Aprovada em 1° lugar no concurso TRF6 para o cargo de Analista Judiciário - Área Administrativa (Região Sul)
Tribunais
“É preciso manejar as expectativas. Ser aprovado leva tempo, exige muita dedicação. Mas não desistam. Mesmo que você não se ache totalmente preparado para aquela prova, não deixe de insistir […]”
Confira nossa entrevista com Driely Fernanda Mesquita, aprovada em 1° lugar no concurso TRF 6 para o cargo de Analista Judiciário – Área Administrativa (Região Sul):
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-la. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Driely Fernanda Mesquita: Sou formada em Engenharia Mecânica, com pós em Engenharia de Segurança do Trabalho. Tenho 32 anos e sou natural de Lavras/MG.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Driely: Terminei a graduação em Engenharia Mecânica já desencantada com a área, então logo em seguida comecei a pós-graduação. Mesmo assim, segui participando de processos seletivos, mas sem sucesso. Na reta final da pós veio a pandemia, então conclui o curso em meio a esse caos. Como resultado, não consegui me inserir no mercado de trabalho. Acabei perdendo totalmente o interesse em trabalhar como engenheira.
Decidi então que o caminho a seguir era um concurso público. Assim, não dependeria mais de indicação, processos seletivos com fases extensas e que nunca davam retorno. A estabilidade, após ver como um mercado em crise afeta muito a vida de grande parte da população, também passou a ser algo primordial para mim. Assim, prestar concursos que fossem para qualquer área de formação parecia a melhor opção, já que me permitiria mudar de área sem precisar cursar uma nova graduação e alcançar a tão sonhada estabilidade financeira.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Driely: Não, estava desempregada durante a maior parte da minha preparação. Por um lado, é muito bom por ter maior disponibilidade de tempo. Por outro, pesa muito no psicológico. Você se sente altamente pressionado para passar logo em um concurso e conseguir sair dessa situação. E a ausência de recursos financeiros limita muito suas opções de concursos a serem prestados. Acabei realizando apenas concursos que fossem próximos da minha cidade, para minimizar os gastos, por exemplo.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Driely: Assim como muitos, minha primeira aprovação foi no IBGE. Fui Agente Censitário Supervisor, no Censo Demográfico de 2022. Logo após, fui aprovada em um concurso municipal, para ser Fiscal Sanitário na Prefeitura da minha cidade, em 4º lugar. É meu cargo atual.
Estou no cadastro de reserva para TJAA no TRE/MG, mas sem perspectiva de ser nomeada. Fiz uma boa prova, mas após a anulação e mudança de gabarito de um número expressivo de questões, minha pontuação se manteve igual enquanto diversos candidatos ganharam mais de 15 pontos. Não tive sorte, infelizmente. Mas foi uma base fundamental para a última aprovação – e a mais importante – como AJAA no TRF 6, em que fiquei em 1º lugar na Região Sul. Nessa prova tudo se alinhou. Bom resultado, anulação que me favoreceu, correção favorável na discursiva. Por isso acredito muito que quando é para ser nosso o universo encontra um jeito de fazer dar certo.
Eu pretendo sim continuar estudando, mas sem pressão no momento. Ainda não tenho nenhum concurso novo em vista. Espero ser chamada para assumir no TRF 6, ter uma vivência na área, antes de decidir se migrarei para outro cargo ou não.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Driely: A vida social, que já não era muito ativa, ficou ainda mais limitada. Sou naturalmente mais caseira, então não foi tanto esforço da minha parte. Mas houve sim momentos em que abri mão de sair para poder estudar. Inclusive estudei no Natal e Ano Novo, já que tinha prova no começo de janeiro.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseira? De que forma?
Driely: Sim, tive muito apoio. Principalmente da minha mãe, que me ajudou muito. Tanto ela quanto meu irmão estavam sempre incentivando, enviando notícias de concursos abertos, etc. Mais importante, foi o apoio da família que permitiu que eu pudesse focar nos estudos sem me preocupar (tanto) com a parte financeira. Obviamente os recursos eram limitados e eu não abusaria desse apoio, então sempre analisei bem quais provas fazer, qual curso preparatório assinar, visando obter o melhor custo-benefício.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Driely: Quando o edital do TRF 6 saiu, eu estava me preparando para o TSE Unificado. As datas de provas eram bem próximas, coisa de 40 dias entre elas. Decidi continuar focada para o TSE Unificado, já que o conteúdo era menor e seria minha primeira experiência com a banca Cebraspe. Então, após essa prova e uns dois dias de descanso, foquei totalmente no TRF 6.
