Aprovado em 1° lugar no concurso CGM Itapevi/SP para o cargo de Auditor
Concursos Públicos
“Não tenha medo de concorrência e nem de reprovar. Qualquer que seja o concurso, os aprovados são menos de 1%. Então, reprovação é a regra, aprovação é a exceção. Tenha mentalidade de atleta. Cuide dos detalhes. Estude muito, mas estude com inteligência […]”
Confira a nossa entrevista com Aldemir Lopes Francalino Junior, aprovado em 1° lugar no concurso CGM Itapevi/SP para o cargo de Auditor:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Aldemir Lopes Francalino Junior: Sou Aldemir, tenho 40 anos, sou natural de Fortaleza-CE, mas, atualmente, moro em São Paulo-SP.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Aldemir: No segundo semestre de 2023, eu estava desempregado e meio sem rumo, quando um grande amigo, a quem sou eternamente grato e com quem eu havia perdido contato, me reencontrou nas redes sociais. Conversando sobre a vida, ele, auditor do Bacen, me incentivou a retornar ao mundo dos concursos, mas de forma séria (eu já havia estudado anos antes, mas displicentemente). Não apenas um incentivo genérico do tipo “vai lá”. Ele me passou todas as dicas possíveis, indicou concursos em vista que eu poderia prestar, enfim, foi uma espécie de mentor, apontando o caminho que ele mesmo seguiu e que me ajudou a ter confiança no início da minha preparação.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Aldemir: Não. Foram 16 meses exclusivamente para estudar: de janeiro de 2024, a abril de 2025. A partir de maio, entrei em exercício nesse concurso de Itapevi e tem sido mais difícil conciliar, devido ao tempo de deslocamento, já que continuo morando em São Paulo.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Aldemir: Fiz 30 provas nesse período. Foram 2 aprovações nas vagas. Fui 1º colocado (AC) pra Auditor da Controladoria de Itapevi e, recentemente, passei dentro das vagas para Analista da CNEN (7º AC/2ºPPP). Cadastros de reserva, tenho umas dezenas (risos)! Os mais relevantes são: Auditor Fiscal do Trabalho (2055º AC), Economista do BNDES (36º PPP), onde foi chamado até o 34º e tenho esperanças, e AFFC da STN na área Econômico-Financeira (18º PPP). Também aguardo nomeação para Auditor Fiscal Tributário da Prefeitura de Itaquaquecetuba, onde fiquei no CR (21º AC/4º PPP), mas desistências fizeram com que a próxima chamada me alcance.
Pretendo continuar estudando, embora esteja difícil no momento. Se um dos 3 “tops”, AFT, AFFC/STN ou BNDES me chamar, é possível que eu pendure a caneta, mas não tomo nenhuma delas como garantida, então, sigo na luta.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Aldemir: Durante os 8 meses iniciais (jan/24 a ago/24), que foram a minha preparação pro CNU, a vida social foi praticamente zero. Foi estudo de domingo a domingo, com raríssimas pausas. Foi física e mentalmente muito desgastante, mas era necessário. Eu vinha de um longo período sem estudar e precisava competir com os veteranos cheios de bagagem e os jovens cheios de energia.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Aldemir: Entenderam e apoiaram, porque viram que eu tinha um plano bem definido e estava levando muito a sério. Me apoiaram de todas as formas possíveis. Financeira, logística, emocional, tudo. Sou muito grato a todos.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Aldemir: Para esse concurso de Itapevi, foram pouco menos de 3 meses. O meu foco em 2024 até agosto foi o CNU para AFT. Passado isso, o meu ritmo de estudos caiu muito, por todo o esforço feito naqueles 8 meses. Como as matérias do CNU que melhor me saí foram Direito Administrativo (obrigado, prof. Herbert!) e Adm. Geral e Pública (obrigado, prof. Stefan!), dediquei o restante do ano, especialmente, a concursos de Adm/RH. Então, fui 10º (AC) pra Analista de RH em Osasco, 10º(AC)/2º(PPP) pra Adm. & Governança da Dataprev e 15º pra Gestão de Pessoas da Unesp.
