Aprovada no concurso MAPA no cargo de Auditor Fiscal Federal
“Hoje, já empossada, me sinto tranquila e profissionalmente completa! Esses são bons adjetivos para me qualificar. A tranquilidade de saber que eu faço o que eu amo e que sou bem remunerada para isso”
Confira nossa entrevista com Marina Rodrigues de Moura, aprovada no concurso MAPA no cargo de Auditor Fiscal Federal:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formada em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Marina Rodrigues de Moura: Tenho 33 anos, sou natural de Goiânia/GO e formada em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Goiás no ano de 2010. Sou pós-graduada em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais, pós-graduada em Microbiologia Avançada e, atualmente, Auditora Fiscal Federal do MAPA e professora do Estratégia Concursos.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? E por que na sua área de formação?
Marina: Quando eu estava na faculdade, eu tive uma disciplina chamada de Inspeção de Produtos de Origem Animal e meu professor comentou sobre o concurso de Fiscal Federal do MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – e também mencionou que haveria concurso logo e que como nós não estávamos formados ainda, poderíamos fazer para AISIPOA – Agente de Inspeção e Sanidade Industrial de Produtos de Origem Animal – pois esse cargo é de nível médio e não exigiria o diploma de medicina veterinária.
Eu me animei bastante com esse concurso, pois eu amava aquela disciplina na faculdade e decidi me inscrever em 2007 para o cargo de AISIPOA. Dessa forma iniciava-se a minha carreira de “concurseira”.
No entanto, essa carreira não é fácil, não é piedosa e, como era de se esperar, eu não passei.
Mas essa reprovação em um cargo de nível médio me deu muitas forças para consolidar meu propósito de vida: Eu vou ser Auditora Fiscal Federal do MAPA um dia, eu tenho certeza. Esse dia chegaria, mas 11 anos depois.
Eu sempre amei a área de inspeção dentro da medicina veterinária, então busquei concursos com esse foco.
Estratégia: Em algum momento pensou em estudar para concursos que exigem qualquer área de formação, como área administrativa por exemplo, que geralmente oferecem mais vagas?
Marina: Eu não só pensei, como prestei um concurso fora da minha área de atuação, o concurso do TRE- Tribunal Regional Eleitoral. E já estudei para concursos da área fiscal, mas não cheguei a fazer provas.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseira, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Marina: No meu primeiro concurso para o MAPA, no cargo de AISIPOA, e no primeiro concurso que eu fui aprovada dentro do cadastro de reserva, que foi no da SEMARH/GO- Secretaria do Meio Ambiente de Recursos Hídricos, eu não trabalhava ainda. Mas, nos demais anos da minha carreira de “concurseira” e na minha aprovação em 2018, eu sempre trabalhei.
Não vou dizer que é fácil estudar para concursos e trabalhar, muito menos que é uma conciliação fácil de lidar, mas não é impossível. E eu ainda tinha um agravante, pois após me formar, minha filha nasceu. Então eu trabalhava, cuidava de uma bebê e estudava para concurso.
Essa conciliação eu fazia com muita disciplina e com cronogramas escritos. Ou seja, eu deveria ter tempo para trabalhar, cuidar da minha filha pequena, estudar, comer, me exercitar e dormir. Tudo isso era anotado no meu cronograma e eu não ia dormir sem antes cumprir tudo que eu havia escrito e estipulado de estudo para aquele dia.
Claro, que o meu maior rendimento era durante os finais de semana, mas durante a semana, eu ainda consegui tirar de 4 a 5 horas bem estudadas.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovada? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Marina: 1ª aprovação – cadastro de reserva para médico veterinário na SEMARH-Secretaria do meio Ambiente e Recursos Hídricos em 2010.
2ª aprovação – Inspetora de Defesa Agropecuária na ADAPEC/TO em 2012.
3ª aprovação – Auditora Fiscal Federal Agropecuária no MAPA em 2018.
Mas quem vê somente aprovações, desconhece as derrotas. Eu reprovei no MAPA em 2007 para AISIPOA, reprovei no TRE em 2011 e reprovei no MAPA em 2014 para AFFA.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Marina: Eu esperei por 11 anos para ver o meu nome na lista de aprovação de um concurso do MAPA, então eu caí no choro de emoção quando no dia do resultado. Na madrugada, saiu a página do diário oficial com meu nome e minha nota, eu sabia que eu havia passado, pois a nota era bem alta.
