Aprovado no concurso ISS Uberlândia
“Não espere o sucesso surgir antes da preparação. No que diz respeito à disciplina, ao planejamento e ao resultado, não existe meio-termo. Ou você faz uma coisa bem-feita, ou não a faz”
Confira nossa entrevista com Raphael Rabelo Parreira, aprovado em 1º lugar no concurso ISS Uberlândia nos cargos de Auditor Fiscal Tributário e Oficial Administrativo:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Raphael Rabelo Parreira: Tenho 26 anos, sou formado em Engenharia Mecânica e sou de Uberlândia-MG.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Raphael: Eu comecei a estudar já no meu último período da faculdade, porque via uma desvalorização muito grande na engenharia. Achava muito injusto pessoas altamente capacitadas serem contratadas para desempenhar funções para cargos que sequer exigiam essa formação, trabalhando durante jornadas extensíssimas e recebendo uma remuneração bem aquém da merecida.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Raphael: Tirando o começo e o final dos estudos, a minha dedicação foi integral. Conciliei o último período da engenharia com o começo dos meus estudos para concursos e, no final da minha preparação, enquanto esperava o resultado definitivo dos concursos em que fui aprovado, já estava trabalhando no Estratégia.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Raphael: Estes foram meus principais (bons) resultados:
1º lugar – Auditor Fiscal – Uberlândia (8.161 candidatos)
1º lugar – Oficial Administrativo – Uberlândia (16.679 candidatos)
19º lugar – Auditor Fiscal – São José dos Campos
40º lugar – Auditor Fiscal – Franca
47º lugar – Auditor Fiscal – Campo Grande
66º lugar – Auditor Fiscal – Manaus
Obviamente, isso não traduz exatamente todos os meus resultados. Houve muitos (péssimos) outros antes desses. E não sei você, mas eu já cometi umas burradas históricas. Por exemplo, eu sempre achei que o formato discursivo fosse minha praia. Sempre gostei de escrever. Pasmem: eu, engenheiro, já ganhei um concurso de redação e até mandei bem na prova aberta para o cargo de auditor fiscal de São José dos Campos (86%).
Daí, na prova de Manaus, quando vi que cairia discursiva, o primeiro pensamento foi :“ÓTIMO, É AGORA QUE EU ‘SE’ CONSAGRO!”. Porém, o “pequeno” detalhe que não levei em consideração, foi que a discursiva seria sobre temas de legislação, diferentemente da de São José dos Campos.
E aí, eu, engenheiro, confiante, embora nada fluente em “juridiquês”, fui para a prova me achando uma releitura de Better call Saul ou Suits. Resultado: levei um sacode enorme e desperdicei uma boa colocação que tinha conseguido na objetiva, caindo 22 posições.
“Ah, mas depois teve a prova discursiva do ISS São José do Rio Preto… que sorte que você aprendeu a lição e mudou o curso da sua vida dessa vez!”
Negativo. Eu, como bom concurseiro iniciante, com muito ego e poucos resultados, achei que a banca tinha sido injusta comigo em Manaus e foquei meus estudos só para a objetiva, de novo. Adivinha?! A FCC corrigiu os textos com um rigor enorme, fazendo um “cara-crachá” com a lei e eu tomei um sacode ainda mais histórico, sendo desclassificado por não conseguir os mínimos:
- Auditor Fiscal – Manaus
Antes da discursiva: 44º lugar
Depois da discursiva: 66º lugar
- Auditor Fiscal – São José do Rio Preto
Antes da discursiva: 32º lugar
Depois da discursiva: “Xau e bença”
Já depois de aprovado, me aventurei em uma prova de mestrado na UFU em que foram cobrados assuntos que já tinha estudado durante minha preparação para os concursos da área fiscal e consegui resultados muito bons, mesmo sem estudar especificamente para ela. Para você ver como o resto vira fichinha depois que você está voando em concursos de alto nível:
99,72% – Teste Anpad
94% – Redação em Língua Portuguesa (PROFLIN)
Esses exemplos servem para mostrar que eu tenho muito mais pra falar sobre minhas falhas do que sobre meus acertos e, embora a maioria da galera que é aprovada fique a maior parte do tempo bradando suas vitórias, é assim para todo mundo. Existe muito mais coisa para ser dita sobre o fracasso, ele é muito mais interessante do que o sucesso.
