Aprovado em 1° lugar no CNU (Bloco 7 - MGI) para o cargo de Analista Técnico-Administrativo - Qualquer área de conhecimento
Concursos Públicos“Aconselho a buscar uma área de interesse (fiscal, controle etc.) e focar nela, usando um material confiável para estudos. É difícil, mas sugiro também que a pessoa foque no que ela pode controlar e não nos cenários possíveis que aparecem […]”
Confira a nossa entrevista com Matheus Barbosa de Oliveira e Silva, aprovado em 1° lugar no CNU (Bloco 7 – MGI) para o cargo de Analista Técnico-Administrativo – Qualquer área de conhecimento:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Matheus Barbosa de Oliveira e Silva: Sou nascido e criado em Vitória (ES), Bacharel e Mestre em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e tenho 34 anos.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Matheus: Quando me formei (2014), eu não tinha perspectiva concreta de trabalhar na minha área. Emendei a graduação com um mestrado, mas em 2015, saiu um concurso da própria Ufes e me interessei. Aproveitei a minha disponibilidade de horários para focar no concurso e obtive a aprovação em 2015 dentro das vagas (6º lugar para Assistente Administrativo).
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Matheus: Após ser aprovado para assistente na Ufes e começar a trabalhar em 2015, terminei o mestrado e, em 2016, resolvi estudar para outros concursos. Começou a surgir um boato de que, com o fim da vigência do concurso da Justiça Federal, o TRF2 faria um novo concurso, então, comecei a me dedicar a ele. Conciliava trabalho com estudo: acordava um pouco mais cedo para estudar pelo menos 1 hora antes do trabalho, aproveitava 30 a 40 min do horário de almoço para fazer questões e, depois do trabalho, tentava estudar pelo menos umas 2h.
Na média, digo que estudava não mais do que 3h por dia.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Matheus: Na minha trajetória para concursos, fui aprovado e nomeado nos seguintes certames:
- Assistente em Administração – UFES – 6.º lugar – 2015;
- Técnico Judiciário – TRF2 – 11.º lugar – 2017;
- Analista Judiciário, Área Administrativa – TRF2 – 5.º lugar – 2017;
- Analista Administrativo – Iphan – 1.º lugar nacional – 2018;
- Analista Técnico-Administrativo – MGI (CPNU1) – 1.º lugar nacional – 2024.
Também fui aprovado em 65º lugar (fora das vagas imediatas) para Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental (EPPGG) no CPNU 1 – Bloco 7.
Por ora, não estou estudando. Sou Analista Judiciário, Área Administrativa, do TRT-17, desde 2021 (nomeado por aproveitamento no concurso do TRF2) e estou bem satisfeito. Estudei em 2024, porque fiquei interessado em fazer o CPNU1 em virtude da nova forma de seleção, de aplicação dos conhecimentos.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Matheus: Sempre tive muito equilíbrio. Durante a semana, por conta do trabalho, eu não costumava passar de 3h diárias de estudo. No fim de semana, procurava descansar um pouco, acordar sem horário, mas tentava fazer pelo menos umas 6h de estudo totais no fim de semana (isso em época de pré-edital).
Saía com amigos, família, mas não todo fim de semana: algumas renúncias foram necessárias, mas não precisei ficar enclausurado. Apenas na época em que o edital estava na praça que eu preferia abdicar um pouco mais dessa parte social.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Matheus: A minha família entendeu perfeitamente e me deu todo suporte, toda ajuda de que precisei, inclusive no apoio moral, emocional. A maior parte dos meus amigos também estudava para concurso, então, eles entendiam as ausências, o tempo corrido, etc.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Matheus: Para o CPNU1, estudei por 6 meses, mas a bagagem (vários anos de estudo) contou muito. Como não tinha aquela pressão para passar, o meu objetivo era relembrar parte do conteúdo e aprender o que pudesse das matérias novas para mim. Queria chegar à prova com a sensação de que tinha pelo menos passado pela maior parte do edital.
Para manter a disciplina, eu respeitei os meus limites: não fiz nada mirabolante, não estudei no ritmo que estudava antes, já que a minha realidade hoje é outra. Assim, senti que cheguei mais motivado até a data da prova.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Matheus: Priorizei as questões para relembrar e atualizar matérias mais consolidadas e usei materiais simplificados para matérias novas ou que tinham menor peso para o bloco que escolhi. Usei um pouco de tudo: PDFs, PDFs simplificados, lei seca, ferramenta de questões, videoaulas para assuntos específicos, livros.
A vantagem de usar tantos materiais foi poder escolher conforme a importância do assunto ou de acordo com meu nível de conhecimento. Como desvantagem, às vezes sentia dúvidas sobre qual seria a melhor abordagem para determinado assunto (principalmente em disciplinas como políticas públicas, direitos humanos, que não costumavam cair nos concursos tradicionais que prestei).