Eu pensei: “Marina, se controle, você acabou de ser aprovada, não pode morrer de um ataque cardíaco.” Foi no momento que me tranquilizei e acordei meu marido e a família toda para dar a notícia.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Marina: A minha postura nunca foi radical, sempre fui disciplinada e organizada. Nunca abandonei as minhas redes sociais para estudar para um concurso público, mas eu diminuía as saídas e as viagens, e tinha momentos de prazer pontuais, como passear numa praça para espairecer, caminhar, conversar com uma amiga ou até fazer um lanchinho rápido.
Sempre respeitei religiosamente o meu cronograma semanal. Promovendo uma organização no meu tempo, eu fui capaz de estudar muito, fazer meus afazeres pessoais e não surtar. Agora, quando a prova do concurso se aproximava, eu não saía e não existia finais de semana.
O que eu pensava? São só 3 meses, ou seja, 12 finais de semana antes da prova, que vão definir a minha vida. Sem abdicação não existe aprovação.
Estratégia: Você é casada? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseira? Se sim, de que forma?
Marina: Sou casada, meu marido também é Auditor Fiscal Federal Agropecuário do MAPA, ele entrou no concurso de 2014. E eu sempre tive o apoio dele, da minha família e dos meus amigos. Mas eu entendo que ter o apoio da sua família quando você está trabalhando e não depende financeiramente dela, é sempre mais fácil.
Minha filha tem 9 anos e foi sempre a minha companheirinha de estudos.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Marina: Eu sempre achei que fazer concursos vale a pena, seja na sua área de atuação ou fora dela, seja no seu objetivo maior ou outros objetivos menores.
Por exemplo, o último concurso do MAPA foi em 2007. Quando eu recomecei a estudar, em 2011, não havia perspectivas para ele novamente, apenas rumores. Então, apesar do meu sonho ser o MAPA, eu fiz o concurso da ADAPEC e passei. Ainda bem, porque em 2014, eu reprovei no MAPA, imagina não ter o concurso da ADAPEC naquele momento?
O que sempre valeu para mim é: nunca deixe de estudar, para não perder o foco em concursos.
Eu não pretendo fazer mais nenhum concurso, eu já estou onde eu quero.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovada?
Marina: Eu estudei por 3 meses para a primeira prova objetiva e 1 mês para a discursiva, completamente focada na prova do MAPA em 2018.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Marina: Para o concurso do MAPA, em 2018, eu só comecei a estudar após o edital sair, até porque não havia perspectivas de um novo concurso, só rumores e muitas vezes descredibilizados.
Mas eu estava estudando há cerca de 1 ano para concursos da área fiscal, então eu já estava habituada a bancas como a ESAF. Por isso eu ratifico, vale muito a pena sempre se manter estudando! Me ajudou demais a passar no MAPA, o fato de eu estar fazendo cursinhos para a área fiscal e estar no ritmo de estudo.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Marina: Para o MAPA em 2018, eu usei videoaulas, vários livros de microbiologia, apostilas em PDF e mapas mentais.
As videoaulas te ajudam na compreensão de um conteúdo que, às vezes, você não entendeu, mas têm a desvantagem de serem curtas e, muitas vezes, resumidas.
Os livros são ótimos e aprofundados, mas nem sempre vamos ter tempo hábil para estudar aquela quantidade de informações.
Os PDFs, eu digo sempre, são a salvação do aluno “concurseiro”, pois eles trazem toda a matéria de forma resumida e completa. Não vejo desvantagem nenhuma, desde que sejam PDFs de instituições com credibilidade e que constantemente atualizem seu material.
E os mapas mentais são resumos, esquemas, quadros e desenhos feitos pelo aluno para ajudar na REVISÃO. Eles têm a desvantagem de serem resumidos e pessoais, mas me ajudaram demais na minha preparação.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Marina: Eu escutei do pessoal da ADAPEC, em 2011, quando eu ainda trabalhava como contrato temporário lá, que havia um cursinho muito bom para o concurso do MAPA, que era o Estratégia. A partir daí, eu sempre procurava estudar com o material do Estratégia, principalmente com os PDFs (que eu sempre amei!)
