Aprovado no concurso da Prefeitura de São José do Rio Preto
“Após começar os estudos, recomendo MUITA paciência para persistir, sabendo que o resultado pode demorar um pouco para aparecer. A jornada não é fácil, mas é possível encontrar alegria no estudo e, inclusive, aproveitar essa fase de preparação”
Confira nossa entrevista com Vitor Mielle, aprovado no concurso do ISS de São José do Rio Preto no cargo de Auditor Fiscal Tributário:
Estratégia Concursos: Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Vitor Mielle: Antes de tudo, eu gostaria de agradecer ao pessoal do Estratégia pelos serviços prestados e também por me convidar para esta entrevista.
Tenho 34 anos e sou formado em propaganda e marketing. Nasci em Campinas (SP), mas vivo na cidade de São Paulo desde os 9 anos de idade.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Vitor: Não me identifiquei muito com nenhuma área na iniciativa privada e vi no serviço público uma possibilidade de exercer uma função importante, com um bom salário e por meio de um método de seleção que eu considero justo. Além disso, a tendência de ter maior estabilidade no final da carreira também me atraiu.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Vitor: Trabalhava em torno de 10 a 15 horas por semana em um emprego home office com carga horária flexível. Estudava no tempo restante. Minha rotina semanal basicamente consistia em trabalhar no domingo o dia inteiro para ficar com todos os dias da semana livres para estudar. Eu não planejava, mas com frequência acabava estudando aos sábados também. Mais ou menos a cada duas semanas eu tentava me obrigar a tirar um dia para descansar, mas raramente eu conseguia.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Vitor: ISS São José do Rio Preto – Auditor Fiscal Tributário – 8º lugar.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados(as)?
Vitor: No momento em que vi o resultado preliminar, ainda não estava acreditando muito. Como eram só nove vagas e eu estava em oitavo, fiquei um pouco receoso de perder posições e sair das vagas após os recursos. Depois da confirmação do resultado, a sensação foi de alívio e dever cumprido.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Vitor: Independentemente do estudo para concursos, já não estou tanto em fase de sair, gosto naturalmente de ficar em casa. No entanto, não adotei nenhuma postura radical. Viajei para visitar a família durante a preparação no pós-edital e faltando 15 dias para a prova fui a um casamento de um primo. Acho que esse tipo de coisa ajuda a relaxar um pouco, eu acabava até voltando mais produtivo para os estudos.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Vitor: Sou solteiro, não tenho filhos. Minha mãe, por estar mais próxima, era quem mais acompanhava e sempre me apoiou completamente, principalmente na parte emocional. Meu pai e outros familiares também, nas ocasiões em que eu comentava algo. Não tive nenhum tipo de problema nesse aspecto, muito pelo contrário.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Vitor: Acho que depende da situação de cada pessoa. Para um estudante novato, fazer provas pode ser bom para ganhar experiência, caso o concurso dos sonhos não esteja tão próximo (não estiver autorizado, por exemplo). No entanto, se for um concurseiro que já tem bagagem e/ou o concurso almejado estiver perto, penso que o foco deve ficar nele.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Vitor: Comecei a estudar no final de 2012, ficando muito próximo de ser aprovado em concursos como AFT (2013) e AFRFB (2014). Depois desse período inicial, praticamente desisti dos estudos e não prestei mais nenhuma prova. Decidi focar mais em trabalhar e praticamente descartei o mundo dos concursos por vários anos.
Acabei voltando a estudar em meados de 2019 e consegui a aprovação na primeira prova que fiz após o retorno. Assim, o total de tempo direcionado para esse concurso foi aproximadamente 5 meses, embora eu só tenha focado totalmente nele no pós-edital. Somando todos os períodos em que estudei, calculo que precisei de um pouco mais que 2 anos para ser aprovado.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Vitor: Sim, houve períodos em que estudei sem edital e acredito ser extremamente necessário persistir nos estudos nessas fases, embora eu mesmo tenha tido dificuldades de aplicar isso de forma plena na minha trajetória. Principalmente após fazer uma prova, não conseguia me manter estudando nos meses seguintes até ter a definição do resultado.
Nos períodos em que consegui focar nos estudos, eu tentava manter a disciplina evitando pensar em coisas como possíveis concursos futuros ou número de concorrentes. Eu procurava somente seguir em frente no aprendizado, fazendo uma programação para a semana e depois olhando para um dia de cada vez.
Progredir nos assuntos, acertar mais questões, aprender coisas novas e assim por diante. Era nesse tipo de coisa que eu pensava. Gostava de deitar para dormir sabendo que tinha feito o meu melhor naquele dia, muitas vezes até empolgado para descansar, acordar na manhã seguinte e começar tudo de novo. Então acho que a receita para manter a disciplina foi pensar um dia após o outro, passo a passo.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Vitor: Se não estou enganado, foi no Fórum Concurseiros. Já faz um bom tempo, confesso que não me recordo perfeitamente.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Vitor: Para aprender teoria, utilizei principalmente os cursos em PDF do Estratégia, sendo que em algumas poucas matérias complementei com bons livros. Também utilizei bastante lei seca e um sistema de questões para massificar, revisar conteúdo e treinar fazer prova. Conciliar essas quatro formas de estudo foi o que funcionou melhor para mim.
