Aprovada no concurso PRF 2021
“Acredite em você! Nada é impossível e limites só existem na sua imaginação. Estude com a certeza da aprovação. Haverá momentos difíceis e cansativos, mas esse período será passageiro e a linha de chegada fará valer a pena cada segundo”
Confira nossa entrevista com Vanessa Fraga, aprovada no concurso PRF 2021:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formada em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Vanessa Fraga: Eu sou de Pinheiral-RJ, uma cidade pequena, onde minha aprovação foi uma surpresa para todos, pois sou a primeira PRF mulher daqui. Tenho 31 anos e sou formada em Engenharia de Produção pela UERJ.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área Policial?
Vanessa: Eu trabalhei por um tempo na minha área (Engenharia), mas não me senti completamente realizada e, em momentos de crise, presenciei demissões em massa, o que me fez desejar algo mais estável e que me fizesse sentir realizada profissionalmente. Então decidi iniciar minha jornada no mundo dos concursos.
A área Policial foi um misto de apreço e admiração. Sempre vi a PRF como uma instituição venerável e com um papel social muito importante. Pesquisei a rotina de trabalho e me apaixonei pelo dia a dia dos policiais. E, confesso, que também desejei muito o cargo por minha família ser composta apenas por 6 mulheres. Busquei ser Policial com objetivo de ter um pouco mais de respeito e segurança junto à sociedade, a qual ainda tem diversos pontos de desigualdade em função do sexo.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseira, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Vanessa: Minha caminhada foi integralmente voltada aos estudos. Com minha demissão no último emprego, devido à pandemia de Covid 19, resolvi não tentar outra oportunidade no mercado de trabalho e “apostar todas as minhas fichas” no concurso PRF 2021.
Montei minha rotina diária e “trabalhei” para o meu futuro, como em um emprego fictício. Entrava no meu quarto todos os dias às 7h da manhã, mas “batendo ponto” para a realização do meu sonho.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovada? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Vanessa: Fui aprovada nos outros concursos que prestei, mas nenhum no nível PRF.
Fiz o concurso IBGE para recenseadora, fiquei em 2° lugar e cheguei a atuar. Fiz um concurso para cargo administrativo na minha cidade (Prefeitura Municipal de Pinheiral), onde também atuei por um tempo.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Vanessa: Indescritível tamanha felicidade. Foram minutos de um choro de alegria e superação misturado com a vontade de gritar e abraçar minha mãe e minha filha… exatamente o que fiz na sequência.
É uma vibração única de vitória, que só quem se dedica de verdade pode um dia sentir. A trajetória de estudos é árdua, com muitaaas renúncias e privações, mas, com toda certeza, hoje posso dizer que vale a pena.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Vanessa: Eu me dedicava muito durante a semana e levei muito a sério meu processo de estudo, então precisava tirar um tempo aos fins de semana para recompor as energias. Claro que cada indivíduo tem um nível diferente de afago ou necessidade de diversão, mas acho que todo concurseiro precisa se dar um momento de distração. Faz parte da caminhada. Privar-se totalmente de lazer vai, em algum momento, atrair uma frustração maior.
Eu saía com minha família, almoçava fora, passeava em cidades vizinhas. Tentei apenas evitar diversões excessivas. Não ficava até muito tarde em eventos e não consumia bebidas em excesso. Mas essas ações eram apenas para evitar a queda do meu rendimento.
Estratégia: Você é casada? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseira? Se sim, de que forma?
Vanessa: Eu sou solteira, moro com minha mãe e minha filha. Fiquei sem relacionamentos afetivos durante minha jornada, mas isso foi uma escolha pessoal. Não que seja realmente necessário para a aprovação. Mas em casa, minha mãe (Dodora) e minha filha (Antônia) foram minha base. Elas não só entenderam meu momento, como me apoiaram demais. Às vezes minha mãe ficava com medo de que aquela rotina estressante fosse me levar à loucura ????, mas eu sabia que seria algo necessário e passageiro.
Sim, foram muitas horas sentada em uma cadeira, apoiada em uma mesa, de frente para uma parede, estudando e estudando… mas não tem atalho, esse é o percurso. Aos poucos elas me davam mais amor e menos cobrança… e conseguíamos aproveitar cada tempinho de folga de uma forma saudável para que eu estivesse pronta para a próxima semana.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Vanessa: Eu acho que todo concurseiro precisa ter bem definido qual é o seu foco principal. Acho que se esse objetivo maior for um concurso que a previsão de edital seja demorada, aí sim a realização de outros concursos e outras provas pode até auxiliar no conhecimento da banca, na percepção de como é o dia da prova e, dependendo do nível de estudo, pode até chegar uma aprovação reserva até o próximo certame dos sonhos.
