
“[…] aprendi que o estudo é acumulativo: cada dia traz uma pequena evolução, um aprendizado a mais. Com o tempo, essas pequenas conquistas se somam e acabam fazendo uma grande diferença, aproximando você cada vez mais da aprovação.”
Confira nossa entrevista com Natanael Lima, aprovado em 22° lugar (Cotas) no concurso ARCE para o cargo de Analista de Regulação – Especialista em Gestão Governamental e Administração Pública:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Natanael Lima: Sou formado em administração pela Universidade Federal do Ceará. Tenho 25 anos e sou nascido e criado em Fortaleza, no Ceará.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Natanael: Em maio de 2020, fui desligado da empresa em que trabalhava em decorrência da pandemia de Covid-19. Apesar de compreender a situação, vivenciei, de forma concreta, a instabilidade do setor privado e, por essa razão, decidi direcionar meus esforços para a preparação para concursos públicos. Ao tomar conhecimento do cancelamento do concurso da Universidade Federal do Ceará, optei por concentrar meus estudos nesse certame.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Natanael: De novembro de 2020 até a aprovação no meu primeiro concurso, para o cargo de Assistente em Administração da Universidade Federal do Ceará, em 2022, conciliei, de forma constante, minhas atividades profissionais — à época, como agente de relacionamento em um banco privado — com os estudos para concursos e a graduação, a qual concluí apenas em agosto de 2023.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Natanael: Minha primeira aprovação ocorreu no concurso da Universidade Federal do Ceará, realizado em 2022, no qual obtive o 6º lugar nas cotas destinadas a candidatos negros (pretos e pardos). No Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, conquistei o 4º lugar nas cotas para o cargo de Técnico Judiciário – Área Administrativa. No Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região, obtive o 2º lugar nas cotas para Técnico Judiciário e o 3º lugar nas cotas para Analista Judiciário – Área Administrativa. Na Procuradoria-Geral do Estado do Ceará, alcancei o 3º lugar nas cotas de pretos para o cargo de Técnico da Representação Judicial. Já no Ministério Público do Estado do Ceará, fui aprovado em 1º lugar nas cotas de pretos para o cargo de Analista Ministerial – Especialidade Administração.
Ainda não defini qual será meu concurso-fim. Considerei encerrar minha trajetória como Técnico Judiciário do TJCE, porém, surgiram os concursos do MPCE e da ARCE, que oferecem remuneração e/ou planos de carreira mais atrativos, motivo pelo qual optei por direcionar meus estudos a essas oportunidades.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Natanael: Nunca fui muito de sair, exceto para aniversários, eventos familiares e cinema. Por isso, nos meus primeiros três anos de preparação (2020 a 2023), foi relativamente fácil abrir mão de atividades que fugissem dessa rotina. Costumava dividir meus estudos em dois momentos: pré e pós-edital. Na fase pré-edital, conseguia conciliar melhor os estudos com a vida social, já no pós-edital, priorizava totalmente a preparação
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Natanael: Só contei abertamente que estudava para concursos depois da minha primeira aprovação. Antes disso, contei apenas para minha mãe e esposa.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Natanael: Para o concurso da ARCE, estudei por cerca de dois a três meses. Antes disso, havia realizado provas em fevereiro de 2025 para a PGE-CE e em abril de 2025 para o MP-CE. Posteriormente, prestei o concurso da ARCE em maio de 2025. As disciplinas básicas eram bastante semelhantes entre os certames, o que me permitiu apenas ajustar meus estudos ao estilo da banca e concentrar-me na parte de regulação, específica para o concurso da ARCE.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Natanael: Após construir a base nas principais disciplinas da minha área, minha preparação passou a se concentrar principalmente na resolução de questões, leitura de PDFs e realização de simulados, além de acompanhar as resoluções dos professores. No estágio inicial, ao me deparar com uma disciplina nova, costumo assistir a videoaulas para captar dicas importantes com o professor e, em seguida, foco nos PDFs e na resolução de questões.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Natanael: Conheci o Estratégia em 2020, enquanto estudava para a UFC. Adquiri um curso modular sobre a Lei de Carreiras dos TAEs e, posteriormente, acompanhava os simulados e alguns vídeos disponíveis no YouTube.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Natanael: Sim, utilizei materiais de outros cursos antes de conhecer o Estratégia. O principal problema que enfrentava era a demora na disponibilização de conteúdos e aulas, o que prejudicava a continuidade e o ritmo dos meus estudos.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Natanael: Sim, fiz o concurso da UFC, TJCE e TRT7 usando também outros cursos e consegui a aprovação.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Natanael: Adquiri a Assinatura Vitalícia na última promoção, e poder acessar diferentes pacotes, aulas e professores me ajudou bastante, pois podia escolher os conteúdos que melhor se adequavam à minha forma de estudar.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Natanael: Quando precisava conciliar os estudos com trabalho e faculdade, não dispunha de muito tempo, conseguindo estudar apenas uma hora e meia a duas horas por dia durante a semana, focando em uma única disciplina. Nos finais de semana, dedicava-me a duas disciplinas e realizava revisões do conteúdo estudado durante a semana. Geralmente, dividia o final de semana em dois turnos: uma disciplina de manhã, das 8h às 12h, e outra à tarde, das 14h às 18h. Também aproveitava pequenos momentos para resolver questões, como durante o trajeto de ônibus para o trabalho ou faculdade e no horário do almoço.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Natanael: Eu reviso as disciplinas básicas da minha área através principalmente da resolução de questões. Costumo fazer algumas notações quando há divergências entre bancas ou alguma alteração nas legislações.