Após a prova da Unesp, em dezembro, ainda sem aprovação nas vagas, resolvi mudar de rumo pra 2025. Foi quando vi que haveria uma trinca de concursos de controle em SP, CGM-TCE-CGE, com muitas vagas em jogo. Mudei, então, o estudo para a área de controle. Três meses depois, fiz essa prova de Itapevi e passei em 1º lugar. Foi uma grata surpresa, pois mesmo sendo um concurso pequeno, com remuneração abaixo da média para o cargo, não esperava obter uma aprovação na área de controle com tão pouco tempo de dedicação.
Manter a disciplina com tantos “quases” e até algumas injustiças que aconteceram em certas provas, não é fácil. Mas, na verdade, eu não tinha plano B. Era vencer, ou vencer.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Aldemir: Basicamente PDF. Só usei videoaulas em temas muito específicos, como lógica proposicional e informática, que eu entendo que funcionavam melhor por videoaulas. O PDF é muito melhor, porque você avança muito mais rápido nas matérias.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Aldemir: Foi indicação do meu amigo do Bacen, aquele que eu citei na pergunta 2.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Aldemir: Antigamente, cheguei a usar outro site. Há mais de 10 anos, acho que nem existe mais. Não me lembro se algo me incomodava. Naquela época, eu não levei a sério como deveria. Não passaria de jeito algum.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Aldemir: Sim, fiz alguns, mas com resultados bem ruins. Acabei deixando os concursos de lado até reencontrar esse amigo.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Aldemir: A Trilha Estratégica foi algo que eu achei genial pra um iniciante. No CNU 1 eram, sei lá, 18 ou 20 matérias. Nunca iria conseguir organizar os estudos sozinho, começando do zero. A Trilha facilitou demais, demais mesmo. Era só seguir o plano elaborado e ponto. Mesmo assim, ainda fiz bobagem, pois nas primeiras semanas, eu escrevia resumos enquanto eu estudava.
Aí veio outra ferramenta. O plano que assinei, me deu duas sessões de mentoria. E, embora poucas, também foram fundamentais. O mentor (perdão, esqueci o nome!) me deu dicas valiosíssimas, corrigiu os erros que eu cometia, em especial a questão dos resumos e, dali pra frente, eu deslanchei. Tanto que zerei o edital do CNU 1, antes da data original da prova.
A qualidade dos PDF’s também me chamou a atenção. Vejo algumas pessoas reclamarem que eles são longos demais e tal, mas para mim foram muito bons, pois me deixaram “protegido” por todos os lados. Tanto que, por exemplo, eu saí do absoluto zero em Direito do Trabalho pra gabaritar a prova do CNU 1. Ok, podem argumentar que o nível cobrado não foi lá essas coisas, mas eu tinha convicção de que, qualquer que fosse o nível da prova, eu gabaritaria, pois havia estudado por um material completíssimo. E, recentemente, na prova do TRT-2, mais de 1 ano sem tocar no material de Direito do Trabalho, eu gabaritei as 8 que caíram pra TJAA, só com o conhecimento que eu trazia ainda do CNU 1.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Aldemir: Como falei, nos primeiros 8 meses, o meu plano era seguir a Trilha Estratégica e só. Horas, nesses 8 meses iniciais, eram de 6 a 8 horas por dia, domingo a domingo, com raras exceções. Depois do CNU, eu tive que pisar no freio. Reduzi pra 2 a 4 horas por dia e falhando alguns dias.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Aldemir: As minhas revisões sempre são resolvendo questões. Só volto ao material se eu estiver muito muito mal em um assunto específico. Cadernos de erros, usei pouco. Deveria ter usado mais. Simulados eu não gosto. Prefiro me inscrever em concursos e ir fazer do que fazer simulados.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Aldemir: Resolver exercícios é vital. Afinal, o concurso nada mais é do que resolver exercícios, não é (risos)? Eu não faço ideia de quantas questões fiz, mas com certeza foram milhares. Não sei se chegam a 10 mil, realmente nunca fiz essa conta.