Aprovado no concurso da Polícia Rodoviária Federal (BA)
“Saiba que quando você chegar no seu objetivo, vai olhar para trás e dizer que a jornada valeu muito a pena. Você vai perceber que é gratificante passar por esse processo e ver o quanto você se desafiou, quanto você foi capaz, o quanto você se superou. Vai perceber que se tornou referência para outras pessoas. Algumas delas voltarão a sonhar por conta do seu exemplo”
Confira nossa entrevista com Pietro Frazon Nogueira dos Santos, aprovado em 10º lugar no concurso da Polícia Rodoviária Federal (BA):
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Pietro Frazon Nogueira dos Santos: Tenho 28 anos e sou formado em Engenharia de Produção. Sou de Itamaraju-Ba.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área Policial?
Pietro: Comecei a fazer concursos por brincadeira, ainda muito novo (18 anos). Entre idas e vindas, passei num concurso estadual REDA, na Bahia, cidade onde eu fazia faculdade.
Lembro que em 2013 realmente tomei a decisão de me dedicar para concursos, quando estava no 7º período da faculdade. Na época abriram os concursos da PF e da PRF, porém eu ainda não estava formado e tive que optar por algo mais “certeiro”. Foi quando resolvi fazer a prova do TRT da 5ª região (BA), para TJAA. Era algo mais palpável para o momento.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Pietro: Sempre estudei e trabalhei. Não é fácil, realmente. Mas quem quer, arruma um jeito. Voltar a estudar é ainda mais difícil, igual fazer musculação na academia. Para conciliar, eu colocava MICRO METAS e tinha um diário. Nele eu anotava o dia, a quantidade de tempo estudado no dia (horas líquidas) e como eu me sentia em relação àquilo.
A meta com edital fechado era de 3 horas por dia. Quem trabalha e estuda sabe que essa quantidade de tempo exige esforço.
Quando voltei a estudar, lembro de fazer de 15 a 30 minutos no dia. 1 hora. Sempre anotava isso e buscava soluções. Gradativamente fui pegando o ritmo e conciliando a rotina.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Pietro: Antes de falar das minhas conquistas, quero registrar que, se não me falha a memória, a PRF foi o meu 25º concurso realizado.
Uma longa jornada de autoconhecimento foi traçada até chegar nesse ponto. Altos e baixos, e mais forte a cada dia. Se eu pudesse resumir essa jornada, seria com resiliência.
Saber lidar com derrotas temporárias é fundamental e a maneira como a gente significa isso em nossa mente faz toda a diferença. Aprendi muito com cada experiência de prova e recomendo que todos passem por frustrações. A gente aumenta o nível de capacidade de superação.
Aposentei minha caneta, pelo menos por algum tempo, com a última aprovação – PRF 2019. Nesse concurso fiquei em 10º colocado para a região da Bahia (Após todas as fases).
Do mais recente para o mais antigo, já fui aprovado:
TRE – BA – AJAA e TJAA
BOMBEIROS BAHIA (nomeado, mas não tomei posse)
TRT 5ª REGIÃO – TJAA (55º colocado – cargo onde trabalhei de 2015 a 2019)
TRT 17º REGIÃO – TJAA
SAC/SAEB – BA – ATENDENTE ADMINISTRATIVO (4º colocado – cargo onde trabalhei de 2013 a 2014)
Já prestei provas para os seguintes cargos:
TRF 2 – AJAA
ANAC
CORREIOS
BANCO DO BRASIL
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
BANESTES
MP – BA
Entre outros.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados na primeira fase do certame?
Pietro: Com certeza muito gratificante. Lembro do exato momento, estava correndo na esteira e me preparando para o TAF quando saiu a lista de colocados. Estava com minha namorada (que também fez a prova), e foi uma mistura de euforia e ansiedade, pois ainda tinham algumas fases pela frente… inclusive a redação, que me havia tirado de uma colocação boa na prova anterior do TRE-BA.
Como não estava sob meu controle, o que fiz foi intensificar os treinos e me preparar para a fase seguinte. E considerar aquela vitória como alcançada, projetando isso na minha mente o tempo todo.
Falei da aprovação com meus irmãos, Bianca e Isaac, e com meus Pais, Joailton e Márcia.
Também falei com amigos próximos que estavam comigo nessa jornada. Inclusive, tive o prazer de ver o nome de dois grandes amigos na lista de aprovados: Danilo e João Pedro.
Ambos trabalham na mesma lotação que eu atualmente.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Pietro: Naturalmente é preciso fazer escolhas, ainda mais trabalhando e estudando. Comunicação aberta é fundamental com as pessoas próximas. Passei a selecionar melhor os momentos de convívio, ficar mais presente quando decidia estar em determinado local e, dessa forma, equilibrar as diferentes áreas da vida.
Cada um tem que ter o seu próprio termômetro. Por isso o autoconhecimento é fundamental. Basicamente, se estiver ruim, corta da sua vida e foca no que realmente interessa. O resto é secundário.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Pietro: Atualmente moro sozinho, na cidade que fui lotado na PRF. Minha namorada se chama Lara, que também vem estudando e em breve vai conseguir o lugar dela, no tempo certo para ela.
