Aprovado no XXXII Exame da OAB

“Tenham em mente que uma aprovação pode dar um novo rumo à vida de vocês e de seus familiares. Com os estudos vocês podem alcançar coisas inimagináveis”
Confira nossa entrevista com Arquimedes Júnior, aprovado no XXXII Exame da OAB:
Estratégia Concursos: Qual sua idade? De onde você é? Já concluiu sua graduação?
Arquimedes Júnior: Tenho 33 anos, sou pernambucano da cidade de Goiana-PE. Concluí a graduação no final do ano passado e colei grau em março desse ano.
Estratégia: Durante seus estudos para o Exame de Ordem, você trabalhava, fazia faculdade e estudava para o Exame ou se dedicava inteiramente aos estudos?
Arquimedes: Quem dera poder me dedicar só aos estudos! Desde 2014 exerço o cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal. Durante o período da faculdade eu ainda dava aulas para concursos e realizava mentorias. Tive que dar uma pausa nessas atividades ao final de 2019 para poder terminar o curso, pois estava completamente sem tempo. Minha 1ª filha nasceu no início desse ano e foi tenso conseguir dar conta de tudo. Já em 2021, para tentar ter mais tempo para estudar antes da 1ª fase, eu tirei 3 semanas de férias no mês de maio. Na primeira semana fiquei doente e passei o restante das férias de cama sem estudar. Além disso, entre a 1ª e a 2ª fase meu 2º filho nasceu, mas deu tudo certo!
Estratégia: Foi a primeira vez que prestou o Exame de Ordem?
Arquimedes: Sim. Essa foi minha 1ª vez.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver que havia sido aprovado?
Arquimedes: A sensação da aprovação é sempre muito boa. No caso específico da OAB, além da grande felicidade e gratidão por mais uma conquista, foi uma sensação de encerramento de um ciclo que começou lá em 2016 quando resolvi começar outra graduação. Além do mais, com essa aprovação, foi possível o estabelecimento de novas metas.
Estratégia: Os seus colegas de faculdade e amigos que estavam estudando também conseguiram aprovação? Qual você acha que foi seu diferencial para alcançar a aprovação?
Arquimedes: Acho que além de um bom material de estudos, o que fez a diferença foi a determinação que eu estava para conseguir a aprovação. Sempre que estabeleço um objetivo eu dou meu máximo para alcançá-lo, mais ainda quando se trata de algo que depende só de mim. Em concursos temos concorrentes. Então, por mais que estudemos, existem outras pessoas para “competirmos”. Já na OAB não. Basta fazermos as notas mínimas. Tem vaga para todo mundo.
Não estou dizendo que é fácil. De forma alguma. Só estou dizendo que somos nossos próprios concorrentes. Existem realidades de vida diferentes, então estou falando por mim. Certamente outras pessoas têm dificuldades que não me cabe aqui fazer juízo de valor. Só posso ter o desejo platônico que todos um dia possam ter condições de irem atrás dos seus objetivos.
Eu não poderia deixar de falar de outro grande diferencial para essa aprovação: apoio familiar. Primeiramente os meus pais que sempre me deram todas as condições de estudar e posteriormente a minha esposa. Ela tem sido fundamental para o êxito dos meus estudos desde a época que namorávamos e agora não foi diferente. Diariamente ela vem se desdobrando com nossos filhos enquanto eu estudo.
Quantos aos meus colegas e amigos, alguns conseguiram a aprovação e outros não. Alguns deles não estavam tão determinados. A pandemia desestimulou muita gente e alguns “fizeram por fazer”. Outros estudaram, mas não foi o suficiente, mas tenho certeza que irão atrás da aprovação nos próximos exames.
Estratégia: Como era sua vida social durante a sua preparação? Você saía com amigos, família? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social para passar o mais rápido possível?
Arquimedes: Com a pandemia a vida social de uma forma geral já estava bem prejudicada. Então não foi necessário fazer tanto esforço assim para abdicar de lazer. Além disso, com a reta final da gravidez da minha esposa, já estávamos ficando mais em casa. Na prática eu tinha que conciliar os estudos com o trabalho e com a vida familiar, principalmente dar atenção a minha filhinha de 2 anos e meio. Desde o final do ano até o dia das mães, estávamos sempre indo para a nossa casa de praia, mas como peguei Chikungunya nessa última ida, já tínhamos decidido parar de ir para não correr nenhum risco em relação à gravidez. O lazer acabava sendo em ver um filme/seriado, ficar com a minha filha e pedir alguma comida em casa. Quando o 2º filho nasceu, o lazer praticamente acabou. De toda forma, nos concursos que já fui aprovado, eu sempre adotei uma postura mais radical nos período pós-edital. Sempre funcionou bem agir dessa forma na reta final. A longo prazo não acho saudável, mas na reta final dá para dar conta.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o Exame? O que funcionou melhor para você?
