Aprovado no concurso PRF 2021 (1ª fase)

“Seja forte, pois ao longo de sua preparação surgirão centenas de obstáculos que o farão duvidar de sua capacidade (comentários negativos, estudantes “perfeitos” na internet, matérias “impossíveis”, resultados negativos em simulados, etc.), porém saiba que toda a dificuldade no caminho te levará a um sucesso maior, portanto nunca desista!”
Confira nossa entrevista escrita com Manuel Cláudio Martins, aprovado no concurso da Polícia Rodoviária Federal (1ª fase):
Estratégia: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Manuel Cláudio Martins: Meu nome é Manuel Cláudio Martins Neto. Tenho 26 anos, sou natural e ainda moro na cidade de Limoeiro do Norte-CE. Me formei no curso de Engenharia Civil pela Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA) no ano de 2019.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área Policial?
Manuel: Eu passei a me interessar por concursos públicos quando ainda estava terminando a faculdade. Meu irmão já havia sido aprovado em alguns concursos (Banco do Brasil e Caixa Econômica) e eu pude acompanhar um pouco, por intermédio dele, a vida no serviço público. Assim, passei a pesquisar e estudar melhor as oportunidades que estavam por vir, momento em que a área policial me chamou maior atenção, em especial a PRF. Entre os principais fatores que me fizeram iniciar a luta por uma vaga na instituição posso destacar a ótima remuneração, a boa imagem e reputação do órgão perante a sociedade, a divisão do trabalho em escalas e o amplo leque de possibilidades dentro da própria PRF, que atua em várias frentes da nossa segurança pública.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Manuel: Minha preparação variou um pouco ao longo do tempo em termos de horários e rotinas. No início, estava desempregado e me dediquei exclusivamente aos estudos. Então acordava cedo para correr e estudava durante todo o dia, inclusive grande parte dos finais de semana. Porém, após alguns meses, comecei a trabalhar com meus pais, que estavam sobrecarregados (ambos são comerciantes). Durante esse período eu dividia o meu dia em duas partes: trabalhava pela manhã e estudava nos períodos da tarde e da noite, encaixando algumas corridas de rua nesses horários sempre que possível. Porém, com a publicação do edital, no começo do ano, conversei com meus pais para voltar a me dedicar completamente ao concurso e passei a estudar diuturnamente mais uma vez, até a aplicação da prova.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Manuel: Minha história em concursos não é muito longa. Em 2018 fiz o concurso do DETRAN-CE, no qual não obtive êxito. Após esse período deixei a vida de “concurseiro” um pouco de lado para focar na reta final da faculdade. Em 2019 voltei a estudar, dessa vez para o próprio concurso da PRF, em que fui aprovado na primeira fase, ficando na 137° colocação. Além desse concurso, me inscrevi para as provas da PC-DF (suspensas devido à pandemia) e também fiz a prova da Polícia Federal, na qual obtive uma pontuação de 75 pontos líquidos, conforme gabarito preliminar.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados(as) na primeira fase do certame?
Manuel: É uma sensação difícil de descrever. Uma mistura de felicidade com alívio e emoção ao mesmo tempo. Naquele momento, veio à mente várias lembranças de grandes dificuldades ao longo da preparação, de todo o esforço, de abstenções e de como tudo isso valeu a pena. Além foi instantâneo o sentimento de gratidão a Deus pela vitória e pela oportunidade de continuar lutando por esse sonho, bem como a várias pessoas que me apoiaram durante toda a trajetória (familiares, amigos, professores…).
