Aprovado em 2° lugar no concurso TCE RJ no cargo de Analista de Controle Externo na especialidade Controle Externo
“Pesquise bastante se é isso mesmo que você quer. Pesquise sobre o órgão, o tipo de trabalho, os benefícios e tudo que vá influenciar o seu futuro. Se esta decisão de seguir uma vida de concurso for tomada com clareza e certeza, as pedras no caminho não vão te fazer parar. Essa certeza, para mim, é o ponto de partida para começar a jornada até a aprovação”
Confira nossa entrevista com Henrique Pessoa de Luna Barreira Monteiro, aprovado em 2° lugar no concurso TCE RJ no cargo de Analista de Controle Externo na especialidade Controle Externo:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Henrique Pessoa: Eu me chamo Henrique e sou formado em Administração pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Tenho 30 anos, nasci em Recife-PE e morei lá até 2016. Um pouco após completar os 26 anos, vim morar no Rio de Janeiro-RJ para assumir o cargo de Auditor Interno na Petrobras Transporte – Transpetro.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Henrique: Apesar de não ter muita experiência no setor privado, tive algumas oportunidades de estágio que não refletiram nas expectativas que eu tinha para minha vida profissional e pessoal. Controle do tempo livre, remuneração e ambiente de trabalho pesaram bastante.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Henrique: Em 2016 eu tive a experiência de prestar o concurso da Transpetro, porém nessa época eu “só” estudava, então, apesar de tudo, não foi um sacrifício muito grande da minha parte. Eu não estudava nos finais de semana e me permitia um bom tempo de lazer, o que contribuiu bastante para o meu desempenho no concurso de 2016.
Ao começar a preparação para o TCE-RJ eu levei um “susto” muito grande. Não tinha mais todo o tempo do meu dia livre, na verdade tinha pouquíssimo tempo disponível para estudar, já que o trabalho me consumia cerca de 12 horas por dia, se considerarmos preparação e trajeto. Além disso, ficava cansado após o trabalho e meu rendimento nos estudos era bem baixo.
Após o desespero inicial, fiz uma adaptação na minha rotina para estudar antes de ir ao trabalho. Comecei a acordar às 4 horas e estudava cerca de 3 horas antes de trabalhar. Ao voltar do trabalho estudava mais uma ou duas horas.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Henrique: Fiz o concurso da RFB em 2014, o do ISS-Recife, o da SEFAZ-PE, o da CGM-SP, o da Transpetro, o do TCE-PE e, agora, o do TCE-RJ. Os três primeiros no início da minha carreira de estudante.
No concurso da CGM-SP, fui muito bem na primeira prova, ficando dentro do número de vagas, porém a discursiva me tirou da classificação. Aqui senti um pouco mais a reprovação, pois já havia uma certa preparação.
O concurso da Transpetro foi bem tranquilo. Não estava estudando especificamente para ele, fiz com o conhecimento que havia adquirido estudando para outras áreas. Acredito que essa tranquilidade me ajudou a ser aprovado em 8° lugar.
Para o concurso do TCE-PE não cheguei a estudar bastante, pois estava sem estudar desde que havia entrado na Transpetro.
E, finalmente, fiz o concurso do TCE-RJ, ficando em 2° para o cargo de Analista de Controle Externo na especialidade Controle Externo.
Então, resumindo, fui aprovado no concurso de Auditor da Petrobras Transporte – Transpetro em 8° e no concurso de Analista de Controle Externo do TCE-RJ em 2° lugar.
Salvo engano, fui aprovado também no da SEFAZ, porém lá longe, sem condições de ser chamado.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Henrique: Sensação de dever cumprido, de que todo o esforço valeu a pena. A pessoa que estuda para concurso tem pouco retorno concreto de seus estudos, de suas ações. É difícil quantificar o quão bem você está estudando, se está estudando da maneira correta, e isso preocupa. Quando você vê seu nome na lista dos aprovados, você percebe que toda a preocupação que você tinha era “besteira” e que você estava no caminho certo.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Henrique: Eu saía sim, acredito que é essencial você se desligar um pouco desse mundo de estudos. Porém, reconheço que é bastante difícil se desligar por completo. São inúmeros os casos em que eu saía de casa e não conseguia aproveitar a saída por causa do excesso de preocupação com as matérias a serem estudadas. Mas ainda defendo que é essencial essa pausa, seja saindo de casa ou fazendo qualquer outra atividade que te faça relaxar, pelo menos uma vez por semana.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Henrique: Sou solteiro, não tenho filhos e moro sozinho. Durante a preparação para o TCE-RJ, eu passei um tempo namorando e um tempo solteiro. Como já morava sozinho e em cidade diferente da cidade dos meus pais, minha namorada, na época, foi quem mais acompanhou essa jornada. É difícil afirmar se estar com alguém é melhor ou pior que estar sozinho quando você está estudando para concursos. Acredito que é uma questão que muda de pessoa para pessoa.
Nessa experiência para o TCE-RJ eu tive muito apoio da minha ex-namorada. Mesmo ela não vivendo esse mundo de concurso, ela sempre compreendeu as minhas renúncias (essa compreensão pode ser muito difícil para uma pessoa que não estuda para concursos).
Apesar disso, foi quando meu relacionamento acabou que eu pude focar 100% nos estudos sem ter que me preocupar com outras pessoas. Porque, querendo ou não, quando se está em um relacionamento, existem coisas que precisam ser feitas para a manutenção da relação e que podem atrapalhar um pouco os estudos.
Então, na minha experiência, há pontos positivos quando se está solteiro e quando se está acompanhado.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Henrique: Eu acredito que depende do seu tempo disponível. Se você tem muito tempo, você pode escolher uma área e estudar para todos os concursos daquela área (controle, fisco…). Se você tem pouco tempo disponível, você deve focar em um concurso específico. Foi o que eu fiz no caso do TCE-RJ. Estudei unicamente para ele, deixando de lado outros concursos da mesma área que estavam saindo (TCM-SP por exemplo).
