Aprovado no concurso TRE–PA
“Acredite sempre em você mesmo! Temos muito potencial. Existe uma força dentro de nós que pode nos impulsionar para lugares inimagináveis. Tenha em mente que o caminho será duro e que dias difíceis virão, porém a sua vitória será ainda mais bela. Sempre digo o seguinte: se eu posso, você também pode. Todos podemos conquistar nossos sonhos. Basta trabalhar duro, fazer o que tem que ser feito, levar a sério nossa preparação e um dia chega a benção.”
Confira nossa entrevista com Eduardo Bertoche Gryzagoridis, aprovado em 6º lugar no concurso TRE–PA para o cargo de Analista Judiciário – Área Administrativa:
Estratégia Concursos: Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Eduardo Bertoche Gryzagoridis: Sou bacharel em Geografia e Meio Ambiente pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, especialista em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública – ENSP Fiocruz. Tenho 35 anos e sou natural da cidade de São Paulo.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Eduardo: Trabalho há 08 anos como profissional contratado por uma Organização Social que presta serviço na área da saúde para Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. A cada ano, sofremos risco de perder o emprego em virtude de mudanças de contrato e cenário político. Apesar de gostar muito do trabalho que exerço, ele não me oferece mais a remuneração que eu considero razoável para um determinado padrão de vida que almejo e, por isso, tomei a decisão de buscar segurança (por meio de um vínculo estatutário) e ao mesmo tempo ter um bom retorno financeiro. Como presto serviço público, acabei conhecendo muitos servidores e vê-los com tranquilidade no dia-dia sem medo de ficarem desempregados foi um ótimo incentivo.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Eduardo: Trabalho 40 horas semanais em uma unidade de saúde do Rio de Janeiro. Faço 10 horas por dia entre segunda e quinta-feira, o que me possibilita ter a sexta-feira livre mais o final de semana. Durante algum tempo, morei muito distante do trabalho e gastava 2 horas para ir e mais 2 horas para retornar do trabalho. Sempre utilizei esse percurso para ler PDFs e resolver questões e depois eu precisava de pouco tempo em casa para cumprir as metas diárias de estudo. Nos dias livres, normalmente, eu estudava até 6h. Procurei sempre contar o estudo como mais uma carga horária de trabalho, de forma que eu pudesse ter até 40 horas de estudo semanal.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Eduardo: Fui aprovado na Defensoria Pública (Técnico Médio da Defensoria) no ano de 2019 e Oficial do Ministério Público do Rio de Janeiro, em colocações que dificilmente serei convocado, mas foram as provas nas quais comecei a ter mais confiança no meu desempenho. Já no ano de 2020, um pouco antes da pandemia, prestei o Concurso do TRE-PA, para os cargos de Técnico Judiciário e Analista Judiciário área administrativa, conseguindo aprovação em ambos os cargos, 45º e 6º colocado respectivamente.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Eduardo: Nossa! Passa todo um filme na cabeça, fiquei imaginando os dias que precisei estudar de madrugada e acordar bem cedo antes do trabalho pra fazer girar o ciclo de estudos. Veio uma sensação de dever cumprido e de plenitude, uma paz em saber que tanto esforço uma hora é recompensado. Senti uma alegria imensa e uma vontade maior ainda de dividir isso com as pessoas que eu amo. É indescritível. Afinal, quando começamos parece impossível, mas a sensação de conseguir vale todo sacrifício desempenhado.