Aprovada no concurso da PGM São José dos Campos
“Seja organizado, determinado, disciplinado, persistente e dedicado. Acredite em si mesmo, aprenda e se aperfeiçoe com seus erros”
Confira nossa entrevista com Michelle Wilner, aprovada em 1º lugar no concurso da PGM São José dos Campos no cargo de Procurador:
Estratégia Concursos: Qual sua idade? De onde você é? Em que ano se formou?
Michelle Wilner: Tenho 35 anos, sou de São Paulo capital e me formei em dezembro 2017, tendo colado grau em 26 de janeiro de 2018.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que Procuradoria? O que te atraiu nessa carreira?
Michelle: Minha história com concurso público é antiga, tendo em vista que minha mãe e minha tia são servidores públicas aposentadas, bem como meu marido é servidor público no Ministério Público do Trabalho.
Assim, sempre tive incentivo familiar para prestar concurso.
Entretanto, só comecei a pensar nisso por volta de 28 anos.
Nessa época trabalhava na área da saúde (era Técnica em Enfermagem) e estava decidindo qual curso universitário iria fazer (Administração ou Direito).
Meu marido, me conhecendo bem, me fez enxergar que eu tinha perfil para as carreiras jurídicas, assim, para minha sorte e alegria, decidi fazer Faculdade de Direito.
Entrei na faculdade em 2013, já com a intenção de futuramente prestar concurso para o Ministério Público (pois achava fascinante a carreira).
Contudo, conforme o tempo, fui conhecendo outras carreiras e, mais ou menos no 5º semestre da faculdade, resolvi que iria fazer concurso para Advocacia Pública.
Decidi isso pelo fato de a carreira, ao contrário do MP, não exigir, em regra, experiência jurídica. Ou seja, eu poderia sair da faculdade e começar a prestar concurso.
Durante a faculdade fui me apaixonando cada vez mais pelo direito, e logo no primeiro ano saí da área da saúde e fui fazer estágio.
No 9º semestre fiz o exame da Ordem e passei, e no final do 10º semestre, depois que finalizei minha monografia, já iniciei meus estudos para a advocacia pública, especificamente para PGE-SP que tinha previsão para abrir edital no ano seguinte.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro(a), você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Michelle: No final de 2017 recebi uma proposta de trabalho do escritório que estagiava, não gostei muito, não era bem o que esperava.
Como estava certa de que queria a carreira pública, resolvi não aceitar, para tanto tive o total apoio do meu querido Marido (André Wilner).
Assim, trabalhei no escritório até 24 de janeiro de 2018, o restante do tempo me dediquei exclusivamente aos estudos, com exceção de algumas poucas causas que atuei como advogada para obter experiência jurídica.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado(a)? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Michelle: Prestei 7 concursos (4 em 2018 e 3 em 2019) e fui aprovado em 6: (i) Procuradora do Município de Sorocaba (classificada em 68º lugar); (ii) Procuradora do Município de São Bernardo do Campo (classificada em 119º lugar); (iii) Advogada do Conselho Regional de Química da 4ª Região (classificada em 2º lugar); (iv) Procuradora do Município de Curitiba (classificada em 108º lugar); (v) Procuradora da Câmara Municipal de Mauá (classificada em 3º lugar) e (vi) Procuradora o Município de São José dos Campos (classificada em 1º lugar).
O último, como disse acima, foi o da Procuradoria de São José dos Campos, que me fez extremamente feliz, haja vista ter sido aprovada em 1º lugar e se tratar de uma excelente Procuradoria.
Ainda, é importante dizer que o primeiro concurso que prestei foi para Procuradora do Estado de São Paulo e que apesar de ter estudado muito, fui eliminada logo na primeira fase.
Isso ocorreu por conta de falta de experiência, pois não consegui dominar o tempo de prova, deixei de marcar as 14 últimas questões no gabarito e foi exatamente isso que me eliminou.
Essa prova valia de 0 a 10 pontos, fiz 6,11 com o que consegui passar para o gabarito, porém, caso tivesse finalizado teria feito 7,44 pontos, o que me manteria no concurso, já que a nota de corte na lista geral foi de 7,11.
Fiquei muito triste, mas ao mesmo tempo pensei: “Michelle, você foi bem na prova, tanto que se tivesse conseguido preencher todo o gabarito teria passado para a segunda fase do concurso.”
Isso me ajudou a ter mais ânimo para prosseguir.
Ademais, além de ter ciência da dificuldade do concurso da PGE-SP, sabia que poderia cair algumas vezes até conseguir o cargo almejado.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Michelle: Bem, eu vinha sendo classificada nos concursos, no entanto, sempre fora do número de vagas.
O meu ponto fraco estava nas provas discursivas, eu tinha um super desempenho na prova objetiva (nota mais baixa foi 80 pontos de 100 pontos, excluindo a PGE-SP que fui eliminada na primeira fase), porém, ainda não estava conseguindo ter o mesmo desempenho nas discursivas.
Sentia que meu principal problema era minha afobação, fazia a prova muito rápido e depois me lembrava de um monte de coisas que poderia ter escrito na prova. Tive que aprender a me controlar e me manter eficiente ao mesmo tempo.
E de fato, cada prova que fazia melhorava um pouco.
Quando fiz a prova de São José dos Campos consegui me controlar de forma eficiente, parei para pensar, elenquei no rascunho tudo que tinha que argumentar, não queria deixar nada de fora, pensei: “prefiro errar por excesso do que por falta”.
Saí da prova satisfeita, sentindo que dessa vez tinha ido bem.
Isso se confirmou no dia 23/01, quando saiu o resultado da prova discursiva e eu vi que havia gabaritado.
