Aprovado no concurso da PRF (AC)
“Na época dos estudos, familiares me taxaram até de vagabundo, o filho que quer viver às custas dos pais, mas nada disso me abalou. Eu tinha um sonho e estava olhando nos olhos dele, sem tempo para críticas…”
Do campo para a Polícia Rodoviária Federal: Confira a emocionante história de superação de Francisco Willian Carvalho de Oliveira:

Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você. Você é formado(a) em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Francisco Willian Carvalho de Oliveira: Sou formado em tecnólogo de análise e desenvolvimento de sistemas, tenho 24 anos, sou de Rio Branco no Acre, no entanto, nasci e me criei no interior do Acre (zona rural).
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área policial?
Willian: O que me levou a estudar foi o fato de ter vontade de comer coisas diferentes e não ter condições financeiras para isso, ter vontade de ter uma casa própria e não poder comprar, ter vontade de ter um carro e não conseguir pagar, ter vontade de conhecer o Brasil (quem sabe o mundo) e jamais isso acontecer, entre outras coisas. Percebi que a única forma de conseguir realizar meu sonho era através dos estudos.
Quanto à área policial, foi mais por ‘vocação’. Desde pequeno já admirava os policiais, ainda mais uma polícia que tinha na rodovia que eu passava da colônia para a cidade e vice-versa, quando criança. Essa polícia era a PRF, daí a admiração pela polícia, sobretudo a PRF.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Willian: No início dos estudos para concurso (março de 2015), eu apenas estudava. Entretanto, quando comecei minha preparação exclusiva para a PRF (março de 2018), eu trabalhava na Defensoria Pública da União e estudava. Essa conciliação é complicada, mas não impossível. Ela se deu para mim através de muitas renúncias. Todos os meus dias da semana se voltavam apenas para trabalho, estudos e alguns treinos físicos para não pirar. Eu não tinha vida social e não saía para lugar nenhum. Como eu morava só, eu não fazia comida, sempre comprava para ter mais tempo para estudar. Meu ap era uma zona, rsrs, pois eu preferia focar nos estudos do que fazer qualquer outra coisa. Enfim, a conciliação se deu acordando mais cedo e dormindo mais tarde, abandonando toda a vida social, não indo visitar famíliares (raras as vezes que eu fui), e daí por diante.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Willian: Já fui aprovado nos seguintes concursos: CREA-AC; DPU; PM-AC; PC-AC e, por último, a PRF com o cargo de policial rodoviário federal, 2º colocado.
Estratégia: Qual foi a sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados na primeira fase do certame?
Willian: Sensação indescritível, rsrs. Você poder ver que todo o esforço e trabalho duro valeu a pena. Você poder ver que tudo o que abriu mão não se compara à conquista dos sonhos. A minha sensação foi de dever cumprido e gratificação por nunca pensar em desistir e sempre acreditar no meu potencial.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Willian: Você disse vida social?! “Nunca nem vi!” kkkk brincadeira… Digamos que a única socialidade que eu tinha era com minha família, já que eventualmente eu ia para a casa dos meus pais/irmãos. Outra coisa que eu fazia que me tirava do tédio eram exercícios físicos. Além disso, como eu acreditava que aquele concurso poderia ser o meu, já era um pré-treino para o TAF, rsrs.
Estratégia: você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Willian: Na época dos estudos para concurso, eu tinha uma namorada que me deixou logo no início da jornada kkkkk. Após isso, fiquei solteiro, e isso se perdurou até a aprovação no concurso da PRF. No momento estou em uma união estável. Não tenho filhos. Não morava e nem moro com meus pais. Exclusivamente meu pai e minha mãe entenderam sim, já outros familiares me taxaram até de vagabundo, o filho que quer viver às custas dos pais, mas nada disso me abalou. Eu tinha um sonho e estava olhando nos olhos dele, sem tempo para críticas menosprezadoras, ainda que de familiares. A forma que meus pais me apoiaram foi trabalhando na colônia (mexendo com horta) e mandando dinheiro pra mim na cidade, já que eu tinha que comprar o básico da alimentação e pagar aluguel e transporte de ônibus para ir a uma biblioteca pública.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior? (se esse ainda não é o concurso dos seus sonhos, se possível, citar qual é e se pretende continuar se preparando para alcançar esse objetivo).
