Aprovado no Concurso TRF-3
” Acredite no plano: não fique pulando entre estratégias, mas ajuste o que for realmente necessário”
Confira nossa entrevista com Linter Cristiano Garcia Rosa, aprovado em 1º lugar na lista PCD e 14º lugar na ampla no cargo de Analista Judiciário/Especialidade Informática:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Linter Cristiano Garcia Rosa: Tenho 44 anos e sou de Uberlândia-MG. De família simples, comecei a trabalhar aos 12 anos e sempre gostei muito de estudar. Meu principal passatempo é ler: meu perfil no Skoob (rede social sobre livros) é https://www.skoob.com.br/usuario/6269-linter. Minha formação “raiz” é em TI: bacharelado em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Uberlândia, além de uma pós-graduação (e certificação) em Gerenciamento de Projetos pelo Centro Universitário do Triângulo e outra pós em Marketing pela Fundação Dom Cabral. E uma outra certificação (OCP) de desenvolvimento para banco de dados Oracle.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Linter: Bom, eu já fazia doações mensais em dinheiro para uma instituição de Uberlândia (ACRAAC – Associação de Amparo a Crianças, Adolescentes e Adultos com Câncer) e também comecei um trabalho voluntário na distribuição de cestas básicas em bairros pobres na Divulgação Espírita Cristã (detalhe: sou ateu). Mas sentia falta de algo: precisava ajudar mais o meu país. Confesso que já tive vontade de me mudar do país, mas numa das pérolas da minha mãe, ela disse: “Por que você vai se mudar do Brasil, se há tanta coisa a ser feita aqui?”. Então eu quis entrar para a instituição pública que mais trazia orgulho para os brasileiros na época (2017): a Polícia Federal, um dos principais atores da Operação Lava Jato. Como ainda não havia edital na praça, acabei começando pela ABIN.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Linter: Participei de vários concursos:
– ABIN (2017/2018) – Durante a preparação desse concurso eu trabalhava. Ainda não usava o material do Estratégia.
– Polícia Federal (2018) – Curiosamente, no dia 09/04/2018 pela manhã, eu estava fazendo uma sessão e comentei com o profissional: “Se eu fosse demitido hoje, estudaria para perito da Polícia Federal”. Dito e feito: à tarde, após uma reunião com a minha equipe, fui demitido pelo meu chefe. Dediquei-me exclusivamente aos estudos da PF de 26/04 a 19/08/2018 (data da prova). Estudava como uma máquina: em torno de 7 horas líquidas por dia, totalizando 1080 horas em menos de quatro meses, o que equivale ao tempo de três pós-graduações. Assistia todas as monitorias do Dudu. Meu ciclo era perfeito para a minha realidade. Passei a usar o material do Estratégia.
– Polícia Rodoviária Federal (2018/2019) – Apenas estudava.
– TRF4 (2019), TRF3 (2019), EBSERH (2020) – Estudava e trabalhava.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado(a)? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Linter:
– ABIN (2017/2018) – Não tive nem a discursiva corrigida, devido a dois erros: não usar o material do Estratégia (ainda), e ter optado pelo cargo mais genérico (Oficial de Inteligência), ao invés do mais específico (Oficial de Inteligência de TI).
– Polícia Federal (2018) – Fui aprovado nas Objetivas/Discursiva para Perito de TI, mas fui reprovado no TAF. Ainda tentei a via judicial devido a um erro de disponibilização do vídeo da natação pelo Cebraspe, mas sem sucesso.
– Polícia Rodoviária Federal (2018/2019) – Fui aprovado nas provas Objetivas e Discursiva, mas fui reprovado no TAF (de novo, vou tirar satisfação com o Guilherme Solano kkkkkk).
– TRF4 (2019) – Fui aprovado e estou classificado em 6º lugar na lista PCD para o cargo de Analista Judiciário/Apoio Especializado/Sistemas de Tecnologia da Informação.
– TRF3 (2019) – Fui aprovado em 1º lugar na lista PCD e em 14º lugar na lista ampla para o cargo de Analista Judiciário/Apoio Especializado/Especialidade Informática.
– EBSERH (2020) – Loading… (prova dia 09/02/2020)
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Linter: Está sendo muito bacana, já saí para comemorar e me divertir. No entanto, não me deixo levar pela empolgação, já que ainda há a fase de recursos da Discursiva, o que pode gerar mudanças na ordem de classificação. Além do mais, não dá para ficar parado: é necessário continuar estudando e se preparando para os próximos concursos, como a PC-DF…
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Linter: Tive que abrir mão de passeios, viagens, botecos e contato mais próximo da família e dos amigos. E isso não só por conta do esforço necessário para balancear trabalho e estudos, mas também por conta da preparação física que os certames policiais exigem.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Linter: Sim, sou casado e não tenho filhos. O desejo de ser pai ainda existe, mas os planos foram adiados para depois da posse, já que conciliar um bebê e o estudo para concursos deve ser beeeeem desafiador.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Linter: Sim, acho que vale a pena desde que haja uma certa correspondência com as disciplinas da sua “área-base”. No meu caso, só tentei fazer o concurso do TRF4 para analista de TI devido às disciplinas em comum com o cargo de Perito de TI da PF.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Linter: Estudei por 2 semanas no pré-edital e mais 11 semanas no pós-edital usando a trilha estratégica, em torno de 30 horas por semana, totalizando por volta de 400 horas líquidas.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Linter: Sempre fui muito disciplinado, então tinha meu planejamento realizado com base no edital anterior (ou nas apostas do Estratégia) e seguia por ele. Os piores momentos foram após as reprovações, onde a energia baixava e ficava difícil seguir em frente.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Linter: Já usei de tudo: videoaulas, curso em PDF, livros, mapas mentais, Passo Estratégico, sites de questões, vídeos on-line (Youtube), áudios, resumos, flashcards, etc. Usei as videoaulas mais no começo da preparação (já vi o Renan matar a Maria umas 500 vezes…). Agora uso mais os PDFs “normais”, Passo e Questões.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Linter: Antes de começar a estudar para concursos, fiz uma “pesquisa” com um amigo, servidor do BACEN. E ele me passou a sua lista com as três melhores plataformas para aprovação em concursos. Infelizmente, no meu primeiro concurso (ABIN) ainda não era aluno do Estratégia e não fui tão bem. Agora que sou aluno e já fui aprovado em quatro provas Objetivas/Discursivas, não troco o Estratégia de forma alguma. Ainda mais considerando esse aporte de cem milhões da Axxon. O Estratégia será imbatível no segmento.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Linter: Sou um seguidor dos ensinamentos do coach Luís Eduardo e estudo usando um ciclo customizado por mim, com matérias novas, ordem de acordo com o peso, disciplinas específicas em destaque, com revisões de 24h, 7 dias, e novamente a cada 30 dias. Nessa fase em que concilio trabalho e concursos, estudo cada disciplina por no máximo uma hora, e no máximo três disciplinas novas por dia.
