Aprovado no concurso da SESDF
Confira nossa entrevista com Gustavo Dias, aprovado em 4° lugar no concurso da Secretaria de Saúde do Distrito Federal no cargo de Contador:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Gustavo Dias: Tenho 27 anos, moro em Brasília e casarei esse mês (julho/2020). Sou formado em Ciências Contábeis pela Universidade de Brasília (UnB), em 2014, cristão.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Gustavo: Inicialmente foi a estabilidade Financeira e profissional. Depois foi a insatisfação com o setor privado.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Gustavo: Trabalhava 8 horas + 2 de almoço (10 horas), por dia. Tinha meus compromissos com a igreja cerca de 3x na semana. Conciliava trabalho com os estudos, tentando estudar todo o tempo livre. Acordava às 5h da manhã para ter um período de estudo de manhã, tentava estudar no trabalho durante a tarde, e de noite buscava revisar o que estudava durante o dia. Eu não tirava férias, deixava acumular pra tirar quando tivesse um edital próximo.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Gustavo: Fui aprovado na PMDF 2018 (soldado combatente); CFM 2018 (Técnico em contabilidade, 11° universal e 3° cotas); Hemocentro 2017 (Técnico em contabilidade, 12°); MPU2018 (27° cotas, 365° universal, DF); SESDF 2018 (técnico em contabilidade em 6° lugar, e Especialista em saúde – analista – Contador em 4° lugar).
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Gustavo: Ao ver meu nome na lista de aprovados, tive a sensação de que todo meu esforço, desde a faculdade e dos concursos que fiz e reprovei, valeu a pena. Aquilo que você estuda nunca se perde. A bagagem que eu adquiri com os concursos que não passei, me permitiu ser aprovado “sem estudar”, apenas revisando, em outros concursos posteriores.
Então, ao ver meu nome na lista de aprovados, eu tive a certeza de que a minha tristeza em não ter passado em outros concursos que fiz anteriormente se transformou na alegria de ser aprovado em outros concursos posteriores.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Gustavo: Eu nunca deixei 100% de ter vida social com os amigos e família. Acredito que atividade física e saúde mental são necessários para deixar o ser humano em equilíbrio para alcançar seus objetivos. Quando tinha edital publicado, eu reduzia ao máximo meus horários de lazer, e até de atividade física, mas nunca deixei de fazê-los.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Gustavo: Na minha preparação para os concurso que fui aprovado, eu namorava. Não tenho filhos e nunca fui casado. Minha namorada (hoje minha noiva), sempre me incentivou. Estudava junto e me ajudava nos momentos mais difíceis (como acordar 5h da manhã, rs). Isso foi muito importante, pois tão importante quanto o lugar que você deseja chegar, é quem estará com você até o final.
Minha família sempre me incentivou a estudar, meus pais me davam todo o apoio e incentivo. Naturalmente eu me distanciei um pouco de alguns outros familiares, pois eu tinha que estudar aos finais de semana e, com isso, não podia visitar meus tios e avôs, participar de eventos e aniversários, e sempre quando os visitava ouvia a famosa frase “e aí sumido”. Então, concluí que a família apoia sim, sem dúvidas, mas muitas vezes não entende a sua rotina. O meu jeito de lidar com isso foi ignorar esse tipo de situação e focar no meu objetivo.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Gustavo: Eu acredito que a realidade de cada um é bem individual. Existem pessoas que podem focar num concurso de alto nível logo de início, pois têm todo o apoio financeiro, independentemente do quanto esse processos for demorar. Por outro lado, como foi o meu caso, a maioria das pessoas necessitam aumentar a renda, para alcançar a independência financeira dos pais ou ter a sonhada estabilidade, e só depois poderão se dedicar
exclusivamente ao cargo dos sonhos.
Então, se uma pessoa tem a possibilidade de estudar apenas para o cargo que deseja, é o ideal, mas se existem necessidades a serem supridas, antes da autorrealização em um cargo, vale a pena se planejar e dedicar-se a outros concursos que você possa ser aprovado e nomeado o quanto antes, e à partir disso, focar num cargo dos sonhos.
