Aprovado em 1º lugar no concurso TCE RJ e em 2º lugar no concurso TCDF, ambos para o cargo de Auditor de Controle Externo

“Usei, essencialmente, os pdfs, sistema de questões e simulados. Para mim, os pdfs funcionavam muito bem, pois permitiam andar na matéria mais rápido do que as videoaulas, além de serem muito completos e focados. E aqui deixo um elogio, os pdfs do Estratégia são muito completos mesmo. Há quem reclame que ‘fica longo demais’. Meu amigo, se você quer passar em um concurso de ‘alto nível’, não tem atalho.”
Confira nossa entrevista com Tibor Pitrez, aprovado em 1º lugar no TCE RJ e em 2º lugar no TCDF para o cargo de Auditor de Controle Externo:
Estratégia Concursos: Olá! Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Qual sua idade? De onde você é? Qual sua formação?
Tibor Pitrez: Olá pessoal! Tudo bem? Eu sou Tibor Pitrez, atualmente ocupo o cargo de Auditor de Controle Externo (ACE) no Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) e venho aqui conversar um pouco com vocês sobre a minha experiência no “mundo dos concursos”.
Tenho 26 anos, sou nascido em Belém, Pará, mas passei a maior parte da minha infância e adolescência no Rio de Janeiro, Capital, onde morei até os meus 19 anos e onde minha família ainda mora. Tenho o RJ como meu lugar de origem prática.
Minha vida de estudante de “alto nível” começou em 2012 quando decidi estudar para os vestibulares do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) e do IME (Instituto Militar de Engenharia), considerados por alguns como os mais difíceis do país. Para quem não conhece o IME e o ITA, são faculdades de Engenharia do Exército e da Aeronáutica, respectivamente, nas quais o aluno, ao concluir o curso de graduação, pode se tornar um Engenheiro e seguir a carreira militar como Oficial, que era o que eu queria.
Na época, estudei por 2 anos (2012 e 2013) para esses vestibulares e outros concursos militares. Felizmente, após ser reprovado em 2012, consegui a aprovação nos dois vestibulares em 2013 e optei pelo ITA.
No ITA, cursei Engenharia Aeroespacial e me formei em 2018. Como era optante pela carreira militar, tornei-me 1º Tenente Engenheiro da Força Aérea Brasileira (FAB) no momento da formatura.
Estratégia: Você chegou a trabalhar na sua profissão? O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Tibor: No ITA, os alunos militares escolhem as unidades para as quais vão trabalhar no momento da conclusão do curso, de acordo com as notas. Eu optei por Brasília-DF, para uma Comissão relacionada a assuntos espaciais.
Nesta Comissão, eu trabalhava, de fato, como engenheiro aeroespacial na maior parte das minhas atividades. Na vida militar, é comum você também exercer atividades além da sua formação, mais voltadas para a área de gestão, afinal, somos todos administradores públicos em certo sentido. Ainda assim, a maior parte do meu trabalho era ligada à Engenharia e eu gostava muito da unidade em que trabalhava.
Também consegui emendar um Mestrado no término da Graduação, no próprio ITA. Concluí o Mestrado em 2020.
Decidi começar a estudar para concursos no final de abril de 2019. Antes de vir para Brasília, pouco tinha ouvido falar de concursos públicos. Mas, quem é de Brasília sabe, essa cidade respira concurso. Naturalmente, conversando com pessoas, fui tomando mais conhecimento desse “mundo”. Além disso, um colega do ITA, que inclusive estudou com o Estratégia, estava recém-aprovado como Auditor Fiscal da SEFAZ-RS e também me incentivou a iniciar os estudos.
Comecei a pesquisar sobre o assunto e vi que era uma ótima possibilidade para buscar um trabalho que tivesse mais o meu perfil e, não vou mentir, uma remuneração maior. Foi aí que decidi começar a estudar.
Estratégia: Como foi a escolha pela área de controle? O que pesou mais para você quando teve que definir esse foco de estudo?
Tibor: Inicialmente, comecei estudando para a Área Fiscal, mais especificamente para a Receita Federal, assim como a maior parte dos engenheiros costuma fazer, pela maior carga de exatas.
