Aprovado em 2° lugar no concurso MP-TO para o cargo de Analista Ministerial Especializado - Área de Atuação: Ciências Contábeis
Concursos Públicos“Calma e paciência, iniciantes. Muitas vezes o desespero, a sensação de ser incapaz ou de não estar aprendendo batem, mas passa. Independentemente de você estar indo a passos largos ou passos longos, não desista […]”
Confira nossa entrevista com Ives Rangel Queiroz Bispo, aprovado em 2° lugar no concurso MP-TO para o cargo de Analista Ministerial Especializado – Área de Atuação: Ciências Contábeis:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Ives Rangel Queiroz Bispo: Meu nome é Ives Rangel, sou baiano, do oeste baiano, da cidade de Santa Maria da Vitória, nascido em 1998 e tenho 25 anos. Sou Contador, com metade da graduação realizada na Universidade Estadual da Bahia – UNEB, na cidade de Camaçari – BA, e outra metade pelo UNICEUB, no Distrito Federal, onde colei grau.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Ives: Meus pais são concursados pelo Tribunal de Justiça da Bahia e eu cresci, de certo modo, influenciado sobre o assunto, meu pai sempre falou a respeito de eu prestar concursos. Contudo, o que me ganhou para a carreira pública é a vida confortável, tempo de trabalho, salário adequado e qualidade de vida. Eu tenho também um certo “que” justiceiro que quer trabalhar com qualidade em algo que seja público, qualquer que fosse a minha área, acredito que acabaria escolhendo trabalhar nesse setor. Então, meu plano recém-saído do ensino médio era fazer faculdade de direito e assim ser formado para seguir para os concursos. Não tive interesse em começar pelos de nível técnico, nem mesmo de conciliar a faculdade com a vida de concursos. Nesse meio tempo, cai de paraquedas no curso de contabilidade, gostei, dentro da faculdade me apaixonei por contabilidade pública e administração orçamentária e financeira, o que foi mais um impulso nesse destino.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Ives: Não trabalhei, nem mesmo conciliei faculdade com concursos. Quando comecei a estudar, me dediquei só a isso.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Ives: Fui aprovado no meu primeiro concurso, em 2022, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, para Contador Legislativo, ficando na posição 6, de 3 vagas. Concurso esse que ainda está em vigor. Depois disso foram duras reprovações. No Tribunal de Justiça da Bahia, na prova objetiva, fiquei em 17° e a lista de aprovados, com discursiva, fechou em 15 candidatos.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Ives: Sempre gostei muito de sair e me divertir e não abri mão disso durante esse tempo. Diminui o ritmo, diminui o consumo de álcool, regulei o horário de retornar para casa, mas geralmente sempre saía na sexta ou sábado com familiares ou amigos. Aos domingos, era raro eu sair, preferia descanso absoluto. Se tinha um aniversário para ir, ajustava minha grade de estudos, para que eu não deixasse de estudar a quantidade horas mínimas semanais que estabeleci e não perdia meus eventos.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Ives: Sempre tive muito apoio, tanto compreensão da família a respeito de visitas durante as horas que eu estava estudando quanto apoio financeiro para viajar e prestar os concursos. Eu quase nunca estou incomodado, mas já aconteceu, acho que é normal em toda família.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Ives: Para o concurso do Ministério Público do Tocantins eu estudei por exatos dois meses. Deu um total de 270 horas, 10 minutos e 59 segundos.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Ives: Eu utilizei os materiais do Estratégia em 90% do tempo. Estudei lei seca muito pouco, apenas a LRF e pincelava alguns artigos de outras legislações quando o material em PDF não ficava muito claro para mim. Usei muito a Constituição e o sistema de questões.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Ives: Sozinho. Assim que comecei a procurar entender sobre o mundo dos concursos entrei no site do Estratégia e de outros cursinhos, sempre online, para me orientar a respeito. Olhei o Instagram da instituição também. A escolha pelo Estratégia veio, única e exclusivamente, por existir as Trilhas Estratégicas. Isso foi a luz no fim do túnel, quando entendi do que se tratava, percebi que, para um iniciante, ainda desnorteado, esse era o melhor caminho. As demais qualidades do cursinho eu fui vendo ao longo do tempo.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Ives: Como eu estudei desde o início com o Estratégia, isso não me ocorreu.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Ives: Eu comecei sem um planejamento muito certo, nas primeiras 4 semanas eu fui seguindo as Trilhas para o concurso do Senado Federal, pois eu queria medir meu ritmo, quando ficava exausto, quantas horas eu conseguia mesmo estudar sem sofrimento, cansaço extremo ou falta de concentração. Passado esse tempo eu fixei que iria estudar 30 horas semanais líquidas, de segunda a sexta. Assim permaneci os seis primeiros meses do ano. Estudava a Trilha e inseri matérias específicas de contabilidade por fora, sempre uma matéria durante a manhã e 3 pela tarde. Passados seis meses eu estabeleci um cronograma ideal, que eu segui até o final da jornada. Pela manhã, eu fazia questões de duas matérias diferentes, geralmente 20 questões de cada por dia, em pós-edital já cheguei a fazer 40. Durante a tarde, 3 ou 4 matérias, seguidas, certa de 1 hora a 1 hora e 30 minutos no máximo, intercalado com intervalos de 10 a 20 minutos. Quando era pós-edital, pela manhã eu ainda inseri os PDFs de CPCs após as questões, um estudo de no máximo uma hora, fosse revisando o estudando, nas segundas, quartas e sextas. Nas terças e quintas, eu inseri videoaulas de assuntos que não entendi muito, no máximo uma hora após as questões, pela manhã.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Ives: Nunca fiz resumos, apenas fazia pequenas colas em post-its daquilo que caía muito em questões, assuntos que eu errava com frequência e Bizus relevantes. Minhas revisões foram indo e vindo. Eu estudava o material limpo, quando eu tinha estudado a metade dos PDFs daquela matéria eu voltava revisando minhas anotações em um horário e seguia o estudo do PDF limpo dos demais assuntos que faltavam. Quando concluía 100% do material, ia só revisando e fazendo questões. A cada ano que virou eu reiniciei desse mesmo modo.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Ives: Muita relevância. Foram nos exercícios que eu peguei meus maiores deslizes, falta de atenção, conteúdos em que eu estava fraco e também consolidei diversos assuntos na mente. Eu sempre fiz entre 20 a 40 questões por dia, por matéria. Duas matérias por dia, o que teve períodos que variou de 40 a 80. No pós-edital do MPTO eu fiz 80 questões por dia.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Ives: Português foi meu primeiro grande desafio e o superei estudando todos os dias da semana no início e fazendo questões três vezes por semana. A única outra grande dificuldade que tive, foi quando precisei estudar auditoria, para alguns concursos. E resolvia essa dificuldade com mais tempo de estudo, mais questões e revisões mais frequentes. No início foi tudo muito difícil, mas entendi os conteúdos até que rápido, a exemplo dos direitos constitucional e administrativo.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Ives: Eu sempre procurava ficar calmo, seguia o plano que tracei no início do edital como se a prova não fosse naquela semana. Nada de revisões desesperadas, sempre achei que essas revisões de mil assuntos em um dia não faziam bem. Lia meus cards nessa semana também, para relembrar algum assunto chato que errei muitas vezes ou que aquela banca gosta muito de cobrar. Em semana de prova, eu estudava até a sexta, nunca mais que isso.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Ives: Eram duas questões discursivas e elas poderiam ser sobre qualquer assunto de contabilidade que constasse no edital, então busquei apenas estudar os conteúdos, não me preparei especificamente para ela. Porém, eu já havia feito as provas do Senado e da Câmara, onde havia matéria das discursivas, havia os exemplos e questões e sempre respondia todas. Então, eu já sabia como mais ou menos as bancas cobram e quais assuntos. Como esperado, eu sabia os dois assuntos que foram cobrados, mas, por um erro de interpretação, cometi um erro grave na primeira discursiva e respondi algo que não tinha sido perguntado, o que me tirou pontos valiosos.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Ives: Com toda certeza, meu erro foi sempre conciliar dois concursos de áreas distintas, mesmo que aproveitavam muitas matérias. Hoje percebo que deveria ter focado em um concurso só por ano.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Ives: Não, em nenhum momento quis abandonar o objetivo.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Ives: Calma e paciência, iniciantes. Muitas vezes o desespero, a sensação de ser incapaz ou de não estar aprendendo bate, mas passa. Independentemente se você está indo a passos largos ou passos longos, não desista. Se esse é o seu objetivo, continue, persista, é difícil, mesmo assim o momento chega. E leve a sério seu estudo, você só estará enganando a si mesmo em dizer que estuda sem estudar de fato.