Aprovada em 4º lugar no concurso TJPA para o cargo de Analista Judiciário em Abaetetuba:
“Arregacei as mangas. Estudei. (Re)estudei. E de novo. E mais uma vez. Mais uma vez. Erra. Acerta. Faz fichamento. Resolve questão. Repete. Repete. Repete. E?? FECHEI as duas matérias no concurso do TJ/PA. Um dos segredos para quem vacilou na faculdade igual a mim, galera: repetição, repetição e mais repetição e isso leva tempo e paciência.”
Confira nossa entrevista com Ester Fava Almeida, aprovada em 4º lugar no concurso TJPA para o cargo de Analista Judiciário em Abaetetuba:
Estratégia Concursos: Você é formada em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Ester Fava Almeida: Sou formada em Direito. Tenho 34 anos. Sou de Belém/PA.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Ester: A minha falta de interesse pela advocacia privada e o fato de vislumbrar melhores perspectivas (em aspectos diversos) no serviço público.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseira, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Ester: Inicialmente, pedi exoneração de um cargo dos que tinha no Estado, mas fiquei prestando serviços a uma empresa privada, já que era de forma esporádica e eu poderia ter mais tempo de dedicação aos estudos. Isso foi durantes uns dois anos, depois saí da empresa e, em torno de mais um ano, fiquei “só” estudando. Esse período, de mais ou menos de 3 (três) anos, reprovei muito e “bati na trave”, também.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Ester: Dentro do número de vagas, passei no último concurso do Tribunal de Justiça do Estado do Pará (2019), para servidor, Analista Judiciário, em 4° lugar para o polo que escolhi.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados(as)?
Ester: Sensação de recompensa. Ainda que com muitos altos e baixos e muitas reprovações, uma hora a colheita chega.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Ester: Passei em torno de três anos com várias limitações, embora não tão radicais. Desisti (temporariamente, graças a Deus!) dos estudos por diversas razões, sobretudo esgotamento emocional. Uma reprovação pontual em um concurso no meu Estado foi um divisor de águas para que isso acontecesse. A partir daí, me empreguei novamente, trabalhava/trabalho durante um período do dia. De toda forma, ainda que retomando uma rotina de trabalho, eu ainda possuía/possuo tempo disponível para estudo, com a devida organização, é claro. Mas de fato, após aqueles anos nunca mais me dispus a ter a mesma disciplina, que naquela época eu tinha. Hoje, olhando para trás, penso que aqueles primeiros anos foram importantes para a construção da “minha base” e devo a eles minha aprovação no TJ/PA. Ou seja, no período que antecedeu o concurso em que fui aprovada, eu não tive uma rotina intensa de estudos e nem limitei minha vida social, fiz revisões por questões bem pontuais, fiz um curso de redação e para a parte geral das matérias do edital utilizei os PDFs do Estratégia Concursos, pois vários pontos estava tendo contato pela primeira vez, já que não eram matérias jurídicas, e os PDFs eram bem completos e direcionados.
Estratégia: Você é casada? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseira? Se sim, de que forma?
Ester: Sou noiva e ainda moro com meus pais. Meu noivo sempre entendeu e apoiou muito, sobretudo no período inicial em que eu tinha uma dedicação maior. Meus pais também, sempre respeitaram minhas escolhas.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior? (Se esse ainda não é o concurso dos seus sonhos, se possível, citar qual é e se pretende continuar se preparando para alcançar esse objetivo).
Ester: Acho que fazer prova desde o início depende do “nível” de bagagem nos estudos de cada um. Eu, por exemplo, bem no início, fiz alguns, que hoje, se voltasse no tempo, não teria feito, sobretudo quando é em outros estados e você investe financeiramente, se for no local em que reside até vai, mas acredito que para investir nos concursos de outros estados, melhor esperar um pouquinho e solidificar ao menos aquelas matérias que sabemos que em qualquer concurso de carreira jurídica estará presente.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovada?
Ester: Como disse anteriormente, acredito que minha aprovação foi fruto de um estudo inicial feito com intensidade e comprometimento. Para o TJ/PA, em específico, foi apenas com a abertura do edital, revisando por questões as matérias jurídicas específicas e através de PDFs do Estratégia Concursos das matérias não jurídicas, que vieram na parte geral do edital (como o PDF é bem completo, ao final da leitura praticava com as questões selecionadas sobre o tema). Não se tratou de estudar apenas com a abertura do edital, pois “lá atrás”, no início da caminhada, já havia me dedicado bastante, ou seja, com a abertura do edital foi mais revisão do que um dia já havia visto (muito!) e o momento que utilizei para estudar as matérias não jurídicas, que, até então, não havia tido qualquer contato.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso?
