Aprovado no concurso TRF 4
“Afirmo que vale muito a pena. Ser reprovado em vários, é super normal. Anormal é passar de primeira. Reprovação não significa fracasso, significa experiência”
Confira nossa entrevista com Marcelo Daemon de Oliveira Guimarães, aprovado em 1° lugar no concurso TRF 4 para o cargo de Técnico Judiciário especialidade Segurança e Transporte:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Marcelo Daemon de Oliveira Guimaraes: Sou formado em letras – português literatura, tenho 40 anos e sou carioca.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Marcelo: Comecei a estudar para concurso público com 18 anos de idade (meu primeiro concurso foi para a Caixa Econômica Federal). Nem cheguei perto de ser aprovado. Eu não sabia estudar para concurso.
Trabalhei em loteria, papelaria, c&a, Lojas Americanas, farmácia e sempre me incomodou o fato de não saber se no dia seguinte estaria empregado ou não. Diferente do serviço público, que oferece uma estabilidade ao servidor. Então desde cedo desejei um cargo público.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Marcelo: Fui reprovado na grande maioria dos concursos que fiz. Minha primeira aprovação foi em 2005 ou 2006 (não recordo o ano com certeza), em 4° lugar para o cargo de Fiscal de Posturas de Iguaba-RJ, mas eram somente 3 vagas.
Logo após essa aprovação, veio outra para Inspetor Penitenciário da SEAP (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do RJ). Minha colocação foi 144° lugar no concurso. Fui nomeado e trabalhei por 11 anos (de 2006 a 2017). A minha aprovação na SEAR-RJ devo ao meu pai e minha mãe, que na época me deram a oportunidade de ficar em casa, trancado no quarto só estudando, sem precisar trabalhar.
Em 2015, decidi morar no Rio Grande do Sul com minha esposa e meu enteado, que são gaúchos. Tentei concurso para Secretário de Diligências do MP-RS, no qual fiquei em trigésimo para a região de Campos Altos de Cima da Serra, mas sem muita chance de ser nomeado, devido ao histórico de chamar poucos aprovados.
Quando fiz a prova de Secretário de Diligências do MP, o concurso da SUSEPE-RS já estava com o edital na praça, aí pensei: “será que nasci para trabalhar em cadeia?! (kkkk). Vamos tentar, afinal o trabalho eu já conheço”. Não deu outra, fui aprovado em 135°. Minha mudança do RJ para o RS ocorreu final de 2017, para realizar o curso de formação de Agente Penitenciário, hoje Polícia Penal, no qual eu já trabalhava há 11 anos.
Em junho de 2019, um amigo também da SUSEPE, me avisou do concurso de Segurança e Transporte do TRF4, que estava com o edital aberto. Eu tinha 1 mês e meio para a prova caso quisesse tentar, mas como faria agora (casado) para estudar? Eu estava acostumado morando com meus pais, não tinha uma rotina de casado e com filho. Uma das grandes vantagens de adquirir experiência com estudos para concursos é se conhecer, saber como você rende melhor, saber seu ritmo de estudo e eu sei que preciso de muitas horas por dia para ter chance de ser aprovado. Como conciliar a vida de casado e um ritmo de aproximadamente 12 horas de estudo por dia?
Chamei minha mulher para conversar e falei que estava pensando em fazer outro concurso, mas que ia precisar do apoio dela. Ela perguntou que tipo de apoio e a proposta era que todas as tarefas da casa e tudo mais ficariam com ela e eu estudaria o dia inteiro, trancado no quarto, quando não estivesse de plantão (saía do quarto somente para ir ao banheiro, almoçar e jantar). Ela concordou, mas acho que não acreditou que eu ficaria trancado no quarto o dia todo até a véspera da prova.
Assim como devo aos meus pais minhas aprovações na SEAP-RJ e SUSEPE-RS, devo a minha esposa e ao meu enteado a aprovação em segundo lugar no TRF4. Após o TAF (Teste de Aptidão Física), fui para o primeiro lugar no cargo de Técnico Judiciário especialidade Segurança e Transporte.
Fui aprovado em vários concursos, mas classificado nas vagas foram poucos. Passei também em 27° lugar para Agente da Polícia Civil de Santa Catarina em 2011. Mas acabei não assumindo, continuei na SEAP-RJ.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Marcelo: Esforço, sacrifício, abdicação de convívio social, investimento… Um único instante já torna válida toda a dificuldade passada. Esse instante é a sensação ao ver o nome na lista de aprovados/classificados. É a sensação da vitória de uma batalha tua consigo mesmo. É o certificado de que você aprendeu a estudar para concurso. Você não é um gênio, você simplesmente aprendeu a jogar o jogo do concurso público, usando técnicas imprescindíveis de acordo com as regras do jogo. E como eu faço para aprender essas técnicas? Elas caem do céu? Não! Disciplina, insistência e esforço (DIE. Você precisa se matar no DIE – kkk). Aliados aos melhores professores, tem como resultado o sucesso. DIE + professores tops é igual aprovação. Eu adoro quando escuto alguém falando que já fez 5 concursos e que não dá mais para ele.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Marcelo: Fazer outros concursos, com foco diferente daquele que realmente é seu objetivo? Cada um sabe da sua realidade, de seus pormenores em relação as suas escolhas e sonhos. Porém, uma opção muito boa para quem quer entrar no serviço público para ter tempo e dinheiro para estudar, são os cargos de segurança pública do poder executivo (Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Penal e Guarda Municipal). Por quê?
Como eu disse acima, tempo e dinheiro! Esses cargos se dão em escala de plantão então, dependendo, terá em média uns 3 dias de folga. Não ficará rico, porém ganhará mais que muitos cargos privados e terá condições de investir em um curso bom para concurso. Na iniciativa privada trabalhará de segunda a sexta, quiçá sábado.
As instituições de Segurança Pública citadas acima, geralmente chamam bastante aprovados. Muitas vezes basta fazer 50 por cento de acerto da prova para ser nomeado. Muitos concurseiros utilizam um cargo da Segurança Pública como “trampolim”, para ter tempo e dinheiro para estudar para o que realmente almeja. É uma ótima opção!
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Marcelo: Para o concurso do TRF4 2019, eu utilizei 2 cursos de conhecimentos específicos I e II do Estratégia, próprios para o TRF4, com videoaulas e PDFs. Também resolvi muitas questões e as últimas provas da banca FCC. Acredito que a minha decisão mais acertada, foi investir no curso de estudo de caso (prova discursiva) do Estratégia, com resolução de 6 estudos de caso. Sem dúvidas foi o meu maior acerto em relação a curso.
Tirei 3 e 4 nos meus primeiros estudos de caso enviados para correção, ou seja, de que adiantaria acertar 56 questões de 60 na objetiva e tirar notas péssimas nas discursivas? Com certeza eu teria reprovado se não tivesse investido no curso de estudo de caso.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Marcelo: Faz muito tempo que conheço o Estratégia. Não lembro qual ano ou qual concurso utilizei pela primeira vez. Só sei que o PDF, as videoaulas e os professores são extremamente confiáveis.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Marcelo: Realmente são muitos assuntos para memorizar, isso configura uma dificuldade clara dos concursandos. Acredito que as experiências são muito relevantes. Fiz vários concursos na minha vida, contei até 26 provas, depois perdi a conta. Devo ter tentado uns trinta e poucos concursos. Essa experiência de estudo por muitos anos, me deu a vantagem de não estudar direito administrativo, constitucional e nem raciocínio lógico matemático. Essas disciplinas mencionadas contaram com 10 questões na prova, das quais acertei 8.
Eu estudava, normalmente, duas matérias por dia. Lia a teoria por algumas horas, depois resolvia várias questões correspondentes a teoria estudada. Não fazia resumo, fazia “cola”. O resumo, apesar do significado da palavra, é muito grande. A “cola” é o resumo resumido.
Acredito que a leitura, releitura da teoria e exercícios devam acontecer de forma natural e lógica: você só vai para os exercícios depois de já ter lido a teoria e voltar na teoria quando erra o exercício.
Meu plano de estudos se resume a anotar de maneira rápida e bem básica o que eu estudei em cada dia da semana e, com isso, procuro não ficar muitos dias sem ler a mesma matéria. A releitura é o alicerce do concursando. O concursando só se aproxima da perfeição com a incansável repetição.
Sou da SUSEPE-RS e trabalho em escala de plantão. Dá uns 8 dias por mês de trabalho, nos outros 22 dias eu estudava uma média de 12 horas por dia.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Marcelo: Tive dificuldade nos estudos de caso, talvez porque não são muitos concursos que cobram discursiva. Eu consegui superar essa dificuldade praticando. Escrevendo e escrevendo de novo e de novo, até um dia antes da prova. Seguindo as propostas de resolução de situações problema orientadas pelo Estratégia.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Marcelo: A véspera da prova é sempre dia de estudo, pode até ser um estudo mais leve, uma revisão.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Marcelo: Apesar do desgaste do estudo, cansaço, autocobrança e tudo mais, não pensei em momento algum em desistir. Afinal, se não fosse aprovado, seria mais um concurso tentado (kkkk).
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Marcelo: A ideia de proporcionar uma vida melhor para minha família (que tanto me apoia e me ama) é minha maior motivação!
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Marcelo: A quem está iniciando no mundo dos concursos públicos, eu afirmo que vale muito a pena. Ser reprovado em vários, é super normal. Anormal é passar de primeira. Reprovação não significa fracasso, significa experiência. Por fim, não tente provar sua capacidade para os outros afinal, quando você for aprovado, é a sua vida que vai mudar. Faça por você!
Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Mande um e-mail para: [email protected]
Um abraço,
Thaís Mendes