Aprovado em 1° lugar no concurso EBSERH para o cargo de Analista Administrativo - CH-UFRJ - Rio de Janeiro (RJ)
Concursos Públicos
“Não é fácil, mas tente ser feliz durante a jornada, ter prazer pelo aprendizado; a nomeação é consequência do processo! […]”
Confira nossa entrevista com Henrique Guilherme Steigel, aprovado em 1° lugar no concurso EBSERH para o cargo de Analista Administrativo – CH-UFRJ – Rio de Janeiro (RJ):
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Henrique Guilherme Steigel: Henrique Guilherme Steigel, economista (UNESP), com pós graduação em Desenvolvimento Regional Sustentável (Universidade Federal de Mato Grosso), funcionário do Banco do Brasil por 22 anos e atualmente Assistente Administrativo na EBSERH. Tenho 48 anos e sou natural de São Paulo (SP).
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Henrique: Nos anos 2000 foi a busca pela inserção no mercado de trabalho. Recém formado e sem experiência profissional não consegui sucesso nos programas de treinee. Já, em 2010, senti a necessidade profissional de mudança, tendo em vista naquela época já ser funcionário do BB em agência bancária por alguns anos, já atuando como gerente administrativo.
Em 2015, sentia a necessidade de realização pessoal e profissional (não apenas financeira) em uma área que eu sentisse maior identificação. Eu já tinha contato com a Justiça do Trabalho por conta do meu exercício profissional, pois o Banco é centralizador de depósitos judiciais trabalhistas e passei a admirar a carreira nos Tribunais. Decidi prestar concursos para TRTs a partir de então e estou prestes a me aposentar do mundo dos concursos, com quase 10 anos de estudos contínuos.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Henrique: Eu trabalhava 8 horas por dia, então comecei a acordar às 4h para estudar 1h30 antes do trabalho e 1h30 após meu expediente. Nos finais de semana a dedicação aos estudos era integral.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Henrique:
- Eu fui aprovado e nomeado como escriturário no Banco do Brasil;
- Agente de fiscalização do Tribunal de Contas do Estado de SP;
- Profissional de apoio administrativo do Conselho Regional de Administração do Rio de Janeiro;
- Analista de licitação da EMGEPRON;
- Técnico judiciário da área administrativa do TRT 24, TRT 4, TRT 17 (posição 86 com 90% de acerto), TRT 18, TRT 11, TRT 1, TRF 2, TSE;
- Assistente administrativo (nomeado) e analista administrativo da EBSERH (1º lugar, aguardando nomeação);
- Analista orçamentário da IMBEL (01º lugar e nomeado).
A continuidade dos estudos seria para mestrado em Gestão Pública, que pretendo prestar em 2026.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Henrique: Como eu já tinha meu filho Juan com 01 ano, eu, minha ex mulher e meu filho tínhamos uma vida mais caseira. Mas haviam saídas para jantar, cinema e sempre pratiquei esportes. Em época de pós edital era tempo integral de estudo.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Henrique: Sim, sempre tive muito apoio de minha família. Quanto aos amigos, o apoio era dos que também eram concurseiros; os demais achavam que o esforço não valeria a pena.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Henrique: Tenho um tempo de estudo acumulado de quase 10 anos. O concurso de analista da Ebserh foi conciliado com os estudos regulares para técnico da área administrativa dos TRTs. A preparação foi priorizada para a EBSERH no pós edital, nas matérias que não eram comuns aos Tribunais, como a legislação específica da área da saúde.
Eu nunca tive dificuldade em manter autodisciplina nos estudos, mas procurava me ajudar cercando-me de pessoas com a mesma mentalidade e objetivos, por meio de canais do Youtube (de concurseiros multiaprovados), canais de inteligência emocional e neurociência, além de sempre manter minha fé em Deus e no processo.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Henrique: Eu usei desde o início os PDFs do Estratégia. Aos poucos fui incorporando outras técnicas de estudo, como mapas mentais (utilizava o programa ImindMap), flashcards (programa Anki), resolução de milhares de questões e elaboração do Caderno de Erros (que eu chamava de Caderno de Aprendizado, utilizando engenharia reversa, que seria a desconstrução do erro e transformação em acerto).