Eu compartilho do pensamento de que, assim como proposta na pirâmide de Maslow, existem necessidades de segurança, fisiológicas, etc, a serem supridas, antes da autorrealização, e isso se aplica também aos concursos, na maioria dos casos. Atualmente, após tomar posse e me adaptar à nova rotina de servidor público, estou retomando os estudos para me tornar Auditor de Controle Externo.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Gustavo: Para os concursos dos cargos de Contabilidade, eu comecei a estudar no ano de 2017, pois antes disso eu estudava para concursos da área administrativa, por acreditar que eram mais vagas e, assim, mais fácil de passar.
Em 2017, mudei minha estratégia e decidi fazer concursos para minha área de formação. Foi quando consegui minha primeira aprovação, em novembro de 2017, no concurso do Hemocentro.
Em meados de Março de 2018, iniciei meus estudos para a PMDF, com edital já publicado e prova marcada para Maio. Tive, então, cerca de 90 dias para me preparar para um concurso, com edital publicado, de uma área totalmente diferente da qual eu me formei e vinha me dedicando, tendo que interromper os estudos para CONTADOR da ABIN. Mas alcancei o êxito, pois o material e a estratégia que utilizei supriu minhas necessidades e encurtou meu caminho para assimilar o conteúdo a tempo.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Gustavo: Durante um certo período, eu estudava apenas as matérias da minha área de formação, pois precisava realmente me especializar para conseguir estar entre os primeiros. Estudava no trabalho lendo PDF e resolvendo exercícios, e revisava em casa e aos finais de semana, mas com uma carga horária menor que quando estudava para algum concurso com edital já publicado.
Minha estratégia para manter disciplina em estudar sem edital publicado, sempre foi manter uma planilha com os horários bem definidos das minhas atividades diárias, com um cronograma semanal, separando meus horários de estudo, trabalho, lazer, atividade física e igreja. Sendo que desses, o único que eu não poderia procrastinar eram meus horários de estudos, colocando como “penalidade” que cada horário não cumprido seria um horário a menos de lazer na semana. Isso me incentivou a manter uma rotina que, ao chegar no final da semana, estaria livre para ter meus
momentos de lazer. Mas, mesmo assim, não era fácil. É preciso regular alimentação, sono e, principalmente, se adaptar aos imprevistos. Por várias vezes eu não tive direito ao lazer no final de semana, pois o trabalho ou outros compromissos inadiáveis não me permitiram estudar com qualidade durante a semana.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Gustavo: Inicialmente, eu fiz alguns cursos presenciais. Neles eu posso afirmar que aprendi o “feijão com arroz”, ou seja, me deram apenas uma noção básica das disciplinas, insuficiente para alcançar a aprovação.
Posteriormente, estudei por materiais em PDF e, apenas em algumas disciplinas, utilizei vídeos no modo acelerado.
Considero como vantagem dos cursos presenciais, apenas para os iniciantes, as dúvidas que você pode tirar diretamente com o professor e as discussões em salas de aula. Porém são vantagens que hoje temos também nas plataformas online, como nos fóruns e nas salas privativas com alunos que inclusive já foram aprovados.
A desvantagem dos cursos presenciais consiste no custo que você tem de tempo e de recursos. Os deslocamento que você precisa fazer, o tempo que passa se arrumando para ir a aula, etc, enquanto você poderia estudar em casa sem gastar nada além do material em si, e no seu ritmo próprio. Quando você compartilha uma sala de aula, você também compartilha o ritmo de estudos com todos à sua volta. Ou eles podem te atrasar, ou podem estar muito à frente de você.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Gustavo: Conheci o Estratégia Concursos por meio das propagandas na internet. Cheguei a utilizar materiais de outros cursos, mas considero que o Estratégia Concursos possui a melhor plataforma para estudar e a melhor metodologia. Todos os PDF possuem um padrão, que você pode encontrar a teoria, exercícios comentados e a revisão, no mínimo. Os outros cursos não têm um padrão certo, cada aula e cada professor elabora seu material como bem entende. Como sou uma pessoa um pouco metódica, gostei do padrão Estratégia somada à qualidade de ensino dos professores.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Gustavo: Desde o início e até o dia da prova, esse é um ponto que muitos têm dificuldade. Muitas vezes é mais fácil aprender a matéria em si, do que aprender a se organizar para estudar. A minha estratégia foi verticalizar o edital (se tiver publicado, ou utilizar o Edital passado), e dividir em níveis de dificuldade (para mim), e em percentual de cobrança, formando, assim, blocos de matérias e assuntos os quais iriam representar a maior parte de questões da minha prova.