Ester: Sim, estudava mais de uma matéria no dia. No iniciozinho, cheguei a ler apenas uma matéria por dia, mas logo fui progredindo e encaixando mais de uma nos meus dias. Nos meus melhores períodos de estudo, cheguei a “encaixar”, por dia, até quatro matérias (isso não foi a regra). Mas isso é progressivo e sempre mesclava entre matérias menores e maiores. Não se iludam, gente. A vida de concurseiro é de altos e baixos, tem dias que arrebentamos, noutros somos um fracasso, o importante é a constância.
Fiz fichamento de matérias e assuntos bem pontuais. Por exemplo, sempre tive dificuldade em organizar as várias teorias constantes em Penal. Então, pra elas gastei um tempo, organizando em fichas, para que de tempos em tempos relesse, para “reativar” minha memória.
Nos primeiros momentos fui muito insistente na leitura e releitura da teoria, o que por um lado foi bom, pois me fez sedimentar a minha base. Mas, olhando pra trás, penso que deveria ter logo associado com as questões e não ter dado atenção a elas tão tardiamente.
Meus cronogramas eram todos na minha cabeça, não tinha muita organização para transpor no papel. Mas tinha noção do que faria e em quanto tempo faria. Por exemplo, tinha uma doutrina pra ler de “x” número de páginas, daí como tinha uma ideia da quantidade (aproximada) de páginas que conseguia ler no dia com qualidade e o tempo disponível que, na ocasião, possuía, bastava um simples cálculo matemático para ter noção de quantos dias levaria para ler por inteiro. Mesma coisa com as questões, por exemplo, com o filtro que planejava usar, se filtrasse, suponhamos, 900 questões de penal, me planejava para fazer “x” por dia e saberia quantos dias levaria para finalizar o total filtrado. E assim ia fazendo “rodar” as matérias do edital que tinha em mente.
Com relação às horas de estudo afirmo que foram bem variáveis. Tive dias de estudar nada, outros quase nada e outros sete horas líquidas. Acho que sete horas líquidas foi o máximo que consegui, no auge de retas finais. Mas repito: é muito variável e depende de vários fatores.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Ester: Inicialmente, em penal e processo penal. Foram matérias que ignorei totalmente na faculdade. Resultado? Tive que correr muitos atrás, pois tinha deficiência em partes super elementares. Uma vergonha. Ciente disso, arregacei as mangas. Estudei. (Re)estudei. E de novo. E mais uma vez. Mais uma vez. Erra. Acerta. Faz fichamento. Resolve questão. Repete. Repete. Repete. E?? FECHEI as duas matérias no concurso do TJ/PA. Um dos segredos para quem vacilou na faculdade igual a mim, galera: repetição, repetição e mais repetição e isso leva tempo e paciência. Este é o preço que pagamos por não nos dedicarmos no tempo correto. Logo, se você que ainda está na faculdade está lendo este depoimento e vacilando é hora de repensar, pois uma hora a conta chega e bem cara.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Ester: Véspera de prova, DESCANSO. Nunca fui dessas de estudar até na porta do local de prova. Nem pensar! Preciso estar descansada, mas isso sou eu. Se você se sente tranquilo revisando até o último instante, fique à vontade. Cada um tem suas particularidades.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Ester: Erro: ter renegado um bom tempo a letra da lei e as questões.
Acerto: ter lido os sistematizados das matérias principais, embora ache que tenha me excedido nas releituras.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Ester: Não só pensei, como cheguei a desistir, mas uma desistência temporária, graças a Deus. Quando você lembra dos motivos que fez você percorrer tanto, respira fundo e volta. Nada como o tempo, para repensar e prosseguir.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Ester: Vislumbrar alguma segurança profissional. Não sabemos, hoje em dia, até que ponto, considerando essas especulações de reforma administrativa, mas ainda assim, vejo aspectos positivos no concurso público. Além do cargo proveniente da meritocracia, o caminho até a aprovação nos ensina muito. Ao menos, me ensinou. Nenhum estudo é em vão, nenhum.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar onde você chegou!
Ester: Algumas palavras indispensáveis: autoconhecimento, resiliência, paciência e muito estudo. Conheçam suas particularidades, deficiências, “bagagens” e sigam em frente, com constância e cientes de que terão dias difíceis e outros nem tanto, faz parte, é um processo, o progresso vem e a colheita chega.