Foi um pouco mais de um mês estudando, o dia todo, todos os dias. Muitos conteúdos eu ainda não havia tido contato, então as aulas de Reta Final foram absolutamente essenciais na minha preparação. Conseguiram cobrir vários conteúdos, direto ao ponto e de maneira suficiente para embasar a resolução de questões.
A vontade de ser aprovada, ainda mais em um cargo tão bacana quanto AJAA, com a possibilidade de trabalhar em cidades ótimas e próximas de casa, além do pouquíssimo tempo para me preparar, foram a motivação necessária para conseguir manter a constância mesmo estudando por mais de 9h todos os dias desse período.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Driely: Eu gosto muito de videoaulas. Ainda me considero iniciante nesse mundo de concursos, então acho importante ter o conteúdo explicado de forma mais didática, principalmente em áreas que nunca estudei antes. Também sinto que consigo lembrar melhor quando o professor faz algum comentário, dá alguma dica, mostra a forma como a banca costuma cobrar aquele ponto. Mas, como meu período de preparação foi bem limitado, foquei mais nas aulas de Reta Final, Hora da Verdade, resolução de questões e a importantíssima Revisão de Véspera. Acompanhei mesmo enquanto viajava para a cidade de aplicação da prova.
Também utilizei muito o Passo Estratégico, já que não tive tempo de elaborar meu próprio material para revisão. Cheguei até mesmo a dar uma última lida no Passo enquanto esperava para entrar no local de prova.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Driely: Indicação do YouTube. Resolvi arriscar, assisti algumas aulas ao vivo, gostei muito dos professores, comecei a acompanhar nas redes sociais e resolvi assinar quando houve a promoção de Black Friday.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Driely: Sim, assinei uma outra plataforma antes de estudar com o Estratégia. Mas fiquei insatisfeita com os materiais desatualizados, muitas vezes com conteúdos que não constavam no edital e com um longo período de espera para a inclusão do material, chegando até mesmo a ficar sem tempo hábil para estudar o conteúdo.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovada?
Driely: Sim, prestei o CNU de 2024, para o cargo de AFT. Inclusive foi durante essa preparação que conheci o conteúdo do Estratégia e comecei a acompanhar na reta final, já que tinha um direcionamento melhor. Não fui aprovada. Mas foi decisivo para que eu decidisse trocar de material.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Driely: Sim, com certeza. É bem mais fácil elaborar um ciclo de estudos e ter uma preparação robusta quando se tem uma diversidade imensa de conteúdo, em diversos formatos. Gostei bastante das opções de PDF Simplificado e Marcação dos Aprovados. Quando se tem pouco tempo para estudar ou até mesmo revisar, esses materiais são uma mão na roda. O Passo Estratégico também. Ainda não tive a oportunidade de utilizar, mas a Trilha Estratégica parece fantástica. Será minha aposta de preparação no futuro.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Driely: Montei um ciclo de estudos que priorizasse as matérias que eu nunca havia estudado antes ou que tenho mais dificuldade em reter o conteúdo. Mas nem sempre conseguia seguir corretamente, pois sou muito ansiosa e não conseguia passar para outra matéria antes de finalizar ou sentir que compreendi devidamente o assunto.
Por se tratar de pós-edital, com um prazo bem apertado, estava fazendo cerca de 8h líquidas diárias. Isso só foi possível por não possuir grandes obrigações, sentir que precisava dar o meu máximo para ser aprovada e ser por um período mais enxuto. Manter esse ritmo por meses, anos, não é factível. Teria outra estratégia de estudo caso iniciasse o estudo em um pré-edital, por exemplo.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Driely: Como eu estudava por videoaulas, costumava tirar prints dos esquemas que os professores faziam e ir revendo nos momentos de dúvida, quando sobrava um tempinho, quando estava esperando algum compromisso, etc.