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Henrique: Pela indicação de um amigo concurseiro que trabalhava comigo e posteriormente foi nomeado como técnico da área administrativa do TRT 10.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Henrique: Eu iniciei com apostilas preparatórias impressas por curto período de tempo (poucos meses). Comecei a identificar que o material impresso sofreria um grande problema com atualizações das leis e que eu perderia meus grifos e anotações das páginas.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Henrique: Sim, fui aprovado no Banco do Brasil (porém esses materiais eram os mais bem elaborados para concurso à época, nos anos 2000). Para o Tribunal de Contas do Estado de SP (2011) a preparação foi basicamente pelo estudo da lei seca. Era necessário evoluir no processo e aí encontrei os materiais digitais do Estratégia e uso de programas de PDF para edição (como o Foxit Reader).
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Henrique: Sim, evolução drástica! A modernidade e tecnologia chegavam ao mundo dos concursos públicos. A eficiência de juntar lei seca, doutrina, questões e a explicação do professor nos PDFs do Estratégia foi fundamental para formar minha base de conhecimento. A partir daí, seria necessário desenvolver técnicas que favorecessem a memorização e comecei a estudar sobre o assunto. Descobri os mapas mentais e flashcards. Então comecei a fazer mapas mentais baseados nas aulas do Estratégia, além de criar os flashcards das questões que eu fazia que exigissem memorização.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Henrique: Meu plano de estudo foi sofrendo alterações. Inicialmente, efetuei o ciclo de estudos do Alexandre Meirelles, com leitura dos PDFs seguidas de revisões de 24 horas, 7 dias e mensais.
Quando esgotei a leitura das aulas em PDF com o conteúdo dos editais, passei a dividir meu estudo em 4 blocos de 30 minutos a 1 hora cada (dependia do meu tempo de estudo naquele dia), sendo: resolução de questões no primeiro bloco, seguido de flashcards (isso representava meu estudo da manhã). Na parte da noite estudava meu Caderno de Aprendizados (no terceiro bloco) e finalizava com mapas mentais (quarto e último bloco de estudo). Cada um desses blocos eram compostos pelas matérias do concurso, que iam se sucedendo. Por exemplo, fazia questões de Português em um dia. No outro dia, no bloco de questões, fazia questões de informática. No terceiro dia, no bloco de questões, fazia questões de Direito Constitucional e assim por diante até concluir as matérias de minha prova fazendo questões. No segundo bloco de estudos (flahscards), a mesma lógica.
Fazia o baralho no primeiro dia de Direito Administrativo; no segundo dia, nesse bloco, fazia o baralho de Administração Pública; no terceiro dia, baralho de Administração Financeira e Orçamentaria. A mesma lógica para Caderno de Aprendizado: fazia o estudo das questões que errei de Gestão de Pessoas; no outro dia, no bloco referente ao Caderno de Aprendizado, fazia o estudo dos erros de Direito do Trabalho e assim por diante. No quarto bloco, dos mapas mentais, fazia Direito do Trabalho; no dia seguinte, Direito Constitucional; e assim por diante.
Isso resultava em torno de 2 a 3 horas líquidas durante os dias de semana e 6 a 8 horas líquidas nos dias de final de semana.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Henrique: As revisões seguiam o ciclo que citei acima. Repare que por dia eu estudava 4 matérias diferentes por 4 técnicas diferentes. Em 2 ou 3 dias de estudo eu já havia estudado por alguma dessas técnicas (em seu respectivo bloco) todas as matérias do edital. Sempre busquei não repetir matérias no mesmo dia. Eu dava prioridade nas matérias de acordo com o peso delas no edital. As matérias de conhecimento específico estariam em todos os blocos. Já materiais de peso menor, estariam apenas nos blocos de questões e no caderno de aprendizado. Sempre reservei 15 minutos para resolução de questões de raciocínio lógico para aquecimento do cérebro e para gerar habilidade mental.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Henrique: É o mais importante! É pelas questões que sabemos o que é mais importante do edital e conseguimos priorizar o que estudar pelo Princípio de Pareto (80% das questões concentram-se em 20% da matéria). Nos Cadernos de Aprendizados colocamos as Bancas para trabalharem para nós. Os comandos das questões aliados aos gabaritos vão formando o entendimento das Bancas sobre os assuntos, na ótica da Banca. Então conseguimos saber por questões o que para as Bancas é o mais importante e o que elas mesmas “disciplinam” sobre o assunto. Isso é complementado pelos comentários dos professores, que explicam o entendimento das bancas. Dessa forma, temos o que é mais importante do edital (80/20), além da própria matéria trazida pela Banca (nos comandos e alternativas certas) e a explicação do professor. A partir daí, memorização com mapas mentais e flashcards (não basta entender, é preciso reter o aprendizado).
