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Dicas inspiradas nos Navy Seals para trabalhar a resiliência e ganhar ritmo de estudo.

Saudações, caros leitores! Vamos a mais um artigo, dessa vez uma adaptação ao original publicado no Blog Market Meditations. Espero que gostem.

“Dane-se, Instrutor Buchanan. O único jeito de você me tirar daqui é dentro de um caixão…”.

Essa frase foi dita por Brandon Webb em meio à chamada “semana do inferno”, durante o curso de formação dos Navy Seals – força de elite da Marinha norte-americana. É sabido que a seleção para se tornar um membro deste seleto time é – sob vários aspectos – desumana.

Interessante destacar que o próprio autor da frase que abre esse artigo comenta que, a despeito do senso comum, não são os requisitos físicos os fatores determinantes que fazem alguém suportar esse desafio, mas sim os aspectos psicológicos e mentais!

E o que isso tem a ver com sua realidade de aspirante a um cargo público? Ora, eu diria que tudo! A resiliência é uma qualidade determinante para quem pretende se submeter a uma rotina estressante, seja no estudo para concursos, seja no curso para ingressar em uma tropa de elite militar.

Resiliência pode ser definida como “a capacidade do indivíduo em suportar pressões. A capacidade de atravessar experiências adversas sucessivas, enfrentar problemas e dificuldades, sem comprometer a condição de prosseguir e se desenvolver. Esta postura requer energia, equilíbrio emocional, autoestima e autoconfiança”.

Veja quão importante e fundamental é o conceito acima. É enorme o número de pessoas que se propõem a iniciar um estudo em alto rendimento e que, infelizmente, acabam ficando no meio do caminho…muitas vezes já nos primeiros dias ou semanas. Reparem no trecho da definição acima que diz: “…enfrentar problemas e dificuldades, sem comprometer a condição de prosseguir e se desenvolver”. Claro que essa característica pode e deve ser trabalhada.

As dicas abaixo, extraídas de livros e memórias de ex-combatentes, e adaptadas à nossa realidade, têm o objetivo de te ajudar a trabalhar a resiliência e, em última análise, auxiliar a se manter firme no propósito do estudo em alta performance. Como sempre comento com meus alunos do Coaching, o primeiro grande desafio de quem inicia os estudos é ganhar ritmo, sequencia. Claro que há algumas técnicas e sacadas – algumas trazidas abaixo e outras trabalhadas no dia a dia – que diminuem o desconforto inicial, aumentando a chance de seguir em frente e obter sucesso.

Vamos então às dicas.

1) Coma o elefante

Como você comeria um elefante? Simples: com uma mordida por vez. Quando nos deparamos com uma tarefa assustadora – iniciarmos a preparação para o concurso dos sonhos, por exemplo – normalmente ficamos com medo e desistimos antes mesmo de tentar chegar lá. O segredo para não cair nessa armadilha é a SEGMENTAÇÃO. Divida o elefante em partes que caibam na boca – e no estômago. Evite pensar no desafio como um todo para não desanimar. Foque nas pequenas partes e pense em concluí-las, uma de cada vez.

Aplicação prática: preocupe-se em cumprir um pequeno objetivo por vez. Comece pela meta diária de estudo, depois pense no alvo semanal, etc. Foque em completar uma coisa de cada vez.

2) Visualize o sucesso

Atletas de alto nível usam essa técnica recorrentemente. Seja para melhorar o aproveitamento de uma habilidade, seja para tornar (quase) prefeita uma prova. Imagine – no maior nível de detalhe – o dia que você vai ver seu nome no Diário Oficial, o comunicado à família e amigos, o dia da posse, etc. Cada vez que bater o desânimo, relembre em sua mente esses momentos, repetidamente. Não se imagine falhando – em hipótese alguma. Se mesmo assim isso passar pela sua cabeça, pense nas consequências do fracasso. Você não vai querer passar por essa sensação, não é verdade?!

Aplicação prática: imagine o sucesso o tempo todo. Use imagens motivadoras em seu ambiente de estudos, projete o tão sonhado dia da aprovação e o mentalize sempre que possível.

3) Controle Emocional

Em períodos de grande estresse, o corpo responde com diversos hormônios que proporcionam estímulos de energia e foco. O problema é que se nós ficamos com altos níveis desses hormônios por longo período, não conseguimos entrar em modo de relaxamento. Isso pode trazer problemas (insônia, mau humor, etc.) em médio/longo prazo. Algumas técnicas simples podem reestabelecer um estado de maior conforto e relaxamento imediato: inspire por 4 segundos, expire pelo mesmo tempo, e repita por 4 minutos (4 por 4 por 4).