Então, meu conselho é: aprenda de verdade com suas burradas. Além de boas histórias, elas vão te render sua aprovação
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Raphael: É até difícil colocar em palavras. Aliás, acho que o que mais bem descreve é “indescritível” (rs).
Depois de ter prestado 13 concursos, viajado o Brasil de norte a sul para fazer provas (quase literalmente: não fui do Oiapoque ao Chuí, mas fui para POA e para Manaus, duas vezes cada), eu tinha sido aprovado em PRIMEIRO lugar em DOIS concursos que aconteceram no MESMO dia, sendo que um deles era para o cargo que eu SEMPRE sonhei, para trabalhar na MINHA cidade. Dá até vontade de começar tudo de novo só pra sentir mais uma vez esse gostinho de ver o nome na lista de aprovados (#sqn, rs).
O engraçado no mundo dos concursos é que o resultado não necessariamente vem em degraus curtos. Quando finalmente se está competitivo, toda prova é uma oportunidade de se ficar dentro das vagas, ou mesmo em primeiro lugar.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Raphael: Eu sempre tentei ser bastante pragmático com o cumprimento das minhas metas. Se eu conseguisse fazer o que eu estipulava durante a semana, tirava sexta e sábado à noite e o domingo inteiro para sair com os amigos, ficar com a família e ver a namorada. Quando eu não conseguia, não tinha conversa: era botar a cara no material o domingão inteiro para pagar aquelas horas que eu devia.
Mas, como todo mundo, eu tive dias muito ruins. Dias que minha cabeça estava a mil por problemas pessoais, familiares, por pressão, ansiedade, medos… Todo mundo passa por isso, em maiores ou menores graus.
Concurseiros, auditores, juízes, oficiais… Todo mundo tem seus dias ruins. Nesses dias, eu tentei cuidar de mim e recomendo a você que lê isso que faça o mesmo.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Raphael: Eu namoro, moro com meus pais e não tenho filhos. Está aí boa parte dos meus privilégios. Tenho uma sorte absurda de ter uma família que me apoiou em tudo: financeiramente, moralmente e até não fazendo tanto barulho quando eu precisava estudar.
Entendo que essa é uma sorte rara, que muitos dos meus colegas não tiveram. Admiro imensamente quem estuda com o filho no quarto ao lado chamando para brincar ou quem precisa ficar acordado de madrugada para conseguir cumprir as metas de estudo. Nem imagino o quão mais difícil deve ser.
No fim das contas, não se deve medir o sucesso pela posição que a pessoa alcançou na vida, mas pelos obstáculos que ela teve de superar enquanto tentava ser bem-sucedida. Por isso, tenho alguns projetos para ajudar os concurseiros, principalmente aqueles que não têm a mesma sorte que eu tive, a estudarem mais eficientemente.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Raphael: Eu tenho bastante convicção que temos que escolher uma área específica, o mais cedo possível, e remar em direção a ela com todas as nossas energias. No meu caso, foi a área fiscal. Mas, veja bem, isso não quer dizer que não podemos prestar concursos diferentes daqueles em que miramos, inclusive recomendo fortemente que faça isso.
Eu prestei 13 concursos em 12 meses. Sim, foi muito cansativo, porém valeu a pena. Mas não se engane: cada decisão de prova que fiz foi bastante refletida e estudada, levando em consideração as matérias a serem cobradas, o número de vagas, a minha familiaridade com as disciplinas, o meu desempenho nos conteúdos àquela época, e por aí vai. Ah, e eu nunca dividi o foco entre duas provas, sempre que dois ou mais editais coincidiam, eu escolhia apenas um para focar e fazia os outros “no talento”.
Estrategia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Raphael: Para a área fiscal, estudei durante 2 anos e 3 meses. Para o concurso de Auditor Fiscal de Uberlândia, 3 semanas.