Arquimedes: A escolha dos materiais foi uma grande mistura. Existem matérias e professores que meu estudo é mais produtivo variando o tipo de material. Tem professores que conseguem passar o conteúdo melhor de forma escrita, seja PDF ou livros, outros por vídeo. Então misturei tudo. Mas, em resumo, para a 1ª fase eu mesclei alguns PDFs do Estratégia com muitas questões comentadas em sites de questões. E nas duas últimas semanas praticamente só vi os vídeos da Semana Especial que o Estratégia transmitiu pelo YouTube. Já para a 2ª fase eu vi todos os vídeos do curso do meu brother Diego Cerqueira para a parte processual e estudei a parte do direito material pelo livro do Pedro Lenza. Nos últimos dias fiz umas questões de um caderno de treino da professora Flávia Bahia.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia OAB?
Arquimedes: Conhecer o Estratégia OAB foi uma consequência natural da minha caminhada no mundo dos concursos. Conheci o Estratégia durante a preparação para a 2ª etapa do concurso de Analista Tributário da Receita Federal, em 2012, o qual fui aprovado. De lá para cá, passei também no concurso de Auditor-Fiscal da Receita Federal de 2014 utilizando os materiais do curso e posteriormente virei assinante do Estratégia Concursos, do Estratégia Carreiras Jurídicas e do Estratégia OAB. Quase um cliente VIP.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo candidato é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos?
Arquimedes: Acho que é raro conhecer algum candidato que já tenha esgotado o conteúdo preparatório de qualquer prova que seja e comigo não poderia ser diferente. Obviamente não consegui estudar tudo. Algum contato com a maioria dos assuntos eu tive, mas durante a faculdade.
Especificamente para a OAB, minha estratégia foi traçada de acordo com as regras do edital. Como já falei, diferentemente de concursos que você concorre com outros candidatos, na OAB nós somos nossos próprios concorrentes. Então não adianta, nem é necessário, tentar fazer o estudo perfeito vendo todos os assuntos e todas as matérias. Na primeira fase precisamos de 50% de acerto e o jogo recomeça do zero na 2ª. Assim, como o tempo era curto, tentei dar uma “passada” geral em todas as matérias, mas aprofundando naquelas que tinham mais peso e nos assuntos que caíam com mais frequência.
Além do mais, não dá para desconsiderar a questão da afinidade pelas matérias. Todo concurseiro tem suas matérias prediletas ou com maior facilidade de aprendizagem. Consequentemente, existem matérias que temos mais dificuldades. Além do mais, não dá para esquecer a base formada com o decorrer do tempo.
Meu plano de estudos levou em consideração esses fatores. Então para Ética e Estatuto da OAB que eu nunca tinha visto, estudei toda a teoria dos PDFs, fazendo muitas questões e realizando revisões. Já para matérias que eu tinha uma boa base, foquei em questões comentadas, realizando consultas pontuais na teoria em caso de dúvidas. Para as matérias eu tinha mais dificuldade, não tinha jeito. Tive que ler e reler muita coisa fazendo muitas questões em seguida. E algumas matérias eu simplesmente ignorei pela análise do custo x benefício. Eram muitos assuntos para pouquíssimas questões. Como eu precisava de 50%, fiquei relativamente tranquilo em deixar algumas matérias chatas de lado.
Quanto a fazer resumos, confesso que gosto muito. Escrever me ajuda no aprendizado, mas é quase impossível conseguir fazer resumos quando se tem pouco tempo até a prova. Já fiz alguns resumos em outras oportunidades, mas dessa vez não foi possível. Para não dizer que não escrevi nada, fiz anotações em um caderno durante as aulas do curso de peças do Diego.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma disciplina?
Arquimedes: Certamente tinha dificuldades. Por conta do meu histórico de estudos para os concursos da Receita Federal, sempre tive mais afinidade com as disciplinas de Direito relacionadas com a área fiscal: Administrativo, Constitucional e Tributário. Algumas disciplinas eu vim ter contato na faculdade. Dessas, algumas aprendi com mais facilidade e outras não. Já Ética e Estatuto, só fui ver quando comecei a estudar para a prova. No final das contas, algumas dificuldades nunca foram superadas. Aí foi só aceitar a realidade e seguir em frente.
Algumas matérias são muito grandes e têm assuntos bem independentes, como o Direito Civil. Então tem pontos da disciplina que tenho dificuldades até hoje e isso não interfere no aprendizado de outras partes. Processo Civil é a mesma coisa. Já disciplinas como Empresarial, Filosofia e Ambiental são um calo na minha vida quase que em sua totalidade.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como você levou seus estudos neste período? Focava mais na releitura, em resumos, em exercícios?
Arquimedes: A reta final é sempre muito estressante. Basicamente fiz muitas questões e assisti aos vídeos de revisão no YouTube. Para algumas matérias, li alguns resumos disponibilizadas pelos professores. Aquele estudo tradicional de teoria + revisões + questões é humanamente impossível para uma reta final. Só fiz isso com Ética e Estatuto.
