Artigo

Aprenda tudo sobre Custo-Padrão – Abordagem Cespe/Cebraspe

Olá, pessoal. Tudo certo? No artigo veremos sobre o Custo-Padrão, principalmente sobre a abordagem Cespe/Cebraspe.

Esse tema vem causando bastante dificuldade para alguns alunos, assim a ideia é sanar essas dúvidas.

O que veremos?

  • Contextualizando
  • Conceitos Gerais de Custo-Padrão
  • Variações custo-padrão
  • Vendo na prática

Vamos lá.

Contextualizando

Antes de vermos o custo-padrão propriamente dito, é importante nos situarmos para não confundir os conceitos, assim vamos diferenciar os sistemas de produção e os métodos de custeio.

Sistema de Produção: como os custos são acumulados.

  • Por ordem: acumulado em cada ordem ou encomenda.
  • Por processo (continua): custos são contabilizados por período.

Métodos de custeio: forma como os custos serão alocados

  • Absorção: Todos os custos são apropriados
  • Variável (direto): Apenas os custos variáveis são apropriados, os custos fixos são despesa.
  • RKW (pleno): Todos gastos (até despesas) são apropriados
  • Custeio por atividades (ABC – Activity Based Costing): Os custos indiretos são apropriados do departamento para as atividades e das atividades para o produto.
  • Padrão: Os custos são apropriados por estimativa.

Compreendido isso, vamos ao custo padrão de fato.

Conceitos Gerais de Custo-Padrão

Pessoal, entenda que o custeio padrão surgiu pela necessidade de se avaliar o custeio fabril por meio de custos estimados e compará-los com valores reais, perceba a finalidade de planejamento.

Assim, podemos dizer que em termos bem gerais que se trata de uma técnica gerencial de planejamento e controle de custos a longo prazo.

Entretanto, atente-se ao seguinte:

CPC 16, 21. Outras formas para mensuração do custo de estoque, tais como o custo-padrão ou o método de varejo, podem ser usadas por conveniência se os resultados se aproximarem do custo. O custo-padrão leva em consideração os níveis normais de utilização dos materiais e bens de consumo, da mão-de-obra e da eficiência na utilização da capacidade produtiva. Ele deve ser regularmente revisto à luz das condições correntes. As variações relevantes do custo-padrão em relação ao custo devem ser alocadas nas contas e nos períodos adequados de forma a se ter os estoques de volta a seu custo.

Ou seja, o custo-padrão pode ser utilizado para a escrituração contábil, desde que sejam realizados os ajustes necessários.

Tipos de custo-padrão:

Ainda é importante conhecer os tipos de custo padrão.

Tipos de custo padrão:

  • Custo-Padrão Ideal: custo obtido em condições ideais, incorporando apenas as ineficiências admitidas como impossíveis de serem eliminadas. Trata-se de uma meta de longo prazo. -> Custo teórico

Obs.: Atente-se que mesmo o custo-padrão ideal também considera algum nível de ineficiência (quando impossíveis de serem eliminadas), isso já foi objeto de prova!!!

  • Custo-Padrão Estimado: custo com base na série histórica -> Custo prático
  • Custo-Padrão corrente: Trata-se de um meio termo entre o custo estimado e o custo ideal. –> Regra quando falar apenas “custo-padrão”

Esquematizando tudo:

Tipos de custo-padrão
Tipos de custo-padrão – Artigo Custo-Padrão – Abordagem Cespe/Cebraspe

Variações custo-padrão

Agora vamos conhecer as variações do custeio padrão. Iremos abordar aqui as duas principais variações que aparecem em prova, variação da matéria-prima e variação de mão de obra.

Antes disso, é importante que se compreenda que a variação ocorre devido à diferença entre o custo esperado e o custo real.

Além disso, vamos estabelecer uma convenção.

Δ = Real – Padrão

Logo como estamos trabalhando com custo, podemos entender que:

Δ positivo -> desfavorável (mais caro que o planejado)

Δ negativo -> favorável (mais barato que o planejado)

Variação da matéria-prima (MP)

Variação da matéria-prima (MP)

  • Variações de preços: desvio entre o preço padrão (esperado) e o preço real (realizado)

ΔP = (PR – PP) x QP

  • Variação mista na variação de preço: Quando há apenas duas variações, a variação mista é alocada dentro da variação de preço. -> Esse é o Padrão CESPE

ΔP= (PR – PP) x QR

Essa abordagem pode ser demonstrada graficamente, em que a área da variação mista é considera como parte da variação do preço (ΔP + Δmista)

Variação graficamente
Variação graficamente – Custo-Padrão – Abordagem Cespe/Cebraspe
  • Variações de quantidades: Desvio entre a quantidade padrão (preestabelecida) e a que real (efetivamente foi utilizada)

ΔQ = PP x (QR – QP)

  • Variações mistas:

ΔMista = (PR – PP) x (QR – QP)

  • Variação Total

ΔTotal = ΔP + ΔQ + ΔMista

Variação da Mão de Obra

Agora veremos a variação da mão de obra.

Variação da mão de obra (MOD)

  • Variações de taxa (preço): desvio entre o preço preestabelecido e o preço realizado

ΔT = (TR – TP) x EP

  • Variação mista na variação de taxa: Vale o que vimos na variação da matéria-prima.

ΔT = (TR – TP) x ER

  • Variações de eficiência (quantidade): Desvio entre a quantidade preestabelecida e a que efetivamente foi utilizada

ΔE = TR x (ER – EP)

  • Variações mistas: alteração do preço e da quantidade

ΔMista = (TR – TP) x (ER – EP)

Apenas uma comparação com as nomenclaturas:

Nomenclaturas
Nomenclaturas – Custo-Padrão – Abordagem Cespe/Cebraspe

Obs.: Apesar da nomenclatura diferente, para facilitar trataremos tudo como “quantidade” e “preço”.

