Aprovado em 2° lugar no concurso STM para o cargo de Analista Judiciário - Analista de Sistemas
Concursos Públicos
“Comece e ajuste o ritmo com o passar do tempo. Você nunca vai saber 100% antes de iniciar e, apesar de ser clichê, o mais difícil é o primeiro passo […]”
Confira nossa entrevista com Mateus de Oliveira Gonçalves, aprovado em 2° lugar no concurso STM para o cargo de Analista Judiciário – Analista de Sistemas:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Mateus de Oliveira Gonçalves: Meu nome é Mateus de Oliveira Gonçalves, sou formado em Análise e Desenvolvimento de Sistemas e também em Ciências Econômicas. Tenho 32 anos e sou natural de Jaguariaíva-PR.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Mateus: Desde 2021, verifiquei uma crescente demanda para a área de tecnologia da informação e comecei a querer estudar para concursos da área.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Mateus: Sim, eu era servidor na Câmara Municipal de Castro-PR e estudava no período da manhã, antes de ir ao trabalho, e à noite. Quanto a conciliar, foi mais tranquilo, pois trabalhava 6 horas diárias e após estabelecer uma rotina sólida de estudos não foi um problema. Alguns chamam de concurso “escada”, mas no meu caso foi mais um “trampolim”, pois eu tinha uma qualidade de vida excelente para o meu objetivo. Sou muito grato à Instituição por ter me proporcionado isso.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Mateus: Em ordem de relevância (opinião pessoal):
07 TCE-PR (Auditor de Controle Externo – Área de Informática)
03 Câmara Municipal de Castro (Técnico Administrativo)
02 STM (Analista Judiciário – Analista de Sistemas)
07 Emprapa (Analista de Infraestrutura e Tecnologia da Informação)
04 TRE-PR (Técnico Judiciário – Programação de Sistemas)
01 Câmara de Guarapuava (Analista de TI)
02 Paraná Previdência (Analista de Tecnologia da Informação)
02 CNU-IBGE – Webdesigner
Não pretendo continuar estudando no momento.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Mateus: Era bem parada. Tive que me ausentar bastante da presença de amigos e familiares. Foi uma adaptação difícil, porém necessária. Cheguei a viajar algumas vezes e ia a almoços com meus familiares, porém me ausentei de muitos eventos e comemorações nesse período.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Mateus: Minha família sempre me apoiou muito nos estudos, principalmente meus pais (Sueli e Walter) e meu irmão, Thiago. Eles incentivaram bastante a realização de viagens e provas, além de respeitar os meus estudos como um todo. Serei eternamente grato por isso e por tudo o que fizeram por mim.
Agradeço à minha chefe e amiga na Câmara Municipal de Castro, Rosana, que sempre me incentivou, escutou e aconselhou muito durante essa empreitada.
Deixo aqui meu agradecimento à servidora Deborah, que não está mais neste plano, a qual também acompanhou a trajetória, que descanse em paz. Além disso, agradeço aos demais servidores da Casa, que sempre me trataram bem.
Quanto aos demais amigos, acabei me afastando um pouco, mas nunca foi um impedimento para eles e nem para mim. Acho que ter amigos é um incentivo por si só. Também fiz alguns novos amigos concurseiros durante a minha jornada.
Agradeço às duas alunas também do Estratégia: Luciana Lorena Rodrigues e Railaine Santos, aprovadas em concursos de alto nível e com quem tive a sorte de poder treinar inúmeras discursivas durante a jornada. Com certeza, sem elas seria muito mais difícil.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Mateus: Comecei a estudar direcionado para a área, com estratégia, material de qualidade, foco e planejamento, a partir do início de 2023. Já tinha certa experiência com concursos, porém em outro ritmo (nível médio e algumas tentativas em economia).
Para manter a disciplina, eu tive que abdicar de algumas coisas pessoais (hábitos, convívios e outros), além de estruturar uma rotina sólida e sustentável ao longo do tempo. É importante estudar todos os dias, o hábito de estudos é o alicerce de qualquer aprovação.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Mateus: Utilizei principalmente os PDFs do Estratégia como base inicial e fundamental para todas as matérias. Também utilizava muito o Passo Estratégico para revisões e via aulas especiais em vídeo como as de Tecnologia da Informação e também de disciplinas gerais, como “Horas da Verdade” e “Semana Decisiva”, achava o conteúdo dessas aulas extremamente útil. Fora isso, alguns cursos contam com aulas exclusivas que ajudam na preparação em matérias novas, difíceis ou que vêm sendo muito cobradas pelas bancas.
A vantagem do Estratégia é que você tem tudo em um único lugar, outras coisas são acessórias de certa forma, ajudam a melhorar a produtividade, mas é no material do Estratégia que você começa a chegar em 80% de acertos e estabelece a base para os concursos.
Fora isso, utilizei o Anki para criar cartões, Notion e Evernote para resumos na nuvem (tudo gratuito), um material de resumos de T.I do Pratique e também outra plataforma para questões. Importante citar a Inteligência Artificial, que me rendeu boas correções e elaborações de questões, esclareceu dúvidas, dentre outros.