Também já revisei por flashcards e mapas mentais, mas o que me acostumei melhor foi focar em resolver questões.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Natanael: Responder questões é essencial. Para mim, é a melhor forma de aprender sobre o conteúdo e entender como a banca cobrará o assunto na prova. Embora o tema seja o mesmo, cada banca tem aspectos específicos que costuma explorar mais, e perceber isso durante a preparação aumenta as chances de aprovação.
Sobre as questões, o Qconcursos pontua que tenho mais de 59 mil questões feitas, porém eu zerei as questões feitas antes de 2023 e também não é possível contar os simulados que fiz separado.
Então acredito que no todo, devo ter feito um pouco mais de 80 mil questões de 2020 a 2025.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Natanael: A primeira disciplina em que senti grande dificuldade foi Licitações e Contratos, ainda na época da Lei 8.666. Cheguei a pensar em desistir, mas percebi que, sem dominar o assunto, não conseguiria ser aprovado, considerando que a disciplina era e continua sendo bastante cobrada em diversos concursos.
Além de Licitações e Contratos, também tive bastante dificuldade com AFO e só retomei os estudos no final de 2024, pois, por almejar concursos de nível superior, sabia que AFO era muito exigida na minha área. Para superar essa dificuldade, precisei começar do zero, estudando desde o básico e lendo várias vezes a LRF, a Lei 4320 e os artigos correspondentes na Constituição.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Natanael: A última semana e no dia anterior a prova foquei na leitura e grifos das legislações específicas, visto que não tinha muitas questões para resolução. Isso me ajudou a deixar fresco na mente pequenos tópicos que foram cobrados na prova, que eu não tinha focado tanto nas semanas anteriores.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Natanael: A discursiva da ARCE foi dividida em duas provas: um estudo de caso, focado em Licitações e Contratos, e uma redação dissertativa. Antes dessa experiência, eu nunca havia feito uma discursiva no formato de estudo de caso, então busquei em vídeos e PDFs exemplos práticos de como responder, pois o estudo de caso exige uma abordagem mais direta e concisa do que a redação dissertativa-argumentativa.
Para a redação dissertativa, concentrei meus estudos em temas ligados à ARCE, como regulação, meio ambiente e concessões. Durante a preparação, realizei quatro estudos de caso e quatro redações como simulados, a fim de me preparar adequadamente para a prova.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Natanael: Durante a minha trajetória para concursos, acredito que o maior erro foi me comparar. Eu via notícias de pessoas passando com 3 meses de estudo ou passando no primeiro concursos que fizeram e isso me fazia achar que não estava evoluindo e pensando que a aprovação só vinha para pessoas extraordinárias.
Acredito que o meu maior acerto foi tentar vários métodos para ver o que melhor me atendia. Eu tentei flashcards, revisão periódica, mapas mentais, estudo reverso e etc. Quando encontrei o que melhor me atendia, foquei nele e evolui cada vez mais nos desempenhos.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Natanael: Pensei em desistir logo após minha primeira reprovação. Como mencionei, comecei a estudar em 2020, durante a pandemia, quando diversos concursos foram suspensos ou cancelados. Só realizei minha primeira prova após um ano de preparação, para o concurso do CREMECE, mas fiquei muito longe das vagas imediatas. Cheguei a pensar que havia passado um ano estudando em vão e que seria melhor focar em outra coisa.
Posteriormente, fiz o concurso da FUNSAUDE, obtive uma boa pontuação na prova objetiva, mas fui prejudicado na pontuação de títulos. Apesar de não ter sido aprovado, conseguia perceber minha evolução, o que me motivava a continuar os estudos.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Natanael: Meu conselho é não ter medo de começar, mesmo que pareça que você está começando do zero. Eu comecei revisando o básico de português, porque já não lembrava o que era um adjunto adverbial ou as diferentes tipologias de texto. Mas aprendi que o estudo é acumulativo: cada dia traz uma pequena evolução, um aprendizado a mais. Com o tempo, essas pequenas conquistas se somam e acabam fazendo uma grande diferença, aproximando você cada vez mais da aprovação.