Aprovado no concurso PRF no estado do Piauí
“Sempre procure saber quais são seus pontos fracos para tentar resolvê-los. Treine bastante, faça muitas questões, elas são o alicerce da sua aprovação. Não se impressione com concorrência, no final das contas, a prova é você contra você mesmo”.
Confira nossa entrevista com Wenes Alexandre, aprovado no concurso PRF no estado do Piauí:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Qual é a sua idade? De onde você é? Qual é a sua formação?
Wenes Alexandre: Sou Wenes Alexandre, tenho 36 anos de idade, sou natural de São Paulo, mas meus pais são do Maranhão, e aos 12 anos de idade fomos morar no Maranhão. Aos 18 anos, me mudei para Teresina-PI para estudar, onde me formei em Filosofia pela Universidade Federal do Piauí.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que escolheu a Polícia Rodoviária Federal?
Wenes: O que me atraiu nos concursos foi a estabilidade. Particularmente não conseguiria viver sem a certeza de ter um salário fixo no final do mês. Desde pequeno, sempre quis ser policial, tinha dúvidas entre PF e PRF e escolhi a PRF após pesquisar as atribuições do cargo, acho que combina mais com meu perfil.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava, ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Wenes: Antes da PRF eu já era concursado, desde 2011 trabalhava no Banco do Brasil, de início eu até gostava de trabalhar como bancário, foram nove anos dedicados a essa carreira (da qual me orgulho muito), não pensava em sair, mas chegou um momento que eu não queria mais aquela rotina para mim. Decidi, então, resgatar o antigo sonho de ser policial. Meu desafio era manter o nível do meu trabalho simultaneamente com uma rotina de estudos, de forma que uma atividade não atrapalhasse a outra. Ninguém do meu trabalho sabia que eu estudava e eu sempre fui profissional, durante o horário de serviço ao banco, eu vivia apenas o banco, o concurseiro ficava em casa. Eu costumava estudar antes de ir para o trabalho e também na parte da noite, todos os dias da semana.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Na PRF ficou em qual colocação?
Wenes: Já fui aprovado em um concurso do IBGE em 2007 (era para um cargo temporário). Em 2009, também fui aprovado em um concurso para professor, no estado do Maranhão, e nesse mesmo ano fui aprovado para o concurso do Banco do Brasil, no qual tomei posse em 2011, desde então abandonei o mundo dos concursos (um erro a meu ver hoje), e depois fiz o concurso da PRF em 2018. Não sei ao certo qual foi a minha colocação final na PRF, pois eram muitas fases e a cada fase alguns candidatos eram eliminados, mas da ampla concorrência acredito que eu tenha ficado em 69º após todas as fases, eu fui um dos últimos aprovados.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados?
Wenes: A sensação é muito boa, é aquele sentimento de dever cumprido. Engraçado, como é um concurso com muitas fases eliminatórias, você renova esse sentimento a cada fase superada.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Wenes: Não sou de sair muito de casa, não fui muito radical nesse ponto, mas alguns eventos sociais, realmente, ou eu não ia ou quando ia, não demorava. Vez ou outra eu ainda ficava em algum aniversário de um amigo respondendo questões no celular (risos).
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Wenes: Na época da preparação eu era casado, e sempre tive o apoio de todos da minha família, sem o apoio da família ficaria muito mais difícil. Creio que só o fato de sua família acreditar que você é capaz, já é algo valioso.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Wenes: Acho válido sim, você pode fazer um concurso “mais simples” e com a renda gerada, investir em sua preparação para o que você realmente almeja. Hoje estou satisfeito na PRF, creio que minha jornada como concurseiro tenha chegado ao fim.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Wenes: Estudei focado para PRF durante dois anos e meio. Mas foi uma preparação com calma, eu não estudava muitas horas por dia, estudava cerca de duas horas líquidas (cronometradas) por dia.
Estratégia: Durante a fase pré-edital, como fazia para manter a disciplina nos estudos?
Wenes: Essa fase em que não há edital publicado é muito complicado, tem que ter muita força de vontade, há momentos que você realmente pensa em desistir. O que me ajudou a manter o foco foi dividir o objetivo em pequenas metas. Por exemplo, meu compromisso era ler uma aula por dia de determinada matéria, eu não me importava o quão grande era a extensão de assuntos que ainda faltava ler daquela disciplina, o compromisso era ver uma aula de cada vez.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens de cada um?
Wenes: Minha preparação foi baseada principalmente em PDFs, no começo ainda assisti videoaulas de algumas matérias. Não tenho mais paciência para aulas presenciais, fiz toda minha preparação no meu quarto de estudos. Prefiro o estudo remoto, pois eu não queria perder tempo com locomoção e toda logística de um curso presencial.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Wenes: O Estratégia é muito conhecido no mundo dos concursos, sempre ouvi falar bem, conheci o Estratégia pelos vídeos do Youtube e indicação de amigos.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concurseiro é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Wenes: Primeiramente, fiz um cronograma semanal com as disciplinas, comecei com quatro disciplinas ao mesmo tempo e, aos poucos, ia acrescentando uma disciplina nova até conseguir rodar todas as disciplinas ao mesmo tempo. Algo que me ajudou muito foi fazer resumos manuscritos, eu conseguia colocar uma aula de 40 páginas de PDF em 10 folhas A4, com direito a desenhos, esquemas, mini mapas mentais. Dessa forma, eu fazia a revisão de uma aula numa leitura do meu resumo, que não levava mais de cinco minutos (você lê tantas vezes o resumo, que decora até as manchas no papel – risos).
