Aprovado no concurso PC-PR
“Na verdade, o que eu posso falar é só que não tem muito segredo. É estudar muito, às vezes até não aguentar mais, mas saber que o esforço uma hora vai virar realização e que, quando a aprovação acontece, todos os momentos difíceis valem a pena”
Confira nossa entrevista com Diogo César Ribeiro, aprovado em 1º lugar no concurso PC-PR no cargo de Escrivão:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Qual sua idade? De onde você é? Qual sua formação?
Diogo César Ribeiro: Tenho 32 anos, sou formado em Publicidade e Propaganda, nasci em Curitiba-PR, onde vivo até hoje.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Diogo César: Eu já realizo concursos há um bom tempo, desde 2006. Como eu estava me aproximando da metade do meu curso na faculdade, com muita dificuldade de encontrar emprego – mesmo estágios, que remuneravam muito mal na época –, por não possuir experiência, decidi tentar concursos públicos. Consegui minha primeira nomeação no terceiro concurso que tentei, no Banco do Brasil, em 2007.
Estratégia: Por que escolheu a área policial? Tem algum parente policial que te inspirou?
Diogo César: Eu sempre gostei muito da ideia de ser policial. Quando era criança, os programas infantis e brinquedos com esse tema já eram os que eu mais gostava. Tenho alguns amigos na polícia, mas nenhum parente próximo.
Estratégia: O fato de lidar com o crime no dia a dia gerou algum tipo de medo em você ou em sua família?
Diogo César: A gente escuta muita coisa ruim todos os dias e tem ciência do perigo de atuar diretamente nessa área, então de vez em quando bate uma preocupação sim. Mas a satisfação de estar trabalhando em uma organização que objetiva combater o crime, combater o que está de errado, acaba falando mais alto.
Estratégia: Nesse concurso, eram três regiões para se inscrever. Como fez essa escolha? O que levou em consideração?
Diogo César: Como eu sempre vivi em Curitiba, achei melhor não fazer a inscrição para o interior, pra não precisar me afastar da minha família e dos meus amigos. Além disso, na capital tem uma variedade maior de delegacias especializadas do que na região metropolitana. Ainda não sei como vai ser depois da posse, mas de repente há a possibilidade de trabalhar em uma área que me interesse mais.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Diogo César: Eu sempre tive dificuldade de conciliar trabalho e estudo. Fiz um planejamento e pedi demissão do meu último emprego pra poder estudar com mais qualidade.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Em quais colocações?
Diogo César: Não lembro exatamente as colocações, mas, com nomeação, eu fui aprovado no Banco do Brasil (2007), Caixa (2010), UFPR (2018) e, agora, na PC-PR (2018). Ainda estou em cadastro de reserva nos concursos do TJ-RS (2017) e TJ-PR (2019).
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados?
Diogo César: É muito bom, não sei explicar direito. É uma mistura de felicidade, alívio e “dever cumprido”.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Diogo César: Eu passei a sair menos. Não saía mais com tanta frequência pra dar conta do planejamento de estudos. Tive sábados e domingos em que eu fiquei estudando até 10h, 11h da noite. Mas, de vez em quando, precisava sair também – espairecer, ver os amigos, conversar. Não cheguei a me isolar demais, não.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Diogo César: Meus pais sempre me apoiaram e me incentivaram a estudar. Eu sou solteiro, sem filhos e moro com eles. Mesmo tendo feito uma reserva econômica antes de sair do emprego – eu estava planejando mudar para um apartamento na época, mas cancelei a mudança e usei os recursos para poder voltar a estudar –, teria sido muito mais difícil conseguir me manter por tanto tempo estudando se não tivesse o suporte que eles me deram.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente do concurso que é realmente seu objetivo maior?
Diogo César: Isso é bem relativo. Eu acho que é necessário ter um foco, mas outros concursos, além de serem possíveis boas oportunidades, ajudam na preparação para o objetivo principal. Só tem que tomar cuidado pra não “atirar pra todos os lados” e acabar não se preparando adequadamente pra nenhum.
No momento, acho que eu vou dar um tempo com essa nomeação, que era meu objetivo até aqui. Ainda tenho meus objetivos pessoais e, no profissional, não decidi se vou focar algum outro concurso público ou tentar alguma coisa diferente, em outra área.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Diogo César: Eu estudei pouco tempo com direcionamento ao concurso da PC-PR, foram aproximadamente dois meses. É que eu já vinha, há quase dois anos, me preparando para o TJ-PR, que estava com o edital publicado, mas sem data marcada para a realização da prova. Nesse prazo, eu deixei de fazer alguns outros concursos, pra não perder o foco.
Quando eu soube do concurso da PC-PR, no dia da publicação do edital, eu decidi que iria fazer, porque sempre me interessei pela carreira policial. Por sorte, tinha muita matéria comum aos dois editais, aí eu usei o tempo restante para revisar os conteúdos que tinham mais peso e dar uma olhada nas matérias específicas da PC-PR.
Estratégia: Durante a fase pré-edital, como fazia para manter a disciplina nos estudos?
Diogo César: Como eu sempre iniciei minhas preparações após a publicação dos editais, não posso falar sobre isso. Mas, no tempo que pra mim foi mais difícil, quando o TJ-PR passou a adiar a aplicação da prova sem fornecer qualquer previsão, uma das coisas que me mantiveram focado foi saber que eu estaria bem adiantado em relação a quem não estava estudando.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens de cada um?