Estratégia: Na semana da prova, nós sempre observamos vários candidatos assumindo uma verdadeira maratona de estudos. Por outro lado, também vemos aqueles que preferem desacelerar um pouco, para chegar no dia da prova com a mente mais descansada. O que você aconselha?
Arquimedes: Na semana da 1ª fase eu não tive a opção de relaxar porque segui os vídeos da Semana Especial no YouTube. Foi muito intenso. A revisão de véspera então, nem se fala. Na maioria das vezes eu assistia atrasado só para poder acelerar os vídeos. Então estudei até a véspera, sempre com a sensação de que tinha que estudar mais.
Já na 2ª fase, eu consegui parar uns dois dias antes porque estava bem cansado. Então relaxei um pouco. De uma forma geral, sempre fiz mais a linha de estudar o máximo possível. Para mim é difícil descansar sabendo que terei prova nos dias seguintes. Mas não considero minha forma de estudar certa ou errada. Então o que aconselho é verificar o que funciona para cada um.
Estratégia: Para a segunda fase, optou por qual área do direito? Qual foi sua estratégia na hora de tomar sua decisão?
Arquimedes: Minha 2ª fase foi em Direito Constitucional. Antes da inscrição eu estava em dúvida entre Administrativo e Constitucional por questões de afinidade. Por “má influência” do Diego Cerqueira, acabei optando pelo Constitucional. Enchi o saco dele até o dia da prova.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação, quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Arquimedes: Erros sempre existem. Acho que ninguém tem a trajetória perfeita de estudos sem cometer erros. Acho que meu maior erro foi não ter estudado tanta jurisprudência. Foquei muito na doutrina e acabei esquecendo a jurisprudência tão amada pelas bancas.
Entre os acertos acho que posso destacar a estratégia para a 1ª fase, já que não tinha como estudar tudo por falta de tempo e também o estudo completo que fiz das peças para a 2ª fase. Nos últimos dias eu andei com prints dos slides das peças no celular para ver sempre que possível. Eram muitas peças para estudar e eu não podia correr o risco de errar a identificação na hora da prova nem esquecer pontos fundamentais de avaliação.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? E qual foi sua principal motivação?
Arquimedes: Acho que o mais difícil foi conciliar o tempo disponível, já que tive alguns contratempos, como ter adoecido antes da 1ª fase. Além do mais, como falei anteriormente, meu 2º filho nasceu entre a 1ª e a 2ª fase. Então foi difícil manter o foco.
A minha principal motivação foi saber o que essa aprovação poderia representar para outros planos que pretendo colocar em prática. A OAB é um requisito fundamental para alguns concursos que pretendo fazer. Além do mais, é o que falei no início: a sensação da aprovação foi também de encerramento de um ciclo. Então eu queria muito encerrá-lo para poder me dedicar a outras coisas.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para o Exame da OAB? Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Arquimedes: O principal conselho que dou a quem está iniciando é ignorar fórmulas mágicas que possam parecer bastante sedutoras e que são vendidas diariamente na internet por quem só pensa em lucrar em cima de quem quer estudar. Procurem profissionais e cursos responsáveis. Busquem indicações. Não existem fórmulas mágicas. Da mesma forma que não existe uma verdade única. Cada um de nós deve buscar o que funciona para nossos estudos. A forma ideal de estudo para mim pode não ser para você e por aí vai. Quer um exemplo? Sou adepto de estudar várias disciplinas por dia e revisar sempre. Isso funciona para mim! Tenho um amigo da Receita Federal que estudava a mesma disciplina por meses seguidos. Depois passava meses sem revisar porque estava estudando outra matéria. Eu esqueceria tudo. E aí? Quem está certo? Eu ou ele? Acho que os dois. Fomos aprovados exatamente nos mesmos concursos. Não esqueçam: busquem o que funciona para cada um de vocês!
Outro ponto que acho determinante é a escolha de um bom material. Considero essa escolha algo bastante pessoal. Assim como as formas de estudos, analisem os materiais e escolham aqueles que mais se identifiquem, seja livro, cursos em PDF, vídeo, cursos presenciais. Hoje em dia existem excelentes opções para todos os gostos.
Para finalizar, uma dica que acho muito importante, mas que não diz respeito à forma de estudar nem aos materiais, é sobre o foco nos estudos. Estudar não é fácil. É uma decisão que requer muita abdicação. Mantenham-se firmes até alcançarem o objetivo, seja OAB ou concurso. Tenham em mente que uma aprovação pode dar um novo rumo à vida de vocês e de seus familiares. Com os estudos vocês podem alcançar coisas inimagináveis. Busquem o equilíbrio ideal para estudarem, se divertirem, curtirem a família e quaisquer outras coisas que vocês gostem de fazer. Só não esqueçam o objetivo maior! E lembrem-se: quando arrumamos desculpas para não irmos atrás dos nossos objetivos, estamos enganando nós mesmos!