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Eduardo: Eu não era totalmente radical, mas precisava ver minhas metas cumpridas para conseguir relaxar e aproveitar momentos de lazer. Quando eu tinha que sair com minha namorada e agora esposa, eu dizia: só posso domingo, pois sábado tenho algumas coisas pra cumprir no meu plano de estudos. Durante algum tempo fui mais rigoroso, deixei de fazer coisas que gostava para estudar. Há essa necessidade de abdicar e ter mais tempo para estudo, isso é fato. Ao mesmo tempo, eu sempre busquei brechas e momentos de lazer e diversão, inclusive fiz duas viagens de fim de semana e feriado no ano passado. Acho que é necessário equilíbrio para que seja uma caminhada saudável até a aprovação. Pode-se dizer que, nos 2 anos e meio de estudo, eu tive uma postura mais rigorosa durante 1 ano, mas percebi uma incrível melhora quando eu recomecei a praticar atividades físicas. Durante todo o ano de 2019, eu pratiquei jiu-jitsu e acho que essa atividade teve papel grande na minha aprovação. Em novembro, assim que saiu o edital do concurso, eu parei com praticamente todas as atividades, inclusive o jiu-jitsu e foquei 100% até o dia da véspera. Foi a melhor decisão.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Eduardo: Minha mulher é sensacional, ela sempre disse que eu estava no caminho certo. Nos casamos em 2020, no meio da pandemia. Ela sempre usava palavras de incentivo e me deixava super tranquilo para me dedicar de forma integral. Ela insistia na frase: 2020 será o seu ano, continue! Acho que ela repetiu isso mais de 100 vezes no meu ouvido. Acho importante que cada um saiba com quem pode contar para construir projetos de vida. Minha família toda tem papel nesse percurso que estou trilhando: mãe, irmã, tias(os), primos. Cada um do seu modo me ajudou bastante. Até meu pai que hoje não está mais aqui, certamente me ajudou no processo. No meu caso, a família foi um agente potencializador.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior? (Se esse ainda não é o concurso dos seus sonhos, se possível, citar qual é e se pretende continuar se preparando para alcançar esse objetivo).
Eduardo: Atualmente, eu estudo focado em Tribunais, mais especificamente Tribunais Regionais Eleitorais e, por consequência, eu posso fazer algum concurso que tenha 75% ou 80% de matérias afins, mas dentro da área de tribunais, tais como TJ, MP, Defensoria. O cargo que eu almejei e foco é Analista do Poder Judiciário Federal. Cometi alguns desacertos durante minha preparação. Como eu estava ansioso para ser aprovado e comecei a ver meu desempenho crescer no ano de 2018, eu acabei perdendo o foco e comecei a fazer concursos que não eram da minha área. Por exemplo: nesse ano, fui muito bem no concurso do STM e TRT-Rio, meus primeiros concursos prestados, ficando com aproveitamento médio de 75%. Após o TRT do Rio de Janeiro eu decidi focar na prova do MPU, mas com rumores de que não haveria prova larguei de mão e estudei meses para o IPHAN (estudando matérias que em nada contribuem para o meu objetivo final). Olhei para o curto prazo e isso não foi bom, pois o concurso do MPU saiu e eu não estava preparado como deveria. Levei uma pancada, mas segui em frente.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Eduardo: No ano de 2019 dei diversos tiros de curto prazo, prestando Defensoria Pública e MP no Rio, TRF-3 e TJ-CE, mas comecei a ter necessidade de compreender em que rumo dentro da área de tribunais eu estava seguindo. Foi quando em conversa com meu tio e minha mulher eu tomei a decisão de seguir para área eleitoral que estava com boas perspectivas de concurso para 2020. Isso era mais ou menos setembro ou outubro de 2019. Logo depois saiu o TRE do Pará. Eu já tinha, inclusive, pago o concurso do TJ Rio Grande Sul quando saiu o concurso do TRE do Pará e eu tomei a decisão de fazê-lo e acreditar em um projeto de mais longo prazo. Fui inteiramente sem pressão para essa prova, acreditando que seria o primeiro TRE para que eu seguisse adiante no projeto traçado. Até o dia da prova em Belém, eu estudei 2 anos e 4 meses e sigo estudando todo dia até ser nomeado.