Aprovado no Concurso TJ MA
“O estudo e o conhecimento são o melhor investimento que uma pessoa pode fazer em si mesma. Além do compromisso, é importante que o candidato escolha bons materiais e esteja sempre estudando e se preparando, mesmo que não tenha um edital na praça. Uma vez que o edital desejado saiu, ou esteja na iminência de ser publicado, deve-se focar e dedicar bastante. Não é mais hora de métodos de estudo revolucionários. Não fique trocando de material; leia a lei, faça questões e acompanhe os informativos.”
Confira nossa entrevista com Jessé Alcantara Soares, aprovado no concurso do Tribunal de Justiça do Maranhão para o cargo de Analista Judiciário:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Jessé Soares: Meu nome é Jessé, sou natural de Teresina/PI, tenho 24 anos e sou formado em direito pela Universidade Federal do Piauí.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Jessé: Sempre quis ser servidor público. Muitas pessoas na minha família são servidores, de modo que eu sempre sonhei com um bom emprego, com remuneração digna e estabilidade na carreira.
Estratégia: Por que a área judiciária? Você tinha alguém na família que o inspirou, já tinha tido algum contato com a rotina dos fóruns, o que te fez estudar para esse concurso?
Jessé: Durante meus estudos, me dedicava exclusivamente à preparação para os concursos. Meus pais sempre me apoiaram nessa decisão. Cheguei a deixar bons estágios no final do curso para me dedicar exclusivamente aos estudos para concurso. Até deixei os estudos acadêmicos um pouco de lado, o que não recomendo, mas naquele momento meu foco era 100% nos concursos.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Jessé: Num primeiro momento optei por estudar para procuradorias e foquei totalmente nisso. Mas logo me deparei com a triste realidade dos concursos no nosso país: poucos certames, com cada vez menos vagas, provas sempre mais difíceis e o nível dos candidatos cada vez mais alto. E isso me assustou, confesso.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Jessé: Cheguei a ser aprovado em três provas: procurador do município de São José do Rio Preto/SP (38 lugar), analista judicial no TJ/MA (14 lugar), e minha melhor colocação, que foi para Advogado do Banco de Brasília (5 lugar), onde trabalho atualmente.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Jessé: Minha vida social durante a fase de estudos ficou um pouco prejudicada. Deixei o videogame totalmente de lado e quase não saía mais com meus amigos. As únicas interações que não abri mão foram participar das atividades na minha igreja, especialmente aos domingos, e ver minha namorada algumas vezes ao longo da semana. Precisamos renunciar a algumas coisas, mas não é saudável abdicar completamente do convívio social.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Jessé: Tenho uma namorada linda, a Beatriz, que sempre me apoia. Além disso, tenho um irmão incrível, o Vitor, e pais maravilhosos, que nunca mediram esforços para me ajudar em tudo, Carla e Davi. Minha maior bênção é a família que tenho, sem dúvidas.
Meus pais, especialmente, sempre se dedicaram muito a mim e meu irmão. Fizeram questão que estudássemos em boas escolas. Ao longo da graduação, me ajudaram com livros e materiais que precisei. Depois, me ajudaram com os custos das viagens para realizar as provas. Ou seja, sem eles nada disso seria possível!
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior? (Se esse ainda não é o concurso dos seus sonhos, se possível, citar qual é se pretende continuar se preparando para alcançar esse objetivo)
Jessé: Estudar focado numa área é importante, mas o concurseiro precisa ser flexível: temos visto algumas carreiras serem esquecidas, como aquela que eu almejava (advocacia pública). De 2019 pra cá não tivemos nenhuma PGE! E na área federal é pior ainda: desde 2015! Outras áreas, como magistratura, MP e carreiras policiais sentiram um impacto menor. Nesse sentido, eu vejo que o candidato a uma vaga na área pública precisa ser estratégico: escolher uma carreira que ele deseja, mas estar aberto às mudanças que podem surgir ao longo da jornada.
