Aprovado no concurso TRF-5
“Tenha paciência. Quando for a hora (e ninguém é capaz de prever), sua aprovação virá. Evite comparações. Cada um tem o seu tempo.”
Confira nossa entrevista com Hector Ornelas, aprovado em 3º lugar no concurso TRF-5 para o cargo de Analista Judiciário, área judiciária:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Hector Ornelas: Meu nome é Hector Ornelas Oliveira. Tenho 31 (trinta e um) anos, graduado em Direito pela Faculdade 2 de Julho (Salvador/BA) em 2013 e Pós-graduado pela LFG em Direito Administrativo.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Hector: Melhorar as condições de vida – a minha e a de minha família. Com 20 anos, não tinha ainda uma vida social digna. Por exemplo, só poderia comer um cachorro-quente no final da semana, se tivesse economizado o dinheiro do transporte por ter faltado alguma aula na faculdade.
Estratégia: Por que a área judiciária? Você tinha alguém na família que o inspirou, já tinha tido algum contato com a rotina dos fóruns, o que te fez estudar para esse concurso?
Hector: Por conta das oportunidades. A área jurídica abre muitas portas. Segui o meu próprio caminho, sem buscar inspirações.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Hector: Conciliei com a faculdade e, posteriormente, com o trabalho. Nunca tive a oportunidade de só estudar integralmente para concursos.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Hector: Comecei a estudar para concursos em janeiro/2011, voltado inicialmente para concursos em áreas administrativas de nível médio locais. Passei para um cargo administrativo na Câmara Municipal de Salvador e também para Cuidador na Secretaria Municipal de Saúde de Salvador. Em 2012, senti que dava para arriscar em Tribunais para os cargos de Técnico administrativo. Nesse mesmo ano, logrei a aprovação para TJAA/TRF5/JFAL, em 2º lugar. Continuei estudando para concursos e passei para a segunda fase dos concursos da PFN/2015, PGM-Ilhéus (2016) e DPE/AL (2017). Fui aprovado em 3º lugar para AJAJ/TRF5/JFAL em 2017 e nomeado em 2019, cargo que ocupo desde então. Continuo estudando, agora voltado para magistratura estadual, defensoria estadual ou promotoria.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Hector: No início era estilo “Highlander”, bem hard-core mesmo, o que acelerou as primeiras aprovações, mas isso me prejudicou na área pessoal, o que acabou refletindo nos estudos. Hoje tento conciliar. Quando não tenho prova em mira, não estudo nos finais de semana e nem na sexta à noite.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Hector: Minha mãe mora comigo e sempre me apoiou. Nos dois relacionamentos que tive durante o caminho houve apoio também, sem cobranças – isso é muito importante. Mas o concurseiro não pode apenas olhar para o próprio umbigo. Tem que saber dosar e também suprir as necessidades do(a) companheiro(a).
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Almejo voos maiores, na magistratura, defensoria ou promotoria estaduais. Porém, não faria concursos muito díspares, como por exemplo mudar para advocacia pública ou magistratura federais. Atirar para todo lado não é bom. Tem muita matéria para estudar, aprender e também decorar.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Hector: No caso de TJAA, foi aproximadamente 01 (um) ano e meio. Para AJAJ, não houve preparação específica. Foi um “efeito colateral” do estudo para a advocacia pública e defensorias.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Hector: Sempre! A motivação é abrir editais anteriores e ver o subsídio e algumas regalias como 60 (sessenta) dias de férias. Tem pessoas que estudam por vocação/sonho e outras por qualidade de vida. Ambas estão certas.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Hector: Para concursos de nível superior, livros doutrinários são imprescindíveis para quem já está num grau mais avançado. Muitos concurseiros têm caído na armadilha de buscar caminhos fáceis e mastigados, mas acabam sofrendo na segunda fase ou mesmo na oral por lhes faltarem aprofundamento. Eu mesmo já passei por isso. Em livros, o candidato pode achar até modelos de peças processuais (de petições iniciais e sentenças). A não ser que ache necessário treinar com um terceiro corrigindo a sua escrita. Como não tenho dificuldade nesse aspecto, sigo no estudo individual.
Para concursos de nível médio, indico procurar cursinhos específicos, principalmente para decifrar matérias novas ou que o candidato enfrente dificuldades. Como se tratam de concursos que, em regra, não cobram conhecimentos técnicos na discursiva, o importante é otimizar o tempo.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Hector: Ainda estou descobrindo o melhor para mim. Faço resumos de temas-chave, principalmente quando se trata de características, teorias, números e porcentagens. É importante treinar resolvendo questões. É um dos pilares, porém não é o único método. Geralmente estudo um assunto por vez, mesclando matérias para não ficar maçante. Quanto ao número de horas, é bem variável. Tem dias em que a pessoa não renderá ou não poderá estudar. Nesses casos, compensa com outro dia de melhor inspiração. Só não pode pirar porque não pôde estudar num determinado dia. Aproveite e vá relaxar. Amanhã será um novo dia.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Hector: Ter uma bibliografia variada para pincelar o que cada um tem de melhor. E ler muitas vezes, até absorver, nem que seja por osmose.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Na última semana é importante revisar assuntos que são facilmente esquecíveis, principalmente quando envolvem números, porcentagens e classificações. Mas é preciso ir com mais calma. Ninguém aprenderá em apenas uma semana o que não aprendeu no resto do tempo.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Hector: Livros específicos sobre peças e provas discursivas. E treine, escreva e releia.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Hector: Os maiores erros foi focar demais num método (resolução de questões, estudo de informativos ou estudo doutrinário). O candidato tem que ser dinâmico e balancear todos. O nervosismo também atrapalhou na maioria das vezes.
Os maiores acertos foram quando consegui evitar os maiores erros.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, o que te motivou a seguir em frente?
Hector: Quem disser que nunca pensou em desistir, está mentindo. A motivação é o orgulho, a vontade de superação e, sobretudo, a sensação de que você poderá ir além.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Hector: Um estouro de alegria, como se fosse uma inundação de sentimentos variados e uma sensação de dever cumprido.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Hector: Tenha paciência. Quando for a hora (e ninguém é capaz de prever), sua aprovação virá. Evite comparações. Cada um tem o seu tempo.