“Perseverem, porque a vitória só vem para aqueles que se negam a abrir mão de lutar”.
Confira nossa entrevista com a Mariana Varandas, aprovada no concurso Serviço Militar Voluntário da Marinha do Brasil (Comando do 1º Distrito Naval) para o cargo de Oficial Temporário:
Estratégia Concursos: Você é formada em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Mariana Varandas: Eu tenho 33 anos, “carioca da gema” – nascida no Rio de Janeiro, e sou formada em Jornalismo, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e em Administração de Empresas, pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Mariana: Eu busco uma qualidade de trabalho melhor. Infelizmente, o mercado de trabalho está cada vez mais saturado e conseguir uma oportunidade de trabalho em empresas privadas, atualmente, está muito atrelado ao famoso “quem indica”. Vejo na área pública uma oportunidade de conquistarmos algo com nosso esforço e mérito, além da questão de segurança.
Vivemos em um mundo cada vez mais volátil, e as empresas privadas estão muito ligadas a fatores externos. Já trabalhei, por dois anos, em uma multinacional e sempre que havia uma crise, as pessoas receavam por seus empregos. Sem contar a questão dos salários. Muitas empresas estão, cada vez mais, exigindo conhecimento e querendo pagar cada vez menos. Já fui a algumas entrevistas em que ofereciam pouco mais de um salário mínimo para jornalista.
Vejo que há muitas empresas que, infelizmente, têm se aproveitado do desemprego. Eu estagiei nas Assessorias de Imprensa de dois órgãos públicos: Ministério Público Federal e Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. Após essas duas experiências, que me enriqueceram bastante tanto como pessoa como profissional, houve um despertar em mim para a carreira pública. Ser servidor público é, de alguma forma, poder servir à sociedade.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseira, você trabalhava e estudava, ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Mariana: Fazia trabalhos freelancers, e eventualmente estudava nos horários livres. Mas os concursos estão cada vez mais exigentes no conhecimento e os candidatos cada vez mais preparados, a Era da “apostila de banca” definitivamente acabou. Foi, então, que em 2019, eu percebi que precisava realmente me dedicar se eu quisesse sair da zona mediana e lutar por uma vaga.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovada? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Mariana: Eu já fui classificada no concurso da Infraero, em 2012, e no IBGE, em 2019. Obtive a nota máxima no concurso de oficial temporário da Marinha, deste ano, e estou no cadastro de reserva do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e no Cremerj.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados(as)?
Mariana: É indescritível. Sempre quando olhava a lista começava a procurar o meu nome lá por baixo da lista. Mas vê-lo no topo é uma sensação indescritível. Acho que isso me ajudou a trabalhar minha autoconfiança, em me olhar com outro ângulo e perceber que eu sou capaz.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Mariana: Houve um momento em que nem queria sair, porque quando saía, sentia-me culpada, achando que eu deveria estar em casa estudando. Mas com o tempo, comecei a ficar estressada e meu corpo sinalizou que algo não ia bem. Tive disidrose em dois dedos da mão, uma espécie de alergia que está ligada ao emocional. A dermatologista recomendou que eu deveria procurar higienizar a minha mente, fazendo uma atividade física, tendo momentos de lazer. Uma vez ouvi de uma comandante da Marinha que 80% do nosso resultado está ligado ao nosso comportamento e atitude diante de um desafio como um concurso, e 20% ligado à parte técnica e específica. Nesse momento, percebi que equilíbrio é tudo.
Estratégia: Você é casada? Tem filhos? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseira? Se sim, de que forma?
Mariana: Eu, atualmente, moro com meus pais. E eles sempre me apoiaram quanto aos estudos. Desde pequena, fui incentivada a lutar pelos meus sonhos, usando o estudo como instrumento. Prestei concurso para entrar na Escola Técnica Estadual Ferreira Viana, onde me formei técnica em Telecomunicações, e prestei vestibular para a Uerj, UFRJ e UFF. Passei nas três, porque entendia que vivia em um país que era ávido quanto à arrecadação de impostos, então, no mínimo, o que ele poderia me oferecer em troca era educação. Ainda não tenho filhos, por isso, busco usar o meu tempo da melhor maneira possível.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Mariana: Sim, eu quero muito poder passar em um concurso na área de Comunicação. Geralmente são concursos que abrem esporadicamente e com poucas vagas. É difícil, mas não impossível.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovada?