Mas especialmente quando o concurso não é muito diferente da sua área de interesse, ou quando a prova vai ser aplicada na sua cidade, não custa nada tentar! No TJMA mesmo, eu quase não me inscrevi! E depois, quase não fui fazer a prova! E o mais engraçado é que eu só fui porque um amigo me ofereceu uma carona (morava em Teresina e a prova seria aplicada em Caxias/MA, a uns 70 km de distância). Mas no meio da estrada o pneu furou e o estepe estava seco (vacilo nosso). Ou seja, eu nem tinha estudado e ainda passamos por um aperto desses! E durante a prova, um terço das questões eram de conhecimentos não jurídicos, e eu não sabia muito de organização judiciária estadual, informática e história e geografia do Maranhão! Mas fui muito bem na parte de conhecimentos jurídicos e na discursiva, então acabou compensando. Além do mais, quase perdi o prazo de inscrição da prova!
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Jessé: Estudei para advocacia pública por um ano e meio até ser aprovado no Banco de Brasília (BRB). Três semanas depois fiz a prova no TJMA e também fui aprovado, mas não estudava para tribunais.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Jessé: Comecei a estudar sem focar em nenhum edital: queria primeiro formar uma base. Depois de uns oito meses estudando, fiz a primeira prova (PGM João Pessoa), e fiquei na primeira fase por cinco questões. Só fui fazer outra prova seis meses depois (PGM Curitiba). Estudei muito, mas fiquei por oito questões! Fiquei arrasado. Mas continuei estudando: consegui passar na primeira fase nas PGM Poá/SP, Valinhos/SP e PGM São José do Rio Preto. Mas em maio de 2019 saiu o edital que virou minha obsessão: advogado do Banco de Brasília. O salário era bom, a cidade é incrível (e o melhor é que tenho família em Brasília), mas tinha um porém: algumas matérias eram bem específicas e só tinha uma vaga. A prova era no dia 8 de setembro, então eu tinha quase quatro meses para me preparar. Estudei muito, comprei um curso no Estratégia, que me ajudou muito, e orava todos os dias, pedindo a Deus esse milagre. Já tinha passado em três primeiras fases de advocacia pública, porém nunca tinha ido muito bem nas discursivas. Mas estudei bastante e fiz a prova! No dia anterior inclusive, pedi para meu tio me levar no jogo do Flamengo que teve aqui em Brasília, contra o Avaí/SC. Foi o primeiro jogo que assisti do meu time de coração! No dia seguinte fui fazer a prova. Ainda tinha algumas inseguranças, mas estava convicto de que dei o meu melhor. Quando terminei o teste, fiquei um pouco triste: sabia que tinha errado algumas coisas. E ainda me enrolei um pouco com o tempo. Eram 60 questões e duas redações! E tudo isso em cinco horas de prova! Mas entreguei para Deus e saí. Do lado de fora da faculdade onde o certame foi aplicado, comprei um lanche e tentei me consolar: “outras provas virão, não posso me abater!”. Eu não estava muito confiante. Mas, para minha surpresa, o resultado saiu dois meses depois e eu estava em quinto lugar! E meu nome saiu no diário oficial no dia 31 de janeiro de 2020! Logo na primeira chamada o banco chamou os oito primeiros, e eu realizava meu grande sonho!
O curioso é que três semanas depois do BRB foi a prova do TJMA. Além dessa aventura toda para chegar em Caxias, eu também saí meio triste da prova, achando que não ia dar pra mim. Mas alguns meses depois saiu o resultado final e eu estava não apenas na lista de aprovados, mas dentro das vagas! Setembro de 2019 foi um mês incrivelmente especial pra mim! Minha convocação no TJMA saiu no diário oficial no dia 13 de fevereiro, mas ainda não pudemos tomar posse em razão da pandemia.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Jessé: Conheci o Estratégia assim que comecei a estudar pra concurso: todos os meus conhecidos falavam muito do curso, especialmente dos PDFs, que, realmente, são sensacionais! Comprei e compraria de novo, com certeza! E recomendo!
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Jessé: Usei as videoaulas e os PDFs do Estratégia. Ambos são muito bons! A videoaula eu recomendo pra quem ainda é novo ou inseguro em um assunto. Se você já está à vontade com a matéria, vá para o PDF. E se quer só revisar, vá direto para as questões! Elas são selecionadas criteriosamente e muito bem avaliadas!
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Jessé: A memorização dos conteúdos é realmente um baita desafio: tanto assunto, tantos prazos, tantos conceitos! Minha estratégia era a seguinte: primeiro eu lia o assunto para entendê-lo em termos gerais. Depois eu lia a lei seca e fazia algumas questões. Então eu partia para outro assunto. Tempos depois, eu precisava rever aquele assunto, mas agora já mais focado nos detalhes e nas nuances. Importante: a “decoreba” era mais na segunda leitura (revisão). Não conseguia assimilar um volume muito grande de informações de uma vez, sabe? A revisão é fundamental! Não tem como assimilar vários assuntos de várias matérias com uma única leitura! E claro, ler muita jurisprudência, muitaaa lei seca e muitas questões!