Tabela

Aqui temos a tabela que nos auxiliaria a resolver os exercícios no padrão Cespe.

QuantidadePreçoCusto Unitário (C unit)Custo Total
PadrãoQPPPQP x PPCPt = C unit X Qnt produzida
RealQRQRQR x PRCPt +- Variação total
Tabela exercícios custo-padrão cespe

Vendo na prática

Pessoal, como havíamos falado, vamos resolver as duas principais variações que são cobradas em prova, variação da Matéria-Prima e variação de Mão de Obra.

Como veremos a frente, os últimos concursos estão cobrando o conhecimento desse tipo de exercício, então sabê-los resolver é imprescindível.

Variação da Matéria Prima

CESPE – Auditor da CAGE RS – 2018

Um pequeno frigorífico usa padrões para controlar o consumo de uma mistura de carnes de diferentes tipos de frutos do mar de alta qualidade utilizada como matéria-prima na fabricação de um produto para exportação: para cada quilo de produto, são utilizados 450 gramas da mistura, ao custo de R$ 125 o quilo. Em determinado mês, foram produzidos 2.000 kg do produto e constatadas as seguintes variações totais:

variação de preço: R$ 9.000 favorável;
variação total: R$ 3.500 desfavorável.

Nesse caso, é correto afirmar que o preço efetivamente pago pelo quilo de matéria-prima foi

Resolução:

ALTERNATIVA C superior a R$ 115 e inferior a R$ 120.

Vamos separar as variáveis.

ΔP= -9.000 (negativo, lembre-se da convenção)

Δ total = 3.500

PP = 0,45

QP = 125

PR = ?

QR = ?

Agora vamos utilizar a tabela anteriormente apresentada.

QuantidadePreçoCusto Unitário (C unit)Custo Total
Padrão0,4512556,25112.500
RealQRQR116.000/2000 = 58*116.000*

* Somamos o valor da variação total desfavorável.

* Se temos o valor total e a quantidade produzida, basta dividir para encontrar o valor unitário.

Como o enunciado também forneceu a variação de taxa (preço), vamos utilizar a fórmula dela.

ΔP = (PR – PP) x QR

-9.000 = (PR – 125) x QR

-9.000 = (PR x QR) – (125 x QR)

Aqui encontra-se a sacada, deve-se perceber que temos o valor do custo total real e podemos substituí-lo por (PR x QR).

-9.000 = 116.000 – (125 x QR)

-125.000 = -125 x QR

QR = 100

Perceba que esse valor de QR é o valor total e não unitário, assim basta dividi-lo pela quantidade produzida para encontrar de forma unitário

QR = 100/200

QR = 0,5

Agora vamos preencher o restante da tabela.

QuantidadePreçoCusto Unitário (C unit)Custo Total
Padrão0,4512556,25112.500
Real0,5QR58116.000

O preço real agora é bem simples, basta dividir o custo unitário pela quantidade.

QR = 58/0,5

QR = 116

Variação de Mão de Obra

Agora vamos resolver um exercício de variação de mão de obra, mas perceba a similaridade da forma de resolver.

CESPE – Auditor Fiscal SEFAZ DF – 2020

Situação hipotética: Uma empresa que utiliza o sistema de custo padrão para fins gerenciais considera que uma unidade de dado produto deve consumir 0,45 horas de mão de obra direta, cuja taxa horária é de R$ 13,00. Em dado período foram produzidas 200 unidades desse produto, o que gerou uma variação favorável de taxa de mão de obra direta (MOD) de R$ 90,00 e uma variação total de R$ 40,00 desfavorável. Assertiva: Com base nessas informações, é correto concluir que a taxa efetivamente incorrida pela mão de obra utilizada foi inferior a R$ 12,50.

Resolução:

CORRETO.

Para não se perder, separe sempre as variáveis.

ΔP= -90 (negativo, lembre-se da convenção)

Δ total = 40

PP = 13

QP = 0,45

PR = ?

QR = ?

Agora vamos utilizar a tabela anteriormente apresentada.

QuantidadePreçoCusto Unitário (C unit)Custo Total
Padrão0,45135,851170
RealQRQR1210/200 = 6,05*1210*

* Somamos o valor da variação total desfavorável.

* Se temos o valor total e a quantidade produzida, basta dividir para encontrar o valor unitário.

Como o enunciado também forneceu a variação de taxa (preço), vamos utilizar a fórmula dela.

ΔP = (PR – PP) x QR

-90 = (PR – 13) x QR

-90 = (PR x QR) – (13 x QR)

Substituindo o valor do custo total real pela parcela PR x QR.

-90 = 1210 – (13 x QR)

-1300 = 13 x QR

QR = 100

De forma unitária

QR = 100/200

QR = 0,5

Vamos preencher o restante da tabela.

QuantidadePreçoCusto Unitário (C unit)Custo Total
Padrão0,45135,851170
Real0,5QR6,051210

O preço real agora é bem simples, basta dividir o custo unitário pela quantidade.

QR = 6,05/0,5
QR = 12,10

Considerações Finais

Pessoal, chegamos ao final do artigo sobre Custo-Padrão na abordagem Cespe/Cebraspe. Espero que tenha sido útil para seu conhecimento.

Obviamente que não tratamos todo o conteúdo, assim não deixe de assistir as videoaulas e ler os pdf.

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Até mais e bons estudos!

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