Aprovado nos concursos TRE-SP, TRE-PR e TRF-1 São Luís entre outros
“O caminho de quem decide estudar para concursos é muito árduo. Você provavelmente enfrentará muitas dificuldades, pensará em desistir diversas vezes, achará que esse caminho não é para você. Mas persista, insista… O resultado sempre será gratificante. E ninguém se arrepende por ter parado para estudar.”
Confira nossa entrevista com Guilherme Barbosa Silva, aprovado nos concursos TRE-SP, TRE-PR e TRF-1 São Luís, entre outros:
Estratégia Concursos: Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Guilherme Barbosa Silva: Sou formado em Direito pela UFMA em 2017. Tenho 36 anos. Nasci em Brasília-DF e atualmente resido em São Luís-MA.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Guilherme: Eu estudo para concursos desde 2005. Já fui aprovado em 9. Por isso resolvi fazer Direito.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Guilherme: O primeiro concurso que passei foi para a Universidade Federal do Maranhão. Até então, eu só estudava. Desde 2007, quando assumi na UFMA, sempre tive que conciliar trabalho e estudo. Inicialmente, eu trabalhava 30 horas/dia e estudava no restante do dia. Depois meu horário ficou mais flexível e eu conseguia estudar até no trabalho (sem atrasar minhas tarefas, claro!). Sempre tive muita disciplina e organização.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Guilherme: Fui aprovado na UFMA, na SEMTUR (São Luís-MA), no IPHAN (5º lugar), no INCRA (9º lugar), no IBGE (12º lugar), TJ-MA (13º lugar), TRE-SP (Técnico 107º – nomeado, e Analista 94º – aguardando nomeação), TRE-PR (Analista 45º – aguardando nomeação) e TRF-1 (Técnico – 2º lugar).
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Guilherme: A sensação é sempre de muita felicidade, muita euforia. Mesmo tendo passado em tantos concursos, em todos eles via minha aprovação/nomeação com alegria imensa. Os últimos concursos foram especiais (TRE-SP, TRE-PR e TRF1). No TRE-SP eu não esperava ficar bem colocado, até por estar concorrendo com 100 mil candidatos (Técnico) e 33 mil (Analista). Estava ainda no 5º período de Direito, aprendendo muita coisa ainda. Fiz a prova para adquirir experiência. E fiquei muito surpreso com minha colocação. No TRE-PR foi a mesma coisa. Estava no 7º/8º período e fiquei em 45º entre 17 mil candidatos. No TRF1, nem se fala! Estava terminando minha monografia e ainda tinha que ir para os estágios curriculares. Completamente sem tempo para estudar. Foi uma surpresa enorme!
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Guilherme: Eu sempre tive relacionamentos com pessoas que compreendiam a vida de concurseiro. Hoje estou noivo e vou casar com uma concurseira também (ela passou no início do ano em 1º lugar para o concurso da EBSERH para Fisioterapeuta). Então nós sempre tivemos consciência que a vida social é importante para o estudo, mas sempre de forma moderada. Assim, sempre reservei um tempo na semana para família e amigos de forma alternada e sempre arrumava um tempo para minha noiva. Porém, infelizmente, de forma bem escassa (não poderia ser de outra forma).
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Guilherme: Sou filho de professores (pai e mãe), então sempre tive compreensão em casa. Fui casado por pouco tempo e cheguei a morar sozinho uma época. Mas, quando minha mãe faleceu em 2013, achei melhor morar com meu pai por medo de que ele desenvolvesse uma depressão. Fiquei morando com ele de 2013 a 2018. Depois passei a morar com minha noiva (estamos esperando a pandemia passar para casarmos, rsrsrs).
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior? (Se esse ainda não é o concurso dos seus sonhos, se possível, citar qual é e se pretende continuar se preparando para alcançar esse objetivo).
Guilherme: Eu continuo estudando para outros concursos. Meu sonho ainda é ser Procurador da República (MPF). Hoje eu dou aula em preparatórios para concursos (de Direito Administrativo e leis gerais). Tenho um curso gravado (videoaulas) de Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Maranhão e de Estatuto do Servidor do Maranhão. Estou finalizando 2 livros para concursos dessas disciplinas. Mas continuo estudando para o meu concurso.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso TRF1?
Guilherme: Difícil dizer… Quando comecei a fazer o curso de Direito, estava focado em concursos de Analista de Tribunais (TRE, TRT e TRF). Meu objetivo era fazer desses cargos “trampolins” para o meu concurso dos sonhos (até por precisar dos 3 anos de atividade jurídica para fazer concurso para o MPF). Consegui adiantar meu curso, terminando em 4 anos, ao invés de 5. E passei toda a graduação sempre estudando para concursos, independentemente do que o professor ministrava, chegando até a ficar próximo de reprovar em disciplinas que não eram abordadas nos editais. Então o conhecimento foi acumulando. Por isso é difícil dizer quanto tempo estudei para o meu cargo atual (TRF1).