Eu nunca fechei um edital antes de fazer a prova, mas sempre procurei aprender o máximo do que eu conseguia fechar e resolver muitos exercícios dos assuntos que mais caem em prova e constantemente se repetem. Eu dividia em bloco essencial, bloco intermediário e bloco não essencial. Assim, eu procurava estudar a teoria do bloco essencial todo. Logo após, pulava para a teoria do bloco intermediário e mantinha revisões + exercícios do bloco essencial. E, por final, pulava para o bloco não essencial, mantendo revisões + exercícios dos outros dois blocos anteriores.
Quanto à quantidade de horas de estudos, depende também da matéria e de como eu a estudava. Quando estava em revisão e exercícios, tentava resolver em média 100 questões de cada matéria. Quando estudava a teoria, estabelecia um limite de no máximo 2 horas para cada matéria. Com o passar do tempo, eu percebi que a quantidade de horas estudadas não interessava muito, mas sim a qualidade dos seus estudos. Mas, mesmo assim, tentava manter uma média de 30 horas semanais, sendo de 4 a 6 horas diárias, sem edital na praça. Com edital publicado, a meta sempre foi: além das 30 horas, utilizar todo o tempo disponível para aprender algo, como por exemplo: no trajeto de casa ao trabalho, em vez de ouvir música, ouvir uma aula.
Meu resumos consistiam em: quando estudava a teoria de uma matéria nova, fazia um resumo geral do PDF, em tópicos, tentando não ultrapassar mais de 2 páginas frente e verso de resumo. Quando estudava uma matéria que tinha feito o resumo antes, eu apenas os relia e fazia os exercícios, acrescentando nos meus resumos todos os meus erros das questões. Assim, ao final, meus resumos tinham toda a teoria e os itens mais cobrados em prova que eu errei. Os que eu acertei, dependendo da importância da questão, eu também acrescentava aos resumos. Para organizar melhor, eu separei os resumos por matéria e assunto, em uma pasta. Por exemplo: escrevia no topo da folha “DIREITO ADMINISTRATIVO – ATOS ADMINISTRATIVOS” e aí vinha a teoria em tópicos bem resumidos, e logo ao final escrevia “OBSERVAÇÕES IMPORTANTES” que eram os pontos importantes que eu encontrava e anotava ao resolver as questões dessa matéria e desse assunto.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Gustavo: Por ser mais acostumado a lidar com números, eu tive um pouco de dificuldade com disciplinas mais subjetivas, como administração. Foi uma matéria que eu tive que traçar uma estratégia diferenciada para conseguir aumentar meus acertos em questões. No início, eu tentava ler todas as teorias, de todos os autores, e absorver tudo, mas é humanamente impossível. Comecei a perceber, então, que geralmente as provas cobram alguns pontos comuns dos autores ou alguns pontos específicos de cada um, e coloquei essas observações nos meus resumos.
Além disso, comecei a tratar a matéria de uma forma mais genérica, do que os assuntos específicos, como por exemplo: Administração gerencial: considera que a burocracia não é boa e que a administração pública deve ser aproximar mais da iniciativa privada. Então, tudo que vinha na questão que dizia o contrário, eu já marcava errado. E ainda busquei pela técnica de “palavras-chave”, ou seja, para cada assunto, em vez de tentar decorar a teoria, eu decorava palavras-chave, para buscar essas palavras no mesmo enunciado. Foi assim que gabaritei a disciplina de Arquivologia no MPU 2018, sem estudar a teoria, apenas com revisão de um material que tinha do ano de 2016, com palavras-chave, ou seja, dois anos sem ver a matéria.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Gustavo: Eu aprendi que os últimos 15 a 20 dias que antecedem a prova são dias que eu já tinha aprendido o que deveria aprender. É o momento de resolver o máximo de questões, no menor tempo possível. Não que antes eu não resolvia questões, mas agora era o momento exclusivo das questões.
Então, minha estratégia foi tentar fechar pelo menos o “bloco essencial e intermediário” até 20 dias antes da prova e apenas ler os resumos e resolver questões comentadas, anotando o percentual de acerto de cada matéria e tentando fechar os gap’s. Geralmente eu só descanso quando chego da prova. Tiro 1 semana de folga e então retomo os estudos no ritmo pré-edital (menos intenso).
