Aprovado no concurso SEECT-PB

“Considero-me muito iniciante no mundo dos concursos, no entanto há poucos dias, um amigo em particular veio e me falou: você me inspira, seu esforço, determinação. Esse esforço é algo que muda a sua vida e a de pessoas que talvez você não tenha noção, mas que se inspiram em você.”
Confiram nossa entrevista com Francisco das Chagas dos Santos Moura, aprovado em 8º lugar no concurso SEECT-PB para o cargo de Professor de Matemática:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você. Qual é seu nome? Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Francisco das Chagas dos Santos Moura: Sou Francisco, 29 anos, licenciado em matemática no ano de 2019 pelo Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia da Paraíba, especialista em Educação Matemática. Sou de Pombal, mas atualmente moro em Cajazeiras, ambas no interior da Paraíba.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Francisco: Trabalhei alguns anos na iniciativa privada, após a graduação, meu curso (licenciatura) me colocou a possibilidade de fazer parte do serviço público fazendo algo que gosto e, atrelado a isso, a ideia de estabilidade que o serviço público traz.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Francisco: Trabalhava no período diurno, a faculdade era noturna e em outra cidade (1h30 de viagem), então meu tempo de estudos era bem apertado. Quando o concurso da SEECT PB foi especulado, fiz um acordo no emprego e consegui trabalhar somente no período da manhã, então dedicava todas as tardes e os fins de semana aos estudos.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Francisco: Já consegui aprovação em 2 concursos (nível fundamental e nível médio em prefeituras), e o meu último e tão esperado, 8º lugar para professor de matemática da SEECT na Paraíba.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Francisco: Todos os dias, o primeiro movimento ao acordar, era olhar o diário oficial. A alegria em ver meu nome foi sem explicação, fiquei parado um bom tempo. Em silêncio, passou um breve filme de todo esforço. Você vai da euforia de conseguir aquilo que você tanto quer ao sentimento de alívio, um peso que sai de suas costas. Não esqueço o dia 14 de novembro, 5h30 da manhã.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Francisco: Como trabalhava e concluía a faculdade, então o sacrifício em limitar minha vida social era inevitável. Passei um bom tempo sem sair. Depois deu para flexibilizar um pouco e dedicar um dia no fim de semana (sábado ou domingo) uma vez por mês para sair com os amigos, ir para algum lazer.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Francisco: Namoro e não tenho filhos. Morei com meus pais até bom tempo da minha preparação. Sou de família humilde e de não concurseiros, e talvez por isso, no início foi um pouco difícil a compreensão deles diante do meu foco para os estudos. Mas algo bem interessante, que mudou radicalmente a imagem deles quanto a isso, foi quando eu passei no primeiro. Senti que eles começaram a me apoiar. Minha namorada me apoiava mais, sempre incentivava e compreendia a prioridade naquele momento.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Francisco: Hoje acredito muito em concursos escada. O primeiro que passei foi para Inspetor de alunos, eu queria algo concreto pra mim, queria passar para poder ter mais estabilidade, mais tempo para que eu pudesse me dedicar ao cargo que eu queria. Por optar pela licenciatura, me vejo dando aulas. Claro que a profissão de professor permite acumular cargos, e assim quero conseguir. Não pretendo parar de estudar para outros concursos.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Francisco: Iniciei meus estudos em novembro de 2018, fiz algumas provas para prefeituras, mas sem me dedicar, via como um pré-edital para o concurso do Estado da PB. Em abril de 2019 saiu o edital da SEECT e a partir daí foi foco total. A prova foi em julho, então foram alguns meses de preparação só para a Secretaria de Educação.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Francisco: A disciplina no pré-edital era mais flexível, permitia que eu tivesse mais liberdade, dediquei menos tempo aos estudos (1-2h por dia). Se eu conseguia estudar, tudo bem, mas se não, não era um martírio para mim, não pesava na consciência – algo que aconteceu no pós-edital. Acho que algo que pode manter a disciplina no pré-edital é você não se colocar algo muito pesado, ser mais maleável quanto a métricas. Imagino que se você quer começar a 300km/h e desejar manter esse ritmo sempre, uma hora você vai cansar, o cérebro vai esgotar, e isso vai acontecer quando sair o edital, que seria o momento dessa entrega. Então… por que não começamos devagar e vamos acelerando? No pós edital, ligamos o turbo e vamos com “sangue no olho”.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Francisco: Tenho um amigo próximo que estuda para a área policial e quando ele falou do Estratégia, fui pesquisar nas redes sociais (Instagram e YouTube) e comecei a assistir às aulas gratuitas, baixava os materiais que disponibilizavam, e ia adaptando os possíveis. Posteriormente, adquiri o curso e continuei meus estudos.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Francisco: Todo início é meio perturbador, eu queria abraçar o mundo: ver videoaulas, PDFs, participar de aula ao vivo, ter vários materiais de uma só disciplina… Com o tempo, vamos nos aperfeiçoando também na estrutura de estudo. Hoje sou fã do PDF, acredito que ele consegue passar a informação de forma mais rápida e de maneira que eu consigo compreender.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso?