Willian: Depende. Se você vir de uma família de renda baixa como eu, você deve dar passos curtos, ou seja, começar com concursos pequenos e fáceis. Eu sou exemplo disso, em 2015 eu não tinha dinheiro para nada, não tinha como pagar uma faculdade, não tinha como meus pais me manterem por um tempo indeterminado… Enfim, o dinheiro que meus pais me mandavam era contado para o necessário. Dessa forma, eu ralei para conseguir uma bolsa no ENEM e ser aprovado em um concurso pequeno, de forma urgente, e assim eu fiz. Consegui a bolsa no ENEM e fui aprovado no CREA-AC (salário de R$1.100,00 à época). Por outro lado, se você tiver condições financeiras suficientes para estudar por um tempo sem se preocupar com dinheiro, acho interessante focar no concurso dos sonhos e fazer concursos afins para ir treinando.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Willian: Direcionado ao concurso da PRF, estudei por 10 meses.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Willian: Sim, estudei sem ter edital na praça. Eu consegui manter a disciplina porque tenho algo que me faz ser determinado naquilo que eu planejo e sonho realizar. Outro fator importante foi a necessidade de estudar matérias que eu nunca tinha estudado e que o edital já estava na iminência de sair, ou seja, eu não podia vacilar. Além disso, eu sempre lembrava do porquê eu tinha que estudar, do porquê eu estava fazendo aquilo, do porquê eu comecei a estudar para concursos públicos.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Willian: Nunca usei aulas presenciais. Videoaulas só as do youtube, lá eu via as aulas do Estratégia e outros materiais que serviram de fonte.
Falando especificamente sobre minha preparação para o concurso da PRF, foi da seguinte forma: eu tinha 10 meses para estudar até a prova, então eu precisava ser ágil e prático. Como eu havia comprado um curso do Estratégia para o INSS de 2016, eu tinha ainda várias apostilas de várias matérias, então aproveitei todas. Quanto a outras matérias que eu não tinha conteúdo, eu partia para a lei seca, vídeos no youtube de um curso preparatório (desde que atendesse a minha necessidade), treinos com muitos simulados e realização de muitas, mas muitas questões mesmo. Na minha opinião, o que mais funcionou foi eu ter feito muitas questões. Em 10 meses, fiz mais de 20 mil questões.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Willian: Conheci o Estratégia Concursos por meio de vídeos no youtube e PDFs gratuitos que eles liberavam das matérias. Geralmente a aula era gratuita, assim, eu a estudava e comecei a gostar muito da didática.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso?
Willian: Então, não estudei todo o conteúdo do concurso (risos). Não estudei matemática nem física por falta de tempo, deixei essas questões em branco. Quanto aos outros conteúdos, confesso que não é fácil estudar um edital completo, ainda mais com muitas matérias, mas a melhor dica é começar a estudá-lo o quanto antes, pois é possível que você consiga ver tudo até o dia prova.
Estratégia: Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Se sim, quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Willian: Por dia, eu estudava em média, três matérias; mas tinham dias que eram duas, outros, quatro. Eu fazia resumo do básico. Focava 80% em exercícios. Montei meu plano de estudos de uma forma que não abdicasse matérias (com exceção das que eu decidi não estudar por falta de tempo). O meu plano de estudo me possibilitava adequar as disciplinas conforme a minha necessidade, como se fosse um ciclo de estudos. Nos dias que eu trabalhava, estudava de 6 a 7 horas líquidas. Nos dias de folga, de 9 a 14 horas líquidas; variava conforme meu cansaço.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Willian: Dificuldade em exatas (matemática e física). Eu não as estudei por falta de tempo, mas estava ciente de que isso poderia provocar minha reprovação e, se isso acontecesse, eu iria estudá-las e aprendê-las de qualquer jeito para outro certame. Não foi certo, e não aconselho a ninguém fazer o que eu fiz.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Willian: Na semana que antecedeu a prova, eu foquei em consertar meus erros e revisar. Revisei as questões que eu tinha errado em simulados, revisei o caderno de questões de erros que eu tinha montado, tentei pegar mais bizus de redações do que poderia cair como tema e revisei meus resumos escritos.