Diogo César: Eu inicio o ciclo de estudo pelas videoaulas, que permitem atingir um conteúdo maior em menos tempo. Enquanto estou assistindo, vou realizando anotações. Depois, eu reviso com base no que anotei e, sempre que vejo a necessidade de me aprofundar em algum assunto específico, recorro ao material em PDF, que é mais completo.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Diogo César: Em 2015, tentei um concurso para o cargo de técnico em segurança e transporte. Pesquisando no Google, o único curso que eu encontrei com material de estudo para a parte específica daquele edital foi o Estratégia. Acabei reprovando no TAF.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concurseiro é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Diogo César: Na verdade, eu nunca consegui estudar toda a matéria de um concurso. Alguma coisa sempre acaba faltando. O melhor modo que eu encontrei foi cobrir todo o conteúdo das matérias que tinham mais peso, ou um maior número de questões. Não deixei as outras totalmente de lado, mas também não aprofundei em excesso.
Geralmente eu estudava de duas a três matérias por semana, passando o dia sempre em uma mesma matéria, no máximo dava uma olhadinha rápida em outra. É diferente do que a maioria das pessoas faz, mas eu sempre preferi não misturar muita coisa. Pra mim, facilitava a organização e o cumprimento do planejamento, e tornava mais eficiente a memorização.
Sempre fiz muitos resumos, umas 40 páginas de caderno escritas – e revisadas várias vezes – para cada matéria. Como eu fiquei quase dois anos estudando, se considerar toda a minha preparação, fazendo de 6 a 8 horas por dia, em média, isso se tornou possível. Meu estudo sempre foi mais voltado à parte teórica, mas também fiz diversas questões e simulados, principalmente nas últimas semanas.
Meu planejamento tinha metas de cobrir os conteúdos do edital, com qualidade de estudo, em determinado tempo. A ideia era garantir que conseguiria ver tudo até o dia da prova. Nem sempre dava certo, aí precisava readequar. Por isso acabei não conseguindo estudar toda a matéria, mas eu conseguia mensurar o que seria possível aprender e o que não seria, podendo escolher o que era mais importante.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Diogo César: Tirando direito constitucional, nunca gostei muito das matérias da área jurídica. Pra poder competir com quem é da área, eu redobrei o tempo dedicado a elas. Deixava pra estudar as matérias em que eu tinha mais facilidade menos vezes na semana, quando cansava das que eu considerava mais difíceis.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana anterior à prova? E a véspera da prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Diogo César: Nessa última semana foi dedicação exclusiva, ia até de madrugada estudando. Na véspera eu descansei. Ainda faltava ver algumas coisas, mas eu já estava pirando. Achei melhor descansar.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Diogo César: É uma das partes principais. Aconselho, mesmo pra quem tem facilidade de escrever, a estar sempre produzindo textos, pegar propostas de concursos, pedir a avaliação de professores, fazer cursos etc. Foi isso que eu fiz e acho que é só o que dá pra fazer – tentar sempre melhorar.
Estratégia: Como foi sua preparação para o TAF? E como foi essa prova?
Diogo César: Eu já vinha treinando há alguns anos, por questão de saúde e hobby mesmo. Após o resultado da primeira fase do concurso, me matriculei numa academia de crossfit, o que contribuiu ainda mais. Também fazia em casa e nos parques o que era possível dos testes do edital.
O dia do TAF foi bem legal. Tava muito frio e, mesmo estando preparado, bateu um nervosismo. Mas o pessoal foi muito gente boa, tanto os policiais e os fiscais que aplicaram os testes quanto os outros candidatos, todo o mundo se ajudando e torcendo um pelo outro ali.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Diogo César: Com certeza teve um monte de erro, mas eu acho difícil apontar, até porque o resultado foi positivo. Se eu voltar a estudar pra concurso, provavelmente continue errando igual e nunca consiga perceber ou mudar. O maior acerto eu acho que foi focar o estudo nas matérias de maior peso e na redação, isso fez uma diferença enorme no resultado final.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Diogo César: Foi tudo bem difícil. Estudar todos os dias, umas 8 horas por dia, às vezes menos, às vezes mais, sem saber quando a prova seria marcada e, mesmo que marcada, sem ter uma certeza real de que seria aprovado.
Teve uma época em que eu pensava em desistir todos os dias, não aguentava mais olhar pro caderno. Mas, depois de um tempo, não valia mais a pena jogar fora todo trabalho e estudo pra ir atrás de alguma outra coisa que não iria me trazer a mesma realização profissional. Esse pensamento, conhecer e conversar com outras pessoas que estavam vivendo situação parecida, e o apoio da minha família, pedindo pra eu ter paciência, foram as coisas que me fizeram continuar.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Diogo César: Eu já estava há um bom tempo sem trabalhar, tinha largado um bom emprego público, eu tinha que passar.
Estratégia: O que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Diogo César: Na verdade, o que eu posso falar é só que não tem muito segredo. É estudar muito, às vezes até não aguentar mais, mas saber que o esforço uma hora vai virar realização e que, quando a aprovação acontece, todos os momentos difíceis valem a pena.
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