Fiz milhares de questões, mas acho mais importante estudar uma questão com profundidade, identificando o erro de cada alternativa, compreendendo o acerto. Em uma hora de questões, se conseguir estudar 6 questões com profundidade e entendimento pode ser mais importante do que fazer 20 questões. Claro que treinar a velocidade de resolução também é importante, pois no dia da prova quanto mais questões acertar rapidamente, melhor! Para treinar essa velocidade de resolução, recomendo fazer simulados, reproduzindo a quantidade de questões de seu concurso no mesmo tempo de prova que terá no dia (por exemplo, fazer 60 questões em 3 horas).
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Henrique: Direito Administrativo e AFO. Muita leitura da Lei Seca. Nos finais de semana reservava, após terminar os blocos, tempo de leitura da lei seca. Digamos que eu tenha feito 4 blocos de 45 min (totalizando 3 horas); eu fazia mais 3 horas de lei seca (além das leis do direito administrativo e AFO, eu incluía a Constituição Federal, CLT, além das súmulas dos Tribunais). No caso do EBSERH, incluí as leis da saúde pública.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Henrique: Daí levava como estudo de colegial, o máximo possível de memorização para a prova! Ancorava estudo no ANKI nas matérias de peso maior e meus bizus de provas! Tentava reservar tempo maior para refazimento do cérebro, com mais tempo de sono e procurava vídeos engraçadas para dar bastante risada! Sempre procurei me alimentar corretamente e beber bastante água!
Estudava em torno de 4h nas véspera (de anotações bizus e ANKI).
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Henrique: Ter um professor ao seu lado! De preferência um professor que você tenha acesso direto e possa conversar com ele. Expor claramente suas dúvidas e receber esclarecimentos diretos dele. Fazer redações regularmente (normalmente eu reservava domingo para elas) e receber o feedback do professor, com seus comentários e notas! A redação é fundamental para a nomeação! Acerto nas questões farão você “apenas ser aprovado”. A nomeação é ditada pela nota da redação! Triste assim!
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Henrique: Demorar para perceber o Princípio de Pareto e tentar estudar o edital inteiro. Abra o PDF do Estratégia e note que tem aulas que não terão questões de seu concurso, nem da Banca de seu concurso. Essas aulas tem sua importância para compor o material completo de seu edital, mas não tem importância para sua aprovação. Porém, notará aulas recheadas de questões para o seu órgão, seu cargo e a Banca de sua prova! Essas são as aulas de sua nomeação! Foco nessas aulas! Aprenda a identificá-las: inicie a leitura do PDF sobrevoando com o olhar a bateria de questões. Se notar que não há questões, não perca tempo com essa leitura. Tenha essa coragem! Se eventualmente se deparar com alguma questão dessa aula, retome esse PDF na parte específica desse assunto e leia a explicação do professor para esse ponto.
Creio que um acerto foi agregar várias técnicas de estudo que funcionavam comigo, focado em questões! Há que se respeitar o perfil individual de cada um. Há os que aprendem mais com videoaulas, ou fazendo resumos. Isso é muito individual. Mas a neurociência mais moderna parece confirmar que revisões espaçadas, com recuperação ativa dos assuntos e fazer questões, são as ferramentas mais eficientes!
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Henrique: Não, nunca pensei em desistir. Cheguei a ponderar a hora de eu me aposentar dos estudos após inúmeras aprovações. Minha intenção seria estudar até minha nomeação no TRT (ainda não aconteceu, mas está perto). Porém com minha nomeação para analista da Ebserh, já dá para me aposentar do mundo dos concursos, afinal já estou com quase 50 anos.
Ainda sobre a desistência: a única coisa que TODOS os nomeados têm em comum, é que TODOS NÃO DESISTIRAM!
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Henrique: Tenha uma versão dentro de você general e outra soldado! O general é responsável pela estratégia de seu estudo, pelo planejamento! Após isso a missão está nas mãos do soldado, custe o que custar, até conseguir!
Não é fácil, mas tente ser feliz durante a jornada, ter prazer pelo aprendizado; a nomeação é consequência do processo! Alimente-se de forma saudável, tente dormir bem! Fique perto de pessoas que estejam com a mesma mentalidade que você, ou seja, concurseiros que levem esse processo a sério. Tenha confiança em você, mas tenha também humildade de ouvir os conselhos dos que conseguiram!
Acredite em Deus! Sua hora chegará!
Insista, persista, não desista!
Foco, força e fé!
Fraterno abraço!