que se pode melhorar e o que melhorou. Comemore as pequenas vitórias, assim como eu fiz. […]”
Confira nossa entrevista com Ney Júnio Souza, aprovado em 1° lugar (CR) no concurso STJ para o cargo de Analista Judiciário – Área Apoio Especializado – Especialidade Contadoria (Cotas):
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Ney Júnio Souza: Sou formado em ciências contábeis, tenho 28 anos e fui criado em Novo Gama-GO, uma cidade do entorno de Brasília-DF.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Ney Júnio: Durante a pandemia, eu trabalhava em uma rede de hospitais perto de casa e fui transferido para um local distante. Trabalhava em regime de 12×36 e, com a mudança, a rotina de ônibus se tornou bastante desgastante. No meio da pandemia, resolvi voltar para a faculdade que havia largado. Após alguns acontecimentos no trabalho, decidi pedir demissão para focar no estudo para concurso.
Estratégia: Você trabalhava e estudava?
Ney Júnio: Pedi demissão no final de 2020 e durante o ano de 2021 fiquei apenas em casa estudando. No entanto, no meio da pandemia, com a incerteza dos concursos, foi um pouco difícil manter o foco. No final de 2021, aceitei um estágio no Ministério da Economia. Então, eu estudava das 6h da manhã até umas 9h30, começava a me arrumar para o estágio, tinha que sair de casa umas 10h30. Por morar no entorno de Brasília, levava até 2h para chegar no Plano Piloto, dependendo do trânsito. Entrava no estágio às 12h e saía às 18h. Além disso, fazia faculdade no Gama, uma Região Administrativa de Brasília, o que adicionava mais um trajeto de 1h30 até a faculdade. Geralmente, a aula ia até umas 22h15/22h30, tinha que pegar um circular até a rodoviária do Gama e depois o ônibus para o Novo Gama ou o circular da Santa Maria e fazer uma caminhada de uns 15 minutos até chegar em casa, chegando por volta das 00h20.
No final de 2022, comecei no meu primeiro trabalho no serviço público. Minha rotina permaneceu quase inalterada, pois trabalhava 6h à tarde, apenas substituí o estágio em órgão público pelo cargo efetivo, e que substituição. Formei-me no final de 2023. A partir daí, começou a saga de estudar para concurso de contador e passar no CRC. Estudava pela manhã até umas 10h/10h30, começava a me arrumar para o serviço, no qual entrava às 13h30 e saía às 19h30, chegando em casa às 21h30. Tomava um banho, jantava e ia resolver exercícios.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado?
Ney Júnio: Acho que os mais marcantes são o 22º (ppp) lugar para assistente em administração da UnB, 1º (ppp) lugar para contador da Emater-DF, 9º (ppp) lugar para Analista Judiciário – Área Especializada CONTADOR do TJGO. Fiquei entre as 10 maiores notas do exame de suficiência do CFC pelo estado de Goiás e fui chamado para uma cerimônia, mas não fui. Fui também o 1º (ppp) colocado para Analista Judiciário – Área Especializada Contadoria do STJ.
Sim, pretendo continuar estudando buscando uma vaga na área fiscal.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos?
Ney Júnio: Durante toda a preparação, eu tinha momentos em que saía com amigos e família, mas perto da prova, eu ficava 100% focado.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro?
Ney Júnio: Quando decidi pedir demissão, conversei com minha mãe e meu pai. Eles são separados, e moro com minha mãe. Pedi a eles um prazo de 2 anos para passar e tomar posse em algum concurso. Caso não conseguisse, voltaria a trabalhar. Minha mãe, a princípio, ficou relutante, pois eu perderia o convênio médico no meio de uma pandemia, mas depois de ver que eu estava decidido, ela me apoiou e disse que eu poderia ficar tranquilo em casa sem me preocupar. Meu pai me apoiou e se dispôs a pagar minha faculdade e me ajudar financeiramente. Ele é vendedor de carro autônomo, e eu o ajudava nesse período.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso?