Após 4 meses de estudo, passei a conhecer melhor outros órgãos da Administração Pública e me interessei muito pela atividade de Controle, em especial dos Tribunais de Contas. Acho muito nobre a atividade de fiscalizar os gastos públicos, de cuidar do dinheiro do contribuinte. Nesse momento, em setembro de 2019, o então Presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), Ministro José Múcio, manifestou a expectativa de fazer um concurso para 30 vagas em 2020. Foi nesse momento que migrei para a Área de Controle, utilizando o TCU como foco, mas sempre atento a outros Tribunais de Contas e outros concursos interessantes que poderiam aparecer.
O que pesou mais para escolher a área de controle foi, realmente, a atividade dos Tribunais de Contas, aliada com uma boa remuneração. Além do fato de ser uma área que aceita comumente “Nível Superior em Qualquer Área”, tendo em vista que o diploma de Engenharia Aeroespacial é muito específico.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Tibor: Eu trabalhava na FAB e estudava em casa. Geralmente estudava no período da noite, após o trabalho. Em dias úteis, fazia cerca de 3 horas líquidas, nos fins de semana e feriados, buscava fazer 6 horas líquidas por dia. Na semana, dava uma média de 25 a 30 horas líquidas.
Havia semanas em que o trabalho demandava mais e eu não conseguia estudar como queria. Paciência, nem sempre você vai conseguir estudar o que pretende. Existem fatores externos. Diversas vezes fiz viagens a trabalho e era inviável estudar durante vários dias. O importante é que, nos dias normais da sua rotina (que são 80% ou mais), você cumpra com o que se comprometeu a estudar. É a constância que constrói o conhecimento sólido.
Estratégia: Você já foi aprovado em outros concursos? Se sim, qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Tibor: Antes de responder diretamente, vale dizer que é muito importante o estudante fazer concursos para treino. Eu fiz 4 concursos de treino. Reprovei em 3 e em um fiquei no CR (Cadastro de Reserva) bem distante.
Após isso, fui aprovado em 2 concursos.
No primeiro, para Analista de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (ACE – TCE-RJ), para a área geral, fiquei em 1º lugar geral. O Analista no TCE-RJ também é chamado de Auditor – questão de nomenclatura local.
No segundo, para Auditor de Controle Externo do Tribunal de Contas do Distrito Federal (ACE – TCDF), classifiquei-me em 2º lugar geral.
Optei pelo TCDF, principalmente, pela cidade de Brasília, onde eu já estava morando e com a vida toda organizada. Não queria sair de Brasília.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Tibor: Sim. Tanto o período em que estudei para a Receita Federal como o que estudei para o TCU, foram sem edital.
Um ponto interessante é que os editais do TCE-RJ e TCDF foram lançados no início de 2020. Lembro-me de ter sentido um forte “frio na barriga” principalmente no edital do TCDF. A hora estava chegando. Por causa da pandemia, os concursos foram adiados por quase um ano e as provas só ocorreram em fevereiro de 2021. Assim, foi um período de quase um ano que tinha edital publicado, com todas as matérias para focar.
Então, o período que fiquei estudando sem edital na praça foi relativamente curto.
Mas, para manter a disciplina num período sem edital, o mais importante são duas coisas.
A primeira é você ter um edital como “norte”, de preferência que seja amplo para a sua área de estudo. Foi o que fiz em Controle, estudando com base no edital do TCU (de 2015), que é o Tribunal de Contas “Central”, estava naturalmente estudando para quase todos os outros Tribunais de Contas. Os ajustes para os editais do TCE-RJ e do TCDF foram relativamente pequenos.
A segunda é você não se fechar para apenas um único órgão. Eu focava no TCU de forma essencialmente estratégica, mas estava plenamente aberto a outros órgãos que também me interessavam, como o próprio TCDF, o TCE-RJ, o TCM-RJ, o BACEN, a STN, a CGU, o Senado Federal, a Câmara dos Deputados. Isso me tranquilizava porque eu sabia que uma hora iria dar certo em algum desses órgãos.
Acompanhar as notícias é fundamental para saber quando outro concurso bom pode aparecer. Lembro-me de notícias do TCDF e do TCE-RJ ainda em meados de 2019.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Tibor: Conheci o Estratégia por meio de um amigo do ITA que é, atualmente, Auditor Fiscal da SEFAZ-RS.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? O que funcionava melhor pra você? Videoaulas, pdfs, livros?
Tibor: Usei, essencialmente, os pdfs, sistema de questões e simulados.
Para mim, os pdfs funcionavam muito bem, pois permitiam andar na matéria mais rápido do que as videoaulas, além de serem muito completos e focados. E aqui deixo um elogio, os pdfs do Estratégia são muito completos mesmo. Há quem reclame que “fica longo demais”. Meu amigo, se você quer passar num concurso de “alto nível”, não tem atalho.
