“Acho válido você entrar num cargo intermediário que lhe dê condições financeiras para poder se preparar para o cargo que você realmente deseja exercer e que irá lhe contemplar profissionalmente. Ademais, um cargo, ainda que não seja o dos sonhos, lhe dá tranquilidade para os futuros certames, afinal você já é servidor e não carrega no dia da prova aquele peso que por muito tempo nos angustia: o de ainda não ser servidor público ou não ter sido aprovado em concurso público.”

Confira nossa entrevista com Maurício Gomes Martins, aprovado em 3º lugar no concurso TJPA para o cargo de Oficial de Justiça Avaliador em Tomé-Açu:

Estratégia Concursos: Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?

Maurício Martins: Sou Bacharel em Direito, formado pela Universidade Federal do Pará. Tenho 31 anos. Sou natural de Belém/PA.

Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?

Maurício: Por incentivo do meu pai, que também é servidor público, hoje aposentado. Bem sinceramente, ele acreditava mais que eu que essa seria uma formação que se adequaria ao meu perfil. Na época que iniciei minha trajetória voltada a concursos, cursava Licenciatura em Física e o estudo para concursos acabou me fazendo interessar pelo Curso de Direito.

Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro(a), você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?

Maurício: Durante os estudos para o TJPA, eu conciliava trabalho, estudos e os cuidados com minha filha (Cecília) que hoje tem 3 aninhos. É a minha maior motivação para alcançar voos maiores (risos).

Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?

Maurício: Minha primeira aprovação foi em 2010, no Concurso de Formação de Oficial da PM PA, no mesmo ano, também fui aprovado no Concurso do MPU, cargo de Técnico do MPU (cargo que ocupo hoje). No ano seguinte, fui aprovado nos Correios (Atendente Comercial), certame no qual logrei o primeiro lugar no Estado do Pará, e neste trabalhei de 2011 a 2012. Em 2012, fui nomeado no Concurso do MPU, e hoje estou lotado no Ministério Público Militar. Minha última aprovação foi no cargo de Oficial de Justiça do TJPA, no 3º lugar para a 2ª Região Judiciária. (Tomé-Açu).

Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?

Maurício: A principal, foi a sensação de dever cumprido. Nos anteriores, havia chegado próximo de ser aprovado, mas por falhas na metodologia de estudo e falta de persistência, acabei perdendo oportunidades. Neste, houve uma dedicação boa e a consequência foi a aprovação numa boa colocação.

Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?

Maurício: Mantinha minha rotina normalmente: família, trabalho, estudos e lazer. Todavia, conseguia reservar cerca de 1h30 a 3h diárias para estudar para o TJPA, o que me permitiu cumprir o cronograma antes da realização da prova.  

Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?

Maurício: Sou casado e tenho uma filha linda =) Minha esposa, também servidora pública, sempre me apoiou e me apoia até hoje. Esse apoio foi e é essencial. Meu maior incentivo é justamente minha família.

Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?

Maurício: Eu acredito que tudo depende do momento do concurseiro. Muitos não estão inseridos ainda no Mercado de Trabalho o que faz com que acabem se dedicando para certames que não são seu foco final, digamos. Logo, acho válido você entrar num cargo intermediário que lhe dê condições financeiras para poder se preparar para o cargo que você realmente deseja exercer e que irá lhe contemplar profissionalmente. Ademais, um cargo, ainda que não seja o dos sonhos, lhe dá tranquilidade para os futuros certames, afinal você já é servidor e não carrega no dia da prova aquele peso que por muito tempo nos angustia: o de ainda não ser servidor público ou não ter sido aprovado em concurso público. Portanto, creio que vale a pena sim, você, a depender do seu momento, fazer outros certames, ainda que o foco seja diferente do concurso do sonho. Essa crença parte muito de uma experiência pessoal minha como concurseiro. Apesar de ter logrado êxito na aprovação do cargo de oficial de justiça, por exemplo, meu foco mesmo é o cargo de Delegado. É para o qual eu estou estudando no momento.

Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?

Maurício: Estudei aproximadamente 6 meses.

Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?

Maurício: Sim, estudei por alguns meses antes do edital, e por isso mesmo, não tinha muita disciplina no início. Neste período, recordo que estudava por 4 dias na semana, apenas. Após a publicação do edital, foi que me disciplinei e segui meu cronograma de forma mais assertiva. 

Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?

Maurício: Já estudo pelo Estratégia desde muito tempo. Mais precisamente desde 2013. Então já era um velho conhecido companheiro de estudos (risos).

Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?

Maurício: Essencialmente foram aulas apostiladas e videoaulas. As videoaulas foram úteis mais no período pré-edital. Após a publicação do Edital, As aulas apostiladas trazem uma gama muito boa de conteúdo num curto tempo de estudo, o que favorece o concurseiro quanto se tem pouco tempo para se dedicar.

Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso?

Maurício: Estudava geralmente duas disciplinas por dia. Nunca gostei muito de fazer resumos e por isso mesmo me dedicava a revisões programadas e muitos exercícios para fixação da matéria. Meu Plano de Estudos foi montado com base no peso das disciplinas e em revisões. Costumava geralmente estudar de 1h30 a 3h por dia. Nos finais de semana, conseguia dedicar mais tempo aos estudos.

Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?

Maurício: Sim, especialmente na parte específica do concurso, como regimento interno e regime jurídico do servidor público do Estado. Para essas matérias em especial, eu procurei exercitar mais, às vezes até repetindo a bateria de questões em semanas alternadas para facilitar a fixação.

Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?

Maurício: Eu fico muito ansioso quando se aproxima o dia da prova. Geralmente na última semana, procuro revisar o que posso, incluindo na véspera da prova (risos).

Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?

Maurício: A prova discursiva não tinha um conteúdo específico, ou seja, poderia ser cobrado um tema aberto. Desta forma, mantive o estudo normal e fiz algumas redações para treinar. Para prova discursiva, o ideal é exercitar o máximo possível, fazendo algumas redações para treinar a escrita.

Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?

Maurício: O maior erro foi, digamos, não ter dedicado mais tempo de estudo às matérias específicas, tais como: regimento interno e regime jurídico. Acabei perdendo pontuação preciosa que poderia me deixar melhor colocado até. O maior acerto foi já ter uma base boa nas disciplinas corriqueiras como Direito Administrativo, Constitucional, Civil e Penal, por exemplo.

Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?

Maurício: O mais difícil nessa caminhada é conciliar vida social e estudos, especialmente quando se tem emprego e família, pois sobra pouco tempo e aí você tem que saber dosar o lazer (que é muito tentador – risos) de modo que não comprometa seu planejamento e rotina de estudos.

Estratégia: Qual foi sua principal motivação?

Maurício: Sem dúvida alguma, é minha família, meu alicerce. 

Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar onde você chegou!

Maurício: Para aquele que está iniciando nessa batalha, que é a vida de concurseiro, se eu pudesse definir com uma palavra uma sugestão ou conselho ,diria que seria perseverança. O segredo é nunca desistir do seu sonho, ainda que haja muitos percalços pelo caminho. A trajetória pode ser dura, mas o porvir é sem igual. Boa sorte e muito sucesso em sua caminhada!