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Guilherme: Nos últimos concursos, eu estudava as disciplinas comuns de Analista para TRE, TRT e TRF, mesmo sem ter edital. Nesse período, eu mantinha a disciplina e a organização como se o edital tivesse saído. Quando saiu o edital do TRE-SP, resolvi focar somente em TREs.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Guilherme: Conheci o Estratégia por indicação de amigos. Adquiri alguns pacotes, principalmente de Direito Eleitoral, e gostei muito.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Guilherme: Para os primeiros concursos que fiz, eu fiz cursos presenciais. Depois que adquirir certo conhecimento, passei para as videoaulas e livros. Os materiais em PDF vieram depois, primeiramente comecei com outro cursinho e depois com o Estratégia. Hoje os livros e os materiais em PDF funcionam melhor, principalmente pelo foco e pelas revisões (não perco mais tempo com o que já aprendi e apreendi).
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Guilherme: Quando comecei a estudar para concurso, fazia de forma errada. E fiquei muito mal colocado nas primeiras provas que fiz. Então um amigo me mostrou 2 livros: Como passar em concursos (William Douglas) e Como Estudar para Concursos (Alexandre Meirelles). Esses livros foram essenciais para montar meu horário de estudo e meu ciclo de estudos. Então eu estudava usando o ciclo de estudo, sempre 1 hora de estudo e 10 minutos de intervalo, alternando as matérias a cada hora. Quando retornava para uma disciplina, fazia uma revisão rápida das 10-15 páginas anteriores antes de começar a estudar a hora. Não fazia resumos em cadernos, pois sempre achei que gastava muito tempo. Mas sempre grifei e escrevi muito nos livros. Ou seja, fazia o resumo nas próprias páginas dos livros. Dessa forma, quando revisava os livros, sempre olhava as anotações e os pontos mais importantes, chegando a revisar 40-60 páginas em 1 hora. E os exercícios sempre foram essenciais. Usei uma plataforma de questões, chegando a responder mais de 8 mil questões nos 4 anos de faculdade.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Guilherme: Tive muita dificuldade em Processo Civil. O Novo CPC saiu em 2015 e entrou em vigor em 2016. Estava no meio do curso, então tive que me adaptar à transição. Ou seja, não estudei nem o CPC antigo nem o novo direito. Muita coisa nova que os professores não sabiam ainda como abordar. E as questões do CPC de 73 estavam desatualizadas. Tive muita dificuldade, que só consegui superar comprando cursos e livros.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Guilherme: Nas 2 semanas que antecedem a prova, eu sempre opto por revisar e fazer muitas questões, ainda que não tenha finalizado o conteúdo. Acho mais importante estar 100% no que eu sei do que 70% no edital completo. E reviso até a hora da prova. Como a revisão é mais tranquila do que o estudo, não fico com ansiedade. Na realidade, controlo a ansiedade com meditação.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Guilherme: Tenho a sorte de ter um professor de Português e Redação em casa. Meu pai é professor há 30 anos. Ministrou aulas em Brasília-DF e aqui em São Luís-MA. Então ele me passou muitas dicas de como as bancas corrigem as redações. E corrigiu alguns texto que produzi. No TRE-PR tirei a 8º maior nota entre as redações dos aprovados, o que me fez subir mais de 30 posições. No TRE-SP aconteceu algo parecido. Assim, aconselho sempre os concurseiros a escrever, de preferência acompanhado por alguém que conheça as bancas. Quanto mais se escreve, melhor se escreve.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Guilherme: Cometi alguns erros nas formas de estudar. Tentei estudar e absorver todo o conteúdo, o que é impossível. O ideal é focar no que tem maior incidência em provas e o restante do conteúdo basta ter o conhecimento sem aprofundar. Aproveitei para aprender com esses erros. Mas também acertei com a utilização do ciclo de estudo. Nunca deixarei de usar.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Guilherme: O mais difícil foi manter o foco quando minha mãe faleceu, em 2013. Nesse momento eu já era concursado na UFMA e pensei em me acomodar nesse cargo. Ela faleceu em Julho/2013 e em Agosto do mesmo ano eu me divorciei. Foi muito difícil. Mas foi ela também quem me motivou. Voltei a estudar em sua memória, no intuito de homenageá-la, pois sabia que, onde ela estivesse me observava.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Guilherme: A motivação foi a mudança. Querer ser uma pessoa melhor em homenagem à memória da minha mãe. Mudar para melhor. Depois, quando iniciei um novo relacionamento (com quem me casarei agora), a motivação passou a ser constituir uma família com conforto.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Guilherme: O caminho de quem decide estudar para concursos é muito árduo. Você provavelmente enfrentará muitas dificuldades, pensará em desistir diversas vezes, achará que esse caminho não é para você. Mas persista, insista… O resultado sempre será gratificante. E ninguém se arrepende por ter parado para estudar.