Minha família me apoiou durante a caminhada, mas naturalmente existem entraves durante esse processo. As coisas melhoraram muito depois que eu conquistei um cargo legal no TRT, a cobrança passou a ser inexistente. A pressão é maior quando o concurseiro ainda não tem resultado e nem liberdade financeira. O foco tem que ser ainda maior e a comunicação ainda mais clara.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Pietro: Sem dúvidas. Minha história mostra isso e a de vários concurseiros que acompanhei. Quem não vem de família rica, tem que trabalhar e estudar (a maioria dos que passam), precisa agarrar as oportunidades que aparecem. E, naturalmente, criar oportunidades estando preparado para isso. Caso contrário, sempre será “tarde demais, o edital tá muito em cima”. O concurseiro tem que fortalecer a base e se preparar.
Também é importante saber dizer não. Tem concurso que realmente não dá. Que foge muito do foco, então é preciso saber o que realmente é uma oportunidade e o que está desviando você de um caminho para ser aprovado.
O famoso “concurso escada”. Vale à pena.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Pietro: Eu já vinha de um ritmo forte anterior, da prova da PF 2018. Não passei, tirei uns 15 dias de “folga”, sacudi a poeira e levantei a cabeça. Comecei a estudar voltado para a PRF em Outubro de 2018, ainda sem edital (a prova seria em Fevereiro de 2019).
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Pietro: Sim. Sem edital na praça, é fortalecer a base. Peguei o edital anterior e estudei o que obrigatoriamente teria que cair na PRF: Trânsito.
Além disso, fortaleci outros pontos, tais como: português, exatas (física e matemática), direitos (administrativo, constitucional, penal, processo penal). O restante, estudaria com edital aberto. Até porque poderia mudar (e mudou).
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Pietro: As apostilas do Estratégia sempre me atenderam muito bem, já conhecia desde aprovações anteriores. Complementava os estudos com questões, em sites de questões.
Reservava um tempo para LEI SECA também. Penso ser fundamental. O que realmente era muito difícil, algum ponto específico ou primeiro contato, assistia a videoaulas. Paralelo a isso, sempre gostei de metrificar meu desempenho e progresso. Para isso, eu fazia simulados e anotava detalhes pertinentes a dúvidas, erros repetidos, etc.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Pietro: Conheci o Estratégia há muito tempo, não me recordo onde. Mas nesses fóruns de concurseiros que existiam antigamente (meados de 2012), era bem recomendado e então resolvi pesquisar sobre. Uma decisão acertada que, com certeza, me deu o apoio necessário para seguir minha jornada.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Pietro: Estudava por ciclos que inseriam entre 5 a 8 matérias por vez. E organizava minhas revisões de maneira a deixar o conhecimento sempre em alta, por meio do controle de erros, dúvidas, etc.
Fazia resumos sucintos, apenas com pontos chaves das matérias. Sempre os lia em momentos do meu planejamento, que me faziam relembrar grande parte do que tinha visto. Além disso, as questões ajudam muito. São fundamentais.
O plano de estudos que eu fazia (com edital fechado) era de 3 horas e, geralmente, duas matérias por dia. Nos finais de semana, fazia de 5 a 7 horas, dependia do cansaço mental da semana.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Pietro: Para superar dificuldades, o caminho é persistir. Diferente de insistir, que é fazer a mesma coisa.
Quando inseria um conhecimento novo e aquilo era difícil, eu tentava resolver de múltiplas formas, entender sob outras perspectivas e, às vezes, não entender mesmo (kkkk). Algumas coisas só faziam sentido depois de algum tempo, depois de entender outro assunto contexto.
O principal é continuar e mensurar o progresso, sem se comparar com os outros. Cada um no seu tempo.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Pietro: Lembro que faltando 1 semana para a prova, eu tinha umas três folhas cheias de dúvidas não respondidas.
Aquilo me bateu um sentimento de desespero e de incapacidade. Naquele momento eu decidi que não iria fortalecer esse tipo de sentimento e que as dúvidas nunca iriam acabar. Meu dever de casa tinha sido feito todos os dias anteriormente, eu tinha consciência de que minha preparação tinha sido a melhor que eu poderia fazer.
Me acalmei, estava em paz comigo mesmo. Continuei a fazer o que estava fazendo ao longo do tempo. Intensificando revisões, questões recorrentes, pontos chaves nas matérias.
Na véspera da prova, eu estudei umas 5 horas. Foi o que deu vontade de fazer. Acompanhei a revisão de véspera de vários professores. Aquilo estava me acalmando. Lembro que revisei forte a parte de CRIMES no CTB, sem motivo específico. No outro dia ganhei alguns pontos por causa daquela revisão.
Não existe certo ou errado. Cada um deve encontrar a melhor forma para si. Na véspera de prova do TRT 5, por exemplo, eu tomei um chopp de leve e vi um filme. E fui aprovado.
