Aprovado no concurso da Prefeitura de Marília
“Não desistam! Aprendam a lidar com as decepções e frustrações, pois cada erro irá ensinar algo que o deixará mais próximo de alcançar seus objetivos”
Confira nossa entrevista com Márcio Santos, aprovado em 1° lugar no concurso da Prefeitura Municipal de Marília no cargo de Arquiteto:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Márcio Santos: Tenho 32 anos, formado em Arquitetura e Urbanismo, com especialização lato sensu em Engenharia Urbana. Moro atualmente em Maracaí-SP.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Márcio: Trabalhei no DER/SP desde 2007, porém em cargo de nível fundamental. Após ter me formado, comecei a ter algumas frustrações no trabalho, por perceber que estava no teto que poderia chegar ali, ou seja, não haveria recompensa por trabalhar mais.
Mesmo gostando muito do ambiente e do trabalho, sentia-me insatisfeito com a situação salarial e sabia que ficar reclamando, sem fazer nada para mudar, não me levaria a lugar algum.
No ano de 2017, o primeiro após concluído a graduação, já falava sobre concursos, mas apenas da boca pra fora (nunca parei um dia sequer para estudar) e, principalmente, sentia-me perdido sem saber por onde começar.
No final de setembro daquele ano, a situação mudou: encontrei o curso “DETRAN-CE (Arquitetura)” do Estratégia. Era uma ótima oportunidade para começar, pois unia duas áreas com as quais me identifico — arquitetura e trânsito —, então decidi que iria encarar o desafio.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Márcio: Quando estudei para o Detran-CE, aproveitei os meses de licença-prêmio a que tinha direito para me dedicar em tempo integral ao certame. Foram 5 meses até esse primeiro concurso, no qual eu obtive êxito, embora não tenha assumido o cargo. Entretanto, após essa primeira experiência, eu precisei aprender a conciliar trabalho e estudo. Trabalhava oito horas por dia e estudava tanto à noite quanto nos finais de semana.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Márcio: Detran-CE – Analista de Trânsito e Transporte – Arquitetura – 1° Regional (Fortaleza) – quarto colocado (dentro das vagas ofertadas).
Iphan-MS – CARGO 2 – TÉCNICO I – ÁREA 3/MS (arquiteto) – sexto colocado (fora das vagas ofertadas).
Processo Seletivo Prefeitura Municipal de Maracaí – Arquiteto – Primeiro colocado.
Concurso Prefeitura Municipal de Rancharia – Arquiteto – Primeiro colocado.
Concurso Prefeitura Municipal de Maracaí – Arquiteto – Primeiro colocado. (emprego atual)
Concurso Prefeitura Municipal de Marília – Arquiteto – Primeiro colocado.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Márcio: Depois de bater tanto na trave em concursos para o cargo de arquiteto, os quais em regra ofertam somente uma vaga, a sensação foi de dever cumprido. Marília é uma cidade muito importante para mim e, embora sempre tenha mantido a expectativa sob controle, ver que consegui a primeira colocação foi algo muito especial, senti que a recompensa, por todas as horas dedicadas aos estudos, havia finalmente chegado.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Márcio: Sou uma pessoa do tipo caseira, mas não adotei uma postura radical, pois eu conheço meus limites. Estudava de noite quase todos os dias e também aos finais de semana porém, nunca me abstive de sair com amigos. Como gosto muito de TV e de cinema, aproveitava esses momentos para distrair a mente, ao invés de ficar bitolado. Contudo, sempre cortei o uso de redes sociais em épocas próximas das provas.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Márcio: Sou solteiro, sem filhos e morava com minha mãe na época em que estudava. Embora a família sempre tenha dado apoio, incentivando a estudar e a fazer as provas, no dia a dia eu precisava me isolar um pouco por causa do barulho. rsrs
Como em concursos que só ofertam uma vaga não adianta apenas “ir bem”, mas sim ficar em primeiro lugar, acho que a família foi importante por não haver muitas cobranças de resultados, apenas incentivavam e elogiavam as boas colocações que eu conseguia. Isso ajudou por não aumentar a pressão e a ansiedade, sentimentos naturais na vida de quem presta concursos.
Também sou grato ao meu irmão e a um amigo que dirigiram para mim quando precisei fazer provas em cidades distantes e evitaram que eu chegasse cansado nas provas.
Estratégia:Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Márcio: É importante fazer muitos concursos sim, pois nos deixa cada vez mais confortáveis em fazer diferentes estilos de provas. É interessante ver como o mesmo conteúdo pode ser cobrado de forma tão distinta entre uma banca e outra. Porém, acredito que é preciso ter foco e só fazer concursos de áreas que realmente tenha interesse.
No meu caso, tinha interesse na área de trânsito e também na carreira de arquiteto, por isso passei a maior parte do tempo estudando e alternando entre as duas áreas. Mas, por enquanto, estou contente com o concurso no qual obtive êxito e vou me dedicar à profissão. Vou continuar estudando Direito Constitucional e Administrativo, pois creio serem essenciais para qualquer cidadão.
