Aprovada em 1º lugar da lista feminina no concurso ESA para o cargo de Sargento Geral
“No início a família não apoiava muito, achava desnecessário a minha troca de profissão, principalmente por sair de uma carreira predominantemente feminina e mergulhar em uma onde a mulher ainda é novidade. Mas com o tempo foram abraçando o sonho junto comigo.”
Confira nossa entrevista com Raquel Kortkamp, aprovada em 1º lugar da lista feminina no concurso ESA para o cargo de Sargento Geral:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formada em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Raquel Kortkamp: Sou de São Gonçalo, no estado do Rio de Janeiro. Tenho 23 anos e sou formada em pedagogia.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área Policial?
Raquel: A necessidade de construir uma carreia estável me levou ao caminho dos concursos e fazer partes das Forças Armadas já era um sonho.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseira, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Raquel: Precisei trabalhar durante a preparação justamente para conseguir estudar. Eu era alfabetizadora, trabalhava com crianças de 6 a 7 anos, e a profissão exigia um tempo de dedicação bem maior do que o período presencial, então conciliar isso ao tempo de estudo foi uma tarefa muito difícil. Tentava estudar em todo momento livre, mas só consegui fixar uma boa rotina de estudos quando o período de quarentena começou. Foi o tempo necessário pra organizar os horários e manter o foco.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovada? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Raquel: Aprovada, no quesito fazer média, já fui em alguns: 3 vezes na EEAR, 2 vezes na CBMERJ ficando em 2º lugar nessa última de 2021, 2 vezes na ESA ficando em 2° lugar na prova escrita e 1° lugar na lista final de convocação.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista das aprovadas/classificadas na primeira fase do certame?
Raquel: Foi incrível. Estudei por muito tempo, mas depois de tantas reprovações já estava encarando a aprovação como algo impossível.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Raquel: Precisei me isolar pra conseguir estudar, até mesmo dentro de casa. Transformei um banheiro desativado em escritório e foi onde fiquei por quase todos os dias durante o ano de 2020.
Estratégia: Você é casada? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseira? Se sim, de que forma?
Raquel: Moro com meus pais e também namoro. No início a família não apoiava muito, achava desnecessário a minha troca de profissão, principalmente por sair de uma carreira predominantemente feminina e mergulhar em uma onde a mulher ainda é novidade. Mas com o tempo foram abraçando o sonho junto comigo.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Raquel: É sempre bom abrir portas e construir as próprias oportunidades. Quando comecei a estudar pra concursos, meu foco era entrar para as Forças Armadas, mas mesmo assim prestei concurso pra área da educação, segurança municipal, me inscrevi pra controle de zoonoses na área da saúde. Eu precisava ter estabilidade para conseguir financiar meus sonhos.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovada?
Raquel: Três longos anos.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Raquel: As provas das escolas militares são anuais e o edital não costuma variar muito. Então enquanto não tinha o edital do ano, eu usava o anterior.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Raquel: Meu primeiro ano de preparação foi presencial, o ano mais difícil tanto por ser o primeiro quanto pelo tempo que era necessário ter disponível e, devido ao trabalho, eu não tinha. O segundo ano estudei por conteúdos gratuitos no Youtube, o que me ajudou a descobrir as melhores estratégias pra manter a aprendizagem, pelos menos na minha individualidade. O terceiro ano eu estudei por plataformas pagas e uma delas foi a do Estratégia Militares. Consegui lapidar todo o conhecimento adquirido até aquele momento e direcionar os esforços pra conquistar o objetivo.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Raquel: Pelo Facebook.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Raquel: Eu separava todo conteúdo por meses, por semana e por dias, de forma que desse tempo de estudar todo o edital antes da data da prova. Costumava pegar duas disciplinas por dia, pela manhã estudava a de maior dificuldade e no resto do dia pegava as que tinha mais afinidade. No fim da preparação fiz muitas questões, uma bateria de mais de 2 mil questões em dois meses, foi o grande diferencial na hora da prova. Normalmente estudava em torno de 6 horas por dia, dividindo entre manhã e noite, porém no período da pandemia quase dobrei essa carga horária.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Raquel: Tinha bastante dificuldade em Matemática e Inglês. Pra superar, eu assumi minhas limitações e tentei a todo custo superá-las, dando mais atenção e paciência na hora de estudar.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Raquel: A semana da prova foi mais de revisão, pra justamente aumentar a confiança na hora da prova.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Raquel: Eu deixei a redação pra aperfeiçoar mais perto da prova. Péssima decisão, poderia ter conseguido um desempenho bem melhor se tivesse dado mais atenção a ela desde o início.
Estratégia: Como foi (ou está sendo) sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
Raquel: Saí do sedentarismo e caí direto nos índices da ESA. Foram 4 meses de preparação intensa pra conseguir bater os índices.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Raquel: O maior erro foi a falta de disciplina no inicio da preparação e o maior acerto foi entender de fato como o meu cérebro assimila as informações e usar isso como arma na hora de estudar.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Raquel: Foi muito difícil sair do zero na preparação e as reprovações abaixam ainda mais a autoestima. Pra seguir firme, mantive o foco e a constância no objetivo e jurei não parar até alcançar.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Raquel: Mudar de vida, conquistar minha independência.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar onde você chegou!
Raquel: Assim que decidir começar essa jornada, não pare. Não pare até conquistar o que almeja. Só você tem a capacidade de mudar a sua vida.
