Aprovado em 1° lugar no concurso CRM-DF para o cargo de Analista Administrativo
Concursos Públicos
“Pode parecer clichê, mas é a mais pura verdade: não desistam! A trajetória para concursos públicos é feita de altos e baixos. Alguns dias você vai estar animado, outros não. O mais importante é ser constante […]”
Confira nossa entrevista com Guilherme Rosa Ribeiro Freire, aprovado em 1° lugar no concurso CRM-DF para o cargo de Analista Administrativo:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Guilherme Rosa Ribeiro Freire: Me chamo Guilherme Rosa Ribeiro Freire, tenho 26 anos, sou natural de Teresina-Piauí onde morei até meus 19 anos. Em 2018, me mudei para Brasília para cursar Administração na Universidade de Brasília (UnB) e aqui resido até hoje.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Guilherme: Desde quando me entendo como pessoa, a temática concurso público esteve presente na minha vida! Meus pais são analistas judiciários do TRE-PI e, sempre, nas rodas de conversa esse assunto vinha à tona. Porém, apesar do exemplo em casa, eu tinha uma certa aversão ao concurso, pois toda vez que lia um edital vinha um desânimo ao ver que as matérias do Direito sempre estavam presentes, e este curso tinha sido a primeira opção a ser descartada na época dos vestibulares.
Durante o curso de Administração, tive minhas primeiras experiências no mercado de trabalho. Em sua maioria, na iniciativa privada, o que me serviu de lição para mostrar que não era meu perfil ser empregado nesse meio, por conta dos baixos salários, ausência de um plano de trabalho bem definido, fora a questão da PJtização dos empregos que, apesar de salários “atrativos”, não oferecem segurança alguma para o funcionário.
Dentre minhas primeiras experiências, tive uma na Controladoria-Geral do Distrito Federal (CGDF), local em que ocupei um cargo em comissão de Gerente de Integridade e que foi de fundamental importância para abrir meus olhos para o serviço público. Apesar do meu cargo não ter estabilidade, foi uma experiência enriquecedora, um ambiente de trabalho tranquilo, havia hora certa para entrar e sair, plano de trabalho definido, conseguia separar a vida pessoal da vida laboral, além de ter meu trabalho reconhecido em premiações.
Após 11 meses na CGDF, fui exonerado de surpresa e, com isso, despertou em mim uma forte vontade de estudar para concursos públicos, visando um salário melhor e, principalmente, mais estabilidade, algo que não conseguia ter na iniciativa privada nem sendo servidor comissionado.
Comecei a estudar e me dedicar 100% aos estudos em Setembro de 2023.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Guilherme: Durante o curso de Administração, tive algumas tentativas frustradas de estudar e trabalhar concomitantemente, mas nunca mergulhei de cabeça. Porém, a partir da minha exoneração na CGDF, resolvi encarar os estudos com seriedade.
Após sair da CGDF, retornei para a iniciativa privada, porém devido meu cargo ser na área comercial, tinha uma rotina bastante puxada, o que não me permitia ter horários definidos. Havia dias que eu começava a visitar clientes às 7 horas da manhã e terminava às 20 horas e, ao chegar em casa ainda tentava estudar minimamente 2 horas à noite, mas tais estudos não rendiam em virtude do cansaço.
Em Setembro de 2023, tomei a melhor decisão da minha vida! Resolvi ligar para meus pais e falei que iria largar o trabalho para me dedicar 100% aos estudos para concurso. Imediatamente tive o apoio deles e nem pestanejaram em “segurar as pontas” durante a minha preparação. Conversei bastante com minha namorada e ela me apoiou sem titubear, sempre deixando claro que se era aquilo que eu queria, sem dúvidas ela estaria do meu lado, me apoiando e me compreendendo nas ausências. Sem o apoio deles, nada disso teria sido possível!
Passei a encarar os estudos como um trabalho, me dedicando exclusivamente no mínimo 8 horas por dia, geralmente, das 8hrs às 12hrs e das 14hrs às 18hrs.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Guilherme: Conselho Federal de Psicologia (CFP) – 24° lugar – Analista Técnico Administrativo;
Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) – 18° lugar – Administrador;
Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) – 1° lugar – Analista Administrativo.
Sim, pretendo continuar estudando!
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Guilherme: Tinha uma vida social regular. Sábado a noite e domingo eram dias que eu tirava para descansar e fazer o que gostava, mas sem excessos. Já durante a semana, evitava qualquer saída, exceto quando era um compromisso bastante importante. Eventualmente, em situações de proximidade de provas cortava até mesmo esses momentos nos finais de semana para me dedicar 100% aos estudos.