Aplicação prática: faça a técnica da respiração em momentos de maior tensão. Isso fará você relaxar e raciocinar com mais clareza, ainda que imediatamente.

4) Não reatividade

Não podemos controlar o que acontece no mundo, mas podemos controlar nossa interpretação sobre as coisas. “Os homens são perturbados não pelas coisas, mas pela visão que têm delas – Epíteto”. Há uma técnica utilizada em Design Thinking (ou configuração de pensamento) chamada reenquadramento (reframing). Trata-se de pegar uma crença antiga, descartá-la, e adotar outra. O que antes era interpretado como algo negativo passa a ser visto como positivo, bastando para isso mudar o ponto de vista. Comentei mais sobre isso neste artigo.

Aplicação prática: observe como você reage a eventos externos, tais como a falta de tempo para estudar, dúvida em determinado assunto, etc. Busque enxergar acontecimentos ruins como desafio para te fazer evoluir. Esse deve ser um exercício diário de reflexão!

5) Pequenas vitórias

O que fazer quando o moral está baixo e nada parece estar dando certo? Pense pequeno! Como assim? Não se trata do oposto do famoso jargão “pense grande”…não…trata-se de planejar pequenos passos (vimos isso na dica 1), fazer de tudo para atingi-los e assim comemorar cada vitória. Mais ainda, perceba que há uma infinidade de pessoas com problemas muito maiores que os seus e que estão aí na luta por seus ideais. Seja grato por pequenos dons, como o de andar, respirar, ter força para estudar, trabalhar, cuidar da família…pequenas vitórias (se percebidas) mantêm o moral alto. Moral alto alimenta positividade, gerando um círculo virtuoso que vai te empurrar em busca de seus objetivos.

Aplicação prática: comemore ao final de cada dia de estudo, ao acertar aquele exercício que antes trouxera tanta dúvida, ao finalmente compreender determinado conteúdo.

6) Encontre sua tribo

Seres humanos não se incomodam com as dificuldades, na realidade eles até prosperam nesse cenário; o que os incomoda é o fato de não se sentirem úteis. A sociedade moderna aperfeiçoou a arte de fazer as pessoas sentirem-se inúteis. É hora de dar fim a isso – Sebastian Junger”. Junte-se a pessoas que compartilham os mesmos objetivos que você. Seja via contato pessoal, virtual, etc. Isso vai gerar um senso de pertencimento e, em última análise, o ajudar a encontrar seu propósito!

É isso, meus amigos…mantenham-se firmes em seus propósitos e nos vemos no topo!

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Veja os comentários
  • Artigo top sobre resiliência militar
    PATRICK FERREIRA DOS SANTOS em 23/07/18 às 18:11
  • Excelente post!!
    Gileade em 09/02/17 às 09:05
  • Que bom que li esse artigo! Obrigado!
    Elton em 06/02/17 às 09:29
  • Achei um pensamento muito parecido com o que Tony Robbins apresenta em seus livros. Se alguém se interessar, busque O Gigante Interior. É um livro bem bacana, e nos ajuda a "programar" esse raciocínio; muitas é difícil tirar esses pensamentos que nos colocam pra baixo, e nos manter motivados. Muito bom trazer essas ideias aqui, parabéns!
    Mayara em 03/02/17 às 17:46
  • Que artigo reflexivo e motivador. Parabéns Guilherme Sant'Anna.
    Valter em 02/02/17 às 21:22
  • Muito bom! Parabéns! Valeu pelo artigo!
    Roberto em 02/02/17 às 19:03
  • É show. My Coaching
    ALAN SILVA em 02/02/17 às 15:53
  • Muito bom. Gostei.
    Raquel F em 02/02/17 às 15:07
  • Obrigado...bons estudos!
    Guilherme Sant'Anna em 02/02/17 às 15:06
  • Valeu, Beatriz...que bom que gostou!
    Guilherme Sant'Anna em 02/02/17 às 15:06
  • Obrigado, Fernanda!
    Guilherme Sant'Anna em 02/02/17 às 15:05
  • Ótima relfexão.
    Bruno em 02/02/17 às 12:08
  • Obrigada por esse texto! Muito bom.
    Beatriz em 02/02/17 às 11:41
  • - Professor mandou bem no post! Show de bola. Inspirador, motivador!
    Fernanda em 02/02/17 às 11:34