
“[…] E sempre se lembre, seu compromisso é com os estudos e não com resultado, você passar ou não, depende de diversos fatores e alguns, inclusive, fogem do seu controle, mas estudar e dar o seu melhor todos os dias, só depende de você.”
Confira a nossa entrevista com Eduardo Bueno, aprovado no concurso Delegado SP (2023) para o cargo de Delegado de Polícia do Estado de São Paulo:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Há quanto tempo se formou em Direito? Qual sua idade e cidade natal?
Eduardo Bueno: Eu tenho 26 anos de idade, sou natural de Arujá/SP, eu me formei na faculdade de Direito em 2021 e iniciei a minha preparação para o concurso de Delegado/SP, no último ano da faculdade, em meados de fevereiro de 2021.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Escolheu seu curso superior já pensando em fazer concurso ou chegou a advogar?
Eduardo: Eu sempre quis seguir carreira pública, especificamente, na Polícia. Por isso, quando entrei na faculdade, já pensava em concurso público. Aos 16 anos, fiz um curso no centro de São Paulo para o concurso de Oficial da Polícia Militar, mas ao ingressar na faculdade, eu decidi que queria ser Delegado de Polícia. Só comecei a me dedicar especificamente aos estudos para esse cargo no último ano da graduação.
Em 2021, no último ano da faculdade, passei na OAB e, em 2022, iniciei a advocacia. Atuei por dois anos, focando na prática jurídica exigida em alguns concursos para Delegado. Após esse período, comecei um estágio de pós-graduação na Defensoria Pública, onde permaneci até tomar posse no concurso de Escrivão de Polícia em São Paulo.
Estratégia: Sempre fez concursos para carreira jurídica?
Eduardo: A maioria dos concursos que prestei, foi para Delegado de Polícia. Fiz três concursos nessa área antes do que fui aprovado: Delegado MG em 2021, Delegado SP em 2022 e Delegado AL em 2022. Além disso, prestei o concurso de Escrivão da Polícia Civil de São Paulo, um cargo de carreira não jurídica, e fui aprovado. Atualmente, exerço essa função.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Eduardo: Durante a minha preparação, sempre conciliei trabalho e estudos. Iniciei como estagiário na Defensoria Pública, depois, passei a advogar em um escritório e, posteriormente, ingressei em um estágio de pós-graduação, novamente na Defensoria. Por fim, tomei posse como Escrivão de Polícia em São Paulo.
Nos estágios, a carga horária reduzida me permitia estudar por várias horas ao dia. Já no período em que atuei no escritório, com expediente intenso e deslocamentos para outra cidade, precisei otimizar ao máximo o tempo: acordava às 6h para estudar 2 horas antes do trabalho; durante os trajetos, revisava conteúdos por áudios gravados por mim mesmo; no intervalo de almoço, dedicava 30 minutos ao estudo e, ao chegar em casa por volta das 19h, ainda estudava mais 2 horas.
Após alguns meses, fui aprovado para o estágio de pós-graduação na Defensoria, cuja jornada de 6 horas diárias e a possibilidade de home office facilitaram muito a conciliação com os estudos.
Mais tarde, durante o curso de formação na Acadepol como Escrivão de Polícia, enfrentei a rotina mais intensa: carga horária aproximada das 08h10 às 19h. Mudei-me para São Paulo para otimizar o tempo e, mesmo assim, conseguia dedicar apenas cerca de 3 horas de estudo por dia. Após iniciar o trabalho na Delegacia, eu já estava estudando para prova oral do concurso de Delegado SP e eu precisava acordar mais cedo e dormir mais tarde para conseguir fazer ao menos 5h de estudo diário.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Eduardo: Eu fui aprovado no concurso de Escrivão de Polícia no Estado de São Paulo, o concurso foi regionalizado, então, da região que escolhi, fiquei na posição 179º de 363 vagas. Atualmente, fui aprovado na última fase eliminatória do concurso de Delegado de Polícia do Estado de São Paulo – a fase oral – e estou na colocação 44º, mas ainda falta a fase de títulos, que poderá mudar essa colocação.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Eduardo: Estudo para o concurso de Delegado de Polícia de São Paulo desde o início da minha preparação. Em 2021, adquiri o curso do Estratégia voltado exclusivamente para esse certame e, desde então, foram quase cinco anos de dedicação específica ao meu estado até conquistar a aprovação na última fase. Mantive a disciplina, porque sabia que não me satisfaria em outro cargo ou profissão. Desde o início, assumi comigo mesmo o compromisso de tentar até conseguir — fosse em 5, 10 ou 15 anos. Se desistisse, viveria frustrado e arrependido. O apoio dos meus pais e da minha namorada foi fundamental. Mesmo quando eu duvidava, eles continuavam acreditando e isso me ajudou a seguir firme.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Eduardo: Na minha preparação, eu utilizei na maior parte do tempo e das matérias, os PDFs do Estratégia. Eu só utilizei videoaula em matérias específicas, como Medicina Legal e Direitos Humanos, que eram matérias que eu reputava mais complicadas e que demandaria uma explicação mais detalhada do professor por vídeo. Com certeza a principal vantagem por ter utilizado os PDFs, foi a otimização de tempo. Eu não precisava escrever nada, o que eu precisava saber estava ali, eu só grifava o que eu reputava mais importante para futuras revisões. A desvantagem do PDF é que sem um programa específico, não é possível editar, então, eu converti para Word para conseguir acrescentar novidades Jurisprudenciais.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Eduardo: Conheci o Estratégia em 2021 olhando videoaulas no Youtube. Gostei das aulas dos professores e na época muitos aprovados que eu seguia usaram o Estratégia na preparação.