Na véspera de prova eu estudei sim, estudei resumos e questões, principalmente as que eu tinha errado. Além disso, assisti algumas aulas do Estratégia Concursos no Youtube nesse período.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Willian: Meu estudo para a discursiva se pautou em aulas no Youtube do Décio Terror. Ali peguei o norte da redação. Assisti todas as aulas gratuitas dele no Youtube, que são muito boas. Além disso, é importante ter alguém pra corrigir, assim, contratei um site de simulados e enviava minhas redações dos simulados para que eles corrigissem, esse detalhe também me ajudou a melhorar.
Estratégia: Como foi sua preparação para o TAF?
Willian: Uma das melhores fases (rsrs). Como eu já tinha feito outros TAFs (PM e PC), não foi difícil essa fase pra mim. A minha preparação se deu antes mesmo de ter edital aberto. Eu praticava com frequência exercícios físicos: correr, fazer barra, flexões, abdominais. Isso serve não só para o TAF, mas também para aliviar um pouco a rotina de estudos e manter um peso legal, pois se estiver gordo não consegue passar no TAF.
Estratégia: Se você tivesse que apontar erros em sua preparação (se é que houve), quais seriam?
Willian: Erros existiram apenas no início dos meus estudos para concurso, como não fazer simulados, ter um plano de estudo ruim e fazer poucos exercícios.
Estratégia: Diga-nos também quais foram os maiores acertos?
Willian: Os acertos vieram quando comecei os estudos para a PRF. São eles: fazer muitas questões, mas muitas mesmo; fazer muitos simulados; focar na redação; fazer um bom plano de estudo; ler muita lei seca e manter a constância nos estudos (não deixar de estudar nenhum dia, salvo quando for realmente impossível). Dos 10 meses, existiram apenas 2 dias em que foi realmente impossível estudar alguma coisa.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Willian: DESISTIR??? NUNCAAA!!! Nunca pensei em desistir! Uma das coisas mais difíceis era lidar com o sono (risos). Dormir de 4 a 5 horas por noite é horrível! Houve momentos em que ficava “viajando” e percebia que não estava mais aprendendo nada, assim, eu ia dormir e acordava somente após 15 horas de sono, kkkk.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Willian: Nunca ter dinheiro para comprar o que eu tinha vontade… Acho que isso foi uma das minhas principais motivações. Outro motivo, foi ter condições para ajudar meus pais quando eles precisarem de mim. E por último, mas não menos importante: Vestir a farda gloriosa da Polícia Rodoviária Federal!
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Willian: Para quem está iniciando, eu aconselho que essa pessoa olhe para sua própria realidade e veja o que está ao seu alcance no momento. Reflita sobre onde você está, onde você quer chegar e o que você precisa fazer para chegar lá. Após isso, dê seus passos conforme suas possibilidades. Não se importe com o tamanho dos passos, mas sim com suas firmezas. Mantenha a constância no seu projeto de vida, não perca o foco dele. Não pense em abrir mão dele, mas sim em alternativas que possam angariar a sua realização. Não deixe que a dificuldade seja motivo para te desanimar. Não esqueça o motivo que te faz lutar para conquistar o que almeja. Não deixe que coisas ou pessoas ignorantes te desanimem. Problemas aparecerão e você precisa estar maduro para aceitá-los e trabalhá-los. Não é fácil e nunca será. A regra é ser difícil, e isso faz parte do “show da vida”. Por fim, nunca desista daquilo que pode mudar a sua vida para melhor. Siga firme, guerreiro(a)!!! tmj ;)
Abraço @willian22oliveira (Instagram)
Confira outras entrevistas em:
Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação? Mande um e-mail para: [email protected]
Até uma próxima :)
Jéssica Vasconcelos.