No início dos estudos para concurso, lá em 2023, sem nenhuma experiência, abdiquei 100% minha vida social, algo que posteriormente vi que seria insustentável. Cheguei a emendar os estudos em finais de semana adentro, começando às 7hrs da manhã e as vezes esticava até meia noite, o que muitas às vezes não trazia rendimento algum, mas teimava em ficar na frente do computador só para ter a sensação de que aquele esforço me traria uma aprovação mais rápido. Isso trouxe consequências graves para minha saúde física e mental, “sem saber o motivo” começaram a aparecer feridas na pele, além de acarretar crises de ansiedade frequentemente.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Guilherme: Meus pais e minha namorada foram os principais incentivadores para que eu mantivesse a cabeça erguida durante essa caminhada. Sou eternamente grato à eles por estarem sempre ao meu lado, me apoiando e incentivando, principalmente nos momentos que sem querer quis fraquejar.
Os meses iam passando e eu colecionando reprovações. Alguns dias eu estava animado, em outros não, mas sempre com o pensamento e vontade de ser constante em busca do meu objetivo: a tão sonhada APROVAÇÃO! Com o tempo, as reprovações passaram a dar lugar às aprovações em cadastro de reserva, e agora, por fim, o tão almejado PRIMEIRO LUGAR GERAL!
Nessa trajetória, tive a compreensão dos meus amigos, minha família e minha namorada. Minhas idas à Teresina para matar a saudade de casa foram reduzidas, além de saídas e bebedeiras que passaram a dar lugar a dias de renúncia e ausências. Foram diversos “não” que precisei dar para o ter o “sim” da aprovação.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Guilherme: Para o concurso do CRM-DF, foquei direcionado nas últimas duas semanas para o certame, tendo em vista que a preparação para concurso é cumulativa e desde 2023 eu já estava batendo nessa tecla, o que me fez adquirir uma boa bagagem nas matérias comuns a outros cargos. Nas últimas duas semanas resolvi focar nos conhecimentos específicos ligados diretamente ao órgão, como regimento interno e afins.
Em relação à parte comum aos outros concursos, dei um enfoque maior nas matérias e alguns conteúdos que tenho mais dificuldade, como AFO, que para muitos concurseiros é o “bicho papão”.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Guilherme: Em relação à materiais e ferramentas, gosto bastante de usar os PDFs versão resumida, pois são bem diretos e informam o essencial do conteúdo. Válido destacar que usei bastante no início dos meus estudos, pois o conteúdo já “mastigado” é uma excelente maneira para que qualquer pessoa possa entender e compreender o conteúdo ministrado.
Na véspera das provas, o resumo estratégico era uma mão na roda, tendo me ajudado bastante a tirar dúvidas rápidas, além de me auxiliarem a memorizar os famosos “decorebas”.
Outra ferramenta que gosto bastante são as revisões de vésperas, principalmente as aulas do professor Stefan Fantini e Hebert Almeida, as quais mais gosto já que eles dão um “overview” completo no conteúdo. Não era incomum que assuntos e temáticas discutidas em revisões de véspera aparecessem nas provas.
Videoaulas eram a minha última opção, deixando apenas para conteúdos capciosos como os de Administração Financeira e Orçamentária, as quais confesso que assisti cautelosamente para tentar entender. A desvantagem delas é que demandam muito tempo do estudante, o que em época de reta final eu não recomendaria fazer uso desse artifício, somente se não souber mesmo a matéria.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Guilherme: Conheci através de familiares e amigos que faziam uso da plataforma e elogiavam bastante, dizendo sempre que “Com o Estratégia a aprovação vem!”.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Guilherme: Inicialmente, montei sozinho meu plano de estudos. Estudava 2 matérias por dia, uma pela manhã e outra à tarde. Na época, tomei como ponta pé para os estudos o concurso de Administrador do Ministério de Minas e Energia que ocorreu em 2023 e passei a utilizar aquele edital para montar minha base. Foquei em Administração Geral e Pública, Direito Administrativo e Direito Constitucional, matérias que estão presentes em todos editais de concurso da minha área.
Após ter essas matérias como base, foquei em algumas leis, como: a n° 14.133/2021 (Lei de Licitações e Contratos, n° 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa), n° 8.112/90 (Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União), n° 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação), etc. Essas e outras leis são figurinhas chave na esmagadora maioria dos certames.
Matérias como Português e Matemática não vou mentir: nunca foquei! Confesso seja até uma falha minha e que preciso me aprofundar em Português para o que almejo no futuro. Já na Matemática, não senti necessidade de estudar com esse enfoque de concurso, pois tive uma boa base na escola, tendo apenas revisado alguns conceitos, o conteúdo de análise combinatória e de probabilidade. Algumas vezes, antes das provas, dava uma olhada nas negativas e equivalências lógicas, pois são conteúdos que sempre caem e precisam estar na mente.
Depois de quase 1 ano, achei que meu desempenho estava estagnado, assim, recorri a uma mentoria para focar nos pontos que eu estava pecando e ajudar a direcionar meus estudos. Tomei como base dois turnos de estudo, sendo manhã e tarde, de segunda a sábado. Em média, eram de 6 a 7 horas líquidas por dia, mas nos dias que estava mais descansado, fazia de 8 a 9 horas líquidas, esticando noite adentro.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Guilherme: Minhas revisões eram feitas de forma orgânica, tomando como base as questões que ia fazendo de cada disciplina e de acordo com meus erros. As questões acabavam seguindo um padrão de cobrança e com isso passei priorizar uns assuntos em detrimento de outros.