Só de ver a nota da prova discursiva já chorei de emoção, pois já sabia que tinha feito a melhor nota na prova objetiva (91,25).
Então abri o edital de classificação e vi que tinha passado em primeiro lugar, continuei chorando muito.
Fiquei um tempo sem acreditar no que estava vendo, olhei várias vezes antes de ligar para meu marido e contar.
Foi a melhor sensação que tive na minha vida até o presente momento (sei que terei outras equivalentes e até melhores).
Eu havia conseguido, eu tinha vencido a corrida e vencido em grande estilo.
Quando eu falo “vencido a corrida”, falo de conseguir me superar, não de superar os outros concorrentes, já que durante todo esse tempo eu sempre busquei melhorar meu desempenho sem olhar para o lado, não tenho como dominar o que os outros vão fazer, somente posso dominar o que eu faço.
Eu transbordei de felicidade e até agora não estou conseguindo dormir direito por conta disso.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Michelle: Praticamente não tinha vida social durante os estudos, porém, cada vez que fazia um concurso tirava uma semana de folga para sair com os amigos e visitar a família.
Além disso, fiz uma viagem de 20 dias no ano passado, quando estava aguardando o resultado das provas discursivas do Concurso da PGM de Curitiba, já que o próximo passo seria uma avaliação psicológica, que não dependia dos meus conhecimentos jurídicos.
Contudo, me atentei para estar de volta no prazo recursal das notas das provas discursivas (em Curitiba foram duas provas). Nesse dia cheguei de viagem e tive de recorrer.
Estratégia: Você é casado(a)? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro(a)? Se sim, de que forma?
Michelle: Sou casada e meu marido é meu grande incentivador, ele me deu todo o suporte necessário para que eu chegasse aqui. Toda minha família me apoiou e torceu por mim.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior? (Se esse ainda não é o concurso dos seus sonhos, se possível, citar qual é se pretende continuar se preparando para alcançar esse objetivo)
Michelle: Entendo que o ideal é escolher uma carreira e se focar nela, todavia, sei que nem sempre isso é possível. Tive sorte, pois tivemos muitos concursos de advocacia pública nos últimos dois anos.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado(a)?
Michelle: Cerca de dois anos.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Michelle: No concurso da PGE-SP comecei a estudar sem edital, já nos demais não, mas como foquei na carreira da advocacia pública, principalmente procuradorias municipais, isso não foi problema, pois as matérias de um concurso para o outro são muito similares, muda só uma coisa ou outra.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Michelle: Desde o princípio estudei pelo Estratégia, sendo que focava mais na leitura dos PDFs.
Ainda, me mantive atualizada em relação aos informativos dos Tribunais Superiores e estudei muita lei seca, pois a prova objetiva depende muito desse tipo de estudo, não há como fugir.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Michelle: Quando resolvi começar a estudar para PGE-SP fui pesquisar e notei que o Estratégia tinha cursos específicos com base nos editais de cada concurso, achei isso um diferencial, o que me fez escolher o Estratégia. Além disso, o Estratégia tem um excelente material em PDF, que reúne doutrina, lei e jurisprudência.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todos que estudam para concurso público é a quantidade de assuntos para memorizar. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Michelle: Cada concurso que me inscrevo faço uma planilha de estudos mensais com base no edital. Nessa planilha coloco as matérias que tenho de estudar e as destrincho com todas as leis que constam do edital ou leis que tratam de temas que estão no edital. Eu estudo tudo, não deixo absolutamente nada de fora.
Normalmente estudo 4 ou 5 matérias por dia e faço muitos exercícios.
Tenho uma técnica especial, pois desde a faculdade faço diversas anotações no meu Vademecum eletrônico, anoto doutrina, jurisprudência e súmulas que tratam do tema do dispositivo legal.
Estudo cerca de 9 a 12 horas por dia. No entanto, têm dias, como no domingo, que estudo por volta de 7 horas.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Michelle: Sim, a reta final dá um frio na barrigada. Geralmente na última semana costumo estudar assuntos que acho que tem mais chances de cair e faço ainda mais exercícios.
Na véspera da prova geralmente não estudo, prefiro descansar ou ir ao cinema, por exemplo, para dar uma relaxada e me distrair um pouco.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Michelle: Acho que a melhor forma de estudar para prova discursiva é exercitando, procuro, de acordo com o certame, fazer peças processuais, pareceres e responder questões discursivas. Treinar é muito importante.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Michelle: Eu acredito que não houve erros, mas entendo que tive uma evolução natural com o tempo. A cada concurso melhorava mais meu desempenho e técnica de estudo.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Michelle: Para mim o mais difícil foi o tempo e a imprevisibilidade, sou muito acelerada e quero as coisas para ontem. Nunca pensei em desistir, pois sabia que era uma questão de tempo, que em algum momento atingiria meu objetivo. Logicamente que tive momentos de tristeza, medo, aflição, todavia, nunca deixei esses sentimentos me dominarem.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Michelle: Tive duas principais motivações: ter minha independência financeira e me realizar profissionalmente.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Michelle: Meus conselhos são os seguintes:
- escolha uma carreira e se concentre nela;
- procure fazer provas anteriores e veja seu desempenho atual para saber de onde partirá;
- organize seu tempo e elabore um cronograma de estudos;
- faça metas de desempenho, vá para prova mentalizando uma nota mínima que você queira fazer.
- não se preocupe com os outros candidatos ou o número de inscritos.
- faça o seu melhor.
- seja organizado, determinado, disciplinado, persistente e dedicado;
- acredite em si mesmo; e
- aprenda e se aperfeiçoe com seus erros;
Confira outras entrevistas em:
Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Mande um e-mail para: [email protected]