Francisco: No concurso da SEECT havia poucas disciplinas para estudar (Português, Conhecimentos Pedagógicos, Legislação Pedagógica e Conhecimentos Específicos), mas eram muitos assuntos na parte específica e as leis são bem extensas (LDB, ECA, PCN, BNCC). Nas disciplinas de português e conhecimentos pedagógicos, estudei a teoria e exercícios e depois foquei só nas questões. Para conseguir absorver todo o conteúdo das leis, mesclei entre o PDF e questões e a leitura da lei. Na parte específica, me dediquei a resolução de questões, pois achei a melhor forma de estudar os conhecimentos matemáticos.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Francisco: Minha dificuldade era na parte pedagógica, conhecer ideias dos teóricos da educação e memorizar leis. Então eu tive que ler várias vezes a LDB, por exemplo, e anotar os pontos principais que me faziam lembrar de que teórico estava se tratando.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Francisco: Na reta final me veio ansiedade, não tinha concluído todos os conteúdos do edital, achava que não daria tempo, e tive parar um pouco para não enlouquecer. A véspera da prova para mim foi de descanso, pois fui fazer prova em cidade distante da minha 100 km – teríamos que realizar a prova na cidade sede da regional para qual nos inscrevemos. Eu fiz para a 7ª GRE e não é uma cidade de fácil transporte (em relação a que eu morava), então resolvi ir de moto.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Francisco: A base é o fundamental de tudo, e considero por base sua estruturação – um cronograma bem definido, um tipo de material escolhido (Vídeo ou PDF) – e esse talvez tenha sido meu erro. Eu demorei um pouco para ver o que era melhor pra mim, para criar algo sólido que eu pudesse cumprir. No começo coloquei que dava pra estudar muitas horas, só que não dava. É irreal para um iniciante. Quando você entra em algo, quer dar o sangue, ser o cara, mas tem que perceber que você é novo ali, que precisa estudar como é o ambiente, como funciona a máquina. Quanto aos acertos, considero que acertei ao escolher a GRE. É uma regional diferente da que resido, mas que por motivos logísticos foi minha escolha. É preciso estudar o edital anterior, não é só escolher fazer em um lugar que há muitas vagas. Muitos amigos meus decidiram fazer para regionais só porque existiam muitas vagas.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Francisco: O mais difícil foi a constância. Manter-se motivado todos os dias, e mesmo que não estando, não abandonar o projeto. Durante os estudos para a SEECT não pensei em nenhum momento em desistir de tudo, mas em vários dias pensei se valeria mesmo todo esforço, se eu conseguiria. Para mim, sempre havia pessoas bem mais preparadas. Quando você está na teoria, lendo o PDF você vai fazendo as questões junto com o professor e vai acertando é uma grande alegria, mas quando está sozinho resolvendo simulados, provas, que você erra, que parece que não aprendeu nada…É preciso manter a constância, voltar no que for preciso e continuar, mesmo que difícil.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Francisco: Dar algo melhor para mim e minha família. E algo em especial que a docência permite: fazer parte da transformação de vidas. Tenho alguns ex-professores – de educação básica e superior – que são meus amigos, então sei o quanto eles fizeram parte do que sou hoje. Quero poder ajudar a outras pessoas.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar onde você chegou!
Francisco: Pode parecer clichê, mas dizer para não desistir é o melhor conselho. Pode ser dolorido, e em momentos vai ser sim, muito. Mas todo suor, sofrimento, cansaço, são convertidos em alegria, em uma felicidade que só quem passa por esse momento sabe o quanto é gratificante. Pode não parecer nada para outras pessoas, e realmente elas não sabem o que se passa na sua vida. Considero-me muito iniciante no mundo dos concursos, no entanto há poucos dias, um amigo em particular veio e me falou: você me inspira, seu esforço, determinação. Esse esforço é algo que muda a sua vida e a de pessoas que talvez você não tenha noção, mas que se inspiram em você. Então é isso, não desista!