Em assuntos mais complexos, fazia resumos, já que gosto muito de estudar escrevendo, algo que para muitos pode ser até mesmo contraproducente pois se gasta muito tempo. Para mim, sem dúvidas, é a melhor técnica para memorizar.
Para os conteúdos mais comuns nas provas, mantenho comigo resumos para consultas rápidas, em caso de dúvidas ou esquecimentos, o que me ajudou bastante no dia a dia, evitando perder tempo buscando o tema nos PDFs.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Guilherme: Resolução de exercício é algo fundamental na preparação de qualquer concurseiro, pois é através da prática que conseguimos atestar nossas fraquezas para procurar corrigi-las! É super importante fazer questões de diferentes tipos e diferentes bancas, pois só assim teremos uma visão global de como o assunto poderá ser cobrado.
Não me recordo de cabeça, mas no total foram, aproximadamente, 10 mil questões até hoje em minha preparação.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Guilherme: No geral, apesar de ter uma certa aversão às matérias do Direito, vi que era mero preconceito meu, pois os assuntos não eram tão complexos como eu imaginava. Direito Administrativo é a melhor matéria na minha opinião, já Direito Constitucional não gosto muito.
O “bicho papão” para a maioria dos concurseiros é Administração Financeira e Orçamentária, sendo uma matéria com muitos termos novos, prazos, responsabilidades, percentuais, enfim, com muitos detalhes.
Para superar as dificuldades com AFO, resolvi repetir várias vezes o estudo do mesmo assunto. Quando era um conteúdo mais complexo que o costume, assistia às videoaulas. Após a bateria de estudos, recorria aos exercícios para fixar os assuntos e tentar captar quais eram os tópicos mais cobrados. Quando eu errava uma questão, sempre anotava sobre qual assunto era para que eu pudesse estudar novamente depois, buscando atacar a raiz do problema.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Guilherme: Na semana que antecedeu a prova, eu me dediquei “full time” para o certame! Cortei minha vida social e foquei integralmente no conteúdo específico ligado ao órgão, preferindo, inicialmente, ler as leis secas na íntegra, e, posteriormente, fiz o uso de inteligências artificiais para que pudesse montar um resumo breve dessas legislações com os pontos mais importantes, me mostrando possíveis insights de abordagem em formato de questões. Por fim, dei uma lida nos PDFs do Estratégia para consolidar o conteúdo.
No dia pré-prova resolvi não estudar conteúdo, apenas assisti a Revisão de Véspera, fui caminhar na pista em frente ao meu condomínio, jantei uma comida leve e fui dormir cedo, já que no dia seguinte faria prova de manhã e de tarde.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Guilherme: Em relação à prova discursiva, não fiz uma preparação específica para ela, apenas utilizei minha base de conhecimentos adquirida na minha época de escola.
No caso do CRM-DF, a prova discursiva era com base nos conteúdos previstos no edital e não sobre um tema genérico.
A prova discursiva foi sobre a lei n° 8429/92, a lei de improbidade administrativa, em que o enunciado cobrava a explicação de alguns tópicos dessa lei. Nesse caso, fiz uso dos conhecimentos que havia adquirido nos estudos para as provas objetivas.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Guilherme: Meu principal erro durante a minha trajetória foi não ter iniciado meus estudos para concursos antes! Além disso, perdi muito tempo assistindo videoaulas, o que pesar de serem excelente ferramenta para os conteúdos mais complexos, senti que não seria algo interessante para mim, pois o tempo para assistir uma vIdeoaula era equivalente ao que gastaria para estudar 3 PDFs.
Meu principal acerto foi resolver muitas questões, além de começar a realizar ciclos de revisão para que os conteúdos estudos permanecessem frescos em minha memória, principalmente, aqueles que são comuns a todos os concursos.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Guilherme: Desistir nunca foi uma opção para mim, mas estaria mentindo ao falar que minha trajetória não foi feita de altos e baixos. Minha principal motivação era minha conta bancária com saldo baixo (risos), mas além disso, era o anseio de estabilidade e um futuro melhor para mim, fora o apoio dos meus pais e minha namorada.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Guilherme: Pode parecer clichê, mas é a mais pura verdade: não desistam! A trajetória para concursos públicos é feita de altos e baixos. Alguns dias você vai estar animado, outros não. O mais importante é ser constante. Em algumas provas você irá se dar bem na prova objetiva e irá ser desclassificado na discursiva, enfim, cada etapa serve de aprendizado.
Se apegue as pessoas que torcem por vocês, se distanciam daquelas que lhes colocam pra baixo e, o mais importante, tenha fé em Deus que tendo foco e propósito os sonhos de vocês serão realizados.