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Como fui aprovado no ICMS RJ, ICMS SP e ISS SP – Minha trajetória

Olá, pessoal. Primeiramente quero desejar um excelente 2017 a todos. Que esse seja o seu ano! Esse é meu primeiro artigo aqui no Blog e já adianto o quão especial está sendo fazer parte deste time. Meu nome é Guilherme Sant’Anna, sou Coach aqui do Estratégia Concursos e atualmente exerço o cargo de Auditor Fiscal da SEFAZ RJ (ICMS RJ). Tenho 33 anos, muitos deles dedicados à preparação e à vida no serviço público. Essa jornada teve início quando fui aprovado aos 15 anos para o Colégio Naval. Segui na carreira militar até o ano de 2007, quando minha vida mudou completamente (abaixo explico).  Meu objetivo com esse texto é somente contar a minha experiência ao longo da preparação para diversos concursos, desde a decisão de virar concurseiro até chegar onde estou. Falarei também, sem me aprofundar, sobre alguns métodos que utilizei pelo caminho. Eu sempre gostei muito de ler depoimentos como este, eles eram uma fonte de motivação e, em última análise, me mostravam que pessoas “normais”, como eu, haviam chegado lá. Para dar um aperitivo do que vem por aí nas próximas linhas, adianto que durante alguns anos me impus uma trava psicológica com os concursos da área fiscal, que sempre foi meu campo de interesse, por achar que eram muito difíceis e assim eu não daria conta. Após vários altos e baixos, fui aprovado no ISS SP (2012), depois no ICMS SP (2013) e, finalmente, atingi a 8ª colocação no ICMS RJ (2014). Vamos lá então.

Histórico/A decisão de iniciar: no ano de 2005 me formei na Escola Naval e, em 2007, tomei a decisão mais importante da minha carreira profissional até então: pedi as contas da gloriosa Marinha para trabalhar na iniciativa privada. Fui para uma multinacional do ramo da mineração (essa mesmo que você deve estar imaginando e da qual não gosto nem de mencionar o nome). Passado pouco mais de 01 ano da minha radical mudança na carreira, tive uma oportunidade bacana de fazer um curso nos Estados Unidos. Uau – pensei! Ledo engano. Era o início da crise de 2008 e quase cortaram minha ida ao tal curso. Resolvido o problema, fomos eu e mais um colega rumo à Nova Iorque. No meio do curso recebo um telefonema do meu gerente comunicando meu desligamento da empresa. O que? Isso mesmo: DEMITIDO! Pulemos a fase do “mimimi”… isso tudo foi só para contextualizar o momento que vivia e explicar que minha decisão de começar no mundo dos concursos foi facilitada por esse “pé na bunda” e pelo cenário de crise econômica (qualquer semelhança com os dias atuais não é mera coincidência). Começou assim, em janeiro de 2009, a minha trajetória concurseira. Antes que alguém pense que passei dificuldades pela demissão, digo que não! Financeiramente não me faltou nada. À época morava com os pais e a grana das indenizações foi boa. O único grande baque foi psicológico mesmo. E desse enorme impacto psicológico nasceu a motivação ainda maior de ser aprovado.