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Eduardo: Eu sempre procuro estudar sem ter edital na praça, pois isso garante que eu terei como girar o ciclo de estudos mais tranquilamente e terei coberto o edital todo quando chegar o dia da prova, mas isso depende de temperatura e pressão normais, o que raramente ocorre nesse mundo de concursos (risos). Aproveitei algumas oportunidades que não estavam no meu radar e algumas vezes fiz bem como na Defensoria Pública do Rio de Janeiro e outras perdi alguns meses de preparo como para o IPHAN. É preciso avaliar bem essas oportunidades, pois ela precisam estar alinhadas com o objetivo de longo prazo. Ao passo que o objetivo de longo prazo pode abrir caminho para oportunidades pontuais que surjam ao longo do caminho. Sempre foquei no resultado, mas entendendo a necessidade de executar bem o processo. Sempre tive frases e lemas que eu devia seguir como “perseverar até o final”, “acreditar sempre”, músicas que eu gostava de ouvir como Racionais MC’s (A vida é um desafio), “ando devagar porque já tive pressa”. Durante algum tempo eu montava contracheques virtuais com meu nome e até diários oficiais da união com meu nome entre os aprovados (risos). Até a nota final eu escrevia. Fez muito bem no período que utilizei essa estratégia.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Eduardo: Fiz uma pesquisa simples no Google: melhores cursos para concursos on-line? Em todos os sites que li cheguei a resposta: ESTRATÉGIA CONCURSOS. Não tive pra onde correr.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Eduardo: Na minha preparação, eu uso primordialmente PDF, letra de lei e plataforma de questões. Uso videoaula apenas para Português, matéria que eu mais penei para chegar a um bom nível de desempenho. Procuro focar bastante em literalidade, pois a grande maioria das questões se ampara nisso e muita teoria e questão. Quando uma matéria atinge 90%, 95%, eu faço períodos longos de revisão por questão. Por vezes, eu releio a teoria de matérias e temas cobrados com muita intensidade em muitas bancas.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Eduardo: Eu adaptei meus estudos da seguinte forma: estudo 50 minutos e descanso 10 minutos e, assim, sucessivamente. Faço isso diariamente, e a cada período de 50 minutos, eu estudo uma disciplina. Posso estudar até dois ciclos de 50 minutos por disciplina em cada dia. Em média 4 matérias por dia. Estudo todas as matérias durante uma semana de estudo. Tenho sempre um plano macro de dois a três meses e metas diárias que me levem a cumprir isto e ao final traço mais 2 ou 3 meses. Disciplinas com maior dificuldade eu atribuo carga horária maior. No treinamento de questões, eu meço desempenho (em porcentagem) e acompanho tempo médio de questões. Para isso, eu uso basicamente um quadro branco que fica preenchido com o plano macro e um bloco de anotações que eu escrevo as metas diárias, normalmente aos domingos, eu traço o programa semanal. Sábado e domingo, eu adapto para matérias que eu senti, durante o estudo da semana, necessidade de me aprofundar. Sobre memorização: não há como gravar sem leitura exaustiva. Precisa pegar a constituição, a lei, a norma, o regimento e ler duzentas vezes até gravar. Fica intuitivo quando aparece erro na prova e você passa a acertar as questões. Eu não consigo fazer resumos. Prefiro rever questões para medir desempenho e corrigir lacunas. Uso apenas para português um caderno com anotações e regras que, por vezes, eu releio, mas não com frequência.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Eduardo: Definitivamente foi o Português. Tenho muita facilidade para ler e amo escrever poesias, mas o PDF de português, eu demorava uma semana por aula e não aprendia. Era um bloqueio e, em parte, eu contribui e negligenciei esse problema na minha preparação para diversas provas. Acredito também, que pelos anos sem contato com essa disciplina, muitas coisas básicas se perderam ao longo da vida. A maioria dos concursos que fui reprovado, bastaria ter conseguido boa porcentagem em português que teria sido aprovado. No ano passado, após ficar em 356º colocado na Defensoria Pública do Rio de Janeiro, eu decidi acordar, pois estava me deixando distante do meu sonho esse desempenho médio de 60% em português. Veio o TJ-CE e, novamente, “fumo” em português. Não levei a sério e por isso fui mal, mais uma vez, em português. A partir disso, eu coloquei português todos os dias na grade de estudos e levei a sério o estudo da língua (quase que 100% através de videoaulas). Hoje, eu adoro português, pois aprendi o funcionamento das estruturas e inclusive estou falando e escrevendo melhor após assistir mais de 3 vezes seguidas todas as videoaulas do professor Felipe Lucas. Agora sigo assistindo vídeos e fazendo muitas e muitas questões para manter o conhecimento fresco na cabeça.