As videoaulas usei pontualmente e no início do estudo. Elas são muito úteis para reforçar um tema no qual se está com dificuldade ou achando muito abstrato.
Livros não cheguei a usar.
Além disso, resolver muitas questões e fazer simulados é fundamental.
Estratégia: Quantas horas por dia costumava estudar?
Tibor: Como falei, conciliava com o trabalho e, em dias úteis, fazia em torno de 3 horas líquidas. Em fins de semana e feriados, 6 horas líquidas. Na média da semana, dava algo em torno de 25 a 30 horas líquidas.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos?
Tibor: Nos meus primeiros quatro meses, nos quais estudei para a Receita, o meu estudo foi um pouco desorganizado, então vou pular essa parte.
Quando migrei para Controle, pausei por 1 dia para refazer meu planejamento.
A primeira atitude foi pegar o edital do TCU (que usava como “base”) e colocar todas as matérias em uma planilha. O edital tinha 20 matérias.
Separei essas matérias em pequenos blocos de 3 a 4 disciplinas (por exemplo, Português, Constitucional e Administrativo).
Eu estudava as matérias por blocos e revezava as matérias do bloco até concluir todas as aulas. Meu objetivo era fazer uma primeira passada e não ficar decorando cada detalhe. Era pegar a visão do todo. O revezamento não era por tempo de estudo, mas sim por capítulos/aulas.
Após concluir um bloco, eu ia para o próximo (por exemplo, Contabilidade Geral, Direito Civil e AFO). E as matérias antigas ficavam em um modo revisão, por questões. Utilizava para revisão as próprias questões dos pdfs e os resumos prontos.
Uma vez que eu concluí o edital, o estudo passou a ser: resolução de questões (e simulados), leitura de lei seca e elaboração de um “Caderno de Erros”, que relia periodicamente.
Não fazia resumos. Não usei flash-cards. Não reli a teoria, apenas pontualmente alguns tópicos.
Na verdade, não usei nenhum método pronto, mas me inspirava em métodos existentes e fazia as minhas adaptações.
Vale dizer aqui uma coisa muito importante, eu já era acostumado a estudar com intensidade, desde a época dos vestibulares do IME e do ITA, como continuei estudando muito dentro do ITA. Então, naturalmente, eu já tinha mais experiência com estudos, uns 8 anos.
Mas acredito que todas as pessoas, nas condições normais, podem conseguir essa mesma experiência, com mais ou menos tempo de estudo. Eu confio na capacidade das pessoas. Confio no poder do esforço.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Tibor: As disciplinas que mais tive dificuldade foram Direito Civil e Análise de Informações. A resolução de questões foi o que mais me ajudou a superar essas dificuldades.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Tibor: Não sou casado. Não tenho filhos. Namoro e namorei a mesma namorada ao longo de todo o período de estudos. Moro e morei sozinho durante a preparação. Minha mãe sempre me apoiou muito nessa jornada, tendo sido o principal ponto de apoio, não só para eu não desistir como para não “exagerar” demais na rotina. É importante que a sua rotina seja sustentável.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Tibor: Consegui manter a vida social ativa sim, evidentemente, alguns eventos eu tive que declinar. Quando o pessoal do trabalho fazia alguma festa ou churrasco eu geralmente ia. Costumava sair nos fins de semana com minha namorada. Acredito que é possível e importante manter a vida social ativa.
Na minha época de vestibular, por exemplo, eu também costumava sair com os amigos às vezes.
Óbvio, não ficava saindo toda hora para todo e qualquer evento, mas é importante dedicar uma parcela do seu tempo para o convívio social. O meu próprio trabalho, em certo sentido, era um ambiente de convívio social.
Também procurava, na medida do possível, fazer exercícios físicos. É fundamental para a saúde no longo prazo.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior? (Se esse ainda não é o concurso dos seus sonhos, se possível, citar qual é se pretende continuar se preparando para alcançar esse objetivo)
Tibor: Sem dúvida é muito importante fazer outros concursos. Como falei anteriormente, fiz um total de 6 concursos, tendo sido 4 para treino.
Se analisarmos a questão do treino, a realização de um concurso, ao vivo, é diferente de um simulado. Mesmo que seja um treino, tem o “frio na barriga”, a expectativa de resultado, aquele momento de conferir o gabarito e ver a lista de resultado. Um belo momento, você vai fazer exatamente a mesma coisa, mas vai ser “para valer”.