No começo eu fazia muitos resumos, mas parei: perdia muito tempo e não conseguia assimilar tudo: ficava muito dependente dos meus papéis. Passei a anotar pegadinhas repetidas, ou detalhes importantes, nos cantos dos livros da doutrina que eu usava. Quando ia revisar, lia basicamente essas anotações e a lei seca.
Em média, eu ficava umas oito horas por dia sentado com os livros abertos. Mas não passava tanto tempo assim efetivamente estudando. Logo, posso dizer que eu estudava umas cinco a cinco horas e meia líquidas por dia, exceto aos domingos, que é um dia sagrado pra mim: igreja, ficar com a família e ver minha namorada!
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Jessé: As matérias que eu mais gostava eram exatamente as que eu mais estudava, logo, as que eu mais dominava. Nessa mesma lógica, as disciplinas que eu tive menos contato, como trabalho e previdenciário, são justamente aquelas que eu tenho mais dificuldade. Eu tentava, na medida do possível, não encarar as matérias como uma “dificuldade”, mas como um desafio, uma barreira que eu queria muito transpor e que logo eu realmente conseguiria! E foi assim que eu passei a gostar de algumas matérias que, durante a graduação, eu não havia me identificado muito, como administrativo e ambiental.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Jessé: Sobre a minha preparação, posso apontar alguns acertos, mas também alguns erros. O maior acerto, com certeza, é o esforço e a dedicação. O estudo e o conhecimento são o melhor investimento que uma pessoa pode fazer em si mesma. Além do compromisso, é importante que o candidato escolha bons materiais e esteja sempre estudando e se preparando, mesmo que não tenha um edital na praça. Uma vez que o edital desejado saiu, ou esteja na iminência de ser publicado, deve-se focar e dedicar bastante. Não é mais hora de métodos de estudo revolucionários. Não fique trocando de material; leia a lei, faça questões e acompanhe os informativos.
Um erro que cometi especificamente no TJMA foi negligenciar as matérias não jurídicas. Sou neto de maranhense e leio bastante sobre o estado de Coelho Neto, Aluísio de Azevedo e Gonçalves Dias, mas questões de concurso muitas vezes não medem conhecimento, propriamente. As bancas precisam selecionar candidatos, e você precisa entender isso. Analise as provas passadas, procure as pegadinhas clássicas da banca. Nunca imaginei que fossem perguntar o tamanho da área ocupada pela bacia hidrográfica do rio Pindaré, mas cobraram e eu errei! Perdi um ponto precioso, que poderia ter custado caro!
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, o que te motivou a seguir em frente?
Jessé: O mais difícil na minha caminhada até a aprovação foi a autocobrança. Eu exigia tanto de mim, que sentia, em alguns momentos, estar chegando ao meu limite. O equilíbrio emocional é fundamental. Muitos concurseiros se cobram tanto, que acabam se frustrando profundamente. Algumas coisas não dependem exclusivamente de nós. A cobrança exagerada nos impede de apreciar as pequenas belezas e as pequenas conquistas da vida. Faça sua parte, se esforce, mas não seja seu próprio inimigo. Se motivar e se cobrar é diferente de se sabotar emocionalmente.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados(as)?
Jessé: A sensação ao ver meu nome na lista de aprovados foi maravilhosa, uma miríade de emoções. Saber que meu objetivo foi alcançado foi um alívio muito grande, além de alegria e vontade de compartilhar minha vitória com o mundo. As duas aprovações, no BRB e no TJMA, na verdade, foram bem próximas uma da outra, então pude comemorar em dobro! Mas acima de tudo, sou grato ao meu bom Deus e à minha família.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Jessé: Por fim, o que eu aconselho a todos que sonham com o concurso público é: concurso não é prova de cem metros rasos, é maratona! Se trata de pequenos esforços diários, mas consistentes, e não de sprints ocasionais. Se esforce, se dedique, todos os dias! Aos pouquinhos, degrau por degrau, você chega onde quiser! E nunca desista!!!
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Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Mande um e-mail para: [email protected]
Até a próxima,
Jéssica Vasconcelos ;)