Aprovado no Concurso PRF (AM)
“Evite perder tempo com materiais ruins. Existem vários no mercado. Se você “perde” um tempo pesquisando, mas faz uma decisão assertiva, isso reflete, lá na frente, em sua preparação”.
Confira nossa entrevista com Thiago Tavares, aprovado em 1º lugar no concurso da PRF do Estado do Amazonas:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Qual sua idade? De onde você é? Qual sua formação?
Thiago Tavares: Bom dia, me chamo Thiago Aquino Assunção Tavares, tenho 31 anos, sou de Fortaleza e formado em Administração de Empresas pela UECE.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que escolheu a Polícia Rodoviária Federal?
Thiago: Eu tive uma desilusão com empresa privada. Além disso, a instabilidade de um serviço privado e a insegurança de poder realizar compromissos futuros, me fizeram avaliar o mundo dos concursos como a melhor decisão.
Eu tinha um sonho, quando adolescente, de ser policial. Estudando um pouco mais sobre a segurança pública, avaliei a PRF como a melhor instituição nessa área.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Thiago: Quando eu decidi sair da empresa privada, optei por somente estudar. Vendi meu carro para poder subsidiar meus estudos e me dediquei inteiramente ao concurso da PRF. Vivia e respirava o concurso. Me preparei tanto em conhecimento, quanto fisicamente.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Na PRF ficou em qual colocação?
Thiago: Fui aprovado em dois concursos: Agepen-CE e PRF. Agepen foi um concurso “trampolim”. A escala me permitia continuar estudando em ritmo pesado para PRF. Além disso, o edital da maioria dos concursos estaduais para área de segurança pública tem 60-70% de matérias afins.
Na PRF, eu fui o primeiro colocado do Estado do Amazonas.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados?
Thiago: É realmente indescritível. Quando você trabalha duro e árduo para atingir um objetivo, você realmente acredita que vai atingi-lo, mas nunca tem a certeza de quando.
Na minha caminhada até a aprovação, eu tive muitos desafios. Não tinha apoio da família e muitos dos amigos disseram que eu tomei uma péssima decisão em sair da iniciativa privada. Ver meu nome no DOU foi a consolidação de que TUDO valeu a pena, apesar de todas as incertezas que um concurseiro tem.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Thiago: Eu defendo um estudo saudável e sólido. Tudo que é feito com disciplina, foco e de forma saudável tende a dar certo. Não defendo nenhum tipo de radicalismo. O que defendo é evitar excessos que, de alguma forma, prejudiquem o seu planejamento de estudos, a sua rotina.
Eu saia. Eu bebia (socialmente). Tinha namorada e dava atenção à família. Alguns “amigos” naturalmente se distanciam de você. Os verdadeiros, ficam. Pode ter certeza disso!
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Thiago: Eu tinha uma namorada durante esse processo de estudos. É importante manter pessoas que te motivam perto de você.
Eu morava com meu irmão (também concurseiro na época, hoje é auditor fiscal de Rondônia), com minha mãe e uma tia.
No tocante a família, minha mãe nunca apoiou minha decisão de seguir na carreira policial. Meu irmão era imparcial, mesmo que, no fundo, ele quisesse realmente que eu mudasse para área de auditoria.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior? (Se esse ainda não é o concurso dos seus sonhos, se possível, citar qual é, se pretende continuar se preparando para alcançar esse objetivo)
Thiago: Olha, nem tudo se resume a dinheiro ou status. Se você é realizado como profissional, você vai prestar um serviço de excelência para a população. Agora se você passou unicamente por dinheiro, status ou outra finalidade, você será frustrado o resto da vida e/ou prestará um serviço de péssima qualidade.
Eu estou muito realizado na instituição. Pra mim, não há profissão mais nobre e completa do que PRF.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Thiago: 2 anos e 2 meses. Totalmente direcionado à PRF.
Estratégia: Durante a fase pré-edital, como fazia para manter a disciplina nos estudos?
