Aprovada em 1° lugar no concurso TRT 2 para o cargo de Técnico Judiciário - Área Administrativa
Tribunais
“Respire. Fale. Viva os estudos. Adapte sua rotina para os concursos. Priorize uma preparação de longo prazo, fortaleça a base. Não busque atalhos. Não espere vontade ou motivação para tornar essa ação algo diário. Quando te chamarem de louco, saberá que está seguindo pelo caminho certo”
Confira nossa entrevista com Renata Lima Prata da Cruz, aprovada em 1° lugar no concurso TRT 2 para o cargo de Técnico Judiciário – Área Administrativa:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-la. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Renata Lima Prata da Cruz: Sou graduada em Gestão em serviços jurídicos e notariais, tenho 21 anos e sou natural do Rio de Janeiro, capital.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Renata: Minha trajetória se iniciou no universo dos concursos para as Forças Armadas, por incentivo do meu pai e por me inspirar em uma prima sargento da FAB. Devido a fatores pessoais, migrei para a área de tribunais aos 20 anos de idade, movida pelo desejo de estabilidade e de independência financeira.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Renata: Tive o privilégio de somente estudar no decorrer de toda a minha preparação. Conciliei apenas com a faculdade, escolhida a dedo, por englobar matérias afins às de tribunais. Isso me ajudou a dar um gás maior para os concursos, sem perder um bom desempenho durante a formação.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Renata: Fui aprovada, primeiramente, no concurso da EEAR, opção 1, em décimo primeiro lugar. Academia da Força Aérea para intendência, da qual não me recordo a colocação exata. TRE RJ (TJAA), em 79. TRT 1 (TJAA), em 133. E MP RJ (Técnico), em 174.
Pretendo continuar estudando para tribunais, cargo AJAJ.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Renata: Mantive um convívio social dosado desde que me tornei concurseira, aos 18 anos de idade. Os eventos familiares sempre tiveram uma regularidade média de uma vez por mês e, como para mim servia de válvula de escape do estresse acumulado, buscava comparecer em todos, caso não fossem em época de pós-edital. Com os meus amigos, procurei também limitar os encontros, mantendo horários específicos para conversas online diárias.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseira? De que forma?
Renata: Meus pais, irmão e parentes me apoiaram e me incentivaram 100% no decorrer de toda a minha trajetória. Creio que uma boa razão para isso tenha sido o fato de todos entenderem o benefício trazido pelo sacrifício diário para obter estabilidade e qualidade de vida, bem como por já haver concursados na família. Quanto à forma de auxílio, as pessoas que moram comigo procuravam manter um ambiente silencioso e evitavam deixar grandes afazeres para mim em época de reta-final. Meu pai, com muito amor e sacrifício, garantiu que eu não precisasse trabalhar para que pudesse me dedicar completamente aos estudos. Foram tempos de muita contenção de gastos e de investimentos. Já meus amigos contribuíam não me procurando em período pós-edital, uma vez que eu entrava num verdadeiro “modo caverna”, longe das redes sociais para fins que não envolvessem concurso público.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Renata: Iniciei os estudos no pós-edital, já que esperei pelo final da prova do TRT 1. Mantive a disciplina tratando a preparação como um verdadeiro trabalho em tempo integral. Cumpria minhas metas diárias, mesmo se estivesse sem vontade, pois, para mim, já havia se tornado algo automático.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Renata: Meu material principal foi o PDF completo, lia os enxutos apenas para disciplinas de menor importância ou que fossem extremamente longas pela versão integral. Ademais, assistia a videoaulas no decorrer do dia, seja ouvindo durante o banho, refeições, academia ou quando já não aguentava mais ler.
Não vejo desvantagens nos métodos que empreguei, apenas aprendi a usá-los da forma que melhor se adaptasse. Por exemplo, as videoaulas entravam somente para as disciplinas que tivesse maior dificuldade ou quando quisesse fazer um estudo mais estilo “netflix”, já que, durante meses, foram as únicas coisas que parava para ver.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Renata: Conheci o Estratégia Militares enquanto buscava estudar para essa área, pelo YouTube, e me apaixonei pela didática. Depois que precisei abandonar esse sonho e migrar para os tribunais, pareceu-me uma escolha óbvia continuar com o Estratégia, só que, dessa vez, com o Estratégia Concursos.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Renata: Absolutamente. Ainda quando me preparava para o militar, o Estratégia me convenceu pela qualidade do ensino prestado por meio dos professores, pela clareza e pela profundidade das explicações. Em poucos meses, obtive excelentes resultados, saindo de uma coletânea de reprovações – quando ainda estudava por conta própria, sem direcionamento adequado – para aprovações em colocações excelentes.