Além da questão do treino, para quem está desempregado ou em um trabalho que não goste, sem dúvidas vale a pena olhar para outros concursos, os chamados “concursos escada”.
O fato de estar empregado ao longo da minha preparação e, além disso, em um emprego muito bom, me dava uma tranquilidade enorme para preparação. Eu tinha recursos financeiros para pagar o material, não tinha urgência em ser aprovado, enfim, a minha cabeça ficava muito mais tranquila.
Da mesma forma, quem faz um “concurso escada”. Você já começa a ser remunerado e pode ficar muito mais calmo. Já consegue autonomia financeira.
Quanto a mim, realmente, aposentei as canetas, não pretendo mais estudar para concursos. Estou muito realizado no cargo de Auditor de Controle Externo do TCDF. A página da vida de concurseiro já virou para mim.
Atualmente, além do trabalho no TCDF, estou cursando uma Graduação em Direito. Talvez daqui a uns 5 anos eu desaposente as canetas para fazer o Exame da OAB, hahahaha.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Tibor: Tanto o TCDF como o TCE-RJ ficaram quase 1 ano suspensos pela pandemia, então eu “revezava” os três editais (TCU/TCDF/TCE-RJ), que tinham muitos conteúdos em comum. Em nenhum momento eu foquei somente em um único concurso, mas fiquei nesse revezamento por cerca de 1 ano.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Tibor: Nas duas semanas anteriores a cada uma das respectivas provas, TCE-RJ e TCDF, foquei, essencialmente, em leitura de lei seca. Por incrível que pareça, quase não fiz questões nesse período. Minha maior atenção foi na leitura das normas. Muitas vezes, uma questão difícil é apenas um artigo que está caindo pela primeira vez em uma prova.
Na véspera eu estudei até um determinado horário, não lembro ao certo, mas acho que até umas 15:00. Após isso, foi descanso.
Além disso, diversos outros fatores são importantes de se levar em conta quando se vai fazer uma prova, principalmente se for em outra cidade ou estado. Questões como passagens de avião ou ônibus, local de realização da prova, local de hospedagem, documentos necessários, trânsito da cidade, tempo de deslocamento, tudo isso. Lembre-se que quanto maior a magnitude do concurso, mais movimento ele causa na cidade. Quando fiz a prova do ISS Campinas, para Auditor Fiscal Municipal, a maior parte dos hotéis da cidade já estavam cheios, pois o concurso foi realizado com outros diversos cargos da Prefeitura. Só consegui me hospedar em um hotel bem distante da parte central da Cidade. Na véspera, comprei frutas e montei um sanduíche para comer entre a prova da manhã e a prova da tarde, pois não tinha como garantir que iria conseguir almoçar a tempo. É sempre importante ter um plano B ou C para se estressar o mínimo possível com fatores externos.
Por isso, reforço, é muito válida a experiência de fazer provas.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Tibor: Eu resolvia as questões discursivas dos simulados e conferia as soluções dos professores. Também fazia algumas discursivas avulsas que havia nos pdfs. Eventualmente pedia para outra pessoa ler (geralmente minha mãe) para analisar os aspectos de clareza, coerência e até o português, embora ela não conhecesse o mérito/conteúdo do tema em si. Também li os pdfs do Curso de Discursiva do Estratégia.
Meu principal conselho é que a discursiva demanda treino. Ela tem uma diferença fundamental quando você compara com a prova objetiva. Na prova objetiva, a simples leitura da assertiva pode resgatar o conhecimento na sua memória. Porém, na discursiva, é você que precisa acessar os meandros da sua memória e “puxar” o conhecimento. E não basta só “puxar” o conhecimento, você precisa traduzi-lo em uma linguagem clara e objetiva.
Por isso, a prática é o melhor exercício para a discursiva. Nas primeiras vezes, foi muito difícil, depois fui acostumando. É importante treinar também para ficar com a letra legível, para não sentir dor na mão na hora da prova e para conhecer o tempo necessário para a escrita.
Também fiz simulação do local de prova e, para isso, treinei em casa, em ambiente sem ar condicionado, usando máscara facial, pois era uma das exigências das bancas examinadoras.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Tibor: Um erro que, sem dúvida, eu cometi nos primeiros meses foi querer aumentar enormemente a carga de estudos. Tentava estudar o máximo possível e acabava frustrado por não conseguir metas altíssimas além de ter começado a aumentar o nível de estresse, alimentação ruim, sedentarismo, entre outros problemas.