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Eduardo: Quando me tornei aluno do Estratégia, eu percebi que os materiais eram completos, tinha lei seca, jurisprudência, várias correntes doutrinárias e gostei de ter tudo isso em um único documento, ou seja, eu não precisava trocar de documento para ler a lei seca daquele assunto, eu não precisava trocar de documento para fazer questões, assim como eu não precisava trocar de documento para ver doutrina, tudo estava ali e, por isso, o material é um pouco mais extenso, mas é justamente, porque ali tem tudo que você precisa saber, o material do Estratégia não dividia um ponto do edital em vários documentos e, com isso, eu percebia melhor o meu avanço no edital.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Eduardo: Eu organizava os meus estudos colocando duas matérias por dia. Dedicava mais horas às disciplinas com maior peso no concurso, como Penal, Processo Penal e Constitucional. Ao final, reservava cerca de uma hora e meia para matérias secundárias, com menor número de questões na prova, como Medicina Legal, Direito Civil e Informática. Embora não calculasse exatamente as “horas líquidas”, em cada fase dos meus estudos, ajustava o tempo conforme a disponibilidade e sempre que aparecia uma brecha eu estava estudando. Posso dizer que, em média, eu estudava cerca de 5 horas líquidas diárias, de segunda à segunda.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Eduardo: A revisão é um ponto-chave que muitos negligenciam — considero-a tão importante quanto avançar no conteúdo. Não adianta estudar um tema hoje e passar semanas sem revisitá-lo. Eu revisava todos os dias, com base nos grifos que fazia nos PDFs, lendo apenas o que havia destacado. Nunca produzi resumos. Já os simulados, realizava aos finais de semana, geralmente aos domingos, tratando-os não como revisão, mas como um teste para medir meu desempenho. Eu gostava também de montar “caderno de erros”. Eu anotava em um documento Word as questões que eu errava de cada disciplina e ponto do edital, então, nas revisões eu também gostava de rever essas questões e as explicações.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Eduardo: A resolução de exercícios é fundamental, pois simula exatamente o ambiente da prova, exigindo que você identifique a alternativa correta. Mais importante ainda é analisar os erros, entendendo o motivo de cada resposta incorreta. Esse processo deve ser feito com calma, absorvendo as informações dos enunciados e priorizando questões da própria banca, para compreender seu estilo de cobrança. Ao longo da minha preparação, realizei dezenas de simulados e milhares de questões em plataformas especializadas — já ultrapassei a marca de 10 mil questões resolvidas.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Eduardo: Na semana que antecedeu a prova, a minha rotina foi bastante intensa. Sempre procurei tirar férias ou pedir folgas nesse período para me dedicar ao máximo. Nessa reta final, passava pelo menos 9 horas por dia estudando, intercalando com pequenas pausas de 10 a 15 minutos. Nunca contei “horas líquidas” — simplesmente sentava e estudava. Sei que o meu rendimento começava 100% e ia caindo durante as horas de estudo, mas eu sabia que por mais que eu estivesse exausto e já com a atenção diminuída, seria melhor eu render 10% do que não estudar e render 0%. Já no dia anterior à prova, eu diminui a carga de estudo. Dediquei cerca de seis horas para revisar o meu “caderno de erros”, reler anotações, revisar jurisprudências, manter uma boa alimentação e dormir cedo, garantindo que no dia da prova a minha mente estivesse descansada e focada.
Estratégia: Concursos para carreira jurídica são compostos por várias fases. Como foi sua preparação para a prova discursiva? E para a prova oral?
Eduardo: No concurso para Delegado de São Paulo, as fases objetiva e discursiva ocorrem no mesmo dia, por isso, a minha preparação sempre foi voltada para ambas. Com a publicação do edital, intensifiquei a resolução de questões discursivas e foquei em temas que acreditava serem prováveis de cobrança. Os PDFs do Estratégia são bastante completos, oferecendo o conteúdo necessário para as duas fases e também para prova oral; no pós-edital, concentrei-me em treinar e escrever muito sobre diversos temas recorrentes.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Eduardo: Acredito que o meu principal erro, foi negligenciar o estudo da lei seca. Eu pensava que apenas compreender o conteúdo da lei seria suficiente, mas a maioria das questões de concurso se baseia diretamente nela. A banca costuma cobrar exatamente a letra da lei, alterando apenas uma palavra ou número e isso me fazia errar muitas questões em provas e simulados. Quando passei a estudar a lei seca de forma consistente, reservando um tempo específico para isso, comecei a perceber resultados claros.
Quanto aos acertos, considero fundamental ter incluído revisões desde o início da minha preparação e adotado, desde cedo, o método que melhor funciona para mim: leitura de PDFs com marcações. Assim, evitei perder tempo escrevendo resumos à mão ou assistindo a excesso de videoaulas, indo direto ao material escrito do curso.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Eduardo: Eu vou dizer o que eu gostaria de ter ouvido quando iniciei os meus estudos: Faça um planejamento da quantidade de horas que consegue estudar por dia e inclua as matérias, dando uma atenção maior às matérias que são mais cobradas no concurso, inclua revisões, questões e acompanhe as jurisprudências do STJ e STF. No mais, mantenha esse ritmo até passar. E, sempre se lembre: o seu compromisso é com os estudos e não com o resultado. Você passar ou não, depende de diversos fatores e, alguns, inclusive, fogem do seu controle, mas estudar e dar o seu melhor todos os dias, só depende de você.