Mariana: Minhas preparações foram curtas, porque fiz uma maratona de provas, uma após a outra. No da Marinha, por exemplo, eu tive um pouco mais de um mês para me preparar para a prova.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Mariana: Geralmente estudava com edital prestes a ser publicado ou já publicado. Na verdade, eu estudei para vários concursos nos últimos meses, e um veio atrás do outro. Então não tinha muito tempo para me preparar para cada um, mas como as provas estavam próximas, a minha maior disciplina estava em não perder tempo.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Mariana: Estava buscando conteúdos de concursos para a área de Comunicação, algo que é bem escasso ainda, e descobri um curso oferecido pelo Estratégia. Eu, simplesmente, tive uma empatia pela plataforma, pela didática e, principalmente, pela forma humanizada como os professores se relacionam com os alunos, mesmo em aulas virtuais. Entrei e fiquei…
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Mariana: Eu assistia às aulas em vídeo e sedimentava o conteúdo através dos PDF’s. As maratonas das correções de exercícios, no canal do Estratégia, também foram cruciais.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso?
Mariana: Recentemente, os cientistas descobriram que a melhor forma de memorizar não é através da repetição, mas da escrita. Escrever as informações-chave me ajudou bastante, por conta da memória fotográfica. Na prova, vinha à minha mente a escrita no papel. Eu tinha a mania de estudar uma matéria por vez, depois de esgotar aquele conteúdo partia para outra. Mas não recomendo, acho que se torna menos produtivo. O bom é estudar pelos menos duas matérias por vez que se relacionem. Por exemplo, Direito Processual Civil com Direito Civil. Assim você consegue correlacionar melhor o que estudou. Se estudar tudo junto, acredito que dificulta a absorção do conhecimento. Se a prova estava próxima, eu estudava praticamente o dia inteiro para fechar o edital. Senão, estudava cerca de quatro horas. Exercícios também são importantíssimos para apontar nossos pontos fracos.
Estratégia: Você tinha mais dificuldade em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Mariana: Tinha e tenho, até hoje, dificuldade com matérias processuais. Mas a didática dos professores é maravilhosa e torna a matéria que é tão densa mais agradável para se aprender, especialmente, para quem não é da área do Direito.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Mariana: Sim, eu sempre me programo para descansar no dia anterior, mas sempre acabo estudando. Emocionalmente, não acho recomendável, mas confesso que já respondi muitas questões com algo que li no dia anterior.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Mariana: Eu acho que a gestão do tempo é crucial. Eu, geralmente, me preparava com o edital publicado e isso me fazia ter que correr com os meus estudos. O ideal é a preparação antes do edital, mesmo que este seja só um vislumbre. Porque se preparar para concurso é como se preparar para uma corrida, se você não preparar seu corpo da forma correta, você pode não aguentar correr até o final ou pode até chegar ao final, mas se lesionando. Ou seja, preparação é tudo, porque concurso, nos dias de hoje, não há mais espaço para amadores.
Eu cheguei a prestar cinco concursos, praticamente, em sequência e me desgastei bastante para dar conta de todos os editais. Não faria mais isso. Foco é importante. Acho que, também, é preciso saber moderar o uso do celular, pois ele pode se tornar uma grande distração. Meus maiores acertos foram perseverar e encontrar o Estratégia na minha caminhada.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Mariana: Sim, pensei inúmeras vezes em desistir. Mas eu era a minha principal concorrente e precisava acreditar na minha capacidade. Sempre vinha à minha mente uma frase de Martin Luther King: “Se não puder voar, corra. Se não puder correr, ande. Se não puder andar, se rasteje. Mas continue em frente de qualquer jeito”.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Mariana: Poder oferecer uma vida melhor para a minha família e para a família que um dia pretendo formar. Sempre tive muita fé em Deus e sempre cri que o que é da alçada de Deus fazer, Ele move montanhas, mas no que é da minha alçada, Ele não move uma palha. Então para alcançar o meu sonho, eu preciso fazer a minha parte.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Mariana: Os estudos são uma “colheita” cujo “fruto” colhemos a médio e longo prazo. Mas esse “fruto” vale a pena. Conhecimento é algo que ninguém tira de nós, ele nos enobrece. Há uma frase que eu gosto muito: “Se quiser viver o propósito, precisará suportar o processo”. Então, aconselho que aprendam, algo que não é fácil, a aproveitar o processo ou a ansiedade aniquilará os resultados. Perseverem, porque a vitória só vem para aqueles que se negam a abrir mão de lutar.