Mais ou menos no momento em que migrei para a área de Controle decidi também acalmar a minha rotina. Buscava fazer atividade física ainda que não em alta intensidade. Aumentei os momentos de lazer. A partir disso, as coisas foram melhorando e meu rendimento, nas horas em que estudava, até aumentou.
A rotina precisa ser sustentável. Estudo para concurso é maratona. Eu estudei por 2 anos. Algumas pessoas estudam por menos tempo e outras (muitas) estudam por mais. Por exemplo, se eu não tivesse passado nos concursos que fiz, estaria até agora estudando e seriam mais de 3 anos de estudo. É impossível manter uma rotina insana por 3 anos. Por incrível que pareça, chega uma hora que é importante você “abraçar” a vida de concurseiro e adaptar uma rotina saudável.
Quanto aos acertos, sinceramente, acho que o maior foi a combinação: Resolução de Questões + Caderno de Erros. Note que não é nenhuma fórmula mágica, mas foi algo feito com constância e regularidade.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Tibor: O mais difícil, sem dúvida, é a incerteza. A incerteza de quando vai sair o edital. Se sair o edital, estarei pronto? E se eu não passar? E se a prova vier ruim e eu for reprovado?
Eu me tranquilizava pensando que poderia haver diversos órgãos nos quais eu seria realizado, como falei, TCDF, TCU, TCE-RJ, TCM-RJ, BACEN, STN, CGU, Senado, Câmara. Enfim, como eram vários órgãos, sabia que em algum iria dar certo. Felizmente, nos dois primeiros que apareceram, deu certo.
Sobre desistir, não cheguei a considerar essa hipótese a sério.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados?
Tibor: Foram dois momentos diferentes. Um no TCE-RJ e outro no TCDF.
No TCE-RJ, o resultado saiu primeiro. Eu soube que o resultado estava disponível por uma postagem de um professor do Estratégia no Instagram. Quando abri o arquivo, fui direto para o meu nome, lembrando que o arquivo estava em ordem alfabética, não em classificação. Além disso, a nota lançada já incluía a objetiva e a discursiva.
Quando vi a nota muito alta na objetiva e, olhando ao redor, não vi nenhuma outra mais alta que a minha, comecei a confiar que estava aprovado. Peguei o arquivo e montei uma planilha no meu computador. Quando ordenei por nota e vi que estava em primeiro, eu fiquei muuuuuito feliz. Foi uma sensação de euforia. Sensação de um gol do seu time no último minuto de jogo. Foi muito, muito legal.
Na verdade, sendo sincero, quando saí da prova do TCE-RJ eu tinha consciência de que havia feito uma ótima prova e sentia que a possibilidade de aprovação era real.
No TCDF foi diferente. O TCDF liberou primeiro a nota das objetivas e só depois a nota das discursivas. Quando saiu a nota da objetiva e eu soube que era o 1º colocado nas objetivas fiquei muito feliz na hora.
Mas a demora para sair o resultado da discursiva me deixava ansioso, porque, diferente do TCE-RJ, eu não estava tão confiante na prova discursiva. Mas, como eu estava muito bem colocado na objetiva, praticamente “bastava” não levar corte na discursiva.
Na noite anterior ao resultado da discursiva eu não consegui dormir. Por volta de 5 da manhã, eu atualizava a página do DODF. Quando saiu o resultado, por volta de 6:15 da manhã, no DODF, e vi que eu tinha feito uma nota razoável na discursiva, a sensação foi de alívio. A sensação foi muito mais de ter tirado o peso das costas, de alívio mesmo, do que de alegria em si. Ali eu soube que não precisaria mais estudar para concursos. Acabou a jornada. No final, fiquei em 2º lugar geral.
Então foram sensações muito diferentes nos dois casos. Talvez, pelo fato de eu querer mais o TCDF.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Tibor: O principal conselho é: estabeleça suas prioridades. Se estudar para concursos é prioridade, trate os estudos como prioridade. Confie no esforço e confie nos estudos. Desenvolva o hábito de estudar. Mantenha uma rotina saudável e sustentável. Tenha fé. Considere possibilidades de diferentes órgãos e cargos. Veja se é o caso de fazer um “concurso escada”.
Tenham calma, uma hora as coisas vão dar certo para quem busca e luta.
Não desistam! Vale muito a pena!