Aprovado em 2° lugar no concurso TCU para o cargo de Técnico Federal de Controle Externo
Tribunais de Contas (TCU, TCE, TCM)“[…] o que fez diferença foi entender que a disciplina é mais importante do que a motivação: mesmo nos dias em que a vontade de estudar era menor, eu me concentrava em fazer o que precisava ser feito, mantendo a rotina e o compromisso com o objetivo final”
Confira nossa entrevista com Henrique Campos Amaral Oliveira, aprovado em 2° lugar no concurso TCU para o cargo de Técnico Federal de Controle Externo:
Conheça Henrique Campos Amaral Oliveira aprovado no concurso TCU: trajetória e formação
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Henrique Campos Amaral Oliveira: Meu nome é Henrique, sou formado em Engenharia Civil. Tenho 32 anos, nasci em Belo Horizonte, mas atualmente moro em Brasília.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Henrique: Eu cresci em uma família na qual não há servidores públicos, então a ideia de fazer concurso nunca tinha passado pela minha cabeça, sendo algo bem distante da nossa realidade. No entanto, quando conheci minha esposa, ela já tinha o objetivo de se tornar servidora pública, já que toda a sua família era concursada. Isso me apresentou um novo horizonte de possibilidades. Além disso, vindo do setor privado, eu conhecia bem a realidade e as perspectivas que me aguardavam, o que me motivou a buscar estabilidade e crescimento por meio dos concursos públicos.
Conciliando trabalho e estudos para o concurso TCU
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Henrique: Em 2018, após me formar, decidi me dedicar exclusivamente aos estudos: ainda morava com meus pais e vendi um carro que possuía para ter maior tranquilidade financeira, o que permitiu que eu estudasse por um pouco mais de 1 ano focado na área de Engenharia Civil. No início de 2019, fui aprovado em um concurso em Brasília e, desde então, estava atuando na área sem realizar novos concursos.
A partir de 2024, tentei retomar os estudos diversas vezes. Consegui manter uma rotina por algum tempo, estudando cedo antes do trabalho. Porém, no final de 2024, descobri um problema de saúde que comprometeu completamente meu foco nos estudos. Inclusive, quando o concurso foi autorizado, eu estava internado me recuperando de uma cirurgia e sem qualquer condição de pensar nos estudos.
A publicação do edital me pegou de surpresa, eu já estava afastado dos estudos há alguns meses, mas contava com alguns dias de afastamento médico e de férias acumuladas. Assim, organizei-me para me dedicar integralmente aos estudos por cerca de 60 dias até a prova.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Henrique:
- Em 2018 eu fui aprovado em 2º lugar para o cargo de Engenheiro Civil no concurso da Saneago – Regional Campos Belos.
- Em 2019 eu fui aprovado em 6º lugar para o cargo de Engenheiro Civil no concurso do Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal, no qual atuo.
No momento, minha prioridade é me dedicar a este novo desafio de integrar o TCU.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Henrique: Durante a preparação para concursos, procurei manter minhas atividades de lazer na medida do possível, embora eu e minha esposa tenhamos reduzido significativamente nossas saídas, jantares e viagens para priorizar os estudos.
No período pós-edital, como eu estava me recuperando de uma cirurgia, seguindo orientação médica, precisei manter a realização de atividades físicas leves. Por isso, passei a fazer longas caminhadas quase todos os dias. No início, essas caminhadas eram uma forma de relaxamento e descanso, mas, conforme fui me acostumando à rotina, comecei a aproveitar esse tempo para ouvir áudios de matérias.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Henrique: Minha esposa sempre me apoiou, o que foi muito importante, especialmente porque ela também é concursada e entendia a dedicação necessária. Durante a fase pré-edital, em que eu ainda estava tentando estabelecer uma rotina consistente, poucas pessoas sabiam sobre a minha tentativa de retornar aos estudos. Já na fase pós-edital, quando decidi me dedicar integralmente aos estudos, conversei com meus pais para avisá-los que ficaria um pouco mais ausente, já que eles moram em outro estado. Expliquei que me dedicaria ao concurso do TCU para avaliar meu desempenho, embora não esperasse chegar perto da aprovação. Eles entenderam a situação e me deram total apoio.
Tempo de preparação e disciplina para o concurso TCU
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Henrique: Para esse concurso, estudei exclusivamente por aproximadamente 60 dias. Quando saiu o edital, acabei “perdendo” cerca de uma semana até começar os estudos focados para essa prova, pois não acreditava que seria possível alcançar a aprovação nesse tempo. Foi um amigo que me convenceu a tentar.
Por ter sido um período relativamente curto, consegui manter uma rotina de estudos mais intensa de forma mais eficiente. No entanto, mesmo nesse curto período, houve momentos em que a vontade de desistir aparecia, especialmente diante do volume de conteúdo e da pressão do tempo.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Henrique: No pré-edital, minha base de estudo vinha principalmente de materiais em PDF. No entanto, eu tinha dificuldade em manter a concentração nos PDFs; lia algumas linhas e logo minha mente divagava, tentando lembrar se a conta de luz já estava paga, se precisava comprar algo no mercado ou em meio a tantos outros pensamentos que me tiravam o foco.