Lembra que eu falei que não conciliava editais?! O meu “concurso alvo”, nessa época foi, na verdade, o Sefaz DF. Mas, como sou de Uberlândia e tinha uma vontade enorme de continuar morando aqui, além de a carreira ser atrativa, abri uma exceção e conciliei um pouco os editais.
Então, os motivos de não focar no ISS Uberlândia foram mais técnicos do que emocionais:
- Era uma prova muito enxuta, com apenas 50 questões, o que valoriza bastante o efeito da variância nos resultados;
- Havia apenas 6 matérias no edital: quem já estudou mais de 15 disciplinas diferentes e está mandando bem no percentual de acertos das questões sonha com concursos mais robustos, que façam jus a todas aquelas horas investidas;
- Uma das disciplinas cobradas era atualidades: dispensa comentários. Quem já fez prova dessa matéria sabe o quão ingrato é o estudo dela;
- A banca organizadora (Fundep) era pequena e sem expressão na área fiscal, o que tornava mais difícil mapeá-la e preparar-se para ela;
- O conteúdo que seria cobrado na Sefaz DF era bem mais extenso, abarcando boa parte do conteúdo da prova de Uberlândia. Então, ao estudar para a sefaz DF, estaria me preparando, também, para o ISS Uberlândia.
- Por último, a banca Cespe, organizadora da Sefaz DF, tinha muitas semelhanças com o estilo de cobrança da Fundep, o que também me garantiria algum “know-how” para fazer a prova de Uberlândia.
Enfim, decidi deixar apenas 3 semanas para estudar a legislação específica de Uberlândia e colocar todo o restante das minhas fichas no concurso da Sefaz DF.
O resto é história: a Fundep pegou pesado em Contabilidade, em uma prova extremamente conceitual e cheia de peguinhas. O que me garantiu o primeiro lugar nos dois cargos que prestei?! O estudo que havia feito para a Cespe, banca que aplicaria o concurso da Sefaz DF algumas semanas depois.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Raphael: Estudei sem edital durante o meu primeiro ano de estudos, já que não houve editais atrativos para mim. Para manter a disciplina, gostava muito de ler depoimento dos aprovados alguns dias antes de dormir. Era sensacional ver que nem só “aliens” eram aprovados em concursos grandes.
Além disso, como eu sabia que não estava preparado ainda, eu queria é que os editais demorassem a sair mesmo. Um erro muito comum é o concurseiro esperar os editais começarem a surgir para estudar mais seriamente.
Se você fizer isso, provavelmente, quando começar a ficar competitivo, a onda de concursos já terá passado. Mais vale estudar muito enquanto as provas estão escassas para aproveitar ao máximo quando a situação dos concursos melhorar.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Raphael: Usei como base PDFs e site de questões. Acredito que sejam a melhor opção por serem mais focados para provas de concursos. Livros são bons, mas o conteúdo é muito extenso e acabam sendo menos eficientes. Como temos que estudar uma quantidade imensa de conteúdo, acredito que não valham a pena, a não ser para serem usados como consulta ou em casos pontuais.
Também gostava de usar videoaulas para aprender algum conteúdo que tinha mais dificuldade ou para escutar o áudio enquanto fazia academia (hoje em dia há o Estratégia Cast para isso, que é mais adequado).
Nunca fiz aulas presenciais e não recomendo. Perde-se tempo no deslocamento, o ritmo delas é rígido e não personalizável e, normalmente, são mais caras do que os materiais digitais. Hoje em dia é muito mais fácil estudar com os melhores professores do Brasil sem sair de casa. Já se foi o tempo em que os concurseiros precisavam de mudar de cidade se quisessem ter aulas com eles.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Raphael: Conheci logo no dia em que decidi começar a estudar, ao procurar informações sobre concursos públicos. Fazendo uma pesquisa rápida no Google, foi o primeiro site que vi. Assisti a alguns vídeos do Estratégia no YouTube, que me ajudaram a entender melhor como os concursos funcionavam e a decidir para qual área estudar.
Também li uma série de relatos de aprovados que estudaram com o ele. Costumo dizer que o Estratégia Concursos me deu o caminho das pedras, eu estava completamente perdido antes de conhecê-lo.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Raphael: Realmente, a quantidade de conteúdo que se tem que aprender e, muitas vezes, decorar é o que mais me assustou no início dos estudos. Desde o início, eu adotei o método de estudos por ciclos.