Mas nem sempre esse planejamento ocorre como deveria. Na verdade eu nunca consigo fechar 100% como deveria os blocos, mas mesmo assim parto do princípio que fechar 80% é melhor que 70%, e por aí vai.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Gustavo: Eu sou uma pessoa que não sabia escrever muito bem. Lembro-me que no ensino médio, fiz uma redação para uma oficina e ouvi as seguintes palavras da professora: “onde você estudava? Lá eles não ensinavam a fazer redação não?”. Isso me despertou a vontade de aprender a escrever, independentemente se eu teria estudado numa escola pública ou privada. E assim aconteceu. Eu me esforcei na escola para subir minha média e aprendi a escrever melhor.
Quando comecei a estudar para concurso, descobri que eu não escrevia ruim, mas o método era insuficiente. Então tive reaprender a escrever conforme exigido pelo examinador. Assim, eu investi em cursos específicos de redação e busquei treinar com correção do professor no período pós-edital. Além disso, busquei estar sempre atualizado com os principais acontecimentos no Brasil e no mundo, lendo jornais e vendo as aulas de atualidades dos professores.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS.
Gustavo: Apesar de parecer estranho, o meu maior acerto foi errar e o meu maior erro foi achar que estava certo. Por muitas vezes, eu subestimei disciplinas que pareciam ser fáceis, e na hora da prova foram justamente elas que acabaram me desclassificando. Outrora eu me angustiei por não alcançar um percentual satisfatório de acertos em questões nos estudos, mas me surpreendi quando na hora da prova lembrei-me de todos os erros, e assim pude acertar. O mérito das minhas aprovações são os meus erros. Estudar da maneira errada me ajudou a encontrar a maneira certa. Resolver provas da maneira errada me ajudou a encontrar a maneira certa.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Gustavo: O mais difícil era não ter certeza de nada sobre o amanhã. Era passar meses estudando para um certame, e reprovar, e ter recomeçar tudo novamente sem saber se o próximo daria certo.
Eu pensei em desistir várias vezes. Pensei em abrir uma loja de roupas, em abrir um escritório de contabilidade, mas no fundo eu sabia que quanto mais eu cavava mais perto do tesouro eu chegava. Confesso que cheguei a falar para mim mesmo em 2018: “se eu não passar esse ano, eu aponto meu foco para a iniciativa privada”. Mas acho que mesmo tendo falado isso, eu não mudaria, ou mudaria por um momento, mas depois eu voltaria a estudar para concurso, que é o que eu vejo acontecer com a maioria das pessoas que desistem.
O segredo é acreditar que cada dia que você estuda, é um dia a menos de estudo, umas questões a mais de acerto, é um dia a menos de espera. A hora certa sempre chega. Não perde a luta quem não passa, mas perde a luta aquele que desiste.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Gustavo: Por ora, minha motivação era apenas financeira. Depois eu comecei a pensar mais na segurança e no conforto meu e da minha futura família. Hoje a minha motivação está num propósito maior, de autorrealização próprio e social. Ser servidor público vai muito além de um emprego. É “servir ao público”. Cuidar da sociedade, colaborar para um bem comum e não apenas visar o lucro pessoal. É ter a consciência de que precisamos tornar o Brasil melhor, por meio dos serviços que o Estado oferece ao cidadão.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Gustavo: Eu aconselharia focar nos seguintes pontos:
1º – Busque ajuda para encurtar seu caminho. Se eu tivesse um profissional ou materiais bons desde o início, creio que teria alcançado melhores resultados em menos tempo;
2º – NÃO DESISTA! Eu pensei em desistir justamente no ano que eu passei. Se eu tivesse desistido, teria largado tudo faltando 1% para chegar lá. Então, quando pensar em desistir, lembre-se que talvez você esteja a 1% do resultado;
3º – Não se compare com os outros, mas busque a estratégia certa que se adeque a você! A minha estratégia envolve fatores subjetivos e objetivos que funcionaram para mim, mas podem não funcionar para outras pessoas. Portanto, é muito importante que você se conheça e elabore sua estratégia de aprovação baseado nas suas condições e necessidades.
Texto Pessoal
Sempre tive o sonho de ser servidor público, desde quando estudava no ensino médio. Portanto, resolvi cursar uma graduação que abrisse uma gama de oportunidades satisfatória no serviço público. Em 2010, estudei para o vestibular da UNB e passei, na 3ª tentativa. Nunca fui um aluno exemplar na faculdade, pelo contrário, cheguei a reprovar até 2 vezes algumas disciplinas e ficar atrasado em relação aos meus colegas de curso.