Ney Júnio: Para o concurso do STJ, não foi um período grande. No órgão em que trabalho, houve greve no começo de 2024 e aproveitei a diminuição do volume de trabalho para focar no concurso de Auditor do STN, no qual não consegui a aprovação. Depois da prova do STN, fiquei um tempo sem estudar, até sair o edital para o STJ. Após a reprovação no STN, estava um pouco cansado e iria focar em algo de mais longo prazo, meu foco seria o MPU. Contudo, eu tinha férias vencidas de 2023, que iriam expirar em dezembro de 2024, então decidi tirá-las para estudar para o STJ. Dividi em 3 períodos, começando no começo de novembro e terminando depois da prova do STJ. Estudei todos os dias até a prova.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Ney Júnio: Durante minha preparação, estudei mais por PDF. Depois de começar a estudar para contador, incluí entre os materiais os CPCs, MCASP e MTO.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Ney Júnio: Quando comecei a estudar para concurso, testei os principais materiais, e o qual eu mais me adaptei foi do Estratégia pela sua qualidade nos PDF’s.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação?
Ney Júnio: A qualidade dos PDFs, a marcação dos aprovados e a versão simplificada.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Ney Júnio: Eu mesclava matérias que tinha facilidade com matérias que eu tinha certa resistência. Estudava entre 4h e 5h por dia.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Ney Júnio: Fazia as revisões por questões erradas e alguns resumos que fiz ao longo dos anos de estudos.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios?
Ney Júnio: Acho que um grande diferencial na minha preparação foi a resolução de questões. Fiz muitas questões. Tenho um mantra de que posso até não aprender a matéria, mas por meio de questões vou gravar a matéria no fundo da minha cabeça. Foram mais de 50.000 questões. Sempre que começava um novo edital, zerava as questões resolvidas.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade?
Ney Júnio: Minha maior dificuldade na vida é a matéria de português. Resolvi questão até não aguentar mais, sentia que nunca ia aprender, e até hoje sinto que não sei, mas que eu precisava acertar na prova. Hoje brinco que não sei português, mas sei resolver uma prova.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Ney Júnio: Foi bem intensa, resolvendo questões e vendo resumos. No entanto, não tinha fechado o edital pelo pouco tempo de estudo direcionado. Mas estava tranquilo para a prova, não era a prova da minha vida, meu foco era o MPU, qualquer coisa que acontecesse era lucro. O que aconteceu foi o 1º lugar nas cotas, acabei nem indo fazer a prova do MPU depois do resultado.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Ney Júnio: A discursiva para contador foi específica. Eu estava com um bom domínio da matéria e, se caísse o que eu soubesse, iria bem. E, por sorte, caiu algo que eu estava vendo há um tempo, foi sobre as contas do Balanço Patrimonial. Mas, ainda assim, deu um branco na hora da prova que eu esqueci 2 contas, não tirei nota máxima no conteúdo, fiquei com 36 de 40. E, por negligência e falta de atenção, tive erros bobos na redação que me fizeram perder muitos pontos, a maioria acentuação.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Ney Júnio: Os principais erros foram não produzir material revisional e demorar a fazer um caderno de erros de questões. O principal acerto foi a constância nos estudos. O estudo constante é um grande diferencial.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Ney Júnio: Sim, quando eu pedi demissão do emprego, o edital da PGDF estava aberto e foi suspenso por conta da pandemia. Ele era meu foco de estudo, meu primeiro concurso direcionado. Estudei bastante, mas não estudei bem. Fui muito mal na prova, depois da prova não sabia se queria continuar estudando, pensava que concurso não era para mim. Não teve uma motivação específica, mas eu tinha mais 1 ano do combinado com meus pais e nada a perder. Se falhasse nesse 1 ano, voltaria para a CLT e estava pronto para caso falhasse. Resolvi que iria tentar. Minha nomeação aconteceu quando venceram meus 2 anos. Minha demissão aconteceu dia 17/11/2020 e minha nomeação aconteceu dia 22/11/2022, tomei posse dia 22/12/2022.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Ney Júnio: Acho que a constância é o principal fator para concurso, alinhada com uma autocrítica constante sobre o que se pode melhorar e o que melhorou. Comemore as pequenas vitórias, assim como eu fiz. Fiz muitas provas, algumas eu fui bem em algo específico que tinha dificuldade. Em vez de ficar triste pela reprovação, foquei no que eu melhorei e no que eu poderia melhorar para a próxima. Concurso sempre tem o próximo.