Aprovado no concurso do TRF-5
“O mais difícil para mim foi superar a influência de especulações aleatórias do mundo dos concursos, sobre não ter mais oportunidades, reduções de salário etc. Esse tipo de incerteza mexe com quem está se dedicando ao máximo para um objetivo. Eu cheguei sim a pensar em desistir, mas graças a Deus eu persisti. Aprendi que enquanto eu perdia tempo dando bola para especulações, os verdadeiros vencedores apenas focavam no que tinha de ser feito, daí eu foquei e vi os resultados virem, ainda que árduos de se obter. E não me arrependo”
Confira nossa entrevista com João Marcos Martins, aprovado em 3º lugar no concurso do Tribunal Regional Federal da 5ª Região para o cargo de Analista Judiciário, área administrativa:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
João Marcos Martins: Meu nome é João Marcos. Tenho 30 anos, moro no Rio Grande do Norte e sou formado em Engenharia Mecânica.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
João Marcos: Eu tive até então duas fases em concursos públicos. A primeira fase foi ao concluir o Ensino Médio e a segunda ao concluir o Ensino Superior.
Egresso do Ensino Médio, buscava ter uma boa renda em um emprego que me permitisse continuar estudando. Além disso, depois de uma fase intensa de vestibulares, se tinha uma coisa com a qual eu já estava envolvido era estudar e fazer provas. Então decidi fazer concursos públicos.
Inicialmente, fiz concursos de nível médio em áreas administrativas e de bancos públicos. Fui nomeado e virei servidor público em 2010, enquanto aluno universitário.
Em 2017, formado em engenharia, já servidor de nível médio e em uma época de mercado para engenharia não muito bom, decidi que continuaria no serviço público, buscando melhores cargos.
Não tirei nem mesmo o CREA. Peguei o diploma e parti para a nova fase de concurseiro, visando cargos de nível superior ou de nível médio com melhor remuneração.
Estratégia: Por que a área judiciária? Você tinha alguém na família que o inspirou? O que te fez estudar para esse concurso?
João Marcos: Tenho amigos servidores da Justiça Federal do RN (Tayrone, Abel, Jefim, Igor, Julio etc.). Quando foi publicado o Edital do TRF-5, eu estava iniciando estudo para a área fiscal. A base nas disciplinas administrativas e a motivação dos colegas já servidores da JF me fizeram decidir encarar o desafio de dar uma reorientada e fazer provas para a área judiciária. Além disso, me chamava a atenção poder tentar dois cargos em um mesmo dia (prova de técnico em um turno e de analista no turno inverso), com conteúdos bem parecidos. Com a concorrência de hoje, cada chance de ir bem em uma prova vale ouro!
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
João Marcos: Nessa nova etapa de concurseiro, eu sempre trabalhei e estudei. Trabalhava 8 horas por dia. Não é muito adequado para o estudo de alto nível, especialmente dentro do edital.
Geralmente, servidores costumam fazer o que eu fiz: guardar férias, folgas, alguma licença compatível, enfim, o que for possível para ganhar tempo de estudo dentro do edital.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
João Marcos: Instituto Federal do RN – Assistente Administrativo – 1º lugar
Companhia de Águas do RN – Agente Administrativo – 1º lugar
Caixa Econômica Federal – Técnico Bancário – 3º lugar
Banco do Nordeste – Analista Bancário – 5º lugar
Justiça Federal do RN – Analista Judiciário Área Admin. – 3º lugar
Ministério Público da União – Técnico do MPU – 63º lugar Nacional (última aprovação, atualmente exercendo).