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Manuel: Minha vida social mudou bastante durante a preparação. Durante a semana eu praticamente não saia do quarto, o que diminuiu significativamente a convivência com a família e amigos. Nos finais de semana, geralmente eu também estudava, seja por revisões seja por simulados, porém, eventualmente eu separava um ou outro fim de semana para descansar (sair com amigos, ficar com a família, visitar minha namorada, etc). Logo, pode-se dizer que não adotei uma postura completamente radical, pois sempre procurei dosar bem a quantidade de estudo e descanso para não sobrecarregar a mente, afinal foi um estudo de médio a longo prazo (2 anos). Porém, ainda assim, isso mudo bastante a vida social que tinha antes.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Manuel: Eu não sou casado, mas tenho uma namorada, Juliana, e não tenho filhos ainda. Durante toda a preparação, morei com meus pais, que sempre me apoiaram da melhor forma possível, assim como meu irmão e minha namorada também. Meus pais sempre incentivaram minha decisão de estudar e nunca mediram esforços para me ajudar: me proporcionaram estabilidade financeira durante o processo para poder focar nos estudos; nunca me pressionaram por resultados imediatos; e sempre me passaram a tranquilidade necessária para seguir firme. Meu irmão contribuiu com tudo que podia, ajuda financeira, incentivo, conselhos e muito apoio. Minha namorada também me ajudou muito, me apoiando e me incentivando a não desistir. Todos eles sempre buscaram entender meus objetivos e nunca se colocaram como obstáculos a isso.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Manuel: Acredito que vale a pena sim fazer outros concursos, mas que tenha pelo menos certo nível de relação como o seu objetivo final. Por exemplo, quando comecei a estudar em 2019, apenas a PRF me interessava. Porém, os rumores de edital da PC-DF estavam bem mais fortes, então decidi analisar de valeria a pena fazer esse concurso. Ao perceber que várias matérias poderiam ser aproveitadas, acabei passando alguns meses estudando para a PC-DF, o que também me abriu o leque de possibilidade para o concurso da Polícia Federal. Entretanto, devido à pandemia e à suspensão das provas em Brasília, voltei a focar apenas na PRF e na PF. Mas o que percebi é que, por decidir arriscar em outro concurso da mesma área, criei várias possibilidades que podem ser bem aproveitadas, ou seja, ao invés de tentar apenas a PRF e ter só uma chance, estudar dessa forma me proporcionou a oportunidade de disputar vagas em vários grandes órgãos (PRF, PF, PCDF).
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Manuel: Como fale antes, houve um tempo (cerca de um ano) em que direcionei o foco um pouco mais para a PC-DF, o que não me afastou completamente da PRF, mas em se tratando de exclusividade, acredito que cerca de um ano foi dedicado unicamente à PRF.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Manuel: Sim. A maior parte do meu estudo foi sem ter edital. Eu acredito que a vitória está no estudo antecipado, então eu gostava de pensar que a minha aprovação dependia do que eu fazia quando a prova ainda estava distante, já que após a publicação do edital é normal haver milhares de pessoas estudando. Então eu tentava me dedicar para estar pronto antes do edital (claro que com o edital sempre há algo a mais para ajustar).
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Manuel: Eu variei bastante meu estudo durante esses dois anos. Utilizei quase todas as ferramentas que o Estratégia disponibiliza, PDFs, videoaulas, simulados, mapas mentais, maratonas, resumos escritos, etc. Porém, pode-se dizer que a base de todo o estudo teórico foi o PDF. Era como o PDF os meus primeiros contatos com a matéria, fazendo marcações e revisando-as constantemente. As videoaulas serviam como uma complementação do assunto.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Manuel: Conheci o Estratégia por indicação de um amigo que havia sido aprovado no concurso de Agente Penitenciário do Ceará (hoje, Polícia Penal). Ele me aconselhou a adquirir o material e me mostrou algumas aulas do curso. Então fiz assinatura logo em seguida, pois gostei muito da didática dos professores.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Manuel: Como eu tinha bastante tempo disponível , então eu comecei estudando uma grande quantidade de matérias, quando não estava trabalhando: 5 por dia (2 pela manhã, 2 pela tarde e 1 pela noite). Eu procurei não fazer resumos de início pois o estudo ficava mais demorado e como eu era iniciante não tinha certeza se faria um resumo eficiente. Então eu busquei focar na teoria dos PDFs realizando marcações e fazendo revisões constantes do assunto estudado de cada matéria. Sempre resolvia todas as questões do PDF. Para montar o plano de estudos, assisti alguns vídeos do Estratégia, principalmente do Dudu, orientando sobre isso, e então tentei adaptar para minha realidade. Com relação à quantidade de horas, variou um pouco como eu falei antes. Quando eu não estava trabalhando eu estudava o dia todo, manhã, tarde e noite, com pausas para alimentação, higiene, etc. geralmente quebrando em períodos de uma hora (50 min de estudo e 10 min de descanso). Normalmente ficava em torno das 7 horas de estudo. Quando passei a trabalhar, o estudo continuou semelhante, mas perdi o horário da manhã, o que diminuiu a quantidade de horas para cerca de 5 horas de estudo.