Com o Estratégia Concursos, não foi diferente, e parabenizo pela completude dos PDFs voltados a um estudo que valorize uma real compreensão do assunto. Além dos PDFs, outra ferramenta que indico é o Passo Estratégico, em especial a parte referente aos assuntos de maior incidência.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Renata: Estudava em torno de 8 horas líquidas, obviamente aumentando de forma gradual, até que me acostumasse com a carga horária. Optei por realizar um ciclo de estudos, com um tempo que levasse em torno de 1 a 2 horas para cada matéria. Fora dessa jornada, também assistia às videoaulas em momentos específicos, como o de comer/me exercitar.
É bom frisar que essa rotina intensa – e cansativa – foi possível por eu não trabalhar e por estar altamente focada em ser nomeada o quanto antes, então a mantive por um período que se estendeu desde janeiro de 2025 – após ver meu desempenho no TRE – até o TRT 2.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Renata: Priorizei resolver questões da banca e, com base nelas, criava flashcards com perguntas abertas sobre os tópicos que percebia maior incidência e/ou que eu errava com certa frequência. Ademais, elaborei resumos digitais que guardo comigo até hoje, para ler em momentos que prefiro fazer uma revisão mais completa dos assuntos. Levava em conta o nível de dificuldade que tinha no assunto para saber se era válido gastar meu tempo elaborando o material, ou se era um tópico frequente nas provas elaboradas pela banca.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Renata: Só pelo Sistema de Questões do Estratégia, calculei 20.576, desde que iniciei a minha trajetória rumo aos tribunais (cerca de 1 ano e meio). Costumo brincar com meus amigos concurseiros que devemos ser as pessoas mais íntimas da banca do nosso próximo concurso, devemos saber o que ela demanda de nós para um relacionamento sério! Por isso, nada melhor do que resolver muitas, milhares de questões. Só assim saberemos como agradá-la no encontro mais importante de nossas vidas, o dia de nossa prova!
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Renata: Baseando-me num edital básico de TRT, foi sem dúvidas informática. Cheguei a ver o material teórico, na versão simplificada, porém, sempre achei dificílima de absorver! Optei, depois disso, por simplesmente ver através das questões o que a FCC trazia com maior incidência e transferia para os flashcards. Ganhei alguns pontos só por me lembrar de assuntos cobrados de forma idêntica em certames anteriores, mas, com certeza, o fato de não ser essa a matéria de maior peso no meu concurso serviu de motivo para eu agir desse modo.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Renata: Passava a maior parte do tempo resolvendo questões ou então lendo meus resumos. No pré-prova, acompanhava a Revisão de Véspera, já que estudar até o fim me ajudava a ficar mais tranquila (ou menos desesperada, para dizer a verdade).
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Renata: Elaborava, em média, uma a duas discursivas por semana. Uma ferramenta muito boa é a IA, já que faremos sempre um volume maior de redações do que o limite de correções da maioria dos cursinhos. Há vários vídeos na internet que explicam como usar esse instrumento poderosíssimo na preparação, que vem para somar e não substituir o auxílio de um professor experiente.
Meu conselho é sempre iniciar focando em melhorar seu português, construir sua base na escrita e depois pensar em estruturar textos como o dissertativo-argumentativo. Tenha um repertório guardado, crie resumos com os argumentos de autoridade que melhor se sinta para utilizar, separe por tópicos ou por autor. Além disso, entenda o perfil de sua banca, os assuntos que ela tende a levantar. Não se esqueça de que o foco é entrar num relacionamento profundo com ela.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Renata: Na minha preparação geral para concursos, meu principal erro foi postergar o início da realização de questões, seja pela preguiça ou pela dor que me traria cometer erros, em especial por vir de um estudo extremamente voltado para problemas complexos de exatas.
Meus principais acertos, no entanto, foram iniciar minha jornada nos tribunais questionando o perfil de cada banca e coletar informações relevantes de preparação em grupos de estudo. Participe e interaja de forma dosada, busque informações do edital com os demais concursandos, sua jornada se tornará mais leve ao lado de pessoas com o mesmo objetivo.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Renata: Nunca cheguei de fato a querer desistir. Senti, sim, por diversas vezes, cansaço e angústia por me ver durante longo período trancada em meu quarto estudando, mas ser concursada e estável era uma meta clara e sem chances para mudança de rota.
Minha motivação era a futura segurança num ambiente de incertezas e a independência financeira.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Renata: Não sei em que vocês, que agora leem o meu relato, acreditam, mas como cristã, digo para entregarem seu caminho a Deus e orarem por direcionamento. Não por menos, depois de sair do militarismo e clamar por auxílio divino, as coisas caminharam de forma clara para a área de tribunais, e senti uma convicção que jamais tive durante a jornada anterior. Ademais, depois daquilo em que acreditam, façam dos estudos a principal prioridade de suas vidas. Respire. Fale. Viva os estudos. Adapte sua rotina para os concursos. Priorize uma preparação de longo prazo, fortaleça a base. Não busque atalhos. Não espere vontade ou motivação para tornar essa ação algo diário. Quando te chamarem de louco, saberá que está seguindo pelo caminho certo.