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Henrique: Aproximadamente um ano e meio.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Henrique: Estudei sem edital na praça.
Eu sempre me dei melhor estudando sem edital na praça. Quando o edital sai, a pressão aumenta, eu perco um pouco o foco e acabo estudando menos (um pouco menos). Deveria ser ao contrário, mas comigo acontece isso (rs). Logo, aproveito bastante o tempo antes do lançamento do edital.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Henrique: Eu utilizei livros, cursos em PDF e videoaulas. Os livros eram para consultas pontuais, nada mais que isso. Os cursos em PDF foram a base, já que são completos e enxutos. As videoaulas eu utilizava raramente para assuntos complexos ou quando já estava exausto de tanto ler.
O principal, para mim, são os cursos em PDF. Se tivesse que escolher apenas um, seriam eles.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Henrique: Por outras pessoas que estudam/estudaram para concursos. O Estratégia sempre é utilizado como referência em diversas matérias para concursos.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Henrique: Primeiramente eu foquei especificamente no concurso do TCE-RJ antes do edital sair. Isso já me fez adiantar várias matérias tidas como certas.
Eu estudava sim várias matérias ao mesmo tempo, umas três matérias por dia.
No começo da minha preparação para concursos, eu fiz muitos resumos escritos em cadernos (tenho uns 20 cadernos, rs). Gastava tempo demais fazendo isso, mas isso me fez memorizar muito bem as matérias. Quando voltei a estudar pro TCE-RJ, fiz resumos no Excel e anotava questões que pudessem servir como uma pequena revisão (questão + comentário do professor).
Acredito que nunca li um curso em PDF mais de duas vezes. O meu foco para o TCE-RJ era em questões (já me considerava um estudante avançado, não recomendo isso para iniciantes).
Meu plano de estudos era bem simples, aprendi muito lendo na internet e conversando com outros estudantes. Basicamente, mesclava três matérias por dia com ciclos de revisão.
Pré-edital estudava de 4 a 5 horas por dia. Pós-edital estudava de 3 a 4 horas. (É isso mesmo, rs). Pré-edital não estudava nos finais de semana. Pós-edital não estudava apenas no sábado.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Henrique: Tive muita dificuldade inicial em economia e em estatística (que não caíram no TCE-RJ). Na verdade, em estatística tenho até hoje.
Português é outra matéria que possuo dificuldade. É uma matéria muito extensa, possui muitas regras e exceções. Sinceramente falando, relaxei bastante nessa matéria, focando apenas em exercícios. Português quanto mais você estuda, mais coisas aparecem. Em se tratando de custo-benefício, não vejo muita vantagem em estar 100% em português para uma prova (se é que isso seja possível, rs).
Formar uma base razoável de conhecimento e focar em exercícios, para mim, foi a solução encontrada.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Henrique: Eu já não estudei nada na semana véspera de prova. Para não dizer que estudei nada, em alguns dias passei de trinta minutos a uma hora lendo alguma coisa.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Henrique: Aconselho uma boa base teórica. O formato da discursiva é bem simples, não tendo muita relevância na sua nota, o que pesa mais na nota é a teoria.
No começo eu tive um pouco de dificuldade, porque nunca gostei de discursiva e me sentia inseguro. Após vencer a insegurança, vi que uma boa base teórica é a solução para as discursivas. Para vencer essa insegurança minha, fiz muitas questões discursivas de concursos anteriores.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS.
Henrique: No começo dos meus estudos eu só estudava uma matéria por vez. Quando terminava uma matéria, começava outra. Eu tinha um bloqueio muito forte para estudar várias matérias ao mesmo tempo, ficava meio angustiado em parar uma matéria no meio. Porém, era perceptível para mim que eu precisava mudar o meu estilo de estudo, pois ao final das últimas matérias já não lembrava quase nada das primeiras.
Outro ponto que eu não recomendaria seria os resumos em cadernos de papel. Ainda recomendaria alguns resumos digitais (aprimoramento dos resumos que já vêm no final das aulas por exemplo).
Acredito que os maiores acertos seriam vários pequenos acertos juntos. A mistura de várias matérias por dia e o grande foco em exercícios com certeza estariam entre eles.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Henrique: O mais difícil para mim foi a abdicação de grande parte da minha vida para focar nos estudos (durante o período de concurseiro). No total foram aproximadamente 5 anos de estudos. Isso pesou bastante. Queria aproveitar mais minha vida, viajar, sair para me divertir sem preocupação, dar mais atenção aos meus amigos e familiares.
Desde que coloquei na minha cabeça que queria estudar para concursos, sempre quis trabalhar com auditoria fiscal ou de controle e isso foi meu primeiro motivador para continuar. Meu descontentamento com o emprego na Transpetro e que, na minha cabeça, desistir iria causar uma repercussão muito pior para minha vida (frustração e coisas do tipo) me fizeram seguir em frente.
(Aqui tem um ponto polêmico, acredito que desistir/redirecionar sua prioridade não deva causar esses tipos de sentimentos negativos nas pessoas.)
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Henrique: Trabalhar com aquilo que eu havia estabelecido para mim no começo da minha vida de estudos.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Henrique: Pesquise bastante se é isso mesmo que você quer. Pesquise sobre o órgão, o tipo de trabalho, os benefícios e tudo que vá influenciar o seu futuro. Se esta decisão de seguir uma vida de concurso for tomada com clareza e certeza, as pedras no caminho não vão te fazer parar. Essa certeza, para mim, é o ponto de partida para começar a jornada até a aprovação.