CICLO SEFAZ DF
| 1h | 1h | 1h | 1h | 1h | 1h | 1h | 1h | 1h | 1h |
| LTE | LTE | LTE | LTE | LTM | LTM | LTM | AUD | AUD | AUD |
| 1h | 1h | 1h | 1h | 1h | 1h | 1h | 1h | 1h | 1h |
| AUD | AUD | CGA | CGA | CGA | CGA | TRIB | TRIB | TRIB | TRIB |
| 1h | 1h | 1h | 1h | 1h | 1h | 1h | 1h | 1h | 1h |
| PORT | ECO | FIN | FIN | CASP | CASP | DAD | DAD | TI | TI |
| 30min | 30min | 30min | 1h | 1h | 1h | 1h | |||
| EMP | PEN | CIV | MAT | TRIB | DFIN | DFIN |
Esse foi o meu último ciclo de estudos da minha carreira de concurseiro, então já estava em um nível avançado. Mas a ideia do ciclo não muda muito, a grande diferença é que se deve começar apenas com aquelas matérias que você aproveitará para a maior parte dos concursos da área que irá prestar, ou seja, nada de estudar matérias muito específicas antes de terminar as do ciclo básico. No meu caso (área fiscal), eram seis: direito administrativo, direito constitucional, português, raciocínio lógico, contabilidade e direito tributário.
E é assim que eu faço o ciclo: pego o edital, calculo a partir dele qual o peso percentual da matéria em relação ao total de pontos da prova e essa proporção servirá de base para saber qual a carga horária colocar em cada disciplina.
Eu digo “de base” porque nunca a uso como uma regra pronta. Sempre há́ matérias que temos mais facilidade e, por isso, devemos diminuir a carga horária e matérias que têm pesos ínfimos, mas precisamos de uma carga horária grande, afinal, para passar nas provas mais concorridas de hoje, não dá pra ficar escolhendo o que estudar, tem que estar voando baixo em tudo. Quanto mais experiência se adquire, mais fácil é fazer esse ajuste.
Depois que eu completava os estudos em uma matéria, diminuía a carga horária dela, revisava-a basicamente com exercícios e adicionava uma nova disciplina no ciclo.
Sobre as revisões, eu comecei fazendo-as depois de 24 horas, 7 dias e 30 dias de estudar o conteúdo, relendo os grifos que fazia. Depois de alcançar um certo nível de maturidade e de autoconhecimento nos estudos, comecei a focar mais na resolução de exercícios do que na leitura, em muitas circunstâncias.
Quanto à minha carga horária de estudos, ela variou muito conforme os meses. No início, mal consegui estudar 3 a 4 horas por dia, mesmo tendo o dia todo disponível. Com o passar do tempo, conheci o meu limite e aprendi a lidar com ele. Assim, consegui expandi-lo aos poucos.
Na fase avançada, conseguia manter, em média, 8 horas de estudos de segunda a sexta e 4 horas no sábado. O domingo, teoricamente, seria um dia de descanso, mas, muitíssimas vezes, eu o usava para pagar horas que deveria ter estudado durante a semana.
Sobre os resumos, só comecei a fazê-los quando já estava muito avançado nas matérias, para anotar os pontos mais decorebas e aqueles que tinha mais dificuldade. Quando estamos nas fases iniciais/intermediárias esse processo de resumir não tem um custo-benefício tão bom, porque eles ficam muito extensos, já que ainda temos muito a aprender.
Ah, e eu nunca fui fã de resumos à mão, por serem de difícil atualização, não serem práticos para consultas (não podemos usar a maravilha do CTRL + F) e exigirem muito tempo para serem confeccionados. Por isso, fazia-os em um aplicativo específico para isso.
Estrategia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Raphael: Como todo bom estudante da área de exatas, eu tive bastante dificuldade em algumas matérias de direito, principalmente Direito Constitucional. Quando comecei a estudar, nem sabia que a Constituição Federal tinha sido promulgada em 1988.