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
João Marcos: Fora de edital, mantive vida social bem normal, mas com estudo diário regular, inclusive em finais de semana. Dentro dos editais, postura bem radical. Foco total em fazer o máximo de horas líquidas e a maior quantidade de questões possível. Os eventos sociais mais demorados dos quais eu participava eram cumprimentos diários aos funcionários do condomínio, hehe. De resto, estudo o máximo possível, mas respeitando sempre as horas de sono, descanso, alimentação e até mesmo curtas e leves atividades físicas, especialmente ao ar livre. Isso eu mantive até dentro de Edital. Dar o máximo para uma prova de concurso não é como dar o máximo para uma prova de universidade, por exemplo, quando você realmente pode levar o seu corpo à exaustão durante alguns dias. Para concurso, estamos falando de meses de estudo. Mesmo esse máximo dentro do Edital tem que ser e sempre foi uma rotina sustentável.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
João Marcos: A maior parte do tempo de estudo para concursos eu fui solteiro e morei sozinho. Um pequeno tempo em que morei com meus pais e mesmo depois morando só, recebi deles apoio total! Meu Pai é concursado, então ele sabia o que eu estava vivendo e me ajudou bastante. Hoje, moro com minha mulher e filho bebê. Se o solteiro tem a vantagem da flexibilidade e disponibilidade de tempo, o pai casado tem ao seu lado maior maturidade e responsabilidade com os seus objetivos, vinculados a um grande objetivo que é o cuidado com sua família. Com a devida organização, sinto-me 100% apto a seguir estudando e ser competitivo em concursos futuros, especialmente com o apoio que tenho e sempre tive da minha família.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
João Marcos: Sim, acho que vale a pena. Na minha visão, tudo depende de como vem o Edital. Se são muitas vagas, um conteúdo próximo do que você domina e você está realmente precisando de um bom emprego, que te permita seguir estudando, uma pequena desviada de foco, a meu ver, é plenamente possível. Por exemplo, eu estudava para a área fiscal, que englobava quase tudo da área administrativa. Hoje estou em um bom emprego, graças a esse desvio de foco moderado. Mesmo assim, quero voltar a fazer provas para área fiscal logo, logo. O que não dá, na minha visão, é uma mudança radical de foco. Vou dar um exemplo bem transparente. Eu sou formado em Engenharia Mecânica. Nunca fiz um concurso para Engenheiro Mecânico. Não acho possível transitar entre concursos para Engenheiro e para a área Fiscal ou Administrativa. São muito diferentes. Não vou ter alto nível em nenhum deles.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
João Marcos: Vamos falar primeiro do concurso de Analista Judiciário – Área Admin. da JFRN, que foi um concurso para o qual eu estudei bem focado e fiquei em 3º lugar.
Eu vinha estudando há 6 meses para a área fiscal, mas devagar. Passos de iniciante. Saiu o Edital do TRF-5, eu me convenci a fazer a prova e daí estudei aproximadamente 3 meses intensos em cima desse Edital e da banca FCC.
Após essa prova, segui estudando regularmente para área administrativa e fazendo provas de tribunais do trabalho. Nesse embalo, fiz a prova do MPU, sem estudo específico para ela, mas com toda essa bagagem de mais de um ano de estudo, muitas questões e provas. Deu tudo certo e hoje sou servidor do MPF, aguardo nomeação para a JFRN e sigo de olho em novos certames.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
João Marcos: Sim, 6 meses para a área fiscal. Depois, sendo bem sincero, os editais passaram a ser meu motor. Os Editais me motivam, como a muitos, para elevar o nível do estudo. Acabei usando uma sequência de editais semelhantes para construir boa parte do meu estudo para concursos.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
João Marcos: Através da minha irmã, que em 2012 fez concurso do TRF-5 e já comprou material do Estratégia Concursos. Depois dela, vários outros amigos e eu mesmo fomos sempre utilizando apostilas do Estratégia, pois passou a ser uma referência para nós.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
João Marcos: Para os concursos da área judiciária, eu utilizei apenas cursos em PDF e sites de banco de questões. A principal vantagem é ter um estudo direcionado para a prova e com materiais de credibilidade como os do Estratégia. A maior desvantagem, a meu ver, é que muitos concorrentes também descobriram esse caminho e muitos estão se preparando em alto nível, hehe. Brincadeira, eu não vejo desvantagens no estudo por um bom PDF e questões. Talvez temas mais complexos e com formatos de questões próprios da banca, como eu encontrei em Contabilidade e Estatística, valham muito a pena uma boa videoaula. Mas penso que o estudante avançado já pode partir direto para a leitura dos PDFs e a resolução de muitas questões.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
João Marcos: Peço licença para a propaganda voluntária e não patrocinada, mas eu segui o método do grande Alexandre Meirelles. Ciclos de disciplinas, revisões sistemáticas, 24h, 7 dias etc. Eu fiz praticamente tudo que “o homem” orienta em seu livro. Talvez o que eu aprimorei do Meirelles foi o uso mais intenso do banco de questões e das planilhas de controle de resolução de questões (quantidades). Isso eu aprendi com os colegas da área fiscal.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
João Marcos: Sim, AFO. É uma disciplina que, quando a banca quer, eu erro bastante, hehe. Pode não ser exatamente uma dificuldade de assimilação de conteúdos específicos, mas talvez uma amplitude de abordagens para os temas dessa disciplina e a quantidade de conteúdo em lei seca. Na medida do possível, eu superei essa dificuldade errando bastante em questões, lendo as resoluções e “decorando” onde não cometer os mesmos erros.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
João Marcos: Nas últimas semanas, eu chamei um amigo que também faria a prova para esses dias estudando em regime de internato. Foco total. Foi o maior “gás” nas questões da banca. Repetição à exaustão. Na véspera, só alegria. Descanso, passeio a pé, reli algumas dicas e dormi bem. No dia, não comi muito antes da prova, só o suficiente. Fui fazer a prova bem descansado e pensando que eu seria competitivo. Ninguém pode entrar na prova com medo. Não é bom. Se estudou, aprendeu muita coisa e resolveu muitas questões, avante!