Início dos estudos: para minha sorte, eu tinha muitos amigos já aprovados em ótimos concursos e outros tantos que estavam na briga já há algum tempo. Isso me economizou um tempo danado pensando no que fazer e por onde começar, principalmente com relação a cursinhos, professores, materiais, etc. A área fiscal já era meu foco e isso ajudou também a dar os primeiros passos. Conversando com os tais colegas, optei por fazer aulas presenciais das principais matérias da área. Seguindo as mesmas dicas, fui atrás dos melhores professores e cursinhos. Juntamente com as aulas presenciais que assistia a noite, estudava de 6 a 9 horas por dia, dependendo se tinha ou não aula naquele dia. Para auxiliar no planejamento deste ciclo inicial de estudos, eu li o famoso artigo do prof. Alexandre Meireles (aquele de umas 30 págs.). Consegui então organizar o estudo de um número grande de disciplinas, umas 08 inicialmente. Diariamente eu via 02 ou 03 matérias, de 2 a 3 horas cada, com pausas de 10 min a cada 1 h ininterrupta de estudo (tudo anotado e cronometrado). Em termos de materiais, a diferença do início para o fim da minha jornada era que no início eu estudava muito por livros, tendo migrado no final quase que totalmente para aulas em PDF. Faltou mencionar que, em paralelo aos estudos para concurso, engatei um mestrado na PUC-RJ. Depois da terceira semana no mestrado eu tranquei e nunca mais voltei lá. Para mim era impossível, naquele momento, conciliar as duas coisas.

Primeira aprovação e lição aprendida: após uns seis meses nessa rotina frenética de estudos, apareceram notícias sobre o primeiro concurso para “gestor” do Governo do ERJ (EPPGG e APO). Passei então pouco mais de um mês estudando as matérias específicas deste certame, outras já faziam parte de meu ciclo de estudos, e para minha surpresa consegui a aprovação em primeiro lugar. Passei para segundo depois da avaliação de títulos. Mero detalhe, que eu não mencionaria se não achasse que foi justamente esse sentimento de ter sido aprovado em primeiro que me “derrubou”. Como assim? Meu ego que vinha ferido depois da demissão ficou inflado e, depois desse “sucesso”, fiquei bastante tempo sem estudar. Com exceção dos dois meses do pós Edital da CVM/2010 (durante os quais estudei MUITO) e de algumas empreitadas frustradas para o BNDES e BACEN, eu só retomei os estudos com força total em agosto de 2011. Analisando o passado, julgo que cometi um erro não ao assumir como EPPGG, mas sim ao dar uma grande pausa nos estudos para a área fiscal, aquela que fora meu grande objetivo inicial. Conforme comentei no início do artigo, eu criei uma barreira na minha cabeça na medida em que supunha que ser aprovado para a área fiscal não era possível, ao menos para alguém como eu. Dessa maneira eu deixei de lado um sem número de concursos interessantes. Na realidade, o primeiro concurso fiscal que prestei – e acabei sendo aprovado – foi justamente o do ISS SP (2012).

A retomada: depois de um pequeno problema no joelho, que trouxe consigo uma licença médica de dois meses, decidi que era o momento de recomeçar. Optei por entrar numa consultoria para concursos e lá fiquei até a prova do ISS SP. Para mim isso foi fundamental e fator-chave para ser aprovado. Eu precisava muito de algo ou alguém que me ajudasse a quebrar a inércia de quase dois anos sem estudar de forma sistemática. A ideia de ter um cronograma de estudos a cumprir era tentadora e, de fato, auxiliava a me manter focado e evitar distrações. Após a licença, já na volta ao trabalho, eu só conseguia pensar em estudar: ao longo do dia quando dava um folga, no almoço na biblioteca do TJ e a noite em casa. Assim foi até a prova do ISS em março/2012. Acredito que conseguia umas 6h líquidas/dia. Depois de publicado o Edital, além da rotina dos dias úteis, passava os finais de semana basicamente estudando. Tirando um ou outro evento importante, passava praticamente todo o tempo debruçado nos estudos. Nesse ponto eu acho bacana comentar que nem sempre o trabalho atrapalha os estudos, muito pelo contrário! Claro que já sendo servidor, sem aquela correria da vida privada, a coisa flui com mais facilidade, ou com menos complicações. Nessa época, meus estudos já eram quase 100% focados em materiais em PDF. Tive que aumentar o leque de matérias, muitas das quais eu nunca tinha visto. A aprovação no ISS SP foi a mais emocionante da minha vida. Desse momento eu nunca mais me esquecerei! Finalmente havia conquistado uma vaga na área que tanto queria. Um sentimento inexplicável de dever cumprido, de ver o esforço recompensado e mais tantas outras coisas bacanas. Um sonho realizado!