Menção honrosa ao material do Samyr Abdo para Bancos de Dados.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Mateus: Pela internet. Estudei com o curso do Estratégia desde minha aprovação na Câmara Municipal de Castro e dali pra frente sempre fui sempre com o Estratégia.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Mateus: Em 2017, cheguei a fazer um cursinho presencialmente, porém não estava preparado para um estudo sério e estudava somente durante o cursinho. Acabou que não foi uma boa experiência no geral. Também comprei alguns materiais ruins que prometiam muita coisa e entregavam pouco, inclusive fornecendo material gratuito da internet como aulas.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Mateus: Se não me engano, fiz Polícia Civil do Paraná em 2020, o resultado foi péssimo e não me senti preparado durante a prova, fui reprovado obviamente.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Mateus: Comecei vendo videoaulas e os professores (todos) eram extremamente competentes. Comecei a evoluir rapidamente e a pegar dicas de estudos. Nesse ponto, acabei notando que a maioria do pessoal recomendava o “estudo ativo” por meio do PDF, lendo. Então, decidi partir para os PDFs e, a partir disso, consegui ver uma nítida evolução. O caminho é longo, pois a quantidade de conteúdo é grande, mas o Estratégia facilita esse caminho sempre que possível.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Mateus: Adquiri uma mentoria de estudos direcionados para Tecnologia da Informação com o Yuri do Carmo. Nessa mentoria eu aprendi a elaborar um planejamento adequado e segui à risca esse método de estudos. Estudava geralmente todas as disciplinas do edital em um ciclo de estudos, em torno de 1 hora por matéria e posteriormente priorizava as matérias de acordo com seu peso no edital.
Inclusive quero agradecer ao Yuri por todos os ensinamentos durante a preparação.
Em média, estudava 3 horas líquidas por dia, mas muitas vezes atingia 5 horas ou mesmo 6. Isso no ápice dos meus estudos e quando eu me sentia bem, pois é altamente desgastante manter esse ritmo por muito tempo.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Mateus: Estudava o assunto e fazia questões para verificar como a matéria era de fato cobrada. Nesse ponto o Estratégia me atendia perfeitamente e de maneira brilhante, graças à curadoria realizada no material.
Após isso, anotava o que tinha estudado na teoria (com o PDF) e revisava o assunto por meio de questões posteriormente.
Realizava algumas provas após publicadas nos sites das bancas (FGV e Cespe divulgam as provas e gabaritos). Para treinar. Às vezes fazia por matéria (gostava de treinar português e matemática assim), às vezes simulando e às vezes dividia entre Gerais e Específicas.
Por fim, quando eu via que era relevante, fazia discursivas sobre os assuntos, para me aprofundar em pontos e ficar atento aos detalhes mais importantes. Isso não é possível para todos os pontos do edital, então o passo estratégico ajuda nas análises sobre o que deve ser priorizado.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Mateus: Extremamente importante. É necessário ver como os assuntos são explorados e quais pontos são importantes. Porém, recomendo que isso seja feito após um estudo preliminar da teoria e não previamente, como muitos “gurus” dizem por aí.
Ao longo de 3 anos, fiz mais de 60 mil questões , aproximadamente, em plataformas digitais, sem contar as questões dos PDFs, provas e materiais. Ou seja, foram muitas.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Mateus: Redes e segurança são matérias desafiadoras na área de T.I e o professor André Castro deixa esse desafio mais fácil. Ele ministra aulas didáticas e produtivas, além dos PDFs serem bem elaborados, na medida certa.
Fora isso, acho que matérias extensas, como Administração Financeira e Orçamentária (AFO) exigem muita atenção. Destaco a Professora Gabriela Zavadinack, que ministra aulas no Estratégia de forma brilhante. Acabou que sempre fui muito bem em AFO, atribuo esse rendimento às aulas dela.
Apesar de gostar de matemática, alguns assuntos demandam muito tempo e demandam muito dos candidatos por ter um nível de detalhamento e memorização elevado. Assuntos como geometria analítica e probabilidade condicional eram difíceis por esses motivos, cito o professor Bruno Lima do estratégia que fez esse processo ser menos doloroso.
Para superar, não tem segredo: é estudar, ou “papirar”. Muitas matérias consideradas difíceis são difíceis para a maioria dos candidatos. Então, você estar bem em uma matéria difícil pode ser o diferencial no dia da prova. Ainda mais agora que os concursos estão acirrados, 2 ou 3 questões podem mudar, literalmente, a sua vida.