Costumo fazer apenas grifos, mas no caso da PF e da PRF em que eu tinha uma disponibilidade maior de tempo, fazia mapas mentais e tinha um documento de revisão de véspera com os principais pontos. Estudo de quatro a cinco horas por dia.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Linter: As disciplinas em que minha performance (aferida em provas) é mais baixa são Direito Administrativo e Direito Penal. Tento fazer mais questões e entender bem o cerne da lei, já que não sou muito afeito a decorebas.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Linter: As semanas que antecedem a prova uso para revisão, usando os grifos ou através de questões. Já houve concursos em que eu fazia por dia: uma redação, revisão, um simulado de 120 questões e mais 100 questões específicas de TI.
Geralmente o dia que antecede a prova uso para viajar (não são realizadas provas na minha cidade). Faço um estudo leve, aproveito para encontrar com amigos e esquecer, pelo menos por algumas horas, da prova.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Linter: Para o TRF3, o tema da discursiva era baseado nas disciplinas específicas, então estudei apenas por elas. No caso da PC-DF (para o qual estou me preparando neste momento), a discursiva será baseada em Atualidades, e minha estratégia é a seguinte: assisto pelo menos uma hora de vídeos de Atualidades (professores Rodolfo Gracioli, Leandro Signori, Raphael Reis e outros) e uso os temas de redação da Janaína Arruda, postados diariamente no blog do Estratégia. Para esse último, vario a forma de acordo com a progressão nos estudos:
– nas primeiras semanas, apenas lia o tema e fazia mentalmente a redação;
– agora faço o mapa mental com os principais itens que acredito serem cobrados pela banca naquele tema (na hora da prova, ganho tempo fazendo meu rascunho dessa forma, usando apenas um mapa mental);
– algumas semanas antes da prova, farei uma redação completa por dia, já que as redações também ajudam a fixar o conteúdo das aulas.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS.
Linter: Baseando nas minhas reprovações, meus maiores erros foram:
– não optar pelo cargo mais específico;
– não acreditar que eu realmente tinha chance de passar;
– não me preparar com a antecedência necessária para o TAF;
– diversificar demais as fontes de material (a ponto de ficar louco).
Meus maiores acertos foram:
– estudar pelo material do Estratégia;
– usar mais de disciplina do que de motivação;
– me cercar de profissionais capacitados para me ajudar nesse caminho, tanto na parte mental quanto física, já que tenho 44 anos e não estou mais “voando”. Atualmente treino seis vezes por semana. Nas duas semanas que antecederam o TAF da PF cheguei a treinar três vezes por dia;
– acreditar no plano.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Linter: A reprovação no TAF de Perito da PF foi muito broxante. Era o concurso dos meus sonhos. Quase desisti. Fiquei algumas semanas sem estudar e sem treinar. A reprovação da PRF também foi ruim, mas consegui enxergar a minha evolução em relação à PF e isso me motivou. No caso do TRF4 estudei apenas um mês e vi que poderia passar em concursos que não exigem o TAF.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Linter: O que me motiva é que vi que é possível, que é uma questão de tempo: se eu me mantiver focado numa área e estudando, o conhecimento vai se sedimentar e conseguirei ser aprovado.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Linter:
– Visualize seus objetivos: para a PF eu estudava com um simulacro (arma de plástico) sobre a minha mesa, para que eu não me esquecesse porque estava fazendo aquilo;
– Negocie em casa: decidi por minha conta que não voltaria a trabalhar e me focaria nos estudos para a PF. Numa sessão com a psicóloga, ela quase atirou em mim: “Você ficou louco? Você é casado: não pode tomar essas decisões sozinho!”;
– Tenha sempre um planejamento: nunca comece a semana ou o seu dia sem saber ainda o que vai fazer;
– Foque em uma área (Fiscal, Policial, etc) ou em uma carreira (Analista de TI, Auditor Fiscal, etc);
– Acredite no plano: não fique pulando entre estratégias, mas ajuste o que for realmente necessário;
– Comemore: para cada conquista (evolução consistente em simulados, aprovação em fase de concurso, etc), pare e comemore com as pessoas que te apoiam nos seus objetivos.
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Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Mande um e-mail para: [email protected]
Um abraço,
Thaís Mendes