Após assumir o cargo no ISS SP, em meados de 2012, eu achava que nunca mais teria fôlego para estudar. Coincidentemente, naquela época, houve a reestruturação na carreira de Fiscal do Estado de SP e, guiado pelos colegas da Prefeitura, decidi estudar novamente. Mais uma vez consegui dar um gás forte. Acho que estudei praticamente só depois do Edital. A diferença é que nesse momento eu estava cercado de pessoas ótimas, que me indicavam esse ou aquele material e davam várias dicas excelentes. Isso fez toda diferença. Meu planejamento era todo baseado no número de aulas que teria que ler até a prova, priorizando aquilo que eu nunca tinha visto e as de maior peso. A proximidade entre as provas – um ano aproximadamente – também foi fundamental. Tive a felicidade de ser novamente aprovado! Uma das motivações que eu tinha ao me preparar para o ICMS SP era a possibilidade de aproveitar o conhecimento ali adquirido para um eventual concurso do ICMS RJ. Não deu outra. Mais uma vez o “timing” das provas estava do meu lado e, pouco tempo depois de tomar posse na SEFAZ SP (uns dois meses), começaram as notícias mais concretas de Edital do RJ.

A partir das notícias de que o Edital do RJ estava por vir, resolvi “cair dentro” mais uma vez, motivado principalmente pela possibilidade de retorno à cidade natal. Não deu para planejar muita coisa, pois o trabalho não estava muito tranquilo. O lado bom é que eu tinha certa flexibilidade de horário. Novamente separei os materiais que iria usar e então fiz um planejamento baseado no número de aulas que teria que ver até a prova. Fiz umas planilhas para controle de total de materiais a serem vistos e de exercícios feitos, coisa bem simples. Tomava nota de cada exercício errado ou que julgava interessante. Nas semanas anteriores a cada prova, que eu usava basicamente para revisões, essas questões eram uma fonte bacana. Como havia mínimo por matérias eu tinha que estar razoavelmente bem em tudo. Quanto ao uso de resumos, eu os fui abandonando ao longo do tempo. No começo eles me ajudavam a fixar o conteúdo aprendido. Com o tempo já não achava mais necessário. Passei a usar o recurso de grifar os materiais (impressos ou pela tela do tablet/PC). Sempre acabava revisando as matérias uma ou duas semanas antes da prova, ora dando uma lida nas minhas marcações, ora com resumos feitos pelos próprios professores, ora com alguns esquemas meus de fórmulas, etc.

É isso, queridos leitores. Espero que esse pequeno texto os motive a seguir buscando aquilo que tanto desejam. A ideia de ajudar outras pessoas a sentirem o mesmo que eu havia experimentado me levou a trabalhar com a preparação para concursos logo que atingi meu objetivo de ser aprovado no RJ. Desde a época em que fui aluno de consultoria para concursos já tinha isso em mente. Após alguns anos em outro projeto de minha iniciativa com outros colegas (experiência esta que será tema do meu próximo artigo), cá estou no Estratégia Concursos. Repito que este é um momento especial pra mim. O caminho é duro, muito duro, mas a sensação de ver seu nome entre os aprovados é única, inimaginável, inesquecível!

Saudações e todos e contem comigo para chegarem lá!

Guilherme Sant’Anna

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Veja os comentários
  • Parabéns Guilherme! Seu depoimento será de grande valia para conseguirmos atingir nossa meta! Um grande abraço!
    Nathália em 03/01/17 às 06:55
  • Parabéns e obrigada por compartilhar conosco suas experiências !!!!!
    Jaqueline em 02/01/17 às 12:52
  • Muito bom! Obrigada pelo depoimento e parabéns! :D
    Lucélia em 02/01/17 às 11:29
  • Gênio!
    Lidia em 02/01/17 às 09:59