Por isso o autoconhecimento é importante.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Pietro: Como eu havia perdido uma prova por causa da redação, contratei um corretor de redação online e, semanalmente, eu submetia minha redação à análise dele. Geralmente aos domingos, quando eu fazia simulados.
Isso foi fundamental para me tranquilizar e ter progresso nesse aspecto. Aconselho que todos tem que treinar. Como diria o Rodrigo, um amigo que também está na batalha, “não dá para contar com condições ideais de temperatura e pressão, tem que treinar”.
Estratégia: Como foi sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
Pietro: Eu me preparei para o TAF quando ainda estava estudando para a objetiva. E depois que a objetiva passou, intensifiquei o treino. Mas sempre com cuidado para não lesionar.
Para os exames médicos, a preparação era ligar para os médicos, agendar exames. No psicotécnico, vale a pena pesquisar alguns testes conhecidos e se familiarizar. Minha opinião.
Estratégia: Como foi participar do curso de formação? Teve dificuldade em algo? Alterou sua classificação?
Pietro: Indescritível. Superação a todo momento. Quebra de crenças limitantes. Testar o seu potencial físico, psicológico e emocional a todo instante. Várias dificuldades e várias descobertas. Uma verdadeira transformação, com toda certeza. Não alterou minha classificação.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Pietro: Quem não erra é porque não está em movimento. Vários erros são necessários para chegar a alguns acertos. E o aprendizado vem a partir daí. A diferença é velocidade de implementação: errar rápido e não errar no mesmo erro.
Poderia listar vários pontos aqui, mas penso que o principal é: focar no que você quer e todo o resto é etapa para alcançar o que você deseja. Sempre acreditar no poder do longo prazo, agir de acordo a esse fundamento. Entender que algumas coisas são necessárias para te moldar e ter constância no que faz.
Se aproximar cada dia mais um pouco de quem você quer ser. E agir de acordo.
1% todos os dias. É isso.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Pietro: Desconstruir quem eu era para me tornar quem eu queria ser, a todos os dias. Antes de ter algo, penso que devemos ser aquilo que buscamos. Pensamento e ação congruentes gerando novas realidades. Vale para tudo na vida.
Já pensei em mudar a rota e, de fato, mudei a rota diversas vezes. Quando se está em movimento, o caminho aparece.
Desistir é uma palavra muito forte, mas todo concurseiro precisa aprender a lidar com dias ruins. É natural que eles cheguem, mas o Sol sempre volta a brilhar.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Pietro: Desfrutar de uma vida melhor, mais alinhada com meus objetivos, na qual eu tenha liberdade e satisfação de impactar positivamente o ambiente com as minhas ações.
Estratégia: Como se sente hoje empossado no cargo para o qual se esforçou bastante para alcançá-lo?
Pietro: Realizado. Livre. As dificuldades agora são outras, mas a postura é a mesma: buscar soluções.
Independente do estágio da vida, precisamos aprender a desfrutar o presente. Estou fazendo isso no momento.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Pietro: Tudo tem o seu tempo. Aprenda a curtir a jornada, entenda que estudar é uma etapa e evoluir exige esforço. Quando as dificuldades chegarem (e elas vão constantemente aparecer), pense que isso é um teste para saber se você realmente quer aquele objetivo. Sempre encarei dessa forma e você só tem a ganhar ao pensar assim.
Se o seu motivo for forte, você tem que sempre se lembrar de porque você começou. O motivo que você começou aquela jornada, nunca perder de vista. Desistir não pode ser uma opção. A dor passa, a aprovação fica.
Saiba que quando você chegar no seu objetivo, vai olhar para trás e dizer que a jornada valeu muito a pena. Você vai perceber que é gratificante passar por esse processo e ver o quanto você se desafiou, quanto você foi capaz, o quanto você se superou. Vai perceber que se tornou referência para outras pessoas. Algumas delas voltarão a sonhar por conta do seu exemplo.
E tem que olhar para frente, curtindo o processo, tem que aprender a curtir a jornada, mais do que o resultado, porque no fim é isso que importa. É o dia a dia, é o presente, a única coisa que a gente tem, a única coisa que dá para controlar e é importante que você tenha isso em mente.
As dificuldades são verdadeiros testes para saber se realmente aquele objetivo é para você, se você realmente deseja aquele sonho que você cultivou, nutriu em seu coração.
Cada vez que você diz sim para esse objetivo, cada vez que você mentaliza isso e age de acordo, as coisas vão ficando mais claras, as nuvens vão se abrindo, certo?
Então, tenha em mente que isso faz parte do processo, os dias difíceis fazem parte do processo. Isso vai te dar mais conforto e acalmar teu coração. A gente sabe o quanto é uma jornada íngreme, mas que pode ser melhorada com autoconhecimento, conexões que sejam realmente que saudáveis e te ajudem a passar por esses momentos.
Sucesso!
Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Mande um e-mail para: [email protected]
Abraços,
Thaís Mendes