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
João Marcos: Eu me preparei para a banca. A minha discursiva foi dessas dissertações sobre temas generalistas. Eu aprendi a estrutura, o que a banca queria ver, autores a citar etc. Eu recomendo entusiasticamente a leitura de espelhos de redação que pontuaram bem com a banca. Alguns concurseiros amigos costumam compartilhar seus espelhos. Além disso, eu recomendo ficar atento a dicas objetivas de professores que conhecem bem a banca.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
João Marcos:
Maiores erros:
– Perder tempo com minúcias da teoria.
– Querer analisar de modo muito subjetivo questões que são objetivas.
– Subestimar a discursiva.
Maiores acertos:
– Ter usado bons materiais de estudo, com credibilidade.
– Ter seguido um ritmo de estudos, ciclos, organização metódica e eficiente.
– Ter feito questões da banca à exaustão.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, o que te motivou a seguir em frente?
João Marcos: O mais difícil para mim foi superar a influência de especulações aleatórias do mundo dos concursos, sobre não ter mais oportunidades, reduções de salário etc. Esse tipo de incerteza mexe com quem está se dedicando ao máximo para um objetivo. Eu cheguei sim a pensar em desistir, mas graças a Deus eu persisti. Aprendi que enquanto eu perdia tempo dando bola para especulações, os verdadeiros vencedores apenas focavam no que tinha de ser feito, daí eu foquei e vi os resultados virem, ainda que árduos de se obter. E não me arrependo.
O segundo maior desafio foi que é comum a praticamente todos os concurseiros, o tempo para estudar. Mas todos temos o mesmo tempo. O negócio é dar um jeito!
O que me motivou a perseverar foi o apoio familiar, especialmente dos meus pais, e a minha vontade de vencer no que eu me propus a enfrentar. Ainda tenho essa vontade de vencer e perseverar no estudo para novos certames.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
João Marcos: Sensação de missão cumprida e que o esforço valeu a pena. É bom demais.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
João Marcos: Você que está iniciando estudos para concursos, escolha uma área na qual você vai ser competitivo, de modo que seja uma área com boas oportunidades, para a sua formação, para formações generalistas ou de nível médio. Escolhida a área, estude firme, regularmente, por um bom material, seja uma máquina de resolver questões das principais disciplinas, atinja um bom rendimento e passe a ficar de olho nos Editais. Aceite pequenos desvios da sua área central, mas não grandes desvios. Quando você sentir que o Edital veio bom para você, com uma boa quantidade de vagas, disciplinas nas quais você tem chances de ir bem, faça essa prova. Faça provas. Viaje para fazer provas sempre que der e que você se sentir competitivo. Não temos como fazer todas as provas, por questões de tempo e dinheiro. Mas as que você sentir que poder ir bem, faça. Cada prova é uma história e uma chance de sucesso! Pense também na possibilidade de ingressar em um cargo intermediário. Às vezes esse emprego vai te dar a renda, o tempo e as demais condições para atingir o objetivo final. Peça a Deus para que ele te dê sabedoria, estude, confie nele e o mais ele fará! Deus te abençoe!