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Manuel: De início, tinha muita dificuldade em informática, pois sempre foi um ponto fraco, porém não demorou muito para notar a evolução na matéria, principalmente pela didática dos professores Renato da Costa e Rani Passos. Porém, Português sempre foi a maior dificuldade que enfrentei. Sou da área de exatas e nunca tive afinidade com a matéria. Então, para tentar superar esse problema precisei dedicar uma carga horária um pouco mais extensa para português, em especial no início dos estudos, quando eu estudava a matéria todos os dias e resolvia questões. Além disso, procurava sempre resolver provas anteriores da banca.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Manuel: A semana que antecedeu a prova foi bastante estressante, não só pela prova em sim como pela incerteza quanto a possibilidade de nova suspensão do concurso na justiça devido à pandemia. Logo, foi muito difícil manter a concentração em meio à grande quantidade de notícias que circulavam na internet. Ainda sim, procurei estudar todos os dias na semana antes da prova, inclusive na véspera da prova, em que acompanhei a transmissão do Estratégia e estudei o PDF de dicas finais para prova. Na verdade, eu só parei de estudar quando entrei na sala, pois até momentos antes revisei o que pude.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Manuel: A preparação para discursivas não pode ser deixada para última hora. Durante os dois anos que estudei para a prova objetiva eu também me preparei para a discursiva. Li todo o curso de discursivas do Estratégia, desde as orientações iniciais até a parte prática. Durante as minha primeiras redações, eu primeiro estudava e explanação teórica do professor para conhecer melhor sobre o assunto e, só depois, redigia o texto. Após, fazia algumas anotações importantes sobre cada tempo e as revisava com certa frequência. Com alguns meses já conseguia fazer boas redações diretamente, sem necessitar de estudo prévio. Durante esse processo, realizei algumas correções particulares presenciais com uma professora de confiança da minha cidade, de modo a realizar alguns ajustes. Ao se aproximar da prova, adquiri o pacote com correção do estratégia para submeter meus textos a uma correção um pouco mais específica. Por fim, na semana final revisei com atenção todas as anotações sobre os principais temas (dados, estudos, estatísticas, etc.)
Estratégia: Como foi (ou está sendo) sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
Manuel: Ao longo dos estudos, procurei fazer exercícios com certa frequência, mas sem muita intensidade, apenas para me manter em uma boa forma e para aliviar um pouco o estresse. Com a aplicação da prova, intensifiquei bastante a quantidade de exercícios e contratei um profissional da área para me orientar nessa reta final. Então venho treinando diariamente, com descansos ao sábados e simulados do TAF aos domingos.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Manuel: Um dos pontos que acredito ter errado foi na forma como resolver questões. Principalmente no início da preparação eu me preocupava bastante em resolver grandes quantidades de questões e acaba negligenciando a qualidade dessa resolução. Com o passar do tempo passei a valorizar mais uma resolução de questões um pouco menos volumosa mas com mais atenção, marcações em pontos de dificuldade e análise de erros. Afinal, acredito que uma grande quantidade de questões não é o mais importante e sim o que se consegue aprender daquelas que erramos.
Com relação aos acertos, acho que o principal foi dar muita atenção à prova discursivas, que, além de ser um ponto fraco meu, possui pontuação decisiva na classificação do concurso.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Manuel: Os dois fatores mais difíceis para mim foram as abstenções, deixar de ficar com a família em alguns momentos ou de sair com os amigos em comemorações, e as incertezas, pois surgiam muitas dúvidas (se eu realmente conseguiria ser aprovado, se estava estudando certo, se ia acontecer o concurso ou não…).
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Manuel: Difícil dizer só uma principal motivação dentre tantas (qualidade de vida, estabilidade, atuação na segurança pública, etc.), mas acredito que o maior combustível a família.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar onde você chegou!
Manuel: Seja forte, pois ao longo de sua preparação surgirão centenas de obstáculos que o farão duvidar de sua capacidade (comentários negativos, estudantes “perfeitos” na internet, matérias “impossíveis”, resultados negativos em simulados, etc.), porém saiba que toda a dificuldade no caminho te levará a um sucesso maior, portanto nunca desista!