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Aldemir: AFO, MCASP e Contabilidade Geral/Avançada são o terror da minha vida! Na verdade, até hoje não superei (risos)! Acho que o que tem que fazer é não se desesperar e não desistir. Todo mundo vai ter uma disciplina em que é melhor e outra em que é pior. Você não pode focar na que é melhor, porque aquilo te satisfaz psicologicamente e ignorar a que é pior, fugindo da dor. O concurseiro de alto rendimento é como o atleta, que martela ali nas próprias fraquezas incessantemente, até transformá-las em forças. Leiam, por exemplo, a história de como o Senna se tornou o melhor piloto em chuva de todos os tempos, que vocês vão entender.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Aldemir: Para essa prova de Itapevi, não fiz nada de especial. Como eu encarava apenas como um treino para as que viriam a seguir, a minha rotina foi normal. Estudei a carga normal que eu vinha estudando. Estudei na véspera, inclusive. No dia, pré-prova, normal também. Cheguei na cidade, comi um lanche e fui fazer a prova. Sem pressão e sem muita expectativa.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Aldemir: Não houve discursiva, mas eu não costumo estudar para discursivas e quase sempre tiro acima de 80%. Discursiva é, acima de tudo, saber escrever. E saber escrever está ligado a ter um bom Português e bom repertório linguístico. Essas coisas são tão importantes quanto saber a matéria. Claro que existem discursivas muito técnicas onde a matéria é absolutamente o mais importante de tudo, mas já tirei ótimas notas em discursivas para as quais o meu preparo na matéria era baixo. É normal se assustar, mas nunca diga “não sei”. Comece sempre lendo o tema da discursiva e, então, vá fazendo as objetivas. Deixa seu cérebro trabalhando em “stand by”. Se você já teve contato com aquele assunto, mesmo que não no contexto de concursos, você será capaz de escrever um texto minimamente satisfatório.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Aldemir: Erros: foi ter feito resumos no início e não ter cuidado melhor da parte física, da preparação física mesmo, com exercícios rotineiros e tal. Acho que isso teria me ajudado a não colapsar após o CNU 1.
Acertos: ter feito muitas provas, sem medo de arriscar e sem medo de reprovação. E ter cuidado do máximo de detalhes possível. Óbvio que o mais importante numa preparação pra concursos é estudar, mas chega certo nível em que aqueles 5% dos melhores candidatos estudaram tudo e detalhes podem fazer a diferença. Então, eu busquei, como os atletas de elite fazem, cuidar até dos mínimos. Alimentação, sono, suplementação, estratégia de prova, até o tipo de caneta para cada momento da prova eu planejo.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Aldemir: Sim. Logo após a prova de Itapevi e da CGM São Paulo (março/25) eu estava de novo bem cansado, o dinheiro já tinha acabado, as dívidas aumentando e nada de aprovação nas vagas. Eu já estava pretendendo ir no máximo até a prova do TCE e desistir. Foi quando no início de abril o resultado de Itapevi saiu, comigo em 1º lugar e, 2 ou 3 semanas depois, eles já me convocaram! Uma vez resolvido o problema material mais urgente e finalmente obtendo um resultado real, foi fácil retomar a motivação.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Aldemir: Não tenha medo de concorrência e nem de reprovar. Qualquer que seja o concurso, os aprovados são menos de 1%. Então, reprovação é a regra, aprovação é a exceção. Tenha mentalidade de atleta. Cuide dos detalhes. Estude muito, mas estude com inteligência. Não se trata apenas de carga horária, mas de usar os métodos, técnicas e materiais corretos. Não negligencie sua saúde física e mental. Sem cuidar do corpo e da mente, como você vai fazer uma boa prova? Nunca desista de véspera. Se inscreveu? Faça a prova, mesmo que você ache que não está preparado. Nenhuma preparação é perfeita e só perde de véspera quem não vai fazer a prova.
Em resumo: insista, persista e não desista.