Durante minha graduação, fiz algumas provas de concursos mas nunca consegui ser aprovado, pois tinha dificuldade em conciliar trabalho, faculdade e estudos para concurso. Cursei 4 anos e me formei em 2014.
No final de 2015 iniciei, de fato, minha preparação para concursos públicos, mas sem orientação e acreditando que os cursinho presenciais seriam a melhor opção naquele momento.
Assim, eu me matriculei em alguns cursos presenciais locais e fiz algumas provas, como STJ 2015, ANVISA 2016, entre outras. Também não obtive êxito com essa metodologia. Então, resolvi investir nos cursos online do Estratégia Concursos, em 2017. Foi o ano em que fiz algumas provas voltadas para o meu cargo de formação e obtive minhas primeiras aprovações (Hemocentro 2017).
Nessa época eu trabalhava numa empresa privada como recepcionista, prestando serviços ao TRF, e tinha que conciliar meu trabalho com os estudos e também com a igreja. Estudava por meio do material online em PDF quando dava tempo no trabalho, e ouvia áudios das videoaulas quando não podia ler o PDF. Em casa, ao chegar do trabalho, eu resolvia exercícios e revisava o máximo que conseguia.
Em 2018, insatisfeito com meu emprego e com as reprovações, resolvi mudar meu foco para um concurso que tivesse mais vagas. Foi quando decidi estudar para o concurso da PMDF, já com edital publicado, e tive 3 meses para me preparar para a prova. Como eu já tinha grande parte dos conhecimentos básicos de bagagem, foquei nos conhecimentos específicos. Acordava às 5h da manhã para estudar e estudava também no trabalho, inclusive horário de almoço, e de noite revisava em casa. Tirei férias para estudar e, assim, com uma estratégia bem elaborada, consegui assimilar as matérias de conhecimentos específicos o suficiente para conseguir aprovação e ir às demais etapas do concurso.
Na metade de 2018, focado agora no teste físico da PMDF, o qual tinha alcançando a pontuação suficiente, fiz a prova da Secretaria de Saúde do Distrito Federal para os cargos de técnicos em contabilidade e para Contador, apenas com a “bagagem acumulada” que eu já tinha. A propósito, eu nem iria fazer essa prova, pois já tinha um tempo que não estudava contabilidade, mas, para a minha surpresa, passei nos dois cargos, dentro das vagas (10 para cada cargo), 6º lugar para Técnico em Contabilidade e 4º lugar para Contador. Também consegui aprovação no cargo de Técnico em Contabilidade, no Conselho Federal de Medicina (11º).
Porém, como não havia previsão de nomeação desses concursos da área contábil, continuei meu treinamento para o teste físico da PMDF. Consegui um lugar para treinar natação durante meu horário de almoço no trabalho e treinava 1 hora e meia, das duas horas que tinha de almoço, (eu não sabia nadar), e treinava os demais exercícios de noite e aos finais de semana.
Em setembro de 2018, fiz o TAF da PMDF e consegui ser aprovado para a próxima etapa. E, em outubro, fiz a prova do MPU, o qual tinha me inscrito, mas não tive tempo de estudar, pois meu foco estava na PMDF. Porém, eu tinha todos os resumos dos concursos anteriores que estudei pelo material do ESTRATÉGIA, e em uma semana tentei revisar e resolver algumas questões, que acreditei não ser suficiente. Fiz a prova e, novamente para a minha surpresa, também fui aprovado, na colocação 26º para cotas no DF (365º universal), somando minha 5ª aprovação desde que adotei a metodologia correta, que funcionara para mim, nos estudos.
Tomei posse no cargo de Contador da Secretaria de Saúde do DF, um dos que eu não estudei especificamente para ele, um dos que eu menos imaginava passar, e o cargo com um dos maiores salários e possibilidade de crescimento em relação aos outros. Consegui aumentar em mais de 4x o meu salário, comparado ao que ganhava na iniciativa privada, o que me permitiu ter independência financeira e focar no meu cargo final dos sonhos (Auditor de Controle).
Entendi que nunca saberemos a porta que nos aguarda. Acredito que todas elas estão abertas. Eu achava que, pelo esforço e pela forma como as coisas vinham dando certo, a minha porta de entrada seria a da PMDF, mas fui agraciado e surpreendido com a posse em um cargo na minha área de formação.