Porém, se o edital já está aberto ou se a previsão de abertura está próxima, não acho válido sair “atirando para todo lado” e deixar de se concentrar na meta primordial.
No meu caso, por exemplo, foquei 100% na PRF e decidi nem me inscrever na PF, pois as provas seriam muito próximas. Claro, que não é uma regra, alguns alunos passaram nos 2 concursos. Mas acredito que seja uma análise individual e que depende muito do nível de estudo de cada um.
Atualmente a PRF é o concurso dos meus sonhos. Estou realizada demais. Óbvio que a vida está em constante mudança e, às vezes, já penso em continuar nos estudos. Mas quero aguardar a nomeação e a jornada de trabalho para ter certeza do próximo passo. Até porque tenho conhecidos que dizem não querer sair da PRF por nada e pode ser que eu também me apaixone assim.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso da PRF?
Vanessa: Fiquei aproximadamente um ano estudando focada.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Vanessa: Comecei a estudar com a previsão de abertura, mas o edital saiu uns 6 meses depois que já tinha começado os estudos. Para manter a disciplina, eu mantinha na minha cabeça a certeza de que aquele era o concurso que eu queria e que seria a mudança de vida que eu precisava. A esperança de publicação do edital era grande, mas independente de quando seria, eu tinha a certeza de que aconteceria em algum momento e que fazer a minha parte significava estar preparada para a prova.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Vanessa: Eu usei os materiais em PDF, as videoaulas e os simulados que o Estratégia disponibilizava. Os PDFs são muito mais completos do que as videoaulas, muitas vezes eu começava o estudo de um tópico novo por eles. Contudo, as videoaulas são mais explicativas, pois os professores são ótimos e, muitas vezes, dão exemplos práticos que facilitam o entendimento do aluno. Eu abusei das videoaulas nas aulas de Direito Penal, por exemplo. Até porque eu era da área de exatas e precisava de algo bem exemplificativo para associar o conteúdo com maior praticidade. E os simulados era a finalização do ciclo. Com eles eu fixava tudo e conseguia analisar meu desempenho e a realidade da prova.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Vanessa: Conheci o Estratégia por indicação de uns amigos que queriam prestar concurso, muito antes do meu início nesse ciclo. Depois que decidi começar a estudar foi o curso preparatório mais indicado do mercado.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Vanessa: Eu tentava estudar duas matérias por dia, mas isso variava de acordo com o tema em questão. Quando o tópico era muito grande chegava a estudar uma por dia e quando eram mais tranquilo, estudava três por dia. Fiz um ciclo com as matérias e seguia sempre a mesma ordem. Achava bom estudar duas por dia para não ficar muito cansativo o mesmo assunto e não perder o rendimento. Muito tempo no mesmo tópico eu ia perdendo o foco.
Eu fazia resumos sim, mas nunca na primeira vez que via o tópico. Acho ideal fazer resumos na revisão. Porque quando vemos um assunto pela primeira vez, achamos tudo importante e somos tentados a anotar tudo, inclusive o desnecessário. Após o resumo, minhas revisões eram baseadas, principalmente, na resolução de questões. Acho que esse ponto faz toda a diferença.
Estudava, em média, 5 ou 6h líquidas. E controlava meus estudos com planilhas de Excel. Inclusive compartilhei os arquivos que usei em meu Instagram: nessasfraga.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Vanessa: As disciplinas de Direito eram mais difíceis para mim, por serem novidade. Eu nunca tinha estudado Direito antes. Mas amei aprender as matérias. E o que me ajudou demais nesse aprendizado foi a excelência dos professores do Estratégia, especialmente o Renan Araújo e o Antônio Pequeno. A facilidade deles em passar o conteúdo prendeu minha atenção e fez eu querer me dedicar mais e mais para alcançar um bom nível de assertividade.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Vanessa: Na semana da prova, eu tentei revisar os pontos que julguei serem mais importantes. Foi basicamente revisão e exercícios. Não quis ver mais nenhum assunto teórico para evitar confusão e insegurança.
Assisti a Revisão de Véspera do Estratégia, mas sem muito estresse, aproveitando para relembrar o conteúdo, sem me preocupar com anotações, apenas focada em absorver o que poderia ter passado despercebido. Depois foi descanso total. Para relaxar mesmo, pois a ansiedade estava a mil. Até as fórmulas de física eu relembrei na Revisão de Véspera e depois não mexi mais. Acho importante esse período de desestresse até a hora da prova.