Para contornar essa falha, eu aumentei a carga horária nessa disciplina e foquei bastante na resolução de exercícios, anotando as decorebas e pontos mais difíceis e relendo-os frequentemente.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Raphael: Na semana da prova, eu gosto de diminuir o ritmo e focar bastante em tentar manter aquelas decorebas na memória de curto prazo. Há coisas que a gente não vai aprender nunca, seja porque o conteúdo é complexo demais para valer a pena entendê-lo, seja porque realmente é algo que não se pode aprender, apenas decorar (como alíquotas, datas, prazos, etc).
Para esses casos, ficar relendo os resumos nos dias que antecedem a prova ajuda muito. Na véspera da prova, eu ficava ansioso se não estudasse nada, então preferia dar uma lida nos resumos, mas em um ritmo beeeem tranquilo.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS.
Raphael: Com certeza houve erros em minha preparação. Um deles, como disse anteriormente, foi não dar a devida atenção às provas discursivas. Saber o conteúdo e ser bom de escrita, por si só, não nos garante uma boa nota. Assim como as provas objetivas, as discursivas exigem treino e repetição.
Outro erro foi ficar “bitolado” com os estudos. Meditar ao acordar era algo que me fazia muito bem, mas abri mão disso para ganhar uns 20 minutos a mais de estudo. Sinceramente, o custo-benefício não valeu a pena.
O meu maior acerto foi a perseverança. Eu fui reprovado 11 vezes em 12 meses. Isso quer dizer, em média, quase 1 tapa na cara por mês. Tive 11 oportunidades para desistir, mas escolhi seguir firme, é algo de que me orgulho.
Outro grande acerto foi conseguir entender as “regras do jogo” e me adaptar a elas. Não adianta reclamar que os concursos são injustos ou que as provas não medem conhecimento. Quem se adapta mais rapidamente, sai na frente. Quando se entende o que deve ser feito, como deve ser feito e qual a quantidade de energia que deve ser aportada em cada tarefa, os resultados, invariavelmente, aparecem.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Raphael: Não considerei, realmente, desistir, mas tiveram momentos em que fiquei bastante desanimado. Ao começar a estudar, esperava que fosse aprovado em 1 ano, no máximo. Mas não é assim que os concursos funcionam.
Diferentemente dos vestibulares, que podemos prever quantas vagas terão por ano, quais as matérias que serão cobradas e quando serão as provas, os concursos públicos são imprevisíveis. E romper essa barreira de prazo limite que eu havia estipulado e aceitar que a minha preparação seria mais longa foi bem difícil.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Raphael: Foi entender que estudar deve ter um fim em vista, pois ele não é um fim em si mesmo. Por mais que você goste de estudar, aprender não é prazeroso naquele exato momento em que se aprende, mas somente quando aplicamos o conhecimento e temos alguma recompensa por isso, como, por exemplo, formar na faculdade, acertar uma questão difícil ou conseguir a aprovação no concurso dos sonhos.
Sabendo disso, podemos trapacear o nosso cérebro para nos mantermos mais motivados durante aqueles dias de estudo mais sofridos. Como?! Estando atento ao nosso progresso e comemorando pequenos resultados diários para que ativemos aquela recompensa do “fim dos estudos”. Monitore o seu progresso de acertos nas questões e comemore a cada percentual aumentado e a cada matéria complicada entendida.
Ter uma grande motivação é excelente para sair da inércia e começar um projeto, mas são essas pequenas doses de motivação diárias que nos levam a ficar milhares de horas focados em um objetivo e a alcançar grandes conquistas.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Raphael: Não importa se você não era o primeiro da sala ou se nem chegava perto disso, eu também não fui. Ser aprovado em concursos públicos não exige genialidade ou uma super memória, mas, acima de tudo, método e repetição. Confie em você, tenha um bom planejamento e o execute, que a aprovação será decorrência lógica do seu esforço.
Portanto, não espere o sucesso surgir antes da preparação. No que diz respeito à disciplina, ao planejamento e ao resultado, não existe meio-termo. Ou você faz uma coisa bem-feita, ou não a faz.
Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Mande um e-mail para: [email protected]
Um abraço,
Thaís Mendes