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Matheus: Conheci por meio de uma amiga concurseira, em 2015. Em 2016, salvo engano, comecei a comprar cursos isolados no Estratégia.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Matheus: No primeiro concurso que fiz, comprei uma apostila numa banca de jornal. Na época, por não conhecer o mundo dos concursos, achei suficiente. Mas, depois, percebi que havia alguns erros, desatualizações e precisei complementar o estudo, por meio de aulas gratuitas no Youtube. Então, essa parte de “filtrar o que estava errado ou desatualizado” e buscar outras fontes me incomodou, pois me deixava inseguro e tomava muito tempo.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Matheus: Sim. Apesar de alguns percalços, com esse material anterior, fui aprovado para Assistente em Administração na Ufes, no concurso de 2015.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Matheus: Principalmente no começo, senti muita diferença. Como eu não tinha formação em direito, assistia às videoaulas e lia os PDFs (bem completos, por sinal) e isso virou a chave para mim. Comecei a pegar o ritmo e as particularidades do estudo para concursos.
As questões comentadas ao fim dos PDFs também me ajudaram bastante a fixar o conteúdo. Além disso, o fórum de dúvidas no site, segregado por PDF, também me auxiliou bastante.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Matheus: Eu verticalizei o edital, primeiramente. Tentava estudar 2 matérias por dia, umas 2h30 por dia (no último concurso). Tentava rodar o meu ciclo de estudos com pelo menos 6 matérias, já que algumas eu fiz mais uma revisão do que um estudo propriamente dito. Semanalmente, eu avaliava se alguma matéria iria entrar ou sair desse ciclo.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Matheus: Já fiz um pouco de tudo, mas nos últimos tempos eu priorizava questões por assunto e leitura de grifos no PDF combinado com lei seca. Nunca gostei de fazer simulados. Eventualmente, em casos muito específicos, esquematizava algo no papel para fixar melhor.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Matheus: Na minha opinião, a resolução de questões é crucial, já que se aproxima do que você terá que fazer na prova. Eu creio que tenha feito, em toda a minha trajetória, mais de 50.000 questões objetivas. Discursivas, creio que pelo menos umas 150.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Matheus: As disciplinas de TIC sempre foram difíceis para mim. Alguns assuntos de contabilidade também. Sendo bem sincero, certos tópicos me contentavam em “decorar”, revisava com maior periodicidade. No caso de contabilidade, eu procurei entender um pouco mais, porque isso muitas vezes impedia o avanço na matéria.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Matheus: Na semana que antecedeu a prova, procurei fazer mais questões e mesclar com videoaulas de reta final. Um dia antes da prova, descansei, não vi nada de revisão (o que foi diferente, pois em provas anteriores, cheguei a acompanhar as revisões de um dia antes).
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Matheus: Para o CPNU1, eu já tinha um pouco mais de maturidade para a discursiva, pois já fiz alguns cursos específicos em minha trajetória. Eu tentava fazer uma discursiva por semana. Eu aconselho que a pessoa faça pelo menos um curso com correção para “pegar o jeito da coisa”, já que essa prova tem particularidades, não é igual uma discursiva para ENEM ou para uma prova de faculdade.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Matheus: Acertos: buscar um bom material de estudo, não ter desespero, adotar uma rotina de estudos consistente com a minha realidade e que não me sobrecarregasse. Também não parei de estudar enquanto fosse nomeado (no caso, para Analista Judiciário).
Erros: nos primeiros concursos, adquiri muitos materiais, o que gerou uma sobreposição desnecessária de ferramentas. Nos primeiros concursos, cometi o erro de não avaliar, à luz do edital, as matérias com maior importância e distribuir o estudo segundo essa diferenciação.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Matheus: Pensei algumas vezes em me acomodar, principalmente quando já era servidor. No entanto, sempre que eu cogitava a possibilidade de parar, me entristecia pensar em ficar no mesmo lugar para o resto da minha de trabalho, ainda mais sabendo que eu tinha potencial para algo mais, que me desse mais satisfação pessoal e financeira. Essa foi a minha motivação.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Matheus: Aconselho a buscar uma área de interesse (fiscal, controle etc.) e focar nela, usando um material confiável para estudos. É difícil, mas sugiro também que a pessoa foque no que ela pode controlar e não nos cenários possíveis que aparecem (se vai ter concurso, se será adiado, se vai nomear etc.). Recomendo que a rotina de estudos seja condizente, que não haja comparação com outros que estão em realidades diferentes. Por fim, a minha dica é a constância, que a pessoa não pare de estudar de forma sustentável, até que seja nomeada.