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Eduardo: Na reta final, eu estava 100% focado em realizar muitas e muitas questões e fazer leitura da lei seca. Foi uma semana tranquila, mas de muita dedicação. Chegava do trabalho por volta das 19h, comia algo bem rápido e já começava a estudar até meia-noite. Acordava cedo (4h30 da manhã), antes de trabalhar e estudava mais e mais. Foi muito importante esse processo. Na véspera de prova, eu passei o dia no Aulão de Véspera oferecido pelo Estratégia Concursos, em Belém. Era, inclusive, meu aniversário neste dia e eu estava a milhares de quilômetros da minha casa, longe das pessoas que amo, mas totalmente focado no meu objetivo. Eu só olhava para aula e não falei com praticamente ninguém naquele dia. Estava com muita vontade de vencer. Descanso só depois da prova (risos).
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Eduardo: Não sigam meu exemplo! (Risos) Eu estudei focado em técnico judiciário (só fiz analista, pois meu tio dizia: por que você vai ser menos, se pode ser mais?! Faz para analista!) e não haveria prova de redação e, por isso, eu não estudei discursiva para este concurso. Apesar de ter logrado uma ótima nota, eu não me preparei da forma adequada, porém já havia lido todo o curso de redação do Estratégia Concursos nas provas do TJ-CE e TRF-3 (2019). Isso, certamente, me deu bagagem e conhecimento sobre estrutura e escrita, mas de alguma forma, eu tive sorte além da minha preparação. Aconselho muita leitura. Ler é a melhor forma de aprender a escrever. E muito treino. Eu tenho costume de escrever poesias. Talvez isso tenha ajudado. Talvez.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Eduardo: Eu deveria ter feito mais exercícios de Português e de forma específica da banca IBFC. Estava habituado com provas da FCC e FGV e acho que tem uma diferença de cobrança, que é relevante na reta final. Principalmente, nos dois meses que antecedem, deve-se focar em muitas questões da banca. Acho que eu acertei em não me preocupar tanto em cobrir todo edital, mas em fazer bem a parte que eu conseguisse estudar e focar na letra de lei. A letra de lei fez toda diferença em duas provas desgastantes e com muitos textos longos como foram as do TRE-PA.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Eduardo: Aprendi a lidar com a derrota. A derrota me fez mais forte. Aprendi a levantar e detectar os erros e, a cada prova, eu tinha mais facilidade de levantar e tinha mais confiança que a próxima seria melhor. Sempre fui positivo e confiei no trabalho duro. Certa vez, o professor Ricardo Torques me disse no Aulão de Véspera do TRT Rio, que eu iria chegar num momento, que começaria passar em tudo, em uma prova atrás da outra. Sempre me agarrei nisso e no meu sonho de ter segurança e tranquilidade para viver minha vida com minha família.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Eduardo: Minha família. É por eles e com eles que eu pretendo aproveitar tudo que o serviço público pode me oferecer, quanto a estabilidade, segurança e qualidade de vida. Busco motivação em Deus e no amor ao próximo, pois sei que a base de tudo que tenho hoje faz parte um plano maior para minha vida.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Eduardo: Acredite sempre em você mesmo! Temos muito potencial. Existe uma força dentro de nós que pode nos impulsionar para lugares inimagináveis. Tenha em mente que o caminho será duro e que dias difíceis virão, porém a sua vitória será ainda mais bela. Sempre digo o seguinte: se eu posso, você também pode! Todos podemos conquistar nossos sonhos. Basta trabalhar duro, fazer o que tem que ser feito, levar a sério nossa preparação e um dia chega a benção.