Minha forma de estudar era baseada nas seguintes etapas:
1) Ler o PDF;
2) grifar trechos no PDF;
3) escrever um resumo/esquema do PDF;
4) resolver questões;
5) acrescentar no resumo as dicas/macetes sobre as questões que eu errava;
6) sempre reler os resumos (mesmo se já memorizado)
Outra forma de estudar que utilizei bastante foi a resolução de questões, elas são ótimas para revisar o conteúdo e também te ajudam a ganhar velocidade na hora da prova, você acaba conhecendo as “malícias” da banca. Outro detalhe é fazer as questões da banca que irá realizar o seu certame, particularmente perdi a conta de quantas questões Cespe, no modelo certo ou errado, eu fiz. Tinha dias que eu fazia 100, 200 questões. Geralmente eu estudava umas duas horas por dia (leitura de PDF’s e resumos) e durante o dia resolvia questões, por exemplo, antes de tomar banho eu resolvia umas 30 questões, antes do jantar fazia umas 20. Eu gostava, pois era prático, eu andava com o celular respondendo questões sempre que dava. Eu apertei mais o ritmo quando saiu o edital, nesse período eu estudava quatro horas por dia.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Wenes: Particularmente não tenho afinidade nenhuma para estudar física, e os conteúdos de informática eram um castigo para mim. Essas duas disciplinas foram meu ponto fraco, estudei apenas alguns assuntos de ambas (obviamente fui penalizado por isso na prova). Minha decisão foi negligenciar um pouco essas duas disciplinas que eu tinha dificuldade e compensar sendo impecável nas outras disciplinas que eu tinha mais facilidade. Ao fazer isso você já sai em desvantagem, pois no meu caso já eram praticamente 10 questões que eu abri mão.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana anterior à prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Wenes: Na reta final foquei apenas em questões e algumas videoaulas de véspera. A última semana é muito mais para trabalhar o psicológico e ansiedade do que qualquer outra coisa. Na véspera da prova eu não estudei, procurei relaxar e descansar.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Wenes: Eu aconselho a não repetirem meu erro (risos)! Eu deixei a desejar na preparação da prova discursiva, comecei a treinar já nas semanas finais e muito pouco, creio que fiz umas quatro redações no máximo. Acho que vale muito a pena você contratar um profissional de confiança para corrigir suas redações e lhe passar feedbacks. A redação foi muito importante no meu certame, foi a nota de redação que definiu quem entrou na primeira turma e quem ficou para depois. A diferença entre as notas foi pequena, qualquer décimo fazia diferença.
Estratégia: Como foi sua preparação para o TAF? E como foi essa prova?
Wenes: Comecei a treinar para o TAF seis meses antes do edital sair. Fui a uma nutricionista e procurei um profissional de educação física, e passei a treinar especificamente para o TAF. Acho que demorei uns três ou quatro meses para ficar em forma. Aconselho a se exercitar desde o começo, a forma física é algo que não vem da noite para o dia. A prova foi puxada, corremos às 13:00hs em Teresina (já devem imaginar a temperatura né – risos). Chegamos no horário previsto, 08:00hs da manhã, mas o TAF se arrastou até às 13:30, aconselho também a levar alimentos na mochila.
Estratégia: Como foi participar do curso de formação? Teve dificuldade em algo? Alterou sua classificação?
Wenes: Curso de formação é uma experiência que muda vidas, você aprende muita coisa lá. A maior dificuldade foi que nosso CFP ocorreu durante a pandemia, foram quatro meses de isolamento social e uma rotina pesada de conteúdos e treinamentos na UNIPRF, isso exigiu muito do candidato em todos os sentidos.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam?
Wenes: Minha preparação não foi perfeita. Acho que o maior erro foi ter negligenciado a discursiva, perdi muitas posições por isso.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Wenes: Creio que pensar em desistir é algo que passa na cabeça de muitas pessoas durante o processo, estudar para um concurso de alto nível exige um esforço contínuo por um prazo de tempo razoável e isso é desgastante. No meu caso, eu focava na vitória e no quanto ser aprovado mudaria minha vida. Na minha mente, eu estava disposto a fazer essa jornada de dois ou três anos de “sacrifícios” para passar o resto da vida colhendo os frutos desse esforço.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Wenes: Queria provar para mim mesmo que eu conseguiria, estava muito focado, pois a ideia de vestir uma farda e proteger a sociedade era o meu objetivo.
Estratégia: Como se sente hoje empossado no cargo para o qual se esforçou bastante para alcançá-lo?
Wenes: A sensação é muito boa, me sinto realizado.
Estratégia: O que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Wenes: O que posso dizer é: sempre acredite que você consegue, durante sua jornada fique atento aos seus erros e pontos a serem melhorados, o erro te ajuda a evoluir. Sempre procure saber quais são seus pontos fracos para tentar resolvê-los. Treine bastante, faça muitas questões, elas são o alicerce da sua aprovação. Não se impressione com concorrência, no final das contas, a prova é você contra você mesmo.