Aprovado no concurso TCE-MG

“No dia do resultado final, eu me recordo de olhar para trás e ver todos os concursos prestados, todas as vezes que eu não fui nomeado, as vezes que eu era o próximo da lista e o concurso não se prorrogou. Naquele momento, eu tive a certeza de que se queremos algo na vida, não podemos parar até alcançar…Depois da posse, uma nova vida se inicia com mais tranquilidade financeira e uma gama de coisas novas e interessantes para aprender. Tenha certeza: a vista depois de nomeado é espetacular”

Confira nossa entrevista com Alex Lopes de Freitas, aprovado em 3º lugar no concurso TCE-MG como Analista de Controle Externo – Ciências Contábeis:

Estratégia Concursos: Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é? 

Alex Lopes de Freitas: Sou formado em Ciências Contábeis pela Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí, tenho 30 anos e sou de Paranavaí – PR.

Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?

Alex: No final da faculdade, uma amiga estava estudando para um concurso. Ela comentou comigo, mostrou os materiais, como estudava e as possibilidades do serviço público. Eu gostei da ideia e comecei a dar os primeiros passos rumo à carreira pública.

Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso? 

Alex: Eu sempre trabalhei. Logo após terminar a faculdade, eu trabalhava oito horas por dia em um escritório de contabilidade e estudava à noite para concurso. Na época, passei no concurso do Banco do Brasil e Correios, acabei assumindo o BB em 2012. Fiquei um tempo sem estudar e quando voltei, mantive a rotina anterior, isto é, trabalhar durante o dia e me dedicar aos concursos à noite.

Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?

Alex: Eu prestei muitos concursos, bati na trave em diversos. Comecei prestando TJ-PR, Correios e Banco do Brasil. Acabei sendo nomeado no BB, o qual me deu estabilidade financeira para continuar estudando. Desde então prestei vários, os quais fiquei no cadastro de reserva do BACEN, TCM-GO, TCE-SC, TCE-PR, Prefeitura de Londrina e TCE-SP.

BACEN, cerca de 100 vagas para área 4, fiquei em 189. Acho que nomearam até o 115 na época.

TCM-GO, 12 vagas, fiquei em 26 e nomearam até a posição 23 (com as desistências, eu seria o próximo a ser nomeado). Concurso não foi prorrogado.

TCE-SC, 12 vagas, fiquei em 21 e nomearam até a posição 14. Concurso sem cadastro de reserva.

TCE-PR, 3 vagas, fiquei em 33 e nomearam até a posição 28. Concurso não foi prorrogado.

Analista de Controle Interno da Prefeitura de Londrina (PR), 2 vagas, fiquei em 7, nomearam até a posição 6.

TCE-SP eu fiquei no cadastro de reserva, muito além das vagas.

TCE-MG, cargo de Analista de Controle Externo, 12 vagas, fiquei em 3º lugar. Nomeado (finalmente rs).

Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?

Alex: A primeira sensação foi de euforia e logo depois alívio. A aprovação dentro das vagas (depois de tantos resultados no cadastro de reserva) é emocionante. O alívio de um peso saindo das costas, saber que cada minuto investido estudando resultou na aprovação. No dia do resultado final, eu me recordo de olhar para trás e ver todos os concursos prestados, todas as vezes que eu não fui nomeado, as vezes que eu era o próximo da lista e o concurso não se prorrogou. Naquele momento eu tive a certeza de que se queremos algo na vida, não podemos parar até alcançar.

Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?

Alex: Não consegui ser radical. É claro, eu abri mão de muitos eventos e festas com amigos para continuar estudando. A palavra chave para mim, durante os estudos, era “equilíbrio”. Eu tentava equilibrar ao máximo trabalho, estudos e lazer. Se algum desses pilares estivesse sobrecarregado iria impactar de maneira desfavorável na minha vida. Então, tudo o que era relacionado ao trabalho eu resolvia no trabalho, os horários de estudos eram para estudar, logo eu não costumava receber amigos ou ficar em redes sociais (nem sempre conseguia) e quando era tempo de lazer eu nem queria falar de estudos. Já recusei formaturas e casamentos, pois sabia que isso iria extrapolar o meu tempo de lazer e impactar nos meus estudos. Já no pós-edital, eu era mais radical, aumentava o tempo de estudos, porém deixava algumas horas para lazer nos finais de semana, um filme ou uma saída à noite. Tentando sempre manter um mínimo de equilíbrio.

Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma? 

Alex: Sou solteiro, sem filhos. Na época em que estudava para o TCE-MG, eu morava com meus pais. Desde sempre eles apoiaram a minha decisão de estudar para concursos públicos. Na verdade, todos os meus familiares e amigos sabiam que eu estudava e respeitava. Aqueles que falavam que eu “só vivia estudando” eu nem dava muita atenção e com o tempo foram se afastando. O bom de morar com os pais é que eu não me preocupava com tarefas domésticas, ou seja, logo após o trabalho eu me trancava no meu quarto para estudar, as pausas geralmente eram para comer.

Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior? (Se esse ainda não é o concurso dos seus sonhos, se possível, citar qual é e se pretende continuar se preparando para alcançar esse objetivo)

Alex: Com certeza! Ao prestar outros concursos que não seja o objetivo final você praticará o que estudou. Alguns preferem fazer simulados, entretanto, a dinâmica do dia da prova é diferente. Além de testar seus conhecimentos, há também um teste de resistência, concentração e logística. Então sempre que tiver oportunidade de prestar um concurso, faça-o.

Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado? 

Alex: Para o TCE-MG eu estudei firme por cerca de quatro meses. Entretanto, eu já vinha estudando para área de controle desde 2015, então já tinha uma boa bagagem de conhecimento. Nesse ponto é importantíssimo o estudo pré-edital, uma vez que, depois que o edital é lançado, boa parte do tempo é direcionado para revisão e questões.

Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?

Alex: Desde o início da minha jornada nos concursos eu sempre soube da importância dos estudos pré-edital. Como eu já tinha definido que meu foco era área de controle, então estudava as matérias dessa área antes de qualquer edital. O meu método era simples: ciclo de estudos. Para manter a disciplina, eu estipulava uma carga horária diária durante a semana e um simulado no sábado. Domingo era dia livre, de lazer. Nesse ponto é importante destacar que o foco tem que ser diário, isto é, não adianta se preocupar muito com o futuro, o importante é focar em realizar a tarefa do dia.

Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos? 

Alex: Conheci o Estratégia na época em que estudava para o concurso do BACEN, por volta de 2013. Lembro de ter adquirido um pacote de matérias específicas para esse concurso.

Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?

Alex: Todo o meu estudo foi baseado em videoaulas e PDFs, dependia da matéria. No início eu estudava mais por videoaulas, já nos últimos anos usei somente material em PDF e os resumos que tinha feito. Eu cheguei a comprar alguns livros, mas confesso que nunca tive coragem de encará-los. O PDF tem uma leitura muito mais dinâmica e funcionou melhor para mim. Os meus resumos eram na verdade mapas mentais e anotações. Eu utilizava um programa para fazê-los. Depois de pronto, eu os imprimia e as informações adicionais eu ia anotando a mão mesmo.

Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?

Alex: Para o concurso do TCE-MG eu já tinha estudado praticamente toda a matéria antes do edital, então basicamente eu relia os resumos e fazia questões. As matérias específicas para o concurso, como Regimento Interno e Lei Orgânica do órgão, eu as imprimi e as reli algumas vezes. O meu planejamento era simples, de segunda à sexta eu tentava estudar cerca de quatro a cinco horas por dia e, nos finais de semana, eu fazia simulados. Eu organizava o meu sábado para fazer o simulado nos mesmos moldes do dia do concurso. Por exemplo, eu imprimia a prova de algum concurso anterior da área de controle, acordava às 7h da manhã, tomava café, e às 8h eu iniciava a resolução que ia até as 12h. Almoçava e às 13h eu retornava para segunda parte, até as 17h. Ficava isolado no quarto, levava água e alguma barrinha de cereal. Domingo eu corrigia a prova do sábado e treinava alguma discursiva.

Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?

Alex: Sempre gostei de exatas e tenho muita facilidade com números. Minha maior dificuldade era o português. Fiz curso em videoaula, li livro e estudei por PDF. Eu sabia que tinha que ter uma boa base para encarar as provas. Acho que o segredo para superar a dificuldade em qualquer matéria é resolver muitas questões, encontrar onde tem mais dificuldade, estudar esse assunto novamente e voltar a resolver mais questões. Quanto mais questões resolvemos, as dificuldades vão ficando menores.

Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?

Alex: O pós-edital foi basicamente reler resumos e resolver questões. Fazia cadernos com centenas de questões sobre determinado assunto. Depois de responder ele todo, eu voltava nas erradas até “zerar” o caderno. Na última semana eu só fiquei repassando resumos. Na véspera da prova foi dia de descanso. Acabei passeando por Belo Horizonte e dormindo cedo para acordar bem no outro dia e fazer a prova descansado.

Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve também a discursiva/redação. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?

Alex: Para resolver provas discursivas, eu aconselho treinar muito em casa. Pegar temas de provas anteriores e tentar resolver. A princípio é bem cansativo, não vêm ideias na cabeça. Entretanto, com o tempo vai se adquirindo prática e velocidade, pegando o jeito da banca. É sempre interessante também comparar o texto escrito com o padrão de resposta da banca.

Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?

Alex: Acho que o principal erro é ficar longos períodos sem estudar, pois o corpo se acostuma facilmente a ficar descansado e procrastinar os estudos. Acho que além de tentar estabelecer uma rotina, o meu maior acerto foi simular o dia da prova. Resolver várias provas anteriores como se fosse a prova real mesmo. Isso me deu tranquilidade no dia do concurso, visto que já tinha simulado aquele dia diversas vezes.

Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?

Alex: O mais difícil é manter a consistência nos estudos. Como descrito, já bati na trave diversas vezes, ficava sempre no “quase fui nomeado”. Entretanto, nunca cheguei a pensar em desistir. Na verdade, quando vinham pensamentos negativos, eu olhava para trás e via que já tinha trilhado um bom percurso e meus resultados estavam melhorando, eu não poderia parar no meio do caminho. Uma coisa é certa, eu não conseguiria se não tivesse me cercado de pessoas que buscavam o mesmo que eu. Sempre que eu estava parado, vinha algum amigo concurseiro e me puxava de volta rumo aos estudos e eu fazia o mesmo com eles.

Estratégia: Qual foi sua principal motivação? 

Alex: Diversas. Estabilidade financeira, ganhar bem, trabalhar numa área que me atraia, morar em outra cidade, morar sozinho.

Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!

Alex: “Se você tem disposição para correr o risco, a vista do outro lado é espetacular”. Vi essa frase uma vez assistindo a um episódio de Grey’s Anatomy. Estudar para concurso não é tarefa fácil. Exige dedicação, disciplina, abdicação e motivação constantes. Porém, depois da posse é como se tudo isso ficasse só na memória. Uma nova vida se inicia com mais tranquilidade financeira e uma gama de coisas novas e interessantes para aprender. Você muda de cidade, às vezes de estado, conhece novas pessoas, novos lugares, novos amigos. Vive novas experiência e se dá conta que se não tivesse se dedicado tanto, não sairia do lugar e não viveria essas experiências. Por isso, para quem está iniciando os estudos, eu aconselho a ler o máximo possível sobre concurso, órgãos públicos, carreiras.  Encontrar alguma carreira que te faça levantar todos os dias e estudar. Cercar-se de pessoa que buscam o mesmo que você – isso é muito importante para as horas de desânimo, pois só um concurseiro entende outro concurseiro. Mantenha o equilíbrio sempre e não desista na primeira queda, uma hora aprovação chega. E tenha certeza: a vista depois de nomeado é espetacular.