Thiago: Todo concurseiro tem suas fases. É normal bater o desânimo quando o concurso não vem. É normal sentir que não está tão produtivo como antigamente. Realmente é difícil manter uma disciplina. É só você imaginar quantas pessoas desistem de academia, dieta e outras coisas que requer um grau de disciplina elevado.
Para me manter motivado, eu me rodeava de pessoas que tinham o mesmo sonho. Grupos em Telegram, Whatsapp. Pra onde eu olhava, eu via a PRF (protetor de tela do celular, do notebook, pôster no quarto, camisas…).
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens de cada um?
Thiago: Sempre utilizei dois recursos. Videoaula e PDF. Pra mim, um complementa o outro. Eu montava meus resumos em cima desses dois recursos e complementava com eventuais questões mais complexas e pouco cobradas.
A vantagem da videoaula é a facilidade de aprendizado. Os professores do Estratégia têm uma didática muito boa.
A vantagem do PDF é porque ele é completo. Você não precisa ficar indo atrás de livro A ou B para fazer seus resumos. Tudo que você precisava pra passar estava ali. Isso otimiza teu tempo de uma maneira surreal.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Thiago: Através de amigos de grupos de estudo. Além disso, estudei por outro cursinho que não tinha o mesmo nível de informações que o Estratégia disponibiliza hoje. Seu quadro de professores e materiais didáticos são imcoparáveis.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concurseiro é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Thiago: Como eu somente estudava, meu dia era dedicado a isso. Estudava em média 8h por dia e apenas duas disciplina. Sempre tive dificuldade em me concentrar, então um ciclo com muitas disciplinas por dia acabaria sendo improdutivo pro meu perfil.
Dividia a semana de forma que todas as disciplinas fossem contempladas pelo menos uma vez (isso incluía sábado e domingo).
Para não sacrificar minha família e meu relacionamento, colocava as disciplinas que eu tinha mais facilidade para estudar no final de semana como: Matemática e Física, pois eu estudava estas matérias apenas por questões. Também colocava Direitos Humanos e Ética nos fins de semana.
Sempre fiz resumos e aconselho. Tudo que eu precisava pra revisar estavam nos meus resumos. Quanto melhor for o seu poder de síntese, melhor será o seu resumo. Eu preferia perder tempo fazendo um resumo bem feito, do que ter o retrabalho de assistir uma nova videoaula daquele assunto ou ler um PDF novamente, porque deixei passar algo importante.
Fiz muitas questões. Acredito que mais de 30 mil nesses dois anos e dois meses de preparo. Pós-edital, eu fazia em torno de 500 por dia. Era certo ou errado, então era rapidinho. Fiz mais de 120 simulados nesse tempo de preparação. Na prova, foi surreal minha tranqüilidade em fazê-la. Óbvio que eu não tinha certeza que tinha passado, mas de tanto simular, parecia mais um simulado pra mim. Daí a importância de questões e simulados.
Eu sempre digo: mais importante do que ganhar conhecimento, é não perder o que já se adquiriu. Então eu sempre revisava, sempre! Eu fazia ciclos de revisões semanalmente.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Thiago: Não tem nenhuma disciplina por inteira que eu não gostasse, mas existiam assuntos que eu não gostava em determinadas disciplinas. Por exemplo: Atos, em Direito Administrativo.
Para superar, sempre que eu pegava na disciplina, eu revisava aquele tópico que eu tinha dificuldade.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana anterior à prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Thiago: Eu estava passando por um momento bem delicado antes da prova. Meu tio, irmão da minha mãe, estava internado com câncer. Vê-la sofrer, chorar, influiu drasticamente na minha rotina de estudos. Entretanto, aqui vai uma dica: tenha constância em tudo que você faz na vida. Por eu ter construído uma rotina bem feita, uma base bem feita, estar com minhas revisões em dia, me permitiu que eu passasse por essa fase sem muito desnível de rendimento.
Uma semana antes da prova, eu peguei o PDF do Estratégia, que até hoje eu tenho, e mais uma vez REVISEI.