Destaco que os professores são meros facilitadores do conhecimento. Cabe a nós, como alunos, utilizar isso para justamente facilitar os estudos. Muitas pessoas esperam que os professores transfiram o conhecimento por “Transdução” da mente deles para a nossa. Mas isso não é possível, pelo menos atualmente.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Mateus: Geralmente eu fazia de 2 a 4 semanas de “reta final”, dependendo de qual era o meu domínio sobre o Edital em questão. No STM especificamente, eu fiz um grande número de questões dos assuntos do edital verticalizado e também acompanhei as aulas da Semana Decisiva (ou Reta Final) de todas as matérias e da “Hora da Verdade”
No dia anterior (eu escutava a aula de véspera durante as minhas viagens na velocidade 2x para ir revisando um pouco). Sempre gostava de jogar futebol nos sábados, isso tirava um pouco da tensão e também fazia com que dormir fosse mais fácil.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Mateus: Como mencionei anteriormente, fiz uma amizade com a Luciana e com a Railaine e criamos um grupo de estudos focado em discursivas, em que treinávamos diversos assuntos 1 ou 2 vezes na semana e corrigimos uns aos outros. Isso foi essencial na preparação para a discursiva, pois conseguia treinar regularmente a escrita e ver mais temas, já que corrigia outras duas discursivas com assuntos distintos.
Quanto aos assuntos, usamos os temas fornecidos pela estratégia e também pesquisamos outros quando achávamos importante.
É importante tentar estudar todos os assuntos do edital para ter conhecimento, mesmo que simples, em todo o escopo do concurso, nesse caso lendo os PDFs e fazendo questões.
Nesse caso, é sem aprofundar, apenas se certificar de que conhece todos os termos descritos no conteúdo do edital, mesmo que superficialmente.
Isso ajuda caso caia algum assunto fora das apostas e do radar do concurseiro.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Mateus: Foram muitos erros e alguns acertos.
Um grande erro foi quando eu fiz um grande volume de provas e caí em um efeito “platô” em que não via evolução e reprovei inúmeras vezes. Isso, na minha opinião, ocorreu porque parei de observar o que fiz de positivo e, principalmente, investigar a fundo meus erros para poder corrigi-los. Quando comecei a revisar esses fatores, meus resultados melhoraram muito (comecei a ser aprovado).
Outro grande erro é terceirizar decisões que somente nós mesmos podemos tomar (qual concurso focar, quanto estudar em uma matéria, quando revisar, quando descansar, quando acelerar ou reduzir o ritmo, quando fazer ou não fazer uma prova, quando produzir materiais ou não produzir, etc…). Se o concurseiro não souber o caminho, ninguém vai saber por ele. O que ocorre é que temos muitas ferramentas (pdfs, mentorias, vídeo aulas, passo, trilhas, questões, cartões entre outros) e se não definirmos como estudar, ninguém vai.
Acredito que ter colocado o planejamento em prática, ou seja, ter realmente estudado e focado foi primordial, porque poderia ter me acomodado no emprego e não deixei isso acontecer, mesmo meu emprego sendo muito bom.
Outro acerto foi a mentalidade de “enquanto eu não fechar o edital eu não vou me importar com a concorrência” foi essencial, pois desse modo eu quase nunca me preocupava com a concorrência, já que raramente fechava o edital e estudava entregando o máximo que conseguia.
Resolvi iniciar do zero e estabelecer uma base fundamental, ignorando qualquer conhecimento prévio e possíveis vícios adquiridos no caminho. Isso é difícil, mas rende frutos quando o estudo é focado e disciplinado. Evoluí em coisas básicas e que me permitiram avançar até mesmo em assuntos complexos posteriormente.
Por fim, elaborar uma boa estratégia de prova (cada movimento durante a prova) ajuda demais, pois o dia é só executar o que foi treinado por meses. (gostava de começar pelas decorebas que revisava antes de entrar)
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Mateus: Muitas vezes pensei em desistir e eu acho que é normal. Estudar para concursos é um processo muito desgastante e incerto (muitas vezes parece impossível). Estudar por 3 anos no ritmo ideal exige disciplina, paciência e renúncia. Essa sensação faz parte do processo e por isso muitos não chegam, já que não estão dispostos a pagar esse preço.
A principal motivação era o tempo que despendi e tudo o que envolvi nesse projeto. Simplesmente, se eu parasse e desistisse, perderia anos de dedicação e não teria nenhum reembolso. No fim, desistir não era uma opção.
Uma coisa que é útil nesses momentos é relembrar os motivos que te fazem estudar, entender o porquê de tudo isso.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar onde você chegou!
Mateus: Comece e ajuste o ritmo com o passar do tempo. Você nunca vai saber 100% antes de iniciar e, apesar de ser clichê, o mais difícil é o primeiro passo. Tenha paciência, pois o processo exige fracassos, inúmeros no meu caso, para obter êxito.
Lembre-se de que a decisão de estudar foi sua e a responsabilidade também é. As pessoas não irão parar de fazer as coisas delas porque você está estudando ou precisa disso. Quando você falhar, a culpa foi sua (não da banca, nem de terceiros ou coisas do além) e quando você conseguir, o mérito também será seu. Retire-se do centro do universo e tenha a humildade de entender que as pessoas não se importam tanto com a sua vida e, caso se importem, será apenas até os problemas delas aparecerem.
Por fim, hoje existem infinitas ferramentas, métodos, materiais e outros, mas tenha em mente que “O melhor guerreiro não é o mais forte, nem o mais habilidoso, mas sim aquele que sabe utilizar melhor as armas que tem à disposição”. Por isso, acredite no seu material, no seu potencial e se mantenha firme, mesmo após as reprovações mais doloridas.
Boa sorte!