O Passo Estratégico também foi bem útil no período de reta final, já que era uma versão bem sucinta do conteúdo e focada no que mais costuma cair em provas.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Driely: A resolução de exercícios é fundamental na preparação. Funciona tanto para você entender a forma de cobrança da banca quanto para você fixar e até mesmo aprender novos conteúdos. Costumam dizer que é errando que se aprende e é uma grande verdade, pelo menos nos concursos. Às vezes é a pegadinha que você caiu ou aquela questão que errou várias vezes durante a preparação que vai te salvar na hora da prova.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Driely: Tenho muita dificuldade com Administração Financeira e Orçamentária (AFO), Finanças Públicas e matérias nessa linha. Também tenho dificuldade em Língua Portuguesa, desde a época de escola. Não sei se superei, mas o diferencial para melhorar o resultado, com certeza, foi encontrar um material de qualidade, com professores bem didáticos e que detalham bem o conteúdo. As aulas da prof. Adriana Figueiredo e do prof. Leandro Ravyelle me ajudaram demais.
Também é importante não se deixar desanimar com o percentual de acerto menor do que nas outras disciplinas ao resolver questões anteriores. De pouco em pouco, de tanto repetir o tópico, você acaba retendo boa parte das informações. Talvez não tanto quanto você gostaria ou imaginava, mas o suficiente para ainda ter chance de aprovação.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Driely: Bem desesperadora, não vou negar. Sempre sinto que não sei o suficiente, que não vai dar certo e estou perdendo meu tempo. O importante é ignorar esses pensamentos e persistir. Tentei ver o máximo de conteúdos possíveis de revisão, talvez captar uma informação nova e sempre muitas questões.
Meu pré prova acaba sendo um pouco caótico, por não residir na cidade de aplicação da prova. Então é estresse de viagem, ônibus atrasado, sem sinal no celular para continuar assistindo a Revisão de Véspera. Tento não parar para pensar muito, senão a ansiedade toma conta e não consigo funcionar.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Driely: Nessa parte o Estratégia foi essencial, sem dúvidas. Os professores forneceram aulas excelentes e muito completas, tanto da parte estrutural quanto de conteúdo. E o mais importante, direcionadas para o estilo de cobrança da banca em questão. Isso faz muita diferença. Não tive tempo de fazer um treinamento mais extensivo, mas as dicas foram tão boas que mesmo assim deu tudo certo.
Consegui 19,60 em 20 pontos. Os 0,40 perdidos foram de gramática. Então sou prova que as aulas da prof. Adriana Figueiredo e do prof. Rodolfo Gracioli foram muito certeiras. Acabei nem precisando fazer recurso, pois não mudaria minha colocação.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Driely: Por ser iniciante, acabava “indo na onda” de concurseiros mais experientes e achando que estava fazendo algo errado por preferir videoaulas ao invés de estudar por PDF, não resolver 5.000 questões por mês, não ter começado a preparação dois anos atrás ou algo do tipo. Acredito que esse foi meu maior erro. Essa comparação causa insegurança, desmotiva e te faz duvidar se está no caminho certo. Mas temos sempre que lembrar que cada pessoa tem seu processo e o que funciona para um pode não dar certo para o outro. Aceite suas particularidades, descubra o que funciona para você e persista.
E meu principal acerto foi não ter desistido, mesmo que parecesse impossível a aprovação. Mesmo sem uma grande bagagem de estudos, com pouco tempo para me preparar, a lógica dizendo que eu não estava preparada, não desanimei. Fiz o que pude e dei o meu melhor. E, no fim, o empenho se pagou.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Driely: Não pensei em desistir, exatamente, mas duvidei se um dia eu conseguiria atingir meus objetivos. Após a reprovação no CNU, fiquei bastante chateada por ter me esforçado tanto e não ter conseguido o resultado esperado. Tirar um período após esse concurso para me recuperar, colocar as ideias no lugar, foi fundamental. Já estava inscrita no próximo concurso, então recalculei a rota, tentei melhorar meu preparo e segui em frente.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Driely: É preciso manejar as expectativas. Ser aprovado leva tempo, exige muita dedicação. Mas não desistam. Mesmo que você não se ache totalmente preparado para aquela prova, não deixe de insistir.
Em concursos, uma base sólida é imprescindível, mas sempre haverá uma dose de sorte. Quando é para ser o nosso concurso, cai aquele conteúdo que você lembra mais, as anulações te favorecem, pega um corretor mais favorável na discursiva. Aconteceu em todas as vezes que fui aprovada (com chance de nomeação).
Temos que sempre lembrar que a aprovação é um processo. Aos poucos os resultados vão melhorando, todo o esforço começa a transparecer e, quando menos se espera, quando a sorte está ao seu favor, o sonhado resultado chega e você percebe que todo o percurso valeu muito a pena.