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Marina: Como eu venho sempre citando, a minha preparação foi feita através dos meus cronogramas. Eu tinha três cronogramas basicamente: Cronograma do Conteúdo Programático, Cronograma Semanal e Cronograma de Revisão.
O primeiro é o que será cobrado na sua prova, ou seja, o conteúdo que você vai ter que estudar todo, dessa forma, eu não deixava nenhuma parte do edital de fora do meu estudo. O segundo cronograma é o que você vai fazer com seu tempo durante a semana, horários de estudo, de trabalho, de lazer, de esporte, de refeições etc. Já o Cronograma de Revisão, é aquele que você vai organizar sua revisão na semana e véspera da prova, ele pode ser feito mais próximo do certame.
O Cronograma Semanal é o mais importante, nele eu sempre reservava 20 minutos antes de começar a estudar determinada matéria para a revisão dela, ou seja, eu nunca começava a estudar o conteúdo do dia sem antes fazer uma rápida e focada revisão naquilo que eu já havia visto. Para essas revisões que os mapas mentais me auxiliavam demais.
Eu tentava estudar de 3 a 4 matérias por dia, alternadamente. A média de estudo diário era de 4 a 6 hs/dia longe da prova e, próximo a ela, cerca de 8 hs/dia. Claro a conta aumenta nos finais de semana, que eu fazia uma média de 10 hs/dia.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Marina: Sempre tive dificuldades em Informática. Para mim, era um sacrifício me inserir numa área que eu nunca fui muito boa e que tudo deveria ser decorado, porque eu não entendia.
Eu resolvi fazer um trabalho mental de que informática não era difícil e que eu conseguiria estudar e me sair bem. Comprei um livro básico para concursos em informática, com muitos exercícios e fui estudando.
A verdade é que eu nunca fui muito bem em provas de informática, mas eu não ia mal a ponto daquela nota me reprovar. Sempre haverá a ovelha negra das disciplinas, somos humanos e é impossível amar tudo.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Marina: A nossa cabeça não é um HD, mas as bancas acham que são. Então eu sempre revisei demais na semana antes da prova e na véspera. Dessa forma, as chances de esquecer determinado assunto era menor.
Eu revisava todos os mapas mentais que eu fiz e dava uma revisada super rápida em tudo aquilo de todas as disciplinas que eu havia estudado, de forma organizada, focada e orientada pelo meu Cronograma de Revisão.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Marina: Houve prova discursiva e, dos mais de 1000 concorrentes, a minha nota foi a 15ª. Eu fui muito bem na prova discursiva, que elevou minha nota total e me possibilitou ficar bem colocada na classificação final do concurso.
Para o estudo da prova discursiva, eu primeiro usei a tática de conhecer bem a banca e a tendência da banca em provas discursivas. E a minha segunda tática foi a de praticar redações, cerca de 2 por dia, para um professor corrigir.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS.
Marina: Meus erros – ansiedade e nervosismo, eu deveria ter trabalhado isso melhor.
Meus acertos – o método de estudo, a quantidade de estudo, estudar 100% do edital, abdicação.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Marina: O mais difícil, inicialmente, foi a banca (ESAF), que eu sabia que não era uma banca qualquer. Depois, o mais difícil foi conciliar o trabalho, casa, filha e estudo.
Mas em momento algum eu cheguei a pensar em desistir, eu estava muito obstinada a passar no MAPA.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Marina: A minha principal motivação foi ganhar bem fazendo o que eu gosto, que é trabalhar com inspeção. Segundo, o meu marido já estar nomeado em um estado diferente do meu e estarmos separados e sem perspectivas de remoção para ele nos próximos 3 anos.
Estratégia: Como se sente hoje, já empossada no cargo dos seus sonhos?
Marina: Tranquila e profissionalmente completa! Esses são bons adjetivos para me qualificar. A tranquilidade de saber que eu faço o que eu amo e que sou bem remunerada para isso.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Marina: Não estude para passar, estude até passar!
Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Mande um e-mail para: [email protected]
Abraços,
Thaís Mendes