Por isso, durante minha preparação, nada foi mais importante do que a resolução de questões: em 60 dias, resolvi aproximadamente 18.000 questões, sendo a maioria de certo e errado. Entretanto, quando precisava assimilar conteúdos novos, passei a recorrer às videoaulas. Embora mais demoradas, percebia que absorvia melhor o conteúdo e me cansava menos. Assim, cheguei a terminar cursos inteiros no pós-edital só por videoaulas.
Além disso, no pós-edital, contratei uma consultoria para concursos. Como eu estava me dedicando muitas horas por dia, acabava concluindo o planejamento de uma semana em apenas dois ou três dias. Mesmo assim, considero que a consultoria foi importante, principalmente porque me “obrigou” a treinar questões discursivas, algo que talvez eu não tivesse feito sozinho.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Henrique: Em 2018, conheci o Estratégia enquanto buscava na internet materiais e métodos para estudar para concursos.
Diferenças na preparação estudando para o TCU como aluno do Estratégia
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Henrique: Como aluno do Estratégia, senti uma diferença na minha preparação. Os materiais completos e os professores de qualidade já faziam grande diferença, mas o que mais me ajudou no pré-edital foram as Trilhas Estratégicas, que deram direção e organização aos meus estudos. Além disso, eu aproveitava as caminhadas para ouvir as aulas-resumo no YouTube do Estratégia, nas quais o professor revisa toda a matéria de forma concisa. Esse recurso me ajudava a fixar o conteúdo e manter a matéria fresca na memória de maneira prática.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Henrique: No pré-edital, minha rotina de estudos era bastante desorganizada. Houve períodos em que eu estudava cerca de 20 horas líquidas por semana, e outros em que fiquei totalmente sem estudar. Mesmo assim, sempre me baseava nas Trilhas Estratégicas do Estratégia, procurando abranger todas as matérias básicas que caem na maioria dos concursos.
No pós-edital, consegui manter uma rotina mais consistente, estudando de 35 a 40 horas líquidas por semana. Além disso, contei com o apoio de uma consultoria, que me ajudou a elaborar uma parte do planejamento. No restante do tempo, eu alternava entre resolução de questões e videoaulas, sem seguir um cronograma rígido, o que me permitiu ajustar os estudos conforme meu ritmo e necessidades.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Henrique: No pré-edital, eu utilizava flashcards para revisar algumas matérias, especialmente as de direito, o que ajudava a fixar conceitos importantes. No pós-edital, passei a concentrar minhas revisões principalmente nas questões, refazendo aquelas que eu havia errado, o que me permitiu identificar e corrigir minhas dificuldades. Nas duas últimas semanas antes da prova, imprimi todos os simulados do Estratégia e resolvi todas as questões objetivas, identificando os pontos que ainda precisavam de atenção.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Henrique: Igual eu citei anteriormente, a resolução de questões foi a parte mais importante da minha preparação. Nos 60 dias de estudo para este concurso, resolvi aproximadamente 18.000 questões, sendo a maioria de certo e errado.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Henrique: As disciplinas em que tive mais dificuldade foram aquelas com as quais eu não tinha muita familiaridade nos estudos para concursos: Noções de Administração, Tecnologia da Informação e Execução Orçamentária e Financeira.
Para superar essas lacunas, fiz os cursos completos de Noções de Administração e Tecnologia da Informação do Estratégia por videoaulas, enquanto em Execução Orçamentária e Financeira me concentrei em aulas pontuais. Além disso, consolidei o aprendizado resolvendo questões, o que me permitiu fixar o conteúdo e identificar rapidamente os pontos que precisavam de reforço.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Henrique: Na semana que antecedeu a prova, procurei manter a rotina de estudos que já vinha seguindo. A principal diferença foi a inclusão de simulados, que me ajudaram a me familiarizar com o tempo disponível e a pressão do dia do exame.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Henrique: Para a prova discursiva, segui a orientação da consultoria de estudos e contratei um curso específico voltado para esse concurso. A partir desse ponto, o planejamento incluía a prática de questões discursivas semanalmente, o que me permitiu desenvolver consistência na escrita e ganhar segurança na hora da prova.
Meu conselho é que, além de estudar a teoria, o candidato pratique constantemente questões discursivas, pois a prática é fundamental para organizar as ideias e escrever de forma clara e objetiva sob pressão.
Concurso TCU: erros e acertos na trajetória
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Henrique: Na minha trajetória, acredito que meu principal erro foi não manter uma rotina de estudos mais consistente durante o pré-edital, o que me fez perder parte do ritmo e da regularidade que são importantes para absorver o conteúdo. Por outro lado, meu maior acerto foi a prática intensiva de questões, que me permitiu fixar o conteúdo e identificar pontos fracos.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Henrique: Acredito que pensar em desistir é algo que, em algum momento, passa pela cabeça de qualquer pessoa que estuda para concursos. Para mim, o que fez diferença foi entender que a disciplina é mais importante do que a motivação: mesmo nos dias em que a vontade de estudar era menor, eu me concentrava em fazer o que precisava ser feito, mantendo a rotina e o compromisso com o objetivo final.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Henrique: Se eu pudesse resumir a minha experiência em uma única mensagem, seria a seguinte: mantenha a disciplina acima da motivação, resolva muitas questões e use materiais de qualidade. Planeje seus estudos, revise estrategicamente e dedique atenção especial às matérias que domina menos. Conte com apoio, equilibre estudo e lazer, e não desista diante das dificuldades. Persistência e consistência são o que realmente levam à aprovação.