
“Passar em um concurso público não é fácil. É um processo que exige muita resiliência, persistência e foco. É um funil: quem não desiste e continua acreditando e estudando, em algum momento alcança a aprovação.”
Confira a nossa entrevista com Roberto Alves Quental Junior, aprovado em 2° lugar no concurso AEB para o cargo de Tecnologista Júnior – Desenvolvimento Tecnológico – Brasília/DF:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Roberto Alves Quental Junior: O meu nome é Roberto Alves Quental Jr., tenho 46 anos e sou natural de Recife. Sou formado em Engenharia Elétrica pela Universidade de Pernambuco.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Roberto: A minha história em concursos públicos começa em 2007, após ser aprovado e nomeado como Engenheiro em uma estatal (Eletrobras-Eletronorte), com sede em Brasília. Após tomar posse, decidi seguir carreira nessa estatal e não estudar mais para concursos públicos. Em junho de 2022, a estatal em que trabalhava sofreu um processo de privatização e, como prezo muito pela segurança e estabilidade, conversei com a minha esposa e decidi, 15 anos depois, voltar a estudar para concursos públicos.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Roberto: Sim, trabalhava. Eu costumava estudar nos horários livres: no horário de almoço, após chegar do trabalho e nos finais de semana.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Roberto: Além do concurso da Eletrobras-Eletronorte de 2007, fui aprovado e nomeado, em 2023, para Analista de Políticas Públicas e Gestão Governamental do GDF (posição 284ª ampla e 38ª nas cotas); aprovado no Conselho Nacional de Justiça, no cargo de Técnico Judiciário – Área Administrativa (87º nas cotas); e, recentemente, fiquei em 2º lugar na Agência Espacial Brasileira (AEB), no cargo de Tecnologista Júnior. Fiz outros concurso, mas esses foram os mais significativos.
Não sei se vou continuar estudando para concursos, pois essa área de tecnologia e inovação espacial me atrai muito. Ainda não parei para pensar nisso.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Roberto: Sempre procurei equilibrar os estudos com a vida social. Costumava ir de manhã cedo, antes do trabalho, para a academia (musculação, natação, futevôlei) durante a semana e, quinzenalmente, tirava uma parte do dia para família e amigos. Inclusive, a prática de atividade física me deixava mais disposto durante o dia e me ajudava nos estudos.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Roberto: Sim. A minha família, que mora em Recife e a minha esposa sempre me incentivaram a estudar. A minha esposa já foi concurseira e acompanhei parte da jornada dela desde quando passou no Banco do Brasil, depois na Anatel como técnica e, finalmente, como Analista do STJ. Ela foi uma das principais incentivadoras para eu voltar a estudar e atuou como uma espécie de consultora nesse processo.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Roberto: O edital da AEB saiu no final de dezembro de 2024 e a prova foi realizada em abril de 2025. Tive, portanto, cerca de 3 meses para estudar. O que me ajudou foi que algumas disciplinas coincidiam com matérias que eu já vinha estudando, o que facilitou a conciliação com as disciplinas mais específicas do edital.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Roberto: Usei de tudo um pouco. Usei videoaulas, PDFs, Mapas Mentais e o Sistema de Questões. Gostava das videoaulas, porque facilitam a compreensão de temas nos quais eu não tinha tanta afinidade, permitindo assistir em qualquer lugar e rever pontos importantes. Os Mapas Mentais ajudavam a visualizar a estrutura do conteúdo, facilitava a memorização e tornava a revisão mais ágil. Quando eu tinha dúvida, aprofundava mais um pouco usando os PDFs e os sistema de questões foi fundamental para revisar e fixar o conteúdo. Quanto às desvantagens, não cheguei a identificá-las de forma significativa.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Roberto: A minha esposa já estudava para concursos e usava a plataforma do Estratégia. Foi ela quem me indicou.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Roberto: Não usei outros materiais.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Roberto: Sim. Gostei muito da Trilha Estratégica, que norteou os meus estudos de forma prática e objetiva. O sistema de questões também foi uma parte importante da minha preparação e os mapas mentais ajudam bastante.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Roberto: Eu costumava estudar de 3 a 4 horas de segunda à sexta e 6 horas durante sábados e domingos. Primeiro, foquei nas disciplinas específicas em que eu não tinha tanta familiaridade, intercalando-as usando as videoaulas e na sequência os PDF para tirar dúvidas. Depois, fui inserindo as disciplinas que já estudava, priorizando exercícios e resumos específicos.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Roberto: Criei uma planilha no Excel com alguns pontos de revisão específicos, em que cada aba correspondia a uma disciplina. Além disso, focava na resolução de questões, anotando os pontos em que tinha mais dificuldade para estudá-los novamente na revisão. Os Mapas Mentais também ajudavam nas revisões mais gerais.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Roberto: A resolução de exercícios é fundamental para os estudos, principalmente para o processo de revisão e para compreender a dinâmica de perguntas das bancas. Não me recordo de quantas questões resolvi.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Roberto: Tinha dificuldade em AFO. Comecei assistindo às videoaulas para melhorar o meu entendimento inicial e, quando surgiam dúvidas, aprofundava o conhecimento nos PDFs.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Roberto: Como trabalho, a minha rotina não mudou muito. Foquei mais nas revisões e na resolução de exercícios e revisei o tema da discursiva.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Roberto: Na prova da AEB, a discursiva, segundo o edital, abordava o Programa Nacional de Atividades Espaciais – PNAE 2022-2031. Anotei os principais pontos, como dimensões, objetivos e eixos do programa e os revisava periodicamente procurando fazer uma redação sobre os temas uma vez por semana.
Aconselho fazer simulados de discursivas, avaliar os elementos coesão e estrutura de construção do texto (introdução, desenvolvimento e conclusão).
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Roberto: No começo, eu não tinha noção de tempo: estudava uma disciplina por vez, fazia poucos exercícios e não dava muita atenção à discursiva. Isso considero um erro. Depois, fui aprimorando a minha forma de estudar, intercalando disciplinas, fazendo revisões, exercícios e reservando tempo para treinar a parte discursiva.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Roberto: Nesse processo, desistir é um pensamento que sempre ronda. Muitas vezes você duvida da sua própria capacidade e os momentos de frustração são maiores que os de alegria. Mas a vontade de dar segurança e estabilidade para mim e para a minha família foi maior do que tudo isso.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Roberto: Passar em um concurso público não é fácil. É um processo que exige muita resiliência, persistência e foco. É um funil: quem não desiste e continua acreditando e estudando, em algum momento alcança a aprovação.