No dia eu via gente lendo nos portões e pensava como alguém poderia tentar decorar algo em cima da hora com toda aquela pressão… para mim era impossível. ???? Nas últimas horas antes da prova eu só queria não pensar em nada e me acalmar.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Vanessa: Só consigo aconselhar total foco com a professora Janaína Arruda e com o professor Rodolfo Gracioli. Os dois são brilhantes e fizeram total diferença no meu resultado. Eu obtive nota máxima em tudo na redação, fiquei com 19,73 apenas por duas rasuras. Isso porque o tempo foi acirrado e acabei não fazendo o rascunho como eu deveria. Senão o 20 teria vindo. ???? Mas acho que o caminho é entender o esqueleto que a Janaína sempre explica de forma muito didática, não para ficar preso em algo pronto, mas sim para entender as conexões necessárias entre as frases do texto e a necessidade de que todo o conjunto faça sentido. E absorver o máximo de conteúdo dos possíveis temas, parte essa que o Rodolfo arrasa. Além disso, para finalizar bem essa etapa de estudo, acho válido investir em um combo de correções. Tive 6 redações corrigidas, o que me ajudou a perceber meus pontos fracos.
Estratégia: Como foi sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
Vanessa: Foi com muito foco e dedicação. Acho muito importante a ajuda de um profissional para o TAF e recomendo que levem a sério essa fase. Foi muito triste ver a reprovação de candidatos por pequenos detalhes. Mesmo durante minha rotina de estudos, mantive a prática de exercícios físicos diariamente e mesmo assim senti dificuldade em alcançar índices do TAF, como corrida e barra. Se não fosse o acompanhamento profissional, com certeza não teria passado facilmente por essa etapa. Nada de relaxar até a nomeação.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Vanessa: Prefiro dizer que toda a jornada foi de aprendizado, não queria classificar como erros ou acertos, porque quase tudo na trajetória dos estudos é pessoal. Então, como dica mestre, eu acho que é fundamental o candidato se conhecer e saber balancear seus pontos fortes e fracos.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Vanessa: Se eu pudesse resumir em uma palavra o que é mais difícil eu diria: persistir. Afirmo com muita convicção que todo concurseiro já pensou em desistir. É certo que, em algum momento, mesmo que por um instante, bateu aquele medo de não conseguir. Aquele temor de não ser bom o bastante. Ou aquele desânimo após uma decepção com a nota do simulado. Mas a resiliência é o ponto principal dos aprovados, pois em meio aos erros e desapontamentos, é preciso crer em uma força maior que faz a gente voltar ainda mais certo de que vamos chegar lá. Para seguir em frente, eu fortaleci minha fé e mentalize diversas vezes minha nomeação. Quando fechava os olhos e imaginava esse momento eu sabia que ainda não era hora de parar.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Vanessa: A necessidade de me sentir capaz e de alcançar uma estabilidade financeira.
Minha jornada é marcada de obstáculos pessoais. A perda do meu pai em 2009, uma gravidez inesperada em 2011, um problema de saúde que me deixou quase 20 dias internada e quase me levou à óbito em 2014 e a falta de motivação e de apoio durante todos os anos seguintes. Sabia que conquistar minha vaga era o que eu precisava para me sentir completa e capaz. Coloquei uma meta para minha vida: ser aprovada até os 30 anos. Atrasei um ano neste meu objetivo, mas aqui estou. Após muito estudo e dedicação. Noites mal dormidas, tardes de estudo longe da minha pequena (Antônia) e muito café. Aos 31 anos sentindo um gosto de vitória indescritível e com a sensação de dever cumprido. Com vontade de dizer a todos que se tiverem Força, Foco e Fé tudo é possível.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Vanessa: Acredite em você! Nada é impossível e limites só existem na sua imaginação. Estude com a certeza da aprovação. Haverá momentos difíceis e cansativos, mas esse período será passageiro e a linha de chegada fará valer a pena cada segundo.
Não se compare. Ninguém no mundo é igual e somos quase 8 bilhões de seres humanos. Você pode ter fraquezas, que outros dominam com facilidade, mas também tem muitos atributos que ninguém mais possui. Se conheça, seja forte! A vitória é inigualável e só os bravos sentirão esse prazer.
Se desanimar converse com Deus, a fé é um dos pilares desse processo. E, quando estiver na batalha, tenha foco. Não deixe nada e nem ninguém tirar você do seu objetivo. Coloque isso em prática, plante suas sementes e confie que em breve você colherá os frutos.
Aguardo o seu nome estampado no DOU. Boa sorte, ou melhor, bom trabalho!