Cheguei a fazer cursos presenciais e também assisti algumas videoaulas online. Embora esses métodos tenham me ajudado, acredito que no meu caso não foram a melhor opção em termos de eficiência.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Vitor: Nunca tive o costume de marcar quanto tempo eu passava estudando. Simplesmente estudava até cansar, em torno de 5 matérias por dia, 6 vezes por semana. Também sempre tentei inserir cada matéria pelo menos uma vez na semana para não ficar muito tempo sem ver nenhuma. As matérias principais da área fiscal – Direito Tributário e Contabilidade – eu estudava praticamente todos os dias.
Em relação a resumo, fazia unicamente para as matérias de exatas e somente colocava as fórmulas e métodos de resolução para ficar o mais enxuto possível. Nas outras matérias, eu utilizava os próprios resumos e mapas mentais que acompanham o material do Estratégia. Também não sou de grifar ou fazer marcações.
No que diz respeito à quantidade de assuntos, é realmente complicado. Só estudando mesmo para ter noção, parece que não acaba nunca. A primeira vez que consegui fechar um edital foi nesse concurso de SJRP. Quando eu percebia que estava mal em alguma parte ou que tinha esquecido de alguma coisa importante, eu relia a aula, capítulo ou sessão correspondente. Se fosse só para dar uma revisada geral, muitas vezes eu ia direto na lei/norma para economizar tempo.
Em cada matéria, procurava estudar uma aula por vez, revisando com exercícios no ciclo seguinte antes de começar o próximo assunto. Assim que completava uma disciplina, focava praticamente só em exercícios, resolvendo a cada ciclo um caderno com dezenas de questões sortidas e inéditas para mim. Isso ajudou muito e fez com que eu sempre estivesse revendo os assuntos que mais caem, além de ajudar a identificar as lacunas da parte teórica.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Vitor: Tive um pouco de dificuldade com Contabilidade no começo. Também passei por apuros em alguns assuntos de Estatística e Direito Penal. Nessas ocasiões, procurava reler o material e fazer exercícios até entender. Quando isso não era suficiente, pedia ajuda para outros estudantes ou para os professores, embora isso fosse um pouco mais raro.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Vitor: Foram dias de muita revisão, não só na véspera, mas também na própria manhã do dia da prova (que foi no período da tarde). Nessas horas, não consigo fazer qualquer outra coisa que não seja estudar. Para mim, essa é a melhor forma de se concentrar e diminuir a ansiedade.
Tomei o cuidado para não chegar muito cansado na hora da prova, mas penso que quem está acostumado a estudar dezenas de horas por semana e resolver centenas de exercícios por dia, não vai ser prejudicado por estudar antes da prova. Pelo contrário, penso que é o melhor momento possível para refrescar assuntos importantes. Nós tendemos a esquecer as coisas facilmente, então, qualquer detalhe revisado momentos antes da prova pode acabar fazendo toda a diferença na aprovação.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Vitor: Eu utilizei o curso de discursivas do Estratégia e procurei ler muitos exemplos de boas redações. Costumo ler bastante, mesmo quando não estou estudando para concursos e acho que isso também ajudou um pouco. Além disso, tinha como uma meta escrever uma redação por semana, embora nem sempre eu a tenha cumprido.
Outra coisa que fiz nesse último período de estudos foi trocar a letra cursiva por uma letra de forma. Apesar da minha letra de mão não ser tão ruim, acredito que a letra de forma deixa a folha de respostas mais limpa e compreensível. Isso facilita a vida do examinador que corrige a prova. Só tem que tomar cuidado, porque não são todas as bancas que aceitam.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Vitor: Meu principal erro foi ter parado de estudar lá atrás. Mais de uma vez eu estive próximo da aprovação e acabei desistindo de estudar. Acho também que faltou contratar algum serviço profissional de correção de discursivas para ter um feedback melhor do meu desempenho em provas escritas.
Em relação aos acertos, destaco o estudo com bons materiais desde o começo da minha trajetória, o uso de leis e normas secas e a resolução de um grande número de exercícios.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Vitor: As duas principais dificuldades foram lidar com o fracasso e gerenciar a ansiedade.
Em relação aos fracassos, como já disse, geraram desistências que atrasaram minha aprovação. Resolvi isso assimilando que passar em concurso público é muito difícil e que fracassar faz parte do processo, só assim consegui reunir força e paciência para recomeçar a estudar.
Já para aliviar o problema da ansiedade, o que funcionou foi pensar um dia após o outro e parar de me preocupar com coisas que eu não posso controlar. Procurei somente fazer o melhor que podia a cada dia, ou seja, sentar e estudar.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Vitor: Provar para mim mesmo que eu era capaz.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Vitor: Antes de começar a estudar, aconselho a procurar informações sobre bons materiais e métodos de estudo. Grupos de discussão no Facebook e fóruns são um bom começo. Serviços de coaching ou consultoria também funcionam muito bem. Começando assim, o candidato vai evitar perder tempo estudando com materiais de baixa qualidade ou por métodos que não são adequados para ele.
Depois, após começar os estudos, recomendo MUITA paciência para persistir, sabendo que o resultado pode demorar um pouco para aparecer. A jornada não é fácil, mas é possível encontrar alegria no estudo e, inclusive, aproveitar essa fase de preparação.
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