Aprovada em 9° lugar no concurso IBAMA para o cargo de Analista Ambiental Tema 3
“Não desista! Acredito que todos os concurseiros já passaram por momentos em que deu vontade de jogar tudo para o alto e se conformar com a situação. Pode demorar, mas aos poucos você mesmo vai perceber que os conteúdos vão ficando mais claros na sua cabeça, você vai errar menos nas coisas bobas, vai até começar a pensar igual ao examinador. É um processo demorado, mas recompensador”
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Confira nossa entrevista com Sheila Susy Silveira, aprovada em 9° lugar no concurso IBAMA para o cargo de Analista Ambiental Tema 3:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formada em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Sheila Susy Silveira: Sou formada em Ciências Biológicas, com Mestrado em Botânica e Doutorado em Produção Vegetal. Sou de São Bento do Sul, interior de Santa Catarina.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Sheila: Sempre quis ser servidora pública. Era um objetivo claro que motivou toda minha trajetória de formação acadêmica. Vejo o concurso público como uma forma de conquistar um emprego estável, com boa remuneração, dependendo unicamente do meu próprio esforço.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseira, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Sheila: Sempre conciliei trabalho (ou pós-graduação) com os estudos para concurso. Estudava nos intervalos, no caminho para o trabalho e nos às vezes nos finais de semana.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovada? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação? Pretende seguir estudando ou “aposentou”?
Sheila: Eu fui aprovada em todos os concursos para os quais prestei a prova, mas nem sempre dentro do número de vagas do edital. Começou na Prefeitura Municipal de São Bento do Sul (SC), como Professora de Ciências, cargo que cheguei a assumir, mas acabei saindo para me dedicar ao Mestrado.
Após a conclusão do Doutorado, fui aprovada para o Instituto Geral de Perícias do Paraná (IGP-PR), para o cargo de Perito Criminal, mas fora do número de vagas. Logo depois fui aprovada no Conselho Regional de Nutricionistas – 8ª Região (CRN-8), como Assistente Administrativo, cargo que ocupo até o momento.
Também fui aprovada em concursos como o TJ-RS (Oficial de Justiça), MP-RS (Técnico Judiciário), Instituto Água e Terra – IAP (Biólogo), infelizmente todos fora do número de vagas.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Sheila: Na verdade, eu nunca fui uma pessoa de sair para festas, eventos, barzinhos, etc. Sempre fui muito caseira, então sinto que a vida social não tenha influenciado ou dificultado muito minha preparação.
Meu “calcanhar de Aquiles” eram – ou melhor, são – os jogos online. Para evitar que me atrapalhassem, eu estipulei horários nos quais deveria estudar e estava proibida de jogar.
No entanto, mesmo durante o pós-edital, nunca deixei de tirar um tempinho para me divertir e esfriar a cabeça. Não acho que estudar 24/7 seja eficiente porque, depois de um certo tempo, o foco vai se perdendo. Isso gera a falsa sensação de que você estudou e “venceu” aquele conteúdo, mas na realidade assimilou muito pouco da informação.
Estratégia: Você é casada? Tem filhos? Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseira? Se sim, de que forma?
Sheila: Sou solteira, sem filhos, o que obviamente facilita bastante a vida de concurseira. Sinto que a maioria das pessoas próximas a mim nunca compreendeu muito bem o motivo para eu estudar tanto para concursos, ainda mais depois de várias falhas e “chutes na trave” ao longo dos anos.
Minha mãe, por outro lado, sempre me apoiou. Ela não chegou a completar o ensino médio, mas insistia para que eu me esforçasse e buscasse uma vida melhor através dos estudos. Minha mãe é o meu maior incentivo e eu quero muito poder retribuir todos os anos que ela dedicou à minha formação.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovada? Qual foi o segredo de manter a disciplina durante todo o período?