Talvez, ainda não decidi, a médio ou longo prazo eu me dedique ao Tribunal de Contas, porque admiro o trabalho dos fiscais (acho que fiscalizar o uso do dinheiro público é algo nobre) e, também, percebo que os fiscais lidam muito com obras públicas, então creio que como arquiteto e urbanista seja uma carreira interessante.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Márcio: Creio que o resultado veio por ter me preparado, ainda que não continuamente, nos últimos dois anos. Mas me dediquei exclusivamente para esse concurso por aproximadamente oitenta dias, nos quais eu foquei apenas em entender como a Vunesp cobrava cada conteúdo.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Márcio: Somente estudei sem edital quando me preparei para o Detran SP, eu sabia que iria ter o concurso e queria muito passar então, estudei por meses sem o edital. Tive uma pontuação alta na prova mas, infelizmente, zerei em Direito Administrativo. Contudo, acredito que foi esse estudo que melhorou consideravelmente meu desempenho em português e matemática. Quanto aos concursos de arquitetura, não dependem de edital, pois sempre tem edital com vaga em algum município e o conteúdo programático altera pouco. Entre junho de 2018 e outubro de 2019, eu fiz vários concursos, nos quais fiquei sempre entre os dez primeiros.
Para manter a motivação e a disciplina nos estudos, eu sempre pensei que era questão de tempo até a aprovação e, ainda que em concursos a sorte seja sim um fator, deveria fazer a parte que me cabia: estudar mais para depender menos da sorte.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Márcio: Adquiri sempre os materiais do Estratégia. Adaptei-me bem às aulas em PDF, pois é um material completo e estudo em meu ritmo – com uma música instrumental para ajudar na concentração. Como desvantagem, eu apontaria a extensão do material, pois algumas aulas detalham assuntos que não costumam ser cobrados com tanta frequência. Mas entendo que seja necessário para evitar que o conteúdo do edital não esteja nas aulas.
Quanto aos vídeos, não tenho como falar, uma vez que não consigo assistir videoaulas, simplesmente não são para mim. Mesmo quando precisei estudar atualidades, eu baixei os vídeos e escutei em formato de Podcast, pois aproveitava pra ouvir enquanto caminhava.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Por meio de propaganda do curso de arquitetura da professora Moema, quando fiz o concurso para o Detran-CE.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Márcio: Antes começar efetivamente a estudar, dediquei um bom tempo a ler a respeito do mundo dos concursos. Quis ver depoimentos de professores e de aprovados e entendi logo no início a importância das revisões e de um plano de estudos. Então, montei um ciclo de estudos com todas as disciplinas do concurso que tinha escolhido. Depois de um tempo eu abri mão de português, pois naquele certame não tinha um custo benefício alto e sempre tive resultados bons na disciplina.
A professora Moema sempre foi minha grande inspiração e montei meu plano de estudos a partir de uma planilha que ela disponibilizou em algum link. Quando estava de licença, conseguia estudar seis horas liquidas por dia, com certa regularidade, e eventualmente cheguei a oito horas liquidas, mas percebia que meu limite ficava nas seis horas. Contudo, trabalhando a média ficou em três horas diárias, pois mais do que isso eu não conseguia sustentar ao longo dos dias.
Nunca fui de fazer resumos nem anotações, adaptei-me bem a ler a teoria e a grifar as partes importantes. Então, eu montava imagens com as partes mais importantes do texto e com figuras que me ajudassem a ilustrar o conteúdo, pois assim eu revisava de maneira mais ágil. Sempre fiz muitas revisões dos conteúdos que percebia serem recorrentes em todas as provas – como a lei de parcelamento de solo, o Estatuto das Cidades e a NBR 9050/2015.
Mas acredito que a maneira mais eficaz de se estudar é por meio de exercícios, uma vez que, por meio destes, conhecemos de fato a maneira como cada banca aborda determinado assunto, o que evita ficar focando em conteúdos que provavelmente nem serão cobrados. Especialmente em concursos de arquitetura, há um enorme número de questões que são repetidas por todas as bancas, ainda que haja modificações nos enunciados, percebe-se que o conteúdo é quase idêntico.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Márcio: Tive dificuldades para concluir o curso de português pois, como eu acertava uma porcentagem alta mesmo sem conhecer a teoria, sempre o deixava de fora dos meus ciclos. Entretanto, comecei a reparar que 3 ou 4 questões me deixavam longe da vaga e que sempre errava duas ou 3 questões de português. Percebi que era necessário garantir todas questões dessa disciplina, que é base de quase todas as provas. Resolvi que ir até o final do curso seria uma prioridade, e assim o fiz. Quando terminei, aquele conteúdo que no início era maçante se tornou algo muito agradável de estudar – peguei gosto, principalmente, por análise sintática.
Quanto às disciplinas específicas da área de arquitetura (são uma infinidade), eu sempre tive uma dificuldade maior com as disciplinas mais técnicas, como Topografia, Instalações Prediais e Execução de Obras. Para passar pelas aulas, minha técnica foi tirar o pé do acelerador e aprender aos poucos, pois além de ser um conteúdo enorme, não é algo que se possa aprender apenas lendo, é preciso ver na prática. Confesso, também, que tenho dificuldade com assuntos que exigem pura e simples memorização e até hoje não terminei todas as disciplinas do curso de arquitetura.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Márcio: Na semana anterior à prova de Marília, prestei para a prefeitura de Birigui. Nesta eu estudei até a véspera, o que fez com que eu chegasse saturado no dia da prova. Por conseguinte, acabei indo muito mal, errando mais da metade da prova de matemática, condenando todo o restante da prova.
Então, decidi que na última semana antes da prova de Marília iria somente descansar. Acredito que isso foi fundamental, pois eu cheguei no dia da prova muito leve, com as energias renovadas. Contudo, acho importante mencionar que só me permiti esse descanso por ter consciência de que eu já tinha estudado o necessário do conteúdo programático e já possuía bagagem de outras provas. Não adiantava colocar mais pressão em minha cabeça, o que eu realmente precisava era ter um bom dia de prova, o que felizmente aconteceu.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS.
Márcio: Com certeza houve muitos erros durante a preparação. Dentre os principais, eu aponto a indecisão inicial, pois fiquei alternando entre os concursos de trânsito e de arquitetura. Também fiquei meses sem estudar após o concurso do Detran-CE, em razão de ter ficado os meses anteriores muito bitolado em estudar e acabar com estafa mental.
Como principal acerto, eu considero ter mantido a constância nos estudos, posto que a partir de junho de 2018 eu estudei ininterruptamente até outubro de 2019, e ter mantido o ritmo, principalmente nos feriados prolongados e nas férias.
Também considero positivo ter desenvolvido a capacidade de lidar bem com a decepção e com aquele sentimento ruim que aparece quando ficamos tão próximos da vaga, mas não conseguimos por termos errado questões “bobas” na hora da prova. Aprendi a não olhar tanto para trás e a pensar que outras oportunidades surgirão. Não adianta ficar remoendo os erros do passado, mas sim aprender com eles.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Márcio: Com certeza, o mais difícil foi a reprovação para o concurso do Detran SP, uma vez que obtive uma pontuação muito alta, mas zerei em uma disciplina. Estudar tanto tempo para um concurso e ser reprovado, desanima bastante. Não pensei em desistir, mas resolvi que focaria na área de arquitetura e estudaria até ser aprovado em um concurso que me agradasse.
Outra parte difícil de prestar concursos é ter de ouvir pessoas que não sabem nada sobre o assunto falarem bobagens do tipo “é tudo carta marcada” ou “só entra quem for apadrinhado”. Principalmente os concursos na esfera municipal sofrem com esse estigma, mas eu sempre fui muito positivo quanto a isso, pois se eu pensasse que o concurso poderia ser fraudado, eu nem perderia meu tempo fazendo.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Márcio: Há mais doze anos trabalho no serviço público, porém em cargo de nível fundamental – saí do DER/SP há pouco mais de um mês. Então, confesso que a estabilidade foi um fator determinante, mas não o único.
Desde a graduação, eu sempre me identifiquei com a área de Planeamento Urbano e sabia que a melhor maneira de trabalhar com isso seria por meio de concursos públicos. Foi algo muito natural para mim ter escolhido estudar para concursos. Após o término da graduação, vi meus amigos entrarem logo no mercado de trabalho, mas nunca me incomodei. Evito comparar minha vida e meu ritmo com o de outras pessoas, porque acredito que cada um tem sua própria história. Eu sabia que o caminho que escolhi não teria resultados imediatos e decidi que estudaria até ser aprovado.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Márcio: Não desistam! Aprendam a lidar com as decepções e frustrações, pois cada erro irá ensinar algo que o deixará mais próximo de alcançar seus objetivos.
Cada um tem sua história e o seu tempo, sendo assim, paciência é fundamental. Não pode mal chegar e já querer sentar na janela (rsrs), uma vez que outras pessoas começaram a se preparar antes, é natural que sejam aprovadas primeiro.
A jornada é solitária e cheia de desafios portanto, acreditar em si é fundamental. Tenha em mente que em algum momento será sua vez de ser aprovado. Evite ficar se culpando quando tiver feito o seu melhor e ainda assim não ter obtido o êxito, pois em concursos públicos há muitos outros fatores além da dedicação aos estudos. O lado emocional e até mesmo um pouco de sorte podem ser cruciais no resultado final. Todos terão dias bons e dias ruins e, quanto mais provas fizerem, mais chances terão de estarem em um dia bom. Por fim, descansar é tão importante quanto estudar, então estude com entusiasmo e descanse com tranquilidade.
Confira outras entrevistas em:
Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Mande um e-mail para: [email protected]
Um abraço,
Thaís Mendes