Um dia antes da prova, eu fui pra um casamento na cidade que estava realizando a prova. Não era confiança. Eu acreditava que o que eu poderia ter feito até aquela data, já tinha sido feito.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Thiago: Vi muita gente boa rodando na redação. Também vi muita gente boa não podendo escolher o local que iria ficar dentro do Estado, por causa de pontos preciosos de redação. Concursos como este, que tem altíssima concorrência, um ou dois pontos fazem a diferença.
Eu sempre escrevia uma redação por semana. Com a evolução dos estudos e das notas, passei a fazer duas por mês.
Estratégia: Como foi sua preparação para o TAF? E como foi essa prova?
Thiago: Não adianta somente estudar pra prova e não se preparar para o físico. O TAF é o que mais reprova, depois da prova objetiva, óbvio. Tiveram estados em que o índice ficou em torno de 20 a 30% dos candidatos classificados para fase, reprovados.
Todo dia eu ia pra academia, exceto nos dias em que ela não abria. Eu não me preparei especificamente para os exercícios cobrados no TAF. Preparei meu físico para aguentar qualquer tipo de exercício. Treinava, claro, explosão muscular.
Quando eu me classifiquei para o TAF, passei a treinar especificamente para aquelas provas. Como meu condicionamento já estava bom, não tive grandes dificuldades.
Estratégia: Como foi participar do curso de formação? Teve dificuldade em algo? Alterou sua classificação?
Thiago: O concurso de policial é um pouco desgastante, pois tem várias fases. Você sempre acha que pode sair por algum deslize, até mesmo porque a banca não perdoa.
No curso de formação, tivemos várias provas práticas e teóricas. Tínhamos pouco tempo para estudar. Manhã e tarde, academia; à noite era cuidar de casa, janta, roupa e ESTUDAR. Tive dificuldade, principalmente, em conciliar os afazeres de casa com os estudos, e o pouco tempo que tínhamos para isso. É muita informação, muito conteúdo, para curto tempo.
Entretanto, as provas são justas. É cobrado o que você viu em sala de aula ou no treino prático. Você precisa nessa fase, mais uma vez, controlar seu psicológico e o nervosismo natural de uma avaliação.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Thiago: O maior erro foi não ter escolhido um material bom para estudo logo de começo. Conheci o Estratégia quando já estava com certo amadurecimento nos estudos. Evite perder tempo com materiais ruins. Existem vários no mercado. Se você “perde” um tempo pesquisando, mas faz uma decisão assertiva, isso reflete, lá na frente, em sua preparação.
Acho que o maior acerto foi não ter desistido. Mesmo com várias pessoas falando aquelas frases de sempre: “concurso é loteria, tu vai se arrepender de ter largado um emprego bom, se tu não passar vai fazer o que da vida…”. O maior acerto foi acreditar em mim e que era possível.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Thiago: Várias vezes bateu aquela incerteza. Será que vou passar de primeira? E aqueles que não desistiram estão estudando há mais tempo.
Seguir em frente não era uma opção. Era a ÚNICA alternativa. Eu não queria mais voltar pro mundo de incertezas da iniciativa privada. Não queria colocar meu futuro nas mãos de outras pessoas. Estudar só depende de você. Isso era o que me motivava.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Thiago: Minha maior motivação em estudar pra PRF sempre foi a de achar um sentido pra vida. Na PRF eu via isso. Eu me sinto útil como pessoa e como sociedade. Eu entrego inúmeros serviços. Eu salvo vidas, eu evito acidentes, eu resgato vidas, eu levo um bom dia caloroso pra uma pessoa que está cheia de problemas em casa, no trabalho. Realmente não existe um sentido mais nobre do que ajudar, na sua plenitude.
Estratégia: Como se sente hoje empossado no cargo para o qual se esforçou bastante para alcançá-lo?
Thiago: Realizado. Não é a toa que a Instituição só cresce em aceitação. É difícil você achar um policial rodoviário federal insatisfeito com a sua profissão.
Estratégia: O que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Thiago: Acredite em você, nos seus sonhos. Não seja e nem viva o sonhos dos outros, pois estes, amanhã, poderão não estar mais aqui, e você será frustrado para o resto da vida. Me doeu muito contrariar os desejos da minha mãe. Hoje, ela agradece por isso.