Sheila: Estudei apenas por dois meses, que foi o intervalo entre o lançamento do edital e a prova. Eu já tinha uma boa base nas disciplinas básicas, o que facilitou muito, mas sabia que o curto período de estudo dedicado às disciplinas específicas seria o maior desafio. Porém, o que estava claro na minha cabeça era que TODOS os candidatos passariam pelo mesmo problema, não apenas eu. Estávamos todos no mesmo barco.
Por isso, apesar de pouco tempo, tive muito foco. Não houve viagem de final de ano e mal comemorei o Réveillon. Estudei entre o Natal e o Ano Novo e voltei para os PDFs já no dia 02 de janeiro. Consegui otimizar meu tempo ao máximo, sempre mantendo o pensamento de que a aprovação dependia única e exclusivamente de mim mesma.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens?
Sheila: Durante minha preparação, utilizei principalmente os cursos em PDF, leitura da “lei seca” e videoaulas. Um PDF bem escrito é, sem dúvida, a forma mais completa de entender e absorver o conteúdo. Contudo, sinto que meu foco se perde quando leio por longos períodos de tempo. Quando isso acontecia, eu abria as videoaulas (geralmente do mesmo conteúdo), colocava no modo acelerado e ouvia com atenção.
Também utilizei a tática de ouvir as videoaulas pelo celular, dentro do ônibus, no trajeto entre minha casa e o trabalho. Certamente recomendo essa estratégia para aqueles que têm pouco tempo para estudar e passam longos períodos no trânsito.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Sheila: Conheci o Estratégia Concursos através de uma colega de trabalho – também concurseira – que acabou se tornando uma grande amiga e parceira nos estudos.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Sheila: O Estratégia foi o primeiro curso que eu adquiri.
Antes de ser aprovada para o cargo que ocupo atualmente, eu estudava por conta própria, lendo materiais avulsos conforme o edital. Hoje percebo que esse método era muito ineficiente, pois, apesar de eu “vencer” todo o conteúdo, muitas vezes eu não interpretava corretamente todos os assuntos e acabava decorando muito mais do que aprendendo. Aí, claro, chegava na prova e já não lembrava da metade do que havia lido. Ou a banca cobrava uma jurisprudência e eu não tinha a menor ideia do que responder.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou em nosso material?
Sheila: Senti uma diferença absurda! Sempre li muito, então nesse aspecto o Estratégia me proporcionou um material bem escrito, com conteúdo completo e direcionado ao concurso para o qual eu estava estudando, o que foi ótimo.
Contudo, para mim, as videoaulas foram o principal diferencial. Em primeiro lugar, para me ajudar a interpretar conteúdos – em especial, os jurídicos – de que eu não tinha muito domínio. Em segundo lugar, porque os professores têm muito conhecimento do modus operandi de cada banca, não só da matéria em si. O fato de eles sinalizarem quais as principais pegadinhas possíveis e quais os assuntos mais relevantes certamente me ajudou demais durante a preparação.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos? Estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Quantas horas líquidas estudava por dia?
Sheila: Sinceramente, eu não faço ideia de quantidade de horas dedicadas ao estudo. Eu estudava, literalmente, quando tinha tempo e durante o tempo em que sentia que conseguia manter o foco, pois de nada adianta ler e não assimilar nada.
Meu “plano” era uma planilha com todos os conteúdos, em que eu assinalava se já havia lido o PDF, assistido à videoaula e/ou resumido a lei seca, só para não me perder mesmo. Cada dia, eu escolhia uma matéria ou conteúdo, seguindo mais ou menos uma ordem de prioridade, começando por aquilo que era específico deste edital.
Eu até já tentei usar planos de estudos fixos e rígidos, mas percebi que não tinha a disciplina suficiente para segui-los. Chegava na hora de estudar português, por exemplo, mas eu sentia que naquele momento estava disposta para ler um conteúdo mais pesado, então partia para uma lei seca. Outras vezes, percebia que estava com menos foco, mas para não desperdiçar o tempo, eu revisava algum conteúdo que já conhecia.
Acredito que cada pessoa aprenda de uma forma diferente e precisa encontrar o que funciona melhor para si. Não há fórmula mágica e nem sempre o que dá certo para o outro, vai funcionar para você.
Estratégia: Como fazia revisões? Costumava fazer resumos, simulados ou algo mais?
Sheila: Gosto muito de resumos. Escrevo a mão, à moda antiga mesmo. É uma forma de eu filtrar as informações mais importantes, aquilo que não posso esquecer de jeito nenhum, e depois de um tempo poder voltar a esse material para relembrar. Também acho que o ato de escrever faz com que o conteúdo seja memorizado com mais facilidade.
No caso específico da prova para o Ibama, eu sabia que não daria tempo de resumir nada… Se eu fizesse isso, não venceria o conteúdo. O que fiz foi ler o PDF disponibilizado pelo Estratégia e depois o vade mecum, grifando as principais informações. Mais perto da prova, eu apenas reli as partes grifadas de cada normativo.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Sheila: Nunca me dei bem resolvendo exercícios. Sei que a maioria dos professores indica essa forma de estudar e revisar os conteúdos, mas eu percebi ao longo dos anos que disperso minha atenção muito rápido quando leio questões, por isso resolvia apenas as que estavam no PDF de cada conteúdo. Cheguei a fazer os Simulados do Estratégia, mas não usei o Sistema de Questões, apesar de ter acesso a ele.
Como eu disse antes, não acho que exista uma fórmula mágica, um jeito certo. É questão de perceber o que funciona melhor para cada pessoa e adaptar seus estudos.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Sheila: Bem no começo, há muitos anos atrás, eu tinha dificuldades com todas as áreas do Direito. A Lei de Licitações era um suplício! Mas isso ocorria porque eu não lia materiais de qualidade, achava que seria suficiente ler as Leis e não sabia o quanto as videoaulas poderiam esclarecer os assuntos. Depois de conhecer o Estratégia, minha forma de estudar mudou radicalmente e atualmente essas são minhas partes favoritas do edital (rs).
Para o concurso do Ibama, em específico, minhas maiores dificuldades estavam nas matérias que eu nunca tinha estudado, pois não tinha nenhuma base e não sabia por onde começar: Economia Ambiental e Pedologia. Por sorte, tenho duas pessoas próximas a mim que têm formação justamente nessas áreas (parece mentira, mas é isso mesmo). Eu li o material, assisti às videoaulas do Estratégia e ao final, conversava com meus colegas para confirmar se tinha entendido tudo corretamente, procurava esclarecer minhas dúvidas. Por incrível que pareça, a estratégia deu certo e eu consegui acertar a maioria das questões dessas matérias.
Uma dica que eu posso dar é: aceite que existem conteúdos de maior dificuldade e se conforme que vai precisar superá-los. A antiga Lei de Licitações, que eu mencionei acima, atrapalha a vida de muitos concurseiros, em especial os iniciantes. É exatamente por isso que, a partir do momento em que você tem domínio sobre uma matéria difícil, esse acaba sendo seu diferencial e sua vantagem perante os outros concorrentes.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Sheila: Na semana que antecedeu a prova, eu apenas reli os normativos que havia grifado previamente, em especial os conteúdos específicos. Já não era hora de tentar aprender coisas novas.
No dia anterior à prova, eu não li nenhum material. Apenas assisti à revisão de véspera do Estratégia e algumas videoaulas pontuais. Procurei descansar para não chegar exausta no dia da prova.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Sheila: Eu tenho uma base muito boa de redação, isso da época da escola. Em relação à estrutura da prova discursiva, eu estava bem tranquila. Acredito que seja fundamental ter confiança em sua capacidade de escrita e argumentação.
Como eu sabia que o tema da dissertação seria um dos conteúdos de conhecimentos específicos, fiz questão de ler os normativos com atenção redobrada, já pensando no que poderia ser cobrado e em como poderia discorrer acerca desses assuntos.
Se tivesse tido mais tempo, eu teria criado um mapa mental de cada normativo (ou conjunto de normativos similares) para estruturar meu pensamento. Como o período de estudos foi muito apertado, eu sistematizei as ideias apenas mentalmente e ficava “remoendo” o conteúdo, tentando encontrar pontos obscuros para revisar antes da prova.
A estratégia deu tão certo que minha nota da redação foi a mais alta do cargo que eu disputei, pelo menos enquanto estamos na correção preliminar.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação, quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS.
Sheila: Meu principal erro foi desperdiçar tempo – não sei se “desperdiçar” é a palavra adequada – com conteúdos dos quais já tinha uma boa base. Acredito que deveria ter ignorado Direito Administrativo e Constitucional, por exemplo, pois já havia concluído os cursos extensivos do próprio Estratégia e tinha conhecimento consolidado. Como a prova não era específica da área do Direito, deveria ter percebido que a proporção de questões dessas matérias seria muito pequena. Por outro lado, também não posso dizer que foi um estudo inútil, pois consegui gabaritar as duas disciplinas.
Diria que meu principal acerto foi conhecer a banca elaboradora da prova. Eu me adaptei às questões CESPE, que são de “certo” e “errado”, sabendo que cada erro tiraria de mim pontos preciosos. Fui para a prova ciente de que não poderia responder todas as questões, pois havia disciplinas para as quais eu claramente não estava preparada. Eu tinha uma meta de questões para responder, uma quantidade X, com o objetivo de minimizar os descontos resultantes de “chutes” errados. Claro que se fosse outra banca, com questões clássicas de 5 alternativas, eu teria respondido tudo, mesmo o que não sabia. Mas com CESPE não dá pra achar que vai completar a prova sem ser punido, a menos que você realmente tenha domínio completo do conteúdo.
Outro acerto foi dedicar bastante tempo para ler e revisar os normativos específicos deste concurso em particular. A título de exemplo, o conteúdo incluía a Resolução que trata das regras de produção e importação de pilhas em território nacional. É claro que eu nunca tinha parado para ler esse normativo, é algo que só cairia em uma prova do Ibama. Por isso mesmo eu sabia que haveria pelo menos uma questão na prova. E dito e feito. Todos os normativos específicos que estavam no Edital foram cobrados pela CESPE.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Sheila: Nas últimas semanas de estudo, eu estava mental e emocionalmente exausta. Me cobrava muito, achava que não ia dar conta de todo o conteúdo, me sentia insuficiente e estava sentindo que desabaria a qualquer momento. Mas eu coloquei na minha cabeça que só iria entregar os pontos depois da prova, que aí eu poderia chorar à vontade.
Minha motivação para continuar estudando foi a seguinte: por mais que eu não passasse nessa prova, todo conteúdo que eu estudasse serviria para o futuro. Nada é perdido. Já fiz várias provas e a cada Edital você aprende informações novas, consolida informações antigas, aprimora seu equilíbrio emocional. Cada prova é um degrau a mais, e em algum momento dá pra alcançar o topo.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Sheila: Em primeiro lugar, não desista! Acredito que todos os concurseiros já passaram por momentos em que deu vontade de jogar tudo para o alto e se conformar com a situação. Pode demorar, mas aos poucos você mesmo vai perceber que os conteúdos vão ficando mais claros na sua cabeça, você vai errar menos nas coisas bobas, vai até começar a pensar igual ao examinador. É um processo demorado, mas recompensador.
Segundo, e eu vejo que muitas pessoas pecam nesse aspecto: não culpe os outros pelos seus erros. Não se apoie no pensamento de que a banca não te favoreceu, de que o conteúdo te prejudicou. Ao final de qualquer prova, tente perceber quais foram os seus erros. São matérias específicas? É um problema de interpretação? Foi falta de tempo? Nervosismo? Qualquer que seja a resposta, busque reconhecer e aceitar que você falhou em algum ponto e que esse ponto precisa ser trabalhado e corrigido